Sucen, que monitorava o comportamento do inseto no Estado, foi extinta em 2020 e seus laboratórios, até hoje, não foram incluídos na organização administrativa do Estado, comprometendo pesquisas e controle de doenças
São Paulo
A Mostra Jazz Campinas, que este ano acontece de 2 a 5/9, traz pelo sétimo ano consecutivo uma programação repleta de shows, workshops e mesas de debates, tudo em formato online para o público devido à pandemia. Serão 12 apresentações musicais ao vivo, envolvendo 41 músicos e 12 DJs com performances jazzy ao vivo, além de 5 workshops e 2 mesas de debates. Nesta edição, a Mostra Jazz acontece em duas partes: a Mostra em Casa, na quinta e sexta-feira (2 e 3/9), com atividades e shows online direto da casa ou estúdio de cada artista, localizados em diversas partes do país e do mundo, e o Palco Mostra, no sábado e domingo (4 e 5/9), com transmissão ao vivo de shows direto dos palcos montados no Centro Cultural Casarão, em Campinas/SP, seguindo todas as medidas de segurança.
Entre os destaques este ano, estão o ex-integrante do Sambalanço Trio Aluízio Pontes (foi substituto do grande César Camargo Mariano no trio) e, também, a apresentação do 678 Trio, formado por três grandes músicos que têm reconhecimento internacional: os pianistas Aluízio Pontes e Marcos Pontes Caixote e o percussionista/baterista João Parahyba. Outro destaque será o show D’Elia, Matsuda & Saggiorato convidam Rubinho Antunes, no domingo 5/9, com nomes importantes da música instrumental, como Pepa D’Elia, Ricardo Matsuda, Ronaldo Saggiorato e Daniel D’Alcantara, entre outros shows (confira no site a programação completa) .
Este ano a Mostra Jazz traz também em sua programação onze DJs tocando live sets jazzy, incluindo atrações internacionais como Sam Tweaks, da Inglaterra, DJ Center, dos EUA e Babeefunk, do Japão. A Mostra traz também workshops de instrumentos (veja no site informações sobre inscrições) e as mesas de debates Cultura em tempos pandêmicos: políticas e ações culturais durante a pandemia e Resistências no Jazz: formas de protesto na música afro-americana e seus desdobramentos.
Sobre a Mostra Jazz Campinas | Desde 2015 acontece anualmente a Mostra Jazz Campinas, um grande encontro de artistas do cenário instrumental da cidade de Campinas/SP e região aberto ao público e produzido pela Zumbido Cultural, realizado com muita paixão pela arte, cultura, produção e vontade de ver os cantos da cidade recheados de música fora do circuito comercial em busca da ampliação dos horizontes, da difusão da arte e de possibilitar diferentes camadas da sociedade o acesso ao jazz e suas vertentes, mostrando na prática que este estilo não é elitista ou exclusivo de apenas uma parte da sociedade, mas que sim, arte é de todos e para todos.
A cada ano, a Mostra acontece graças aos recursos que consegue alcançar com parceiros e apoiadores. Este ano, pela primeira vez, será realizada com patrocínio de lei de incentivo, premiada pelo ProAC – Lei Aldir Blanc. E a Mostra acontece a cada ano, se adaptando aos seus recursos e às condições atuais; de 2015 a 2019, realizada presencialmente, tomando cantos, praças, ruas, bares da cidade e, em 2020, sendo realizada toda de maneira remota, com transmissões online com todos em suas casas, respeitando as orientações da OMS e SUS.
Serviço:
VII Mostra Jazz Campinas
De 2 a 5 de setembro de 2021
Programação gratuita o dia todo
Mostra em Casa
2 e 3/9 com DJs, Workshops e Mesas
Palco Mostra
4 e 5/9
Apresentações musicais ao vivo (transmitidas pelo YouTube, sem público presencial)
Transmissão online ao vivo em: www.youtube.com/mostrajazzcampinas
Programação e outras informações em: www.mostrajazzcampinas.art.br
Mostra em Casa (2 e 3/9) com DJs, workshops e mesas.
(Fonte: Marina Franco Assessoria de Imprensa)
O Teatro Castro Mendes, em Campinas, recebe na sexta-feira, 3 de setembro, o espetáculo Devaneio – Sinfonia a Três – Piano. O evento será transmitido, a partir das 16h, pelo Youtube da companhia (https://www.youtube.com/user/cesarossiterra). No mesmo dia, às 17h30, haverá oficina de palhaçaria e comicidade física, também virtual. É preciso fazer inscrição por meio do link https://forms.gle/6wjsogjq4ieZp42W6. A realização é da Companhia Cia. Tempo Cyr Wheel, por meio do Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e ProACLab, Lei Aldir Blanc com apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campinas.
O espetáculo faz parte de uma trilogia de espetáculos abordando a sonoridade e ritmos musicais provenientes dos instrumentos de corda. O primeiro espetáculo da trilogia, que teve sua estreia no ano de 2018, se chama Devaneio – Sinfonia a Três – Violino.
No espetáculo Devaneio sinfonia a três: um soneto para piano e circo, o público verá um espetáculo de circo, com imagens do imaginário de um homem que escuta os ruídos de pássaros. Um homem anda pelo espaço com sua máquina de escrever. Ele escuta o som dos pássaros, olha no espaço procurando para ver se os encontra em algum lugar, mas ele não os vê. Aquele som de pássaros o inspira a escrever; sentado em uma cadeira, ele vai datilografando um poema, poema que se transforma em imagens. Seu devaneio se materializa com sua escrita, que vai se transformando em música.
O piano começa a tocar suavemente criando uma música com a máquina de escrever, um homem com uma máscara de pássaro surge no espaço, ele é a imagem do escritor. Ele começa a andar e andar pelo palco, até que a caminha vira uma corrida e esse corpo que corre começa a dançar, a preencher o espaço com sua coreografia. A partir desse momento, as imagens que estavam dentro da cabeça do escritor tomam conta do espaço; seus devaneios, desejos se manteriam através dos números circenses.
Oficina | Na Oficina de Palhaçaria e Comicidade Física serão abordados os pontos que compõem o universo da palhaçaria, com temas como técnicas corporais, a comicidade física e entradas clássicas de palhaço e com exercícios de percepção espacial, temporal e coordenação, além de exercícios em duplas para ampliar o repertório de práticas acrobáticas e reprises clássicas de palhaço.
No elenco, Ronaldo Aguiar, Cesar Rossi e Rodrigo Zanettini. A direção é de Ronaldo Aguiar. Mais informações nos canais da Cia Tempo:
Site: http://www.ciatempo.com/
Instagram: https://www.instagram.com/ciatempo/?hl=pt-br
Facebook: https://www.facebook.com/ciatempo.
(Fonte: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura de Campinas)
No dia 9 de setembro, o Paço Imperial inaugura a exposição O Som do Tempo ou tudo que se dá a ouvir, com uma grande instalação inédita da artista carioca Ursula Tautz com curadoria de Ivair Reinaldim.
Resultado de cinco anos de pesquisa, a instalação aborda o tempo e a memória. Composta por nove toneladas de terra negra em formato de pirâmide, que soterram uma cadeira com braços e alto espaldar, além de areia dourada e badalos de sinos, a instalação de dois metros de altura é envolta por três filmes que são projetados pelo ambiente. Por meio de uma obra imersiva integrada ao espaço e ao entorno, cada visitante terá uma experiência única na mostra, que irá se transformar ao longo do tempo, com o germinar da terra que integra a instalação. Um desdobramento do trabalho será apresentado na ArtRio, de 8 a 12 de setembro. “A exposição nos trará a oportunidade de presenciar não apenas um trabalho instalativo de arte contemporânea, mas a apreensão de uma experiência singular de montagem de imagens, sons e tempos, num jogo entre memórias pessoais e coletivas, realidade e ficção. Para além do visual ou do sonoro, a mostra é uma experiência para o corpo – um convite para a vivência não virtualizada do mundo”, afirma o curador Ivair Reinaldim.
A exposição tem uma forte carga histórica e foi pensada especialmente para o Paço Imperial, palco de importantes acontecimentos da história do Brasil, como o Dia do Fico, a Abolição da Escravidão e a Proclamação da Independência do Brasil. “A obra tem relação com o nosso País. O trono soterrado pela terra faz alusão à colonização. E, após a pandemia da Covid-19, não foi mais possível desvincular o monte de terra das cenas que vimos todos os dias em consequência das inúmeras mortes causadas pelo vírus. Mas a terra é forte, preta e fértil, enquanto a areia dourada é uma referência às nossas riquezas, revelando a dicotomia do nosso país”, conta a artista Ursula Tautz.
Sobre a montanha de terra, estarão diversos badalos de sinos quebrados – “badalos mudos, parados, que trazem memórias de um tempo congelado, uma tentativa de unir passado e presente”, diz a artista. No entanto, é possível ouvir, de dentro do Paço Imperial, o badalar dos sinos das diversas igrejas ao seu redor, que marcam as horas. O som destes sinos estará sincronizado com os filmes, comandando sua projeção. Quando as badaladas que marcam a meia hora tocarem, os filmes serão paralisados. Quando as badaladas das horas inteiras tocarem, os filmes apagarão e retornarão após o término das badaladas, repetindo o processo ao longo de todo o dia. “São vários tempos conversando ao mesmo tempo: o tempo do agora, marcado pelas badaladas dos sinos, o tempo passado dos filmes, o tempo histórico do Paço Imperial e das igrejas. São diversas maneiras de ver e sentir e cada um terá uma experiência única, particular”, diz a artista, cuja intenção foi criar um ambiente imersivo para os visitantes. “Estamos tão saturados de imagens que a arte tem que te capturar, te transportar para outro lugar”, ressalta.
Os filmes têm a exata duração do tempo que o Paço Imperial fica aberto diariamente – seis horas. Desta forma, cada visitante terá uma experiência distinta. “Ou ele verá um trecho diferente do filme ou não verá imagem nenhuma; ficará apenas diante do grande soterramento com seus cheiros e texturas”, diz a artista. Além disso, a instalação irá se transformar durante o período da exposição. Da terra negra, que é fértil, com certeza germinarão plantas.
“Trata-se de uma instalação impossível de ser narrada e/ou fotografada na sua totalidade, uma vez que nem relatos nem registros são capazes de dar conta das sequências e simultaneidades promovidas pela vivência da matéria, sons e visualidades no ambiente expositivo – fragmentos que, em conjunto, extrapolam aquilo que separadamente evocam”, diz o curador.
Filmes sobre memória | Projetados na parede ao redor da instalação, estarão três vídeos produzidos pela artista, que falam sobre memória, sobre diferentes memórias. No primeiro, estão imagens da viagem da artista para a Polônia, onde foi à cidade da avó materna, Uldersdorf an der Biele, aldeia alemã localizada na baixa Silésia, que hoje não existe mais, pois o território foi devolvido à Polônia após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Neste filme estão diversos tipos de memória: a que ela ouviu e testemunhou da avó alemã, a memória do local e dos moradores, além de imagens da viagem que a mãe dela fez 20 anos antes para o mesmo lugar.
No segundo filme, também na Polônia, está a imagem de um estábulo onde passarinhos fizeram seus ninhos e que se relaciona arquitetonicamente com o Terreirinho (espaço no Paço Imperial onde a exposição será apresentada). “São imagens de um transe – os pássaros voando, os sinos tocando, pois quando visitei a cidade era feriado de Corpus Christi e os sinos estavam por todos os lados, nos conventos, nas igrejas, nas procissões e nas ruas”, conta Ursula Tautz.
O terceiro tem como base o filme No Paiz das Amazonas, de Silvino Santos, com imagens da cidade de Manaus no início do século XX. Ele foi o primeiro cinegrafista brasileiro e fez o filme para os seringueiros com o objetivo de livrá-los de acusações de extermínio étnico. Mesmo filmando uma realidade “maquiada”, é uma documentação fundamental, que, aos olhos de hoje, causa indignação. Para a exposição, este filme foi mesclado a vídeos enviados por 18 artistas com imagens oníricas, a fim de se construir uma memória coletiva. “É como se fosse um sonho, com diversas imagens que não necessariamente têm relação umas com as outras, mas que me ajudam a construir uma memória de minha avó manauara, sobre a qual eu nada sei”, afirma a artista. Os artistas que participam do filme são Analu Cunha, Ariana Schrank, Bel Lobo, Bianca Madruga, Carlos Vergara, Claudia Lundgren, Denise Adams, Jozias Benedicto, Juliane Peixoto, Laura Gorski, Letícia Tandeta, Marcos Bonisson, Patrícia Gouvea, Pedro Gandra, Rafael Adorján, Raphael Couto, Renata Solci Cruz e Vitor Mizael.
Cinco anos de pesquisa | Para realizar o projeto, a artista fez uma longa pesquisa, que incluiu a viagem para a Polônia, além de estudos sobre os sinos, sua história, visitação às artesanais fábricas e entrevistas, como, por exemplo, com Manoel dos Sinos, o último sineiro do Rio de Janeiro. “Os sinos são símbolos universais; objetos solenes, marcam as horas, os ofícios e o cotidiano – eles são sinais sonoros de nossa humanidade comum. Os sinos nos acompanham há tempos; eles fazem parte da história humana e de nossos rituais desde o Egito Antigo. Na Idade Média, a Igreja o fixou em suas torres e em nosso cotidiano; os sinos eram marca de poder, controle territorial e celestial; eram vistos como a manifestação concreta da voz de Deus”, escreveu a historiadora Luciana Muniz Sousa no texto que acompanha a exposição.
O Paço Imperial está adaptado às regras sanitárias, com medição de temperatura, uso obrigatório de máscara e monitoramento do fluxo de visitantes em todos os ambientes para garantir o distanciamento social recomendado de dois metros.
ArtRio | Como desdobramento da exposição, a artista apresentará na ArtRio deste ano, de 8 a 12 de setembro, um projeto solo no stand da galeria Fasam, onde apresentará o vídeo Tudo que se dá a ouvir e trabalhos que sintetizam o conceito da exposição no Paço Imperial.
O vídeo traz o registro de uma performance inédita, na qual, vestindo calça e camisa de algodão cru e luvas brancas – em referencia ao filme-propaganda No Paíz das Amazonas, de Silvino Santos – a artista lançará doze badalos de sinos antigos e quebrados (que posteriormente serão expostos no Paço Imperial) contra as paredes do espaço, fazendo toda a caixa metálica ressoar, libertando o som do tempo.
Logo à frente do vídeo estará a memória da performance: a roupa utilizada, um badalo e as luvas. Estarão expostas, ainda, fotografias do filme No Paíz das Amazonas e dois trabalhos compostos por redomas e badalos em diferentes dimensões, areia, cordas e arames dourados, que resumem o conceito desenvolvido.
Sobre a artista | Por proposições multimídia, Ursula Tautz desenvolve experiências artísticas que buscam perverter o tempo cronológico por meio de sua contínua transformação, gerando novas memórias e narrativas. Identidades culturais e históricas são muitas vezes evocadas através do tempo percebido pelo movimento pendular;, seja um som, um balanço ou pelos badalos.
Pesquisando as relações que envolvem o habitar, o pertencer, a artista utiliza a (re) significação do espaço para o desenvolvimento de suas questões. As ocupações tendem ao uso da instalação. Destes trabalhos de grandes dimensões derivam estudos, desenhos, fotografias, objetos, vídeos.
Nos últimos anos, o som vem se apresentando como uma nova forma de experimentação. A artista foi finalista do Prêmio Mercosul das Artes Visuais Fundação Nacional de Arte – Funarte e participou da Siart Bienal 2018 – Bienal Internacional de Arte da Bolívia em La Paz, e da residência artística Echangeur22, que resultou na exposição Mobilité, Immobilité, La Chartreusse, Villeneuve-lez-Avignon, França, além de ter sido selecionada para a Bienal de Bahia Blanca. Suas obras integram o acervo do Museu de Arte do Rio (MAR).
Serviço:
Exposição O Som do Tempo ou tudo que se dá a ouvir, de Ursula Tautz
Abertura: 9 de setembro de 2021, das 12h às 18h
Exposição: até 21 de novembro de 2021
Paço Imperial – Praça XV de Novembro, 48 – Centro – Rio de Janeiro/RJ
Telefone: (21) 2215-2093
De terça a sábado e feriados, das 12h às 18h
Entrada franca
http://amigosdopacoimperial.org.br.
(Fonte: Beatriz Caillaux/Midiarte Comunicação)
A revista britânica Nature, uma das publicações mais respeitadas do mundo, publicou no último dia 17 de agosto um artigo sobre os impactos da abertura da Estrada do Colono, localizada dentro do Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná. Com a chamada Brazilian road proposal threatens famed biodiversity hotspot (Proposta de rodovia brasileira ameaça famoso ponto de biodiversidade – título traduzido), o artigo é assinado pela jornalista Meghie Rodrigues e analisa o Projeto de Lei no. 984/2019.
No artigo, a jornalista descreve que, caso o projeto de lei seja aprovado, será construída uma rodovia na Estrada do Colono, que hoje conta com vegetação nativa (vista de cima, não existe mais a estrada antiga) e conecta cidades ao norte e ao sul em um trecho de 18 quilômetros, entre os municípios de Serranópolis do Iguaçu e Capanema. A matéria também aborda como a abertura irá impactar diretamente na biodiversidade do parque, que abriga mais de 1.600 espécies de animais – incluindo ameaçados em extinção, como as onças e as antas e diversas espécies de pássaros –, além de projetos de pesquisas e ecossistemas preciosos.
A Nature ainda destaca a luta dos ambientalistas e pesquisadores contra a abertura, sob o argumento de que trará, além da poluição do ar, do solo, da água e até do som para o parque, também caçadores ilegais, que podem ameaçar os animais, incluindo o tráfico de onças e outros animais silvestres. A jornalista Meghie Rodrigues ouviu fontes locais, como Ivan Baptiston, chefe do Parque Nacional do Iguaçu entre 2015 e 2020; Carmel Croukamp Davies, diretora do Parque das Aves; Carlos Araújo, ativista ambiental argentino, e pesquisadores como o biólogo Victor Prasniewski, que fez um estudo sobre o impacto de uma estrada em meio à floresta (poluição do ar, solo, água e sonora) para a reprodução de animais que vivem no entorno.
“O fechamento da estrada é questão que transita em julgado pela justiça brasileira; ou seja, aos olhos da Lei, ela não pode ser reaberta. O PL não passa de manobra política que não interessa a ninguém, além de meia dúzia de políticos; do ponto de vista ambiental, é uma catástrofe e, economicamente, não traria nenhum benefício à região. Ao contrário, causaria vergonha internacional, afastando os turistas estrangeiros e fazendo o Parque perder o título de Patrimônio Natural da Humanidade. Quem defende o país não pode deixar isso acontecer”, afirma Angela Kuczach, diretora executiva da rede Pró-UC (Pró Unidade de Conservação da Natureza).
Projeto de Lei teria interesses pessoais para a abertura | A reportagem da Nature também traz que o projeto de lei é patrocinado por Nelsi Coguetto Maria, integrante da Câmara dos Deputados, e argumenta que a mídia local noticiou que sua família potencialmente tem a ganhar com a Estrada do Colono, pois dois de seus filhos são sócios em empresas de construção que poderiam pavimentar a estrada. Um dos argumentos é de que o restabelecimento da rodovia seria uma “solução para um problema logístico do Paraná”.
“O escritório de Coguetto Maria não respondeu às perguntas da Nature sobre isso ou sobre as preocupações dos pesquisadores sobre a estrada. Quando a Câmara dos Deputados aprovou a aceleração do projeto de lei, ele argumentou que o Brasil de hoje é ‘responsável’, tem ‘competência e capacidade para construir uma estrada ecologicamente correta’, ressaltando que a estrada existia como um caminho para caminhadas antes mesmo de o parque ser criado”, alerta o texto da Nature. Estudos históricos, no entanto, refutam essa teoria.
Se aprovada, Lei irá enfraquecer ainda mais a legislação ambiental brasileira | Um ponto importante que o artigo da Nature aborda é o posicionamento do governo brasileiro, que sob a liderança do presidente Jair Bolsonaro, enfraqueceu a proteção das florestas do país em favor dos setores de mineração, extração de madeira e pecuária. Se o projeto de lei for aprovado, irá enfraquecer ainda mais a legislação ambiental brasileira, além de abrir caminhos para a criação de estradas e rodovias em outros parques e unidades de conversação no país.
Se o projeto for aprovado, vira uma lei que estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação – é o que questiona Neucir Szinwelski, professor na Universidade Estadual do Oeste do Paraná. “O que acontecer no Parque Nacional do Iguaçu poderá sim acontecer em outras unidades de conservação. Não há no projeto de lei com limitação a isso e, portanto, a abertura de estradas será baseada apenas na demanda e nos interesses econômicos, pois em termos legais tais procedimentos estão regulamentados. Cabe ressaltar que o projeto foi aprovado com regime de urgência, sem que discussões fossem feitas nas câmaras especiais. Ainda, o que é dito pelo autor do projeto é que após a aprovação é que será discutido o modelo de implantação. Não faz sentido isso. Como podem pensar em aprovar uma lei que não se sabe o que vai estar contido dentro dela”.
Abertura de Estrada do Colono não irá impulsionar o ecoturismo | Sobre os argumentos para a abertura, a matéria da Nature foi enfática ao afirmar que não faz sentido que a rodovia irá potencializar o turismo no Paraná. Para Hélio Secco, secretário geral da Rede Brasileira de Especialista em Ecologia de Transportes e Pesquisador colaborador do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o projeto de lei não tem a intenção de atrair o ecoturismo, sendo que o mesmo já é atraído pelos pontos tradicionais do Parque. Para ele, ainda existe o risco de atropelamento da fauna, uma vez que a estrada será para encurtar distâncias e o volume de veículos pode ser uma ameaça para as espécies locais. “Eu não acredito que o projeto de lei será aprovado. Eu acho que com a pressão organizada pela sociedade civil, institutos de pesquisas e acadêmicos vêm demonstrando por diversos motivos o quão negativo seria esta abertura, que inclusive a própria mídia já vem repercutindo, o que acaba fazendo com que muitos parlamentares tomem uma decisão contrária e evitem se expor neste momento”, comenta o especialista.
Já na visão de Szinwelski, professor na Universidade Estadual do Oeste do Paraná, o projeto sofrerá grande resistência tanto na Câmara quanto no Senado, isso porque há grande pressão do empresariado nacional e dos investidores internacionais para que o projeto seja retirado de pauta e rejeitado. “Enquanto o mundo está ligando suas atividades à conservação da biodiversidade, a proteção e ampliação de florestas, a reestruturação dos habitats naturais, o Brasil parece ir em sentido contrário, com um projeto de lei que modifica a estrutura do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), e faz isso começando pela maior e mais emblemática unidade de conservação: o Parque Nacional do Iguaçu. O projeto visa, literalmente, partir o parque em dois, e abre precedentes para que isso seja feito em qualquer unidade de conservação”, complementa.
Sobre a Estrada do Colono | O Parque Nacional do Iguaçu é conhecido pelas Cataratas do Iguaçu – uma das maiores do mundo. Fundado em 1939, o Parque contém a maior mancha remanescente de Mata Atlântica no sul do Brasil, rica em vegetais e animais, e se estende na costa sudeste do Brasil até a Argentina e o Paraguai. Mas, devido ao aceleramento do desmatamento causado pela urbanização e pelas atividades agrícolas e industriais no século XX, a floresta já perdeu 90% da sua cobertura arbórea. Em 1986, ocorreu o primeiro fechamento da Estrada do Colono, que também foi declarado Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas (Unesco). No mesmo ano, o Ministério Público Federal abriu uma ação civil para fechar a Estrada e, no ano seguinte, uma juíza federal a fechou oficialmente. Em 1997 ocorreu uma reabertura ilegal e, em 2001, a Justiça Federal determinou o fechamento definitivo durante dois anos. Moradores resistiram a entregar a área e a desocupação foi feita pelo Exército, Polícia Federal e o Ibama.
Com o fechamento, alguns moradores locais tentaram abrir a estrada, alegando dificuldades econômicas e a impossibilidade de viajar com eficiência para a área, mas o argumento econômico não se sustenta mais. “Os danos causados à altamente valorizada Mata Atlântica do parque superariam em muito os ganhos econômicos potenciais para as cidades vizinhas”, dizem eles. “Além disso, as espécies protegidas pelo parque são insubstituíveis, acrescentam. O Parque Nacional do Iguaçu é o único local do mundo onde a população de onças está aumentando em vez de diminuir”, cita o texto da Nature.
“Os retrocessos ambientais serão muito severos e o Brasil já deu grandes demonstrações de que não sabe cuidar dos seus recursos naturais e que não sabe tomar decisões ambientais assertivas, ao contrário do que diz o autor do projeto de lei”, finaliza Szinwelski.
Para ler o artigo da Nature na íntegra, clique em https://www.nature.com/articles/d41586-021-02199-x.
Sobre a Rede Pró UC | A Rede Pró-Unidades de Conservação é uma organização não governamental advocacy que busca ampliar sua representatividade e impacto em prol da proteção dos ambientes naturais. A Rede foi fundada em 1998 e atua em todo o território nacional fortalecendo Unidades de Conservação da Natureza juntamente com outras instituições e colaboradores que atuam em defesa das UCs no Brasil. Para mais informações, acesse em http://redeprouc.org.br/.
(Fonte: Jessica Amaral/DePropósito Comunicação de Causas)
“A dança conseguiu motivar meu irmão e eu e nos levar a outras áreas que nos fizeram crescer não só como profissionais, mas como seres humanos. Este livro não fala apenas sobre balé. Ele relata a minha vida, o que me levou a ser essa mulher que, hoje, não tem dúvidas sobre a sua importância, sobre o seu lugar no mundo.” — Há 13 anos, Ingrid Silva saía de Benfica, subúrbio do Rio de Janeiro, para uma das maiores companhias de balé dos Estados Unidos, a Dance Theatre of Harlem, onde hoje ocupa o posto de primeira bailarina. Em A sapatilha que mudou meu mundo, Ingrid divide com o leitor sua trajetória desde que entrou no projeto social que mudaria sua vida até se tornar referência para tantas meninas e mulheres e alçar o destaque de um dos corpos de dança mais importantes do mundo.
Ainda muito jovem, Ingrid praticava natação e outros esportes na Vila Olímpica da Mangueira, que atendia as crianças das comunidades do entorno e, aos 8 anos, conseguiu uma vaga no Dançando pra não dançar, projeto social que leva aulas de balé para as comunidades do Rio de Janeiro, idealizado por Thereza Aguilar. Trocou a natação pelo balé, calçou as sapatilhas e nunca mais as deixou. Sempre incentivada pelo projeto, Ingrid fez audições para outras companhias e chegou a integrar o Centro de Movimento Deborah Colker e o Grupo Corpo.
Bethânia Gomes, primeira mulher negra brasileira a ser primeira bailarina na Dance Theatre of Harlem, visitou o Dançando pra não dançar quando Ingrid tinha 17 anos e a incentivou a fazer um teste para a companhia americana. Ingrid passou para um curso de verão e, ao chegar a Nova Iorque, se deparou com algo que nunca havia vivido no Brasil: a representatividade. “Lembro até hoje da sensação de abrir a porta e ver todos aqueles bailarinos. Pela primeira vez, depois de ter dançado em várias escolas, estava em uma sala de aula que refletia o que eu tanto esperava, foi magnífico!”, comenta. A companhia, fundada em 1969 por Arthur Mitchell, primeiro afro-americano a assumir o posto de bailarino principal do New York City Ballet, é a única companhia no mundo a ter mais bailarinos negros em seu corpo de balé.
Mas mesmo assim, ao entrar para a Dance Theatre of Harlem, Ingrid se deparou com mais um grande problema: a cor da sapatilha. Como o balé nasceu na Europa e foi idealizado predominantemente por pessoas brancas, as sapatilhas rosas sempre foram adotadas como um padrão. Ingrid, então, passou onze anos pintando os próprios calçados até conquistar sapatilhas fabricadas com a cor da sua pele. Um ano após a transformação estrutural que causou, um par das sapatilhas que Ingrid pintava virou peça do Museu Nacional de Arte Africana Smithsonian, nos Estados Unidos.
Ao longo de sua vida, Ingrid venceu obstáculos, sofreu preconceito e narra no livro toda a sua caminhada até aqui. “A dança conseguiu motivar meu irmão e eu e nos levar a outras áreas que nos fizeram crescer não só como profissionais, mas como seres humanos. Este livro não fala apenas sobre balé. Ele relata a minha vida, o que me levou a ser essa mulher que, hoje, não tem dúvidas sobre a sua importância, sobre o seu lugar no mundo. Espero que você possa se redescobrir e se inspirar por meio da minha trajetória”, conta a bailarina.
Sobre a autora | Ingrid Silva começou a estudar dança em um projeto social no Rio de Janeiro e, hoje, é a Primeira Bailarina do Dance Theatre of Harlem – companhia de dança conhecida mundialmente por priorizar dançarinos afro descendentes em seu casting. Em 2017, fundou a EmpowHer NY, entidade sem fins lucrativos que atua como um catalisador social estimulando o diálogo entre mulheres para que rompam os paradigmas impostos pela sociedade e vivam de acordo com a própria verdade. Em 2020, durante as discussões do movimento Black Lives Matter, ela co-fundou o Blacks In Ballet – uma rede digital que funciona como uma biblioteca, cujo objetivo é destacar bailarinos negros no mundo da dança e compartilhar suas histórias. Em 2020, as sapatilhas que costumava pintar no tom de sua pele, ao longo de sua carreira, passaram a integrar o acervo do Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana Smithsonian, nos Estados Unidos. Este ano entrou para a lista das 20 Mulheres de Sucesso da revista Forbes Brasil. Também palestrou na 14° LEAD Conference, na Universidade de Harvard, conferência de empoderamento e desenvolvimento de mulheres latino-americanas e no Festival Cannes Lions.
Título: A sapatilha que mudou meu mundo
Autora: Ingrid Silva | Páginas: 176 | Formato: 14 X 21 cm
ISBN: 9786586047875 | Preço: R$44,90 – e-book: R$29,90.
(Fonte: Assessoria de Imprensa/Bruna Tenório)