Cientistas rebatem argumentos sobre custos de publicação e dificuldades de infraestrutura; entre pontos para tornar a ciência mais aberta estão mudanças na política de avaliação e estímulo ao compartilhamento de dados
Brasil
O Instituto Moreira Salles acaba de lançar o e-book Música e modernismos negros, já disponível para acesso e download gratuitos. Tendo como ponto de partida a Semana de Arte Moderna de 1922, cujo centenário foi comemorado em 2022, a publicação reúne dez ensaios que propõem perspectivas alternativas e contemporâneas acerca da experiência negra no país, bem como sobre a história da cultura brasileira. Dividido em quatro capítulos, o material aborda temáticas como memória, racismo, religiosidade e silenciamentos.
O e-book é um desdobramento da série de encontros Música e modernismos negros: formação a partir do acervo IMS, realizados virtualmente em 2022. Organizada pelo historiador e etnomusicólogo Rafael Galante e pela diretora de educação do IMS, Renata Bittencourt, a publicação é fruto de projetos de pesquisa comissionados pelo IMS, a partir de temas representados em seu acervo.
O projeto evidencia a importância dos modernismos negros como expressões artísticas e culturais de resistência. O conteúdo reflete sobre a centralidade da diáspora africana na formação da identidade brasileira e suas repercussões na sociedade atual. De acordo com Rafael Galante, “os leitores serão convidados a conhecer não apenas o impacto artístico de indivíduos notáveis, mas também a compreender as complexas questões enfrentadas pelos artistas negros em um país que em grande medida ignorou (ou silenciou) suas vozes e suas contribuições”.
O e-book, assim como as lives que lhe deram origem, podem ser adotados como fonte de referência para pesquisadores e professores, contribuindo para reforçar o cumprimento da lei 10.639/03, que determina a abordagem da história e da cultura afro-brasileira no ensino escolar.
Sobre os textos do e-book
O primeiro capítulo da publicação, Vozes pretas e formas musicais africanas, reúne dois ensaios que destacam o papel da música como um veículo de memória e saberes coletivos. Em 78 RPM: revoluções pretas macumbistas, a cantora, intérprete e professora Fabiana Cozza traz a importância da música e da oralidade na expressão cultural negra no Brasil. No texto, a autora destaca artistas como Zé Espinguela, João da Baiana e Getúlio Marinho, que, por meio de suas canções e práticas, refletem uma experiência comunitária e ancestral.
Em Os sambas e a modernidade negra no Brasil de Mário de Andrade, o músico e historiador Salloma Salomão Jovino da Silva apresenta a modernidade negra no Brasil como um fenômeno cultural que, apesar da repressão e da invisibilidade promovidas por elites brancas, continua a se manifestar por meio de práticas musicais como o samba e revela a resistência e a riqueza da cultura afro-brasileira em meio a um contexto de exclusão e estigmatização.
O segundo núcleo do e-book aborda aspectos da produção cultural negra no Rio de Janeiro entre o final do século XIX e o início do XX, dentro do recorte de temáticas como Racismo, gênero e visualidades. Em Modernismos, modernidades negras e racismo na história da música brasileira, Martha Abreu, professora do Instituto de História da Universidade Federal Fluminense, aponta o silenciamento do protagonismo dos músicos negros no campo musical expresso em capas de partitura. A autora explora dois episódios ocorridos no Rio de Janeiro: o primeiro, um encontro entre intelectuais e músicos negros, em 1926, narrado por Hermano Vianna; o segundo, a gravação do samba Pelo telefone, no início de 1917.
Ainda neste capítulo, Juliana da Conceição Pereira, doutora e mestra em história, reflete sobre os modernismos e a modernidade negra a partir das experiências de jovens artistas, investigando a trajetória de mulheres negras atuantes no teatro e na indústria fonográfica entre o final do século XIX e o início do XX. A autora pontua que, apesar do silenciamento, “as mulheres negras atuantes no teatro de revista dialogavam e disputavam os sentidos da modernidade, valorizavam a cultura popular e construíam novas formas de se verem representadas a partir de seus próprios termos”. Já o pesquisador Vinícius Natal analisa a construção histórica que resultou no privilégio de pessoas brancas no ofício de carnavalesco na cidade do Rio de Janeiro.
Política e religiosidade são temas da terceira parte do e-book, que reúne as trajetórias de três dos mais importantes cantautores negros no Brasil do século XX. A curadora Glaucea Helena de Britto assina Poéticas afro-brasileiras na obra de Heitor dos Prazeres, ensaio que aborda a potência criativa e a produção artística multifacetada de Heitor dos Prazeres, sambista, compositor e artista plástico. A partir da análise da composição Pai Benedito e da capa do álbum Macumbas & candomblés, o texto apresenta a dimensão crítica, estética e simbólica do artista, que registrou com maestria as urgências de seu tempo.
As gravações de macumbas por Mano Eloy e o modernismo negro da década de 1930, escrito pela historiadora Alessandra Tavares, expõe como experiências culturais negras estiveram presentes na indústria fonográfica desde seus primórdios, mas tiveram o seu caráter moderno desvalorizado. O texto parte de uma gravação dos pontos de Iansã e de Ogum feita por Eloy Anthero Dias e discorre como a produção de músicos negros foi amplamente secundarizada em nome do exotismo. Ainda neste núcleo, a historiadora Fernanda Epaminondas Soares discorre sobre o pioneirismo e as escolhas políticas de Getúlio Marinho da Silva frente à abertura propiciada pela indústria fonográfica para a gravação de discos do gênero musical ‘macumba’.
No último capítulo do e-book, Lideranças e invisibilidades, os textos trazem a centralidade das comunidades de terreiro e de suas respectivas lideranças na construção das culturas negras urbanas e de suas redes no Rio de Janeiro e em São Paulo na passagem da sociedade escravocrata para o mundo do pós-abolição. Em Religiosidades e (in)visibilidades de mulheres negras no processo histórico dos sambas: de Tia Ciata de Oxum a Madrinha Eunice da Lavapés, a jornalista Claudia Regina Alexandre destaca a participação criativa, os papéis de liderança e o protagonismo de mulheres negras na construção do universo do samba. O texto evidencia valores culturais negro-africanos como musicalidade, religiosidade e sociabilidade para acessar algumas memórias ocultas na literatura da música popular brasileira.
Em Nosso Sagrado, o acervo afro-carioca em diálogo com instituições: as casas de umbanda e candomblé como espaços de ensinamentos, Eduardo Possidonio, doutor em história social, aponta como não apenas os objetos de religiosidade afro-carioca presentes em acervos de instituições museológicas, mas também a produção de artistas negros dos séculos XIX e XX, servem como base para a pesquisa de compreensão para ritos e escolhas dentro dos espaços sagrados da cidade do Rio de Janeiro.
Serviço:
E-book Música e modernismos negros
Disponível para leitura e download gratuitos no site do IMS e no Issuu.
(Fonte: Com Robson Figueiredo da Silva/IMS)
O Balé da Cidade de São Paulo estreia sua terceira temporada na sala de espetáculos do Theatro Municipal de São Paulo. O grupo, marcado pela sua relevância na dança contemporânea e inovação artística, apresenta a remontagem ‘Variação’, de Davi Pontes e coreografia inédita ‘o que é o coro. coro’, de Marcela Levi e Lucía Russo. As apresentações acontecem de 23, 24, 25, 26, 27, 29, 30 e 31 de outubro e os ingressos variam de R$10 a R$87.
o que é o coro. coro: uma metáfora para o corpo
A coreografia o que é o coro. coro parte do conceito de coro já explorada nas peças Natureza Monstruosa (2011), Mordedores (2015) e Deixa Arder (2017) da dupla Marcela Levi e Lucía Russo. Antes da palavra ‘coreografia’ surgir no século XVII, a dança era vista como uma arte coral, registrada no tratado francês Orchesographie, de 1589. Levi e Russo resgatam esse princípio, mostrando como o ‘coro’ é uma metáfora para o corpo, visto como suporte de múltiplas existências e influências. Para elas, o coro é turbilhão e cacofonia, e sua ‘des-orquesografia’ propõe poesia e vida.
A carioca Marcela Levi e a argentina radicada no Rio de Janeiro Lucía Russo fundaram, em 2010, a Improvável Produções. Marcela e Lucía apostam em um projeto de autoria compartilhada, em uma direção artística que aponta para um regime de sentido aberto em que diferentes posições inventivas se entrecruzam em um processo que acolhe linhas desviantes, dissenso e diferenças internas como força crítica construtiva.
Marcela Levi foi artista residente e convidada em instituições ao redor do mundo e seus projetos têm sido apresentados em vários festivais e centros de arte no Brasil, na Europa e na América Latina. Já Lucía Russo estudou psicologia na Universidade de Buenos Aires e dança contemporânea no EDDC (Holanda) e no Centro Cultural Rojas (Argentina). Se move entre a criação artística, os processos de transmissão e intercâmbio e a gestão cultural. Desde os anos 2000 mergulha na prática continuada da direção.
Variação: 31 bailarinos em cena e inúmeras releituras
Variação explora a relação entre movimento e emoção, convidando o espectador a uma jornada sensorial por meio de uma linguagem coreográfica contemporânea. Com uma trilha sonora envolvente e um elenco talentoso, a obra busca dialogar com a pluralidade das vivências humanas, traduzindo-as em dança de forma única e cativante.
Com 31 bailarinos em cena se revezando em uma plataforma, eles executam imagens de seus arquivos pessoais que se repetem e se recombinam, desafiando formas de viajar no tempo e a linearidade. Um jogo que brinca e questiona, aponta e esgarça os limites e perigos de uma história única.
Davi Pontes graduou-se em Artes pela Universidade Federal Fluminense e é Mestre em Artes pela mesma instituição. Foi premiado no ImPulsTanz – Young Choreographers’ Award 2022 e no Artlink Award – 100 artists from around the world, em 2022. Foi destaque como artista da 35ª Bienal de São Paulo de 2023.
David Pontes, conhecido por sua habilidade em unir técnica e criatividade, afirma: “Essa coreografia é um convite à reflexão sobre as diferentes camadas da experiência humana. Cada movimento é uma variação de sentimentos e espero que o público se sinta tocado e inspirado.”
Serviço:
Balé da Cidade de São Paulo
23 OUT, quarta-feira, 20h
24 OUT, quinta-feira, 20h
25 OUT, sexta-feira, 20h
26 OUT, sábado, 17h
27 OUT, domingo, 17h
29 OUT, terça-feira, 20h
30 OUT, quarta-feira, 20h
31 OUT, quinta-feira, 20h
Sala de Espetáculos – Theatro Municipal de São Paulo
Ingressos de R$12,00 a R$87,00 (inteira)
Classificação indicativa – 18 anos
Duração total: Aproximadamente 18 minutos (com intervalo)
Variação
Davi Pontes, coreografia e concepção
Iara Izidoro, assistência
Podeserdesligado, trilha sonora
Julliana Araújo, designer de moda
Alanis Machado, assistente de moda
Mirella Brandi, desenho de luz
Elenco: Alyne Mach, Ana Beatriz Nunes, Ariany Dâmaso, Bruno Rodrigues, Camila Ribeiro, Carolina Martinelli, Cleber Fantinatti, Erika Ishimaru, Fabiana Ikehara, Fabio Pinheiro, Grecia Catarina, Harry Gavlar, Isabela Maylart, Jessica Fadul, Leonardo Hoehne Polato, Leonardo Muniz, Leonardo Silveira, Luiz Crepaldi, Luiz Oliveira, Manuel Gomes, Marcel Anselmé, Márcio Filho, Marina Giunti, Marisa Bucoff, Odu Ofá, Rebeca Ferreira, Renata Bardazzi, Reneé Weinstrof, Victor Hugo Vila Nova, Victoria Oggiam e Yasser Díaz.
o que é o coro. coro (estreia)
Marcela Levi e Lucía Russo, concepção, direção e desenho de som
Martim Gueller, cocriação do desenho de som e pianista convidado
Lucas Fonseca, assistente de coreografia
Laura Salerno, desenho de luz
Camila Schmidt, cenografia
Levi e Russo em colaboração com João Victor Cavalcante, figurino
André Omote, sonorização
Performance e cocriação: Alyne Mach, Ana Beatriz Nunes, Ariany Dâmaso, Bruno Rodrigues, Camila Ribeiro, Carolina Martinelli, Cleber Fantinatti, Erika Ishimaru, Fabiana Ikehara, Fabio Pinheiro, Fernanda Bueno, Grecia Catarina, Harry Gavlar, Isabela Maylart, Jessica Fadul, Leonardo Hoehne Polato, Leonardo Muniz, Leonardo Silveira, Luiz Crepaldi, Luiz Oliveira, Manuel Gomes, Marcel Anselmé, Márcio Filho, Marina Giunti, Marisa Bucoff, Odu Ofá, Rebeca Ferreira, Renata Bardazzi, Reneé Weinstrof, Victor Hugo Vila Nova, Victoria Oggiam e Yasser Díaz.
Mais informações disponíveis no site.
(Fonte: Com Leticia Santos/Theatro Municipal)
A Firma Casa, referência em design autoral no Brasil, completa 30 anos de história em grande estilo. Para celebrar essa trajetória de sucesso, a loja promove uma exposição especial que relembra momentos marcantes e apresenta peças icônicas que marcaram gerações.
Com curadoria de Sonia Diniz Bernardini, reconhecida por seu olhar apurado e capacidade de antecipar tendências, a exposição conta com uma cenografia exclusiva, assinada por Felippe Crescenti, que transporta os visitantes por uma jornada repleta de design, arte e história. Um marco para o design brasileiro.
Desde sua fundação em 1994, a Firma Casa se destacou por apoiar designers brasileiros e valorizar o design autoral. A loja foi uma das primeiras a acreditar no talento dos irmãos Campana e a contribuir para a consolidação do design brasileiro no cenário internacional.
“Celebrar 30 anos da Firma Casa é olhar para uma trajetória que sempre buscou peças que falam por si mesmas. Cada item que trouxemos reflete nossa curadoria cuidadosa e a vontade de oferecer algo que vá além da função – queremos que o design toque, inspire e transforme os ambientes. São três décadas acompanhando as mudanças do mercado e, mais importante, os desejos e sonhos dos nossos clientes”, afirma Sonia Diniz Bernardini.
Exposição imperdível
A exposição, que acontece até o dia 11 de novembro, apresenta uma seleção de peças que marcaram época, além de lançamentos exclusivos e projetos especiais. Os visitantes poderão conferir móveis, objetos de decoração entre outros, que representam a essência da Firma Casa: design atemporal, qualidade e originalidade.
Serviço:
Exposição 30 Anos da Firma Casa
Data: até 11 de novembro de 2024 | Horário comercial
Local: Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1847 – São Paulo/SP.
(Fonte: New image +id comunicação)
No dia 7 de outubro, a equipe do PMP-BS, executado pelo Instituto Argonauta no litoral Norte de SP, celebrou uma etapa importante nas suas ações de reabilitação de fauna marinha com a soltura de oito pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) e um lobo-marinho-sul-americano (Arctocephalus australis), resgatados em praias do Litoral Norte de São Paulo. Os animais passaram por um processo intensivo de reabilitação, nos recintos do CRD em Ubatuba/SP do Instituto Argonauta, sendo realizadas avaliações clínicas veterinárias, exames complementares, tratamento médico especializado, alimentação controlada e protocolos de bem-estar animal visando à recuperação de condições físicas ideais para sobrevivência no meio ambiente.
Antes da soltura foram realizados todos os procedimentos necessários para verificar se estavam aptos ao retorno ao meio ambiente natural. De acordo com a médica veterinária, responsável técnica do Instituto Argonauta, MSc. Raquel Beneton Ferioli, uma bateria de exames e procedimentos foi realizada para essa verificação. “Para ambas as espécies, os animais devem estar nadando ativamente no recinto e manifestar comportamento normal para a espécie, durante todo o período de avaliação. Para os pinguins, além disso, eles devem apresentar impermeabilização total da plumagem e se alimentar espontaneamente no recinto. Exames clínicos e laboratoriais são realizados para atestar a saúde de cada um dos pinguins. Com isso, clinicamente os pacientes estão liberados para soltura”, detalhou.
A soltura foi realizada a aproximadamente 115 km da costa, com o apoio do Laboratório Multiusuário de Monitoramento Oceânico por Satélite – MOceanS do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, responsável pelo mapeamento da posição da Corrente do Brasil. “O lugar escolhido envolve algumas especificidades como a latitude e longitude. Elas são previamente estudadas com o apoio do INPE para que os pinguins encontrem a Corrente Marinha do Brasil com maior facilidade, o que auxiliará no retorno dos animais ao seu habitat”, explica Hugo Gallo Neto, oceanógrafo e presidente do Instituto Argonauta. Contando também com o a empresa Mineral Engenharia e Meio Ambiente, responsável por fornecer a embarcação necessária para o transporte dos animais.
Antes da soltura, os animais são marcados para que seja possível identificá-los caso sejam encontrados novamente. O lobo-marinho recebeu um microchip, uma anilha, e feita a descoloração do pelo (uma outra forma de marcação para essa espécie). Já os pinguins receberam um microchip, cada um. “Os registros de identificação dos animais são importantes no caso de um eventual encalhe, para que outras instituições que trabalham com resgate de fauna marinha possam identificar a origem da soltura, por exemplo. Também podem ser utilizados por pesquisadores que atuem nas colônias da espécie ou em outras áreas e aumentar o conhecimento sobre os deslocamentos que os animais realizam”, comenta a bióloga Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do PMP-BS no Trecho 10 do Instituto Argonauta.
Mais do que uma simples devolução à natureza, a soltura desses animais visa contribuir para a manutenção do equilíbrio ecológico, ampliar o conhecimento sobre os animais marinhos e fortalecer os esforços de conservação marinha do Instituto Argonauta.
Temporada 2024
A temporada dos pinguins-de-magalhães na região teve início em maio deste ano, mas o pico esperado ocorreu entre os meses de julho e agosto. Do total de 371 pinguins atendidos pelo PMP-BS/Instituto Argonauta em diversas praias do litoral norte de São Paulo, aproximadamente 16% chegaram vivos, sendo que destes, a maioria morreu nas primeiras horas do resgate. Ao contrário do que muitos imaginam, essa espécie de pinguim não é polar e, por isso, não está adaptada a baixas temperaturas. Durante a sua jornada migratória, os pinguins-de-magalhães enfrentam diversos desafios e, por esse motivo, muitos indivíduos acabam chegando à região debilitados ou mesmo sem vida.
O lobo-marinho-sul-americano, o único da espécie encontrado nessa temporada, foi resgatado em uma praia de Ilhabela após ser encontrado debilitado, apresentando sinais de desnutrição e exaustão. O resgate foi realizado pela equipe do Instituto Argonauta, que imediatamente encaminhou o animal para o CRD em Ubatuba. Durante o período de reabilitação, o lobo-marinho recebeu cuidados veterinários intensivos, incluindo hidratação, alimentação controlada e exercícios para recuperação de sua força muscular e capacidade de natação.
Risco de extinção – IUCN
De acordo com a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas (em inglês, IUCN Red List ou Red Data List), o pinguim-de-Magalhães está classificado no grupo ‘segura ou pouco preocupante’ (Least Concern – LC ), que é a categoria de risco mais baixo. Espécies abundantes e amplamente distribuídas são incluídas nesta categoria. No entanto, a espécie sofre com os impactos da interação antrópica, a exemplo de outros animais marinhos, causados pela pesca, os efeitos das mudanças climáticas e alterações no ambiente marinho.
O Instituto Argonauta reabilita pinguins desde o ano de 2012 em continuidade ao trabalho de reabilitação realizado pelo Aquário de Ubatuba desde 1996, tendo resgatado diversos pinguins-de magalhães nos anos em que os mesmos estiveram presentes na costa de nossa região. O lobo-marinho-sul-americano, classificado como ‘segura ou pouco preocupante’ – (Least Concern – LC) pela Lista Vermelha da IUCN, ainda enfrenta ameaças em seu habitat natural, como a captura acidental em atividades pesqueiras e a degradação do ambiente costeiro. Sua recuperação e retorno ao mar são importantes tanto para a manutenção da saúde da espécie quanto para o equilíbrio ecológico das regiões que esses animais habitam.
Sobre o Instituto Argonauta | O @institutoargonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba (@aquariodeubatuba.oficial) e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O Instituto tem como objetivo a conservação do Meio Ambiente, em especial dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, dentre outras atividades.
Sobre o PMP-BS
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Argonauta monitora o Trecho 10, compreendido entre São Sebastião e Ubatuba.
Para mais informações sobre o PMP-BS, consulte www.comunicabaciadesantos.com.br. Seja um Argonauta. Venha conhecer o Museu da Vida Marinha @museudavidamarinha, na Avenida Governador Abreu Sodré, 1067 – Perequê-Açu, Ubatuba/SP, aberto diariamente.
Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelo telefone 0800-642-3341 (horário comercial). Também é possível baixar gratuitamente o aplicativo Argonauta, disponível para os sistemas operacionais iOS (APP Store) e Android (Play Store). No aplicativo, o internauta pode informar ocorrências de animais marinhos debilitados ou mortos em sua região, bem como informar ainda problemas ambientais nas praias, para que a equipe do Argonauta encaminhe a denúncia para os órgãos competentes.
Conheça mais sobre o trabalho em www.institutoargonauta.org,
www.facebook.com/InstitutoArgonauta e Instagram: @institutoargonauta.
(Fonte: Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha)
As boas práticas em responsabilidade e sustentabilidade de 14 destinos brasileiros foram premiadas pela prestigiada organização holandesa Green Destinations. O concurso anual Top 100 Stories, que acontece desde 2014, elegeu soluções inovadoras e responsáveis para superar desafios na gestão turística com ênfase em áreas como educação, preservação ambiental e inclusão social. A edição 2024 contou com mais de 190 histórias inscritas de 90 países.
O resultado foi divulgado nesta terça-feira (15), durante evento online da Conferência Global Green Destinations 2024. Dentre os 100 vencedores em todo o mundo estão seis destinos de Santa Catarina – Bom Jardim da Serra, Bombinhas, Itá, Penha, Rota do Enxaimel e Treze Tílias –, três do Rio Grande do Norte – Santa Cruz, São Miguel do Gostoso e Tibau do Sul – e três de Pernambuco – Fernando de Noronha, Sirinhaém e Tamandaré –, além de Barão de Cocais (MG) e Bodoquena (MS). É o melhor desempenho do Brasil, superando 2022, quando tivemos 10 premiados.
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, comemorou o resultado do concurso e destacou o reconhecimento do Brasil como uma referência em sustentabilidade no turismo. “O turismo é um instrumento importante para a construção de um mundo mais responsável e sustentável e o governo do presidente Lula tem atuado, em parceria com os estados e municípios, nesse processo de qualificação dos nossos destinos. Estamos promovendo um turismo sustentável, que se preocupa com o meio ambiente, a cultura local e a geração de emprego e renda para as comunidades”, declarou Freixo.
O reconhecimento global é uma oportunidade para que os destinos compartilhem suas histórias de sucesso. Com foco na preservação ambiental, o projeto Noronha Plástico Zero, em Fernando de Noronha (PE), visa eliminar o plástico descartável e promover a conscientização ambiental na ilha, assim como a parceria entre os Parques Eco Serrana e Serra da Bodoquena, em Bodoquena (MS), que trabalha para expandir o ecoturismo e promover ações de preservação na região.
Por outro lado, a união de comunidades para o desenvolvimento local e geração de emprego e renda também vão inspirar outros municípios. Em Penha (SC), o circuito de trilhas Caminhos do Pescador conecta turistas à história dos pescadores locais, enquanto os festivais da Quitanda e da Goiaba, em Barão de Cocais (MG), celebra a tradição das quitandas mineiras e a Feira Agroecológica e de Economia Solidária de São Miguel do Gostoso (RN) promove a agricultura e o artesanato, além do empoderamento de mulheres.
Para Rodrigo Cidade, diretor superintendente do Instituto de Desenvolvimento Econômico Local (Idel), criado pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), esse reconhecimento é um marco histórico. “Ver 14 destinos brasileiros no TOP 100 Stories é uma declaração poderosa de que o Brasil é a vanguarda do turismo sustentável. O trabalho realizado por cada um desses locais é uma prova viva de que podemos liderar o caminho para um futuro mais consciente, onde o turismo serve não apenas ao visitante, mas também à nossa terra e às nossas comunidades”, afirmou.
Mais prêmio
Além da importante visibilidade internacional por suas iniciativas, os 14 destinos brasileiros que integram o Top 100 Stories irão concorrer ao cobiçado Green Destinations Stories Awards. A premiação será na ITB Berlin 2025, a maior feira de turismo do mundo, em Berlim, na Alemanha.
Em 2023, nove destinos brasileiros entraram para o TOP 100 Stories, rendendo ao município de Tibau do Sul (RN) o 1º lugar na 10ª edição da Green Destinations Story Awards, na categoria Comunidades Prósperas. A história O Sorriso das Ostras, sobre a criação da Associação dos Produtores de Ostras do Rio Grande do Norte (Aproostras), deu destaque ao destino.
Avaliação e critérios | Para participar do concurso, os municípios inscrevem suas histórias de boas práticas para o desenvolvimento de um turismo mais sustentável e responsável. Os destinos passam por uma avaliação onde são analisados de 15 a 30 critérios essenciais de sustentabilidade, seguindo as diretrizes do Conselho Global de Turismo Sustentável (GSTC) e devem alcançar uma conformidade mínima de 60% com os critérios. Após o concurso, os participantes recebem um relatório detalhado, destacando seus pontos fortes e áreas de melhoria.
Sobre a Green Destinations | Fundada em 2014, a Green Destinations apoia destinos e empresas a adotarem práticas mais responsáveis por meio de um programa abrangente de certificação, relatórios de avaliação e ferramentas de suporte. No Brasil, o Instituto DEL é o parceiro responsável pela operação desse programa e pela promoção do turismo sustentável no país.
(Fonte: Assessoria de imprensa Embratur)