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Brasil
A exposição ‘Territórios’, da artista visual Marcia Gadioli, estará em cartaz no Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas a partir do dia 19 de outubro e ficará aberta ao público até o dia 31. A mostra reúne cerca de 70 obras que refletem a produção dos últimos 10 anos da artista explorando temáticas relacionadas à paisagem urbana e suas transformações. A expografia, planejada pelo arquiteto Marcelo Salles, desempenhou um papel central na adequação das obras ao espaço físico do museu, criando uma interação entre as peças e o ambiente.
Na abertura da exposição, o público poderá participar de uma conversa aberta com Marcelo Salles no MIS, onde o arquiteto discutirá as decisões expográficas e o impacto do espaço na apresentação das obras. O evento é gratuito e acontece às 11h. Já no encerramento da exposição, a artista Marcia Gadioli estará presente para uma troca de ideias sobre o processo criativo por trás de sua obra, também em conversa aberta.
Territórios foi premiada pelo edital ProAC e encerra sua circulação em Campinas, após passar por outros importantes espaços culturais como o Centro Cultural Correios e a Pinacoteca de São Bernardo do Campo. A mostra apresenta obras em diferentes suportes, como vídeos, fotografias analógicas e livros de artista trazendo uma variedade de técnicas que refletem as experimentações da artista com processos fotográficos alternativos.
A exposição fica aberta ao público de terça a sábado com horários variados. O MIS oferece visitas guiadas para grupos em horários específicos e as conversas com o arquiteto e a artista representam uma oportunidade para o público se engajar mais profundamente com o conteúdo e os processos envolvidos na mostra.
Serviço:
Exposição Territórios
Data: 19 a 31 de outubro | terça a sexta-feira, das 12h às 18h30 | sábado, das 11h às 18h30
Local: Museu da Imagem e do Som
Endereço: Rua Regente Feijó, 859, Centro, Campinas (SP)
Entrada gratuita.
(Fonte: Com Maria Finetto/Prefeitura de Campinas)
A Festa do Sairé, realizada anualmente em setembro no Distrito de Alter do Chão, município de Santarém, no Pará, foi oficialmente reconhecida como uma manifestação da cultura nacional. O projeto de Lei nº 1765, de 2024, foi sancionado nesta terça-feira (15) no Palácio do Planalto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A lei, de autoria do deputado José Priante, destaca a relevância da expressão artística e religiosa na identidade brasileira.
Repleta de simbolismo, a Festa é marcada por procissões, missas e outras atividades católicas que atraem centenas de fiéis para louvar o Divino Espírito Santo. Segundo historiadores, a festividade foi introduzida na Amazônia durante as missões evangelizadoras dos padres jesuítas no fim do século 17. Um dos elementos mais simbólicos da celebração é o Arco do Sairé, que remete a um escudo português, representando a influência da colonização e a devoção ao Divino Espírito Santo. “A festa do Sairé é um momento muito específico e importante para o norte do país, em especial na região dos rios, onde você tem elementos da cultura religiosa ao lado da cultura profana. E mais do que festejar o seu tombamento, é, também, festejar a valorização desses elementos para a sociedade brasileira”, enfatiza o historiador Michel Pinho.
Atualmente, cinco dias antes do início da festa é realizada a tradicional busca dos mastros, que consiste na retirada de dois troncos de árvore da floresta. Após uma procissão fluvial, os mastros eles na praia do Cajueiro, em Alter do Chão, onde ficam até a abertura oficial do evento.
No dia em que as festividades começam, os mastros são conduzidos em procissão até a Praça do Sairé. Durante o cortejo religioso, um capitão lidera o grupo como se estivesse a bordo de uma arca. Outros personagens importantes são a juíza, o juiz, procuradores, mordomos, o grupo musical, alferes e saraipora.
Para Aíla, multiartista do estado do Pará, as manifestações da Região Norte são parte fundamental da cultura brasileira. “Ver o Sairé diretamente de Santarém, do Pará, neste posto de reconhecimento, é bonito demais. As Amazônias são 60% do território do país. Precisamos cada vez mais ecoar a riqueza do nosso território”, celebra a artista.
(Fonte: Com Sheila de Oliveira/MinC)
A Galatea Salvador estreia no dia 17 de outubro a exposição Mucki Botkay: janelas imaginárias, maior individual apresentada pela artista. A mostra reúne um conjunto de 17 telas inspiradas na exuberância das paisagens naturais do litoral do Rio de Janeiro e da Bahia, segundo lar de Mucki há mais de vinte anos. As obras aguçam não só a visão, mas também o tato, pelo movimento e textura alcançados através dos bordados com as contas de vidro. O texto crítico é assinado pelo jornalista e curador Leonel Kaz, que acompanhou a produção da artista nos últimos anos.
Mucki traz para a sua pintura com miçangas formas e cores presentes em diversos ecossistemas dentro da Mata Atlântica, como manguezais, lagunas e restingas. Criando composições que por vezes remetem a mestres da tapeçaria, como Genaro de Carvalho e Roberto Burle Marx, ela não só reencena a natureza, como também estica a figuração de modo a flertar com abstração.
Em uma espécie de zoom in, a artista vai ao detalhe da paisagem, depurando-a até de repente tornar o real abstrato. Essa decomposição da natureza em formas e cores é um convite à contemplação e à imaginação de um universo vivo e abundante. Por isso as obras de Mucki são como janelas imaginárias, título de sua individual.
Ademais, a criação do trabalho da artista conta com a colaboração de um coletivo de bordadeiras de Ilhéus e do Rio de Janeiro que dão forma final às obras e com quem a artista reparte os resultados. São obras que geram renda para mulheres artesãs advindas de contextos sociais vulneráveis e que se tornam parceiras em tornar real a sua imaginação.
Sobre seu processo criativo, Botkay diz: “Não existe forma concreta de como vou criar meu trabalho, pois é uma surpresa para mim. Basicamente, minha inspiração vem da natureza, onde eu costumo frequentar as matas em que eu fotografo às vezes uma pequena folha ou uma árvore enorme e vou pegando esse arquivo de ideias. Eu começo num desenho e vão entrando as camadas e as sobreposições de como vejo a natureza. Remodelo ele inteiro com uma caneta de ponta fina para evitar uma visão errada das cores, para surgir uma divisão que é muito importante na criação. Dou as cores que eu estou usando para cada espaço e com isso me facilita na hora da seleção do material que vai para os artesãos. É um processo que demanda paciência, mas que vale a pena quando está concluído”.
O curador Leonel Kaz, que assina o texto crítico, comenta que “há anos, visitei no Centre Pompidou, em Paris, uma exposição de Ghada Amer, artista egípcia renomada que foi uma das pioneiras da arte contemporânea com bordados, fibras tingidas e incrustações têxteis. Era uma pintura e não era. Era uma escultura na parede e não era. Era, apenas, o que deveria ser: um bordado que superava o artesanato contido em si mesmo e ganhava foros de grande arte. O mesmo ocorre no caso de Mucki. Há décadas, ela se debruça sobre panos. Nos panos, criou cores. Sobre as cores, refez caminhos, trajetórias, pontos e pespontos. Agora, com miçangas, cria uma forma nova, singular. Afinal, a função do artista não é a de criar algo fora do banal para acrescentar ao mundo o que ainda não foi visto? É o que ela consegue fazer com as telas bordadas, em que os fios invisíveis sustentam miçangas que fazem brotar uma paleta de cores diante de nossos olhos. A obra de Mucki reverbera o que a mata tem a dizer.”
Sobre a artista
Mucki Botkay (Rio de Janeiro, 1958) sempre buscou a cor. Após cursar, ao fim da década de 1970, artes decorativas na École Supérieure des Ensembliers, em Genebra, volta ao Brasil e explora as cores inicialmente no campo da moda e dos utilitários. Trabalha com diversos estilistas e funda a sua própria marca até que decide mergulhar na criação de obras de arte. O trabalho com estamparia evolui, então, para composições a partir do tingimento e da costura de recortes de tecido sobre tela. A entrada do bordado em sua obra abriu espaço, por sua vez, para os experimentos com miçangas, que resultaram no estágio atual da sua produção. O curador Leonel Kaz identifica a prática de Mucki, hoje, como uma pintura feita não por meio do pincel, mas por meio das miçangas de vidro que são tingidas de acordo com a paleta da própria artista.
Por meio de colaborações com bordadeiras da cidade do Rio de Janeiro e de Ilhéus, na Bahia, suas obras não só celebram a cultura e arte local, como também proporcionam o empoderamento de uma rede de mulheres em situação de vulnerabilidade social ao gerar uma fonte adicional de renda para as suas famílias. Assim, além de ser um trabalho repleto de memórias afetivas, que captura a riqueza cultural e natural brasileira, ele combina arte e impacto social oferecendo a oportunidade de crescimento econômico para mulheres talentosas provenientes de contextos vulneráveis.
Sobre a Galatea
A Galatea é uma galeria que surge a partir das diferentes e complementares trajetórias e vivências de seus sócios-fundadores: Antonia Bergamin esteve à frente por quase uma década como sócia-diretora de uma galeria de grande porte em São Paulo; Conrado Mesquita é marchand e colecionador, especializado em descobrir grandes obras em lugares improváveis; e Tomás Toledo é curador e contribuiu ativamente para a histórica renovação institucional do MASP, de onde saiu em 2022 como curador-chefe.
Tendo a arte brasileira moderna e contemporânea como foco principal, a Galatea trabalha e comercializa tanto nomes já consagrados do cenário artístico nacional quanto novos talentos da arte contemporânea, além de promover o resgate de artistas históricos. Tal amplitude temporal reflete e articula os pilares conceituais do programa da galeria: ser um ponto de fomento e convergência entre culturas, temporalidades, estilos e gêneros distintos, gerando uma rica fricção entre o antigo e o novo, o canônico e o não-canônico, o erudito e o informal.
Além dessas conexões propostas, a galeria também aposta na relação entre artistas, colecionadores, instituições e galeristas. De um lado, o cuidado no processo de pesquisa, o respeito ao tempo criativo e o incentivo do desenvolvimento profissional do artista com acompanhamento curatorial. Do outro, a escuta e a transparência constante nas relações comerciais. Ao estreitar laços, com um olhar sensível ao que é importante para cada um, Galatea enaltece as relações que se criam em torno da arte — porque acredita que fazer isso também é enaltecer a arte em si.
Nesse sentido, partindo da ideia de relação é que surge o nome da galeria, tomado emprestado do mito grego de Pigmaleão e Galatea. Este mito narra a história do artista Pigmaleão, que ao esculpir em marfim Galatea, uma figura feminina, apaixona-se por sua própria obra e passa a adorá-la. A deusa Afrodite, comovida por tal devoção, transforma a estátua em uma mulher de carne e osso para que criador e criatura possam, enfim, viver uma relação verdadeira.
Serviço:
Exposição Mucki Botkay: janelas imaginárias
Local: Galatea Salvador
Endereço: R. Chile, 22 – Centro, Salvador – BA
Abertura: 17 de outubro, 18h às 21h
Período expositivo: 17 de outubro de 2024 a 16 de janeiro de 2025
Horário de funcionamento: terça – quinta, 10 às 19h / sexta, 10h às 18h / sábado, 11h às 15h
Mais informações: https://www.galatea.art/.
(Fonte: Com Edgard França/A4&Holofote Comunicação)
Sob o pulsar de veias abertas, a Galeria Raquel Arnaud recebe, a partir de 7 de novembro, o projeto ‘Os ventos do norte não movem moinhos’ da artista Geórgia Kyriakakis. Com texto crítico de Paula Borghi, a mostra traz obras que suscitam reflexões sobre a cultura, a história e a herança social do processo colonizador na América Latina.
Inspirada pela canção ‘Sangue Latino’, composta em 1973 por Paulinho Mendonça e João Ricardo e eternizada pela banda Secos e Molhados, a artista propõe uma visão ampliada da América Latina, que ultrapassa conceitos geográficos e contrapõe à influência cultural norte-americana. “O que chamamos de América Latina é um tipo de regionalização que considera os idiomas falados, os processos históricos de colonização e exploração, as desigualdades sociais e as origens indígenas ancestrais, entre outros fatores. Os ‘ventos do norte’ mencionados na canção são uma alusão direta às forças imperialistas do norte global, que resultam em opressão e espoliação de recursos naturais e sociais presentes na história da região. Essas forças ‘não movem moinhos’, promovem o subdesenvolvimento inexorável da América Latina”, explica Geórgia.
Composta por esculturas, desenhos, instalações e ações colaborativas, a exposição ocupa todo o espaço da galeria. No piso térreo estão duas séries de desenhos inspirados na história da cidade de Chuquicamata, no Chile, abandonada devido à poluição do ar e à contaminação causada pela exploração de cobre na região. Na parede principal, a artista apresenta Veias Abertas, uma extensa faixa de tecidos vermelhos de diferentes formatos e texturas cobrindo toda a metade inferior da parede. São quase 20 metros de tecidos sobrepostos dispostos de modo a representar a divisão geográfica entre norte e sul. Esses tecidos trazem recortes de trechos da música Sangue Latino: “minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos, meu sangue latino, minha’alma cativa”. Ainda no térreo, outra frase da mesma canção inspira a criação das três esculturas chamadas Lança ao espaço, compostas por 15 lanças de madeira torneada, pontiagudas e encaixadas umas nas outras.
No andar superior, estão expostas ações colaborativas propostas por Kyriakakis em parceria com as artistas Carla Chaim, Aline Langendonck, Isis Gasparini e Vânia Medeiros, desenvolvidas para envolver a participação da equipe da galeria. Exceto Vânia Medeiros, todas as demais artistas e também a curadora Paula Borghi foram alunas de Kyriakakis no curso de Artes Visuais da FAAP. O projeto surgiu do desejo da artista de unir sua atuação como artista e professora em uma mesma iniciativa.
Todas as ações estabelecem relações com o tema geral da mostra e foram criadas para uma colaboração inicial com a equipe de trabalho da galeria realizada durante a montagem dos trabalhos. Depois da abertura, o público também poderá interagir com as propostas.
Sobre a Galeria Raquel Arnaud
Criada em 1973 com o nome de Gabinete de Artes Gráficas. Com espaços marcantes assinados por arquitetos como Lina Bo Bardi, Ruy Ohtake e Felippe Crescenti, o Gabinete passou por diferentes endereços, como as avenidas Nove de Julho e Brigadeiro Luís Antônio, além do espaço que havia pertencido ao Subdistrito Comercial de Arte, na Rua Arthur de Azevedo, em Pinheiros, no qual permaneceu de 1992 a 2011.
A Galeria Raquel Arnaud o foco no segmento da abstração geométrica e a atenção especial dada às investigações da arte contemporânea – arte construtiva e cinética, instalações, esculturas, pinturas, desenhos e objetos – perpetuaram a Galeria Raquel Arnaud no Brasil e no exterior tanto por sua coerência como pela contribuição singular para valorização e consolidação da arte brasileira. Para isso, contribuíram de forma fundamental artistas como Amilcar de Castro, Willys de Castro, Lygia Clark, Mira Schendel, Sergio Camargo, Hércules Barsotti, Waltercio Caldas, Iole de Freitas e Arthur Luiz Piza, entre outros.
Atualmente com sede na Rua Fidalga, 125, Vila Madalena, a Galeria Raquel Arnaud representa artistas reconhecidos nacional e internacionalmente – Waltercio Caldas, Carlos Cruz-Díez, Arthur Luiz Piza, Sérvulo Esmeraldo, Iole de Freitas, Maria Carmen Perlingeiro, Carlos Zilio e Tuneu. Os mais jovens atestam a consolidação de novas linguagens contemporâneas – Frida Baranek, Geórgia Kyriakakis, Daniel Feingold, Julio Villani, Célia Euvaldo, Wolfram Ullrich, Elizabeth Jobim, Carla Chaim, Carlos Nunes e Ding Musa.
Raquel Arnaud também fundou o Instituto de Arte Contemporânea (IAC) em 1997, única instituição no Brasil que cataloga documentação de artistas.
Serviço:
Os ventos do norte não movem moinhos
Local: Galeria Raquel Arnaud. Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo – SP
Abertura: 7 de novembro | 19—22h
Período expositivo: até 15 de janeiro de 2025
Horários de visitação: segunda a sexta, das 11h às 19h | sábado, das 11h às 15h
Entrada gratuita
https://www.instagram.com/galeriaraquelarnaud/.
(Fonte: Com Julio Sitto/A4&Holofote Comunicação)
Após o surgimento da Bossa Nova, a moda descobria um novo estilo para chamar de seu em terras tupiniquins – com a informalidade como marca registrada do movimento, os jovens se expressavam de forma minimalista e discreta, porém, moderna. E no ano em que completa 30 da morte de Tom Jobim, ícone do gênero musical, a história desse gênio da música brasileira ganha vida com um espetáculo musical assinado por Nelson Motta e Pedro Brício com visagismo de Anderson Bueno e Simone Momo: Tom Jobim Musical.
Trata-se de uma montagem emocionante que retrata a vida e o legado do maior artista popular do Brasil. O espetáculo, com estreia marcada para o dia 17 de outubro no Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro, viaja desde a icônica praia de Ipanema nos anos 1950 até suas conquistas internacionais em New York, onde ele difundiu a Bossa Nova para o mundo. O musical enaltece sua importância na cultura musical do país e desperta o orgulho de ser brasileiro. Amado por sua música, inteligência e humor, Tom Jobim mostrou ao mundo o melhor do Brasil.
“Retratar pessoas que realmente existiram nos dá um direcionamento e, ao mesmo tempo, não nos deixa sair do óbvio. Principalmente se tratando de uma montagem onde retrata tudo no máximo de originalidade respeitando os estilos de maquiagem e cabelo da época. O João Fonseca [diretor] prima pelo naturalismo, sem exageros”, comenta Anderson Bueno.
Quando se ouve uma batida de Bossa Nova, em qualquer lugar do mundo, imediatamente se imagina o Brasil, suas belezas naturais, seu povo alegre e criativo. Foi a Bossa Nova de Tom Jobim, ao lado de Vinicius de Moraes e João Gilberto, que popularizou nossa musicalidade e levou nossa cultura para todos os cantos do mundo.
“A Bossa Nova faz parte da gente. Acredito que só uma pessoa muito desinformada não saiba um pouco sobre esse movimento que conquistou o mundo. Neste trabalho, eu tenho o talento de Simone Momo, que assina o visagismo comigo. Quando tivemos nossa primeira reunião de criativos, juntamente com a leitura do texto, o João já tinha, basicamente, tudo muito bem desenhado e os personagens definidos. O que nos deixou muito amparados para propor os looks. Sempre alinhando com o departamento de figurinos, assinado pelo Theodoro Cochrane, por conta dos adereços de cabeça”, acrescenta Bueno.
Otávio Müller dá vida a Vinicius de Moraes e sua caracterização impressionou até a viúva do compositor, Gilda Mattoso, segundo informações da revista Ela, do jornal O Globo, “é a terceira vez que me chamam para interpretá-lo, e a primeira que consigo aceitar o convite. Acho que temos um astral, um carioquismo em comum”, comentou o ator na publicação. Ao saber da notícia sobre a semelhança de ambos devido ao visagismo bem elaborado, Anderson Bueno comemorou: “posso dizer que foi emocionante, é quando a gente tem certeza de que está fazendo o trabalho de forma correta, sem ficar caricaturado”.
O musical leva os espectadores a uma jornada cativante através das melodias atemporais e das letras poéticas que definiram uma era. Da criação da icônica Garota de Ipanema aos sucessos internacionais como Desafinado e Wave, cada nota ressoa com a paixão e a genialidade de Jobim. Esta é uma oportunidade única de mergulhar na vida e na magia do universo musical de Tom Jobim.
O ator Elton Towersey protagoniza o espetáculo musical e, para o visagista Anderson Bueno, é um desafio a produção do personagem de Tom Jobim. “Eu acredito que o maior desafio é o processo de envelhecimento dele, pois o papel é feito pelo mesmo ator, desde muito jovem até sua morte. O trabalho dele corporal e como ator é importantíssimo, mas a maquiagem vem para dar uma lapidada, respeitando a naturalidade que o espetáculo exige”.
“Nunca houve nem haverá de novo um compositor como Tom Jobim, que associou sua música maravilhosa para sempre como um símbolo do Brasil, de nossa riqueza e diversidade, de nossa natureza e nosso povo. Estilo, inspiração e muito trabalho duro o levaram ao panteão dos grandes mestres da canção popular do século XX, ao lado de Cole Porter, Gershwin, Irving Berlin, Duke Ellington, Rogers e Hart, Dylan, Stevie Wonder, Lennon e McCartney, Richards e Jagger. Tom Jobim mudou o rumo e ritmo da música do mundo, tornou-a mais leve, solar e melodiosa, Garota de Ipanema e Águas de Março estão entre os maiores hits mundiais de todos os tempos, gravadas pelos maiores intérpretes do nosso tempo”, comentou Nelson Motta.
“O musical atravessa algumas décadas: 50/60/70 até os 80. A maquiagem tem algumas pequenas mudanças, mas isso fica muito mais claro pelos seus personagens e, no caso dos homens, pelo corte de cabelo. Se falarmos dos anos 50, as mulheres usavam sobrancelhas mais arqueadas, delineador e muita máscara para cílios para valorizar o olhar. E, claro, um batom vermelho. Já nos anos 60 o batom passa ter tons mais pastéis, olhos ainda mais marcados por sombras coloridas, côncavo com um cut crease e, claro, um delineador gatinho. Nos anos 70, a pele passa a ter um look mais natural, quase bronzeada, mas com um leve brilho e sombras vibrantes. Nos anos 80 a maquiagem era puro excesso. Sombras coloridas, blush bem marcado, lábios vibrantes e sobrancelhas grossas, porém, lembre-se que boa parte do espetáculo se passa no Rio de Janeiro, onde as mulheres sempre optaram por um visual mais limpo, sem exageros. No melhor estilo ‘garota de Ipanema’”, explica Bueno sobre o processo de maquiagem do espetáculo.
“Descendente musical de Dorival Caymmi e Ary Barroso com Debussy, Ravel e Cole Porter, não há um só entre os gigantes da música brasileira, Chico, Caetano, Gil, Milton, Edu Lobo, Paulinho da Viola, João Bosco, que não tenha bebido em sua generosa fonte. A parte mais difícil de transformar sua vida e obra em um musical de teatro é a qualidade de suas músicas – como escolher apenas 30? O certo é que nenhum musical da Broadway teve, tem ou terá um score musical à altura do maestro soberano Tom Jobim”, finaliza Nelson Motta.
A superprodução conta com 27 atores e 15 músicos, texto de Nelson Motta e Pedro Brício, direção de João Fonseca e direção musical de Thiago Gimenes.
(Fonte: Com Paulo Sanseverino/MKT Pepper)