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São Paulo Schola Cantorum se apresenta sábado (20/11) na Cripta da Catedral da Sé

São Paulo, por Kleber Patricio

SPSC é dedicada à difusão da Música Sacra Erudita no Brasil. Foto: divulgação.

Neste sábado, 20 de novembro, às 16 horas, a São Paulo Schola Cantorum se apresenta na Catedral da Sé, na capital paulista. Baseado na prática da musicologia historicamente orientada, o conjunto vocal e instrumental busca restaurar a prática das antigas Escolas de Cantores (Scholae Cantorum) brasileiras, grupos historicamente ligados pela performance e ensino aos mais importantes músicos da História do Brasil.

Ligada à Brazilian Schola Cantorum de NYC e dedicada à difusão da Música Sacra Erudita no Brasil a SPSC é dirigida pelo Prof. Dr. Delphim Rezende Porto, cravista e pesquisador, e Regiane Martinez, soprano de carreira internacional. O grupo é responsável pela redescoberta de tesouros musicais esquecidos em Arquivos e Bibliotecas, especialmente no âmbito da Cúria Metropolitana de São Paulo.

A apresentação faz parte da Série Concertos Cripta – concebida como parte das comemorações dos 100 anos da Cripta da Catedral da Sé. Patrocinado pela Tecnobank por meio da Lei de Incentivo à Cultura, já recebeu mais de 30 apresentações e se encerra no próximo sábado, dia 27 de novembro.

As apresentações na Cripta têm 50% do público – com 35 lugares distribuídos gratuitamente uma hora antes dos espetáculos, por ordem de chegada. “O projeto é ampliado para o público do mundo todo, com transmissão simultânea nos canais do projeto na internet”, afirma o diretor de Comunicação e Marketing da Tecnobank, Cristiano Caporici. Os interessados podem assistir a todos os concertos do conforto de sua casa no link www.concertoscripta.com.br.

(Fonte: Central Press)

A vida em alto-mar a bordo de um veleiro

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Michel Icart e Marina Rosa se conheceram em um intercâmbio universitário do programa Ciência Sem Fronteiras, por meio do qual passaram um ano e meio em Syracuse, cidade no interior do estado de Nova York (EUA). Únicos do grupo de intercambistas brasileiros que cursavam Design, se identificaram logo de cara e, depois de quatro meses, começaram a namorar. O recém-formado casal aproveitava as férias e os feriados norte-americanos para conhecer outras cidades, desde que tivessem um ponto em comum: a praia.

Desde o início das aventuras do casal, a ideia era produzir conteúdo dos lugares por onde passavam para hotéis e pousadas. Foi durante a pandemia, porém, que o MotionMe – nome do perfil do casal nas redes sociais – se tornou um verdadeiro sucesso no Kwai, aplicativo de criação e compartilhamento de vídeos curtos onde publicam detalhes sobre sua rotina, curiosidades e dificuldades no veleiro, além de oferecer dicas sobre os destinos turísticos por onde passam.

O perfil do MotionMe no Kwai já soma mais de 554 mil seguidores e se destaca no segmento de viagens. “Vídeos curtos são o futuro da produção de conteúdo digital e o algoritmo do Kwai é excelente na entrega dos vídeos para os usuários”, destaca Marina. “O fato de os vídeos terem mais compartilhamentos do que comentários é um ótimo sinal. Entendemos que se as pessoas estão compartilhando é porque gostam do nosso conteúdo e querem que os outros também se divirtam com os vídeos. O Kwai tem nos dado uma grande visibilidade”, conclui.

Com o fim do intercâmbio dobrando a esquina, ambos teriam de voltar para suas cidades-natais; ela para Fortaleza (CE), ele para Santana do Livramento (RS), na fronteira com o Uruguai. Foi então que decidiram planejar um futuro juntos. A ideia inicial era namorar a distância até que ambos estivessem formados e depois morar em uma cidade litorânea. Pensaram também em levar uma vida nômade em um motorhome, casando a possibilidade de poder viajar e trabalhar. Foi aí que conheceram pessoas que já levavam o tão desejado estilo de vida, porém em… barcos. Marina e Michel se apaixonaram pela ideia e começaram a se dedicar ao sonho de ter uma casa sobre o mar.

“O primeiro passo foi concluir a faculdade. Cumprida essa etapa, começamos a trabalhar em um cruzeiro para juntar dinheiro. Com o dinheiro em mãos, iniciamos a busca pelo nosso barco. Após um tempo consertando e estudando bastante sobre como guiar nossa futura casa, finalmente nos mudamos para um veleiro. Foi um projeto longo e bem estruturado, só conseguimos chegar aonde estamos hoje, porque foi tudo planejado”, detalha Michel.

O primeiro ano de vida marítima foi de muito aprendizado para entender as funcionalidades do barco. A cidade em que ancoraram foi Paraty (RJ), onde passaram a praticar, aos poucos, viagens maiores. Depois de adquirirem certa experiência, começaram a percorrer rotas mais longas e no mar aberto.

“Passamos por alguns perrengues no meio do caminho – um deles na primeira travessia longa que fizemos de Paraty para Ilha Grande. Estávamos próximos a outras embarcações mais experientes e achamos que o clima estava propício para navegar. No entanto, surgiu uma ventania mais forte do que o previsto, bem como a vela quase não estava aberta e o barco, por sua vez, muito acelerado. Em resumo: o trajeto que demoraria cerca de seis horas foi feito em quatro. Foi um susto, mas contou como aprendizado”, explica Marina.

Mar + terra | O casal quer continuar surfando nessa onda e, para isso, está construindo um novo barco – um catamarã, ideal para percorrer longas distâncias. Os criadores do MotionMe estão projetando a embarcação com a ajuda de um escritório especialista em design de barcos. Assim que o projeto for finalizado, um dos objetivos do casal é explorar as águas do Brasil e do mundo e, ao mesmo tempo, se conectarem com a natureza.

Durante a construção do barco, Marina e Michel estão aproveitando para viajar pelo país de moto para conhecer pessoas que moram em barcos e ouvir o que elas têm para ensinar. A variação de meio de transporte tem um motivo: o casal se prepara para realizar a travessia da chamada rota tropical, que vai do Paraná até o Maranhão pelo litoral brasileiro. A ideia é chegar ao Nordeste, onde há uma grande concentração de barcos catamarãs, e se juntar a eles.

Os vídeos do MotionMe mais vistos no Kwai:

Vídeo com tour no veleiro (425,3K visualizações): http://s.kw.ai/p/Bfu5IMat

Vídeo sobre quanto o pesa o veleiro do casal (281,2K visualizações): http://s.kw.ai/p/gBW0a5TN

Vídeo de curiosidade sobre o que tem embaixo do veleiro (177,6K visualizações): http://s.kw.ai/p/6X2nYtAu.

Sobre o Kwai | Um dos aplicativos gratuitos mais populares do Brasil, o Kwai permite que o público crie seu próprio conteúdo e compartilhe vídeos online de forma fácil, inclusiva e acessível, em um universo interativo que possibilita a conexão de pessoas. Com a missão de tornar a vida das pessoas mais felizes, o Kwai acredita que todos os pequenos momentos da vida merecem ser compartilhados. O app está disponível nos sistemas iOS e Android, na App Store e no Google Play. Saiba mais em: kwai.com.

(Fonte: RPMA Comunicação)

Livro aborda saúde mental da população negra e racismo no Brasil

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Com lançamento marcado para 27 de novembro, Clínica do Impossível: Linhas de Fuga e de Cura é o primeiro livro do psicólogo Lucas Veiga. Publicada pela editora Telha, a obra é uma coletânea de dez textos escritos pelo autor a partir de suas experiências clínicas com pessoas negras. Veiga tem se destacado no Brasil como expoente da Psicologia Preta (Black Psychology), prática surgida nos anos 1970 nos EUA. “Quando falo de uma clínica do impossível, refiro-me à prática terapêutica com pessoas pretas. Esses pacientes, além de suas questões individuais e singulares, trazem algo em comum, da ordem do impossível de se resolver imediatamente: o racismo. Todos os meus pacientes, negros e negras, continuarão lidando com a violência do racismo, inclusive eu”, argumenta Veiga.

Mas no livro, o impossível é apresentado como um duplo, que tem também sentido de resistência. “Se por um lado não há possibilidade de fim imediato do racismo, é impossível que pessoas negras sejam totalmente capturadas por ele”, diz.

Para isso, o psicólogo recorre à noção de fuga, sugerindo pensá-la como tecnologia de resistência, produtora de novos horizontes, negados pela dinâmica colonial. “A fuga é a recusa à subjugação, a ser definido por um outro, é a recusa a ter sua singularidade e potencialidade reduzidas pelo racismo estrutural”, conta. “Era impossível a população negra sobreviver ao projeto de extermínio do colonialismo e do genocídio ainda presente no Brasil, mas não apenas sobrevivemos como estamos em todos os lugares, nas ciências, na música, na literatura, na filosofia, na política, nas artes, no cinema. Apesar de termos de lidar com a máquina mortífera do racismo, seguimos produzindo realidades e modos de vida impossíveis considerando o cenário em que vivemos”, diz o autor em trecho do livro.

O autor Lucas Veiga.

Em capítulos como Clínica do impossível, que dá nome ao livro, Descolonizando a Psicologia: notas para uma Psicologia Preta e Como criar para si um corpo descolonizado, o psicólogo apresenta aplicações da Psicologia Preta e de práticas transdisciplinares.

Apoiados em temas cotidianos, E se eu fosse a Beyoncé? e As diásporas da bixa preta: sobre ser negro e gay no Brasil, debatem as relações entre racismo e saúde mental da população negra na atualidade.

Efeitos da pandemia | Em Pandemia e neurotização da vida: como será o amanhã?, Veiga explora os efeitos pandêmicos da Covid-19 na saúde mental dos indivíduos. “Vivemos agora uma neurotização da vida em escala planetária, no sentido de que somos convocados à interiorização, a nos fecharmos em torno de nossos países, nossas casas, de nós mesmos. […] Entendendo a interiorização como motor da neurose, a pandemia poderá gerar em nós uma dificuldade radical na lida com o fora, com o exterior, o estrangeiro, com o que não sou eu”, analisa.

Arte, política e ética no cuidado | Ao discutir a clínica transdisciplinar, o psicólogo fala do atravessamento de campos como o da arte, da filosofia e da política no fazer clínico. “O próprio trabalho do analista e do paciente é um trabalho artístico, ético e político, já que se refere a todo momento à criação de novos modos de vida”, explica.

Em O analista está presente, explora as aproximações entre a clínica e a arte. O título é inspirado na obra A Artista está presente (2012), da artista sérvia Marina Abramović. “Tivemos a oportunidade de nos conhecer aqui no Brasil, em 2015, e esta performance da Marina se tornou uma referência importante para minha pesquisa e prática clínica tanto no mestrado, quanto no trabalho que desenvolvo hoje”, conta.

Sobre o autor | Lucas Veiga é psicólogo e mestre em psicologia clínica pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Em 2019, criou o curso Introdução à Psicologia Preta, ministrado para mais de 1.200 alunos em oito capitais, no Distrito Federal e em formato virtual. É idealizador da plataforma descolonizando.com, que reúne textos, vídeos e cursos sobre saúde mental, questões raciais e anticoloniais. Tem atuado dando palestras e consultorias em saúde mental para organizações nacionais e multinacionais. Foi embaixador do projeto Pode Falar, da Unicef/ONU, capacitando profissionais para atendimento clínico emergencial de adolescentes e jovens de 13 a 24 anos.

Sobre a Editora Telha | A Telha tem seu ‘début’ editorial seguindo uma premissa simples: quem disse que editar e publicar livros não pode ser divertido e prazeroso? Foi com esse devir — afinal, não é ele o “processo do desejo”? — que decidimos fazer as edições que gostaríamos de ver nas prateleiras.

Primor gráfico, acompanhamento personalizado, time especializado e aquele nível saudável de transtornos controlados e tratados que são o nosso charme: obsessão com prazos, compulsão por detalhes e o inevitável narcisismo fruto dos resultados dos jobs.

Serviço:

Livro: Clínica do Impossível: Linhas de Fuga e de Cura

Data de lançamento: 27 de novembro às 16h00

Local: Museu da República – Rua do Catete, 153 – Catete, Rio de Janeiro (RJ).

Autor: Lucas Veiga

Editora: Telha

Páginas: 122

Preço (Pré-Venda): R$39,00

Adquira através de: https://editoratelha.com.br/product/clinica-do-impossivel-linhas-de-fuga-e-de-cura/.

(Fonte: Aspas e Vírgulas)

Theatro Municipal de São Paulo celebra o Mês da Consciência Negra com programação especial

São Paulo, por Kleber Patricio

Ocupação Maria D’Apparecida – Movimento nº 1. Foto: divulgação.

O Theatro Municipal de São Paulo, que já foi palco da Semana de 22, de Mário e Oswald de Andrade, Anita Malfatti e tantos outros jovens célebres que deram início ao movimento modernista brasileiro, receberá no dia 20 de novembro dois espetáculos dirigidos e estrelados por artistas negros como parte da Programação do Mês da Consciência Negra, da Secretaria de Cultura.

A programação tem início no período da manhã, às 11h, na sala de espetáculos, com a obra Ocupação Maria D’Apparecida – Movimento nº 1, que tem direção cênica de Luis Fernando Marques. O espetáculo surge a partir da inquietação da dramaturga e atriz Dione Carlos, que, ao se deparar com o apagamento histórico da biografia da personagem Maria D’Apparecida Marques, encena sobre a vida da primeira cantora lírica negra a se apresentar na ópera de Paris.

Nascida em 1935, a carreira de Maria começou como atriz no Teatro Experimental do Negro, de Abdias Nascimento. Estudou no Conservatório Brasileiro de Música, com o desejo de seguir carreira como cantora lírica. Impedida de atuar profissionalmente no Brasil pelo fato de ser negra, resultado direto do racismo estrutural brasileiro, partiu para a França, onde estabeleceu residência e construiu uma carreira sólida e reconhecida, tendo interpretado uma inesquecível Carmen, na famosa ópera de Bizet, em Paris. Apesar do sucesso, nunca desistiu da cidadania brasileira. Em 1965, Maria pôde experimentar um pouco desta alegria ao realizar uma apresentação no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde interpretou a sua celebrada Carmen.

Ainda no mesmo dia, para fazer o público cair na risada, o mesmo palco, recebe, às 21h30, um elenco de comediantes de ponta do stand-up comedy brasileiro. Dirigido por Marton Olympo, o espetáculo Risadas Pretas Importam traz a reflexão do Dia da Consciência Negra dialogando inclusive com a reparação cômica. A peça traz também um humor temperado pelo afrofuturismo. Os ingressos estão disponíveis para venda pelo site do Theatro Municipal ou na bilheteria do local.

De acordo com o curador do grupo, Helio de La Peña, o Dia da Consciência Negra deste ano ganhará uma celebração à altura da sua importância. Um evento sonhado por Mário de Andrade vai se realizar, no Theatro Municipal de São Paulo, 99 anos após o lançamento da Semana de Arte Moderna – um espetáculo protagonizado, dirigido e produzido por talentos afro-brasileiros. “Vamos nos apresentar para uma plateia formada em grande parte por pessoas que jamais assistiram a um espetáculo naquela sala. E vamos levar ao palco o que o brasileiro tem de mais genuíno – seu humor”.

O comediante também trouxe para a entrevista a importância da diversidade no palco. “Um grupo formado por sete humoristas (4 homens e 3 mulheres) de múltiplas regiões do Brasil – São Paulo, Rio, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia e Brasília. A diversidade em origem, em gênero, em classe social, em faixa etária, tendo como denominador comum o talento e a experiência na comédia stand-up. Será uma noite de sonhos para quem estiver no palco, nos bastidores ou na plateia. Já estou roendo o cotovelo de ansiedade. Porque as unhas e os dedos já se foram”, conclui Helio.

Serviço:

Ocupação Maria D’Apparecida – Movimento nº 1

Luis Fernando Marques (Lubi), direção cênica

Marly Montoni, Dione Carlos e Rodrigo Mercadante, intérpretes

Fábio Leandro, pianista

Data: 20/11/2021

Horário: 11h00

Ingressos R$10 a R$40

Classificação Livre

Duração total 60 minutos

Risadas Pretas Importam

Concerto presencial, aberto ao público

Helio De La Peña, curadoria

Marton Olympio, Direção

Humoristas

Gui Preto

Kedny Silva

Yuri Marçal

Helio De La Peña

Niny Magalhães

Paloma Santos

Zete Brito

Jé Versátil, DJ

Data: 20/11/2021

Horário: 21h30

Ingressos R$20

Classificação 16 anos

Duração total 90 minutos

Para assistir a este espetáculo, é necessário seguir os protocolos de segurança estipulados no Manual do Espectador (acesse aqui), que incluem, a partir de 11 de novembro, a apresentação do comprovante de vacinação).

(Fonte: Approcah Comunicação)

Revistas científicas destacam projeto de rastreamento de DNA de HPV testado em Indaiatuba

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: Divulgação.

A Secretaria de Saúde de Indaiatuba divulgou um estudo inédito na sexta-feira (12), publicado no início do mês de novembro, pela revista The Lancet Regional Health – Americas, do Reino Unido, uma das maiores do mundo no segmento médico, que indica a alta cobertura do teste de DNA-HPV no rastreamento do câncer do colo do útero com a detecção imediata da doença ainda em estágio inicial, antecipando o diagnóstico em 10 anos. O procedimento foi testado em Indaiatuba por pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas e do Hospital da Mulher “Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti” da Unicamp, com o apoio da Roche Diagnostics. O teste de HPV tem capacidade para substituir, em larga escala e maior eficácia, o exame de Papanicolau (exame citológico), mais comumente utilizado no Brasil.

A pesquisa teve como objetivo central organizar o rastreamento do câncer do colo do útero em um grande conjunto populacional. Para tanto, os pesquisadores compararam os resultados de 16.384 testes de DNA-HPV realizados em Indaiatuba com outros 20.284 testes citológicos, realizados no período de 2014 a 2020, por mulheres na faixa dos 25 a 64 anos de idade residentes no município.

Após 30 meses de atividade em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, o programa com teste de HPV demonstrou cobertura populacional superior a 80%, conformidade dos testes, de acordo com a faixa de idade de 99,25% em comparação à obtida pelo programa citológico (78,0%). Dos 21 casos de câncer de colo identificados pelo programa em mulheres com idade média de 39,6 anos, 67% destes encontravam-se em estágio inicial, em comparação com 12 casos de câncer de colo detectados pela triagem citológica, com idade média de 49,3 anos, e apenas um caso em estágio inicial.

A Prefeitura de Indaiatuba instituiu no Sistema Único de Saúde (SUS) o rastreamento exclusivamente por meio do teste de DNA-HPV, substituindo o Papanicolau. Paralelamente, promoveu as condições para a realização do estudo, aliadas aos testes da Roche e a um software desenvolvido pela empresa multinacional e implantado em todas as unidades de saúde da cidade, o Tracking for Life, que foi essencial para organizar o novo fluxo de amostras e resultados na cidade, capacitar os profissionais de saúde para usar os novos algoritmos, garantir que os exames fossem feitos nos intervalos adequados e registro on-line das pacientes para evitar dependência dos dados em papel, além de estatísticas e relatórios. A máquina analisa o teste e a própria ferramenta comunica o sistema de informática da rede de saúde da Prefeitura sobre o resultado, economizando uma série de recursos financeiros antes alocados.

Outra decisão da Secretaria Municipal de Saúde amparada pela assessoria dos pesquisadores da Unicamp foi modificar a sua estratégia de imunização contra o HPV, antecipando as vacinas dos meninos a partir dos 9 anos, quando já ocorria a das meninas. Também tomou medidas para que a cobertura vacinal atingisse o mínimo necessário para conter a transmissão do vírus, 80%, diferentemente do que ocorre no restante do Brasil, principalmente pelo estigma associado ao início da vida sexual. A principal delas foi voltar a oferecer a vacina nas escolas, que previne câncer e que ocorreu em 2018.

Para o médico ginecologista e vice-prefeito de Indaiatuba, Dr. Túlio Tomass do Couto (SOLIDARIEDADE), daqui a dez anos, a expectativa é de que não ocorram mais casos de câncer de colo uterino na cidade. “Nosso objetivo foi realmente inaugurar uma política pública completa e consistente para erradicar o câncer de colo de útero, que é uma doença 100% evitável. Tenho certeza de que esses dados serão úteis, a partir de hoje já, para muitos outros gestores de saúde interessados em salvar vidas e em utilizar da maneira mais adequada os recursos disponíveis para a saúde com responsabilidade e coragem”, afirmou Túlio.

De acordo com o professor do departamento de Tocoginecologia da FCM e pesquisador líder do estudo, Júlio César Teixeira, além da possibilidade de substituição do exame convencional para o diagnóstico do câncer do colo do útero no Brasil, os resultados obtidos demonstram a necessidade de maior apoio às atualizações dos programas existentes, onerosos e de baixo impacto na mortalidade da doença. “Este estudo de base populacional foi realizado em um cenário da vida real e é um dos estudos pioneiros incluindo mulheres de média e baixa renda e entre 25 a 29 anos, usuárias do SUS. Os resultados são cruciais para fornecer um caminho factível para implementar o teste de HPV como rastreamento do câncer do colo”, disse o docente.

Dentre as inovações oferecidas por um programa de rastreamento do câncer do colo do útero utilizando teste de DNA-HPV, Dr. Júlio destaca a precedência diagnóstica da doença de quase 10 anos em comparação ao exame de Papanicolau. “A detecção em estágio inicial possibilita um tratamento mais barato, menos mutilador e com chances de 100% de cura. Os resultados imediatos, além dos anteriores já publicados com demonstração de custo-efetividade, podem apoiar os gestores de Saúde no estabelecimento de um programa nacional de rastreamento mais eficiente e duradouro e, principalmente, com impacto real na mortalidade”, comentou.

(Fonte: Assessoria de Imprensa | Prefeitura de Indaiatuba)