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Festival Cine MIS seleciona filmes inéditos para exibição gratuita no Museu da Imagem e do Som

São Paulo, por Kleber Patricio

Exposição Rogério Reis no MIS. Foto: divulgação/MIS.

Cineastas de todo o Brasil, amadores ou não, têm a oportunidade de exibir seus filmes no Museu da Imagem e do Som, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo. A Convocatória do Festival Cine MIS 2020/2021 tem por objetivo criar um espaço de lançamento e difusão de filmes nos gêneros ficção, documentário e animação, captados em qualquer formato, sem limite de duração (curtas, médias e longas-metragens) e que ainda não tenham sido exibidos em circuito comercial.

As inscrições são gratuitas e ficam abertas de 31 de agosto até o dia 19 de setembro no site do MIS (www.mis-sp.org.br). As exibições dos filmes selecionados serão feitas em dezembro de 2021 no Auditório MIS (a mostra poderá ocorrer no formato on-line por critérios de saúde sanitária). As sessões serão gratuitas, abertas ao público e contarão com divulgação realizada pelo Museu.

#MISemCasa | Ainda nesta semana, a programação virtual do MIS apresenta o Videoartepapo, com Janaina Wagner, na quinta-feira e Bate-papo de Cinema Pontos MIS, em parceria com Belas Artes À La Carte, com o filme Eva não dorme, no sábado.

Exposição Registros da Inclusão | O público também confere uma nova exposição presencial na sede do MIS, com entrada gratuita: Registros da Inclusão, realizada pelo Instituto Olga Kos (IOK) em parceria com o renomado fotógrafo e jornalista Rogério Reis. Ao todo, estarão expostas cerca de 26 fotografias, sendo 12 de trabalhos do artista (acervo que foi doado ao Instituto Olga Kos) e outros 14 desenvolvidos em oficinas inspiradas em trabalhos de Reis, realizadas com beneficiários da iniciativa. As oficinas foram ministradas por fotógrafos do IOK, que mergulharam nos trabalhos de Rogério Reis e desenvolveram diferentes temas e técnicas com os participantes.

A exposição fica em cartaz de 2 a 15 de setembro,no Espaço Expositivo Térreo do Museu e tem entrada gratuita.

O MIS agradece aos patrocinadores, apoiadores institucionais e operacionais e patronos: Kapitalo Investimentos, Cielo, Vivo, TozziniFreire Advogados, Bain & Company e Telhanorte.

PROGRAMAÇÃO #MISEMCASA | YOUTUBE MIS

2/9 | Quinta-feira | 19h – ao vivo | Videoartepapo – Janaina Wagner

Quinzenalmente, o MIS apresenta um bate-papo ao vivo sobre videoarte conduzido por Marcia Beatriz Granero, com artistas representativos e exibição de obras que integram o Acervo do MIS. Nesta edição, a convidada é Janaina Wagner, que desenvolve seus trabalhos em diversas mídias, como vídeo, fotografia, livro, desenho, instalação, cenografia e pintura, para falar sobre as relações de limite, controle e contenção que o homem estabelece com o mundo.

14/8 | Sábado | 18h – ao vivo | Bate-papo de Cinema Pontos MIS | Eva não dorme

O Bate-papo de Cinema Pontos MIS realiza, aos sábados, exibições gratuitas de filmes seguidas de debates ao vivo no canal do Museu no YouTube, buscando trazer membros da equipe dos filmes, pesquisadores da área, críticos de cinema, jornalistas e agentes cineclubistas para discutir sobre a obra e apresentar curiosidades da produção.

Esta edição, que acontece em parceria com o serviço de streaming Belas Artes À La Carte*, apresenta Eva não dorme (dir. Pablo Aguero, Argentina, 2015, 85 min, 12 anos), filme estrelado por Gael García Bernal sobre a argentina Eva Perón e a tentativa de alguns ditadores de apagar seu legado da memória do povo. O filme pode ser acessado gratuitamente por meio deste link (das 11h do dia 2/9 até 4/9) e o bate-papo ao vivo sobre o filme acontece no canal do MIS no YouTube e conta com a participação do cineasta e pesquisador Bruno Cucio e da diretora e roteirista Giuliana Monteiro na mediação.

*O público que assistir ao filme receberá, após a sessão, um cupom para acesso por um mês gratuito na plataforma Belas Artes à La Carte.

Exposições virtuais e Acervo Online MIS | Além da programação digital #MISemCASA, o Museu MIS apresenta cinco exposições virtuais realizadas em parceria com o Google Arts & Culture: Moventes (que traz imagens de situações de deslocamento em diferentes tipos de trabalho itinerante); A Coleção Guilherme Gaensly no acervo MIS: uma paisagem humana (que presenta imagens históricas sobre o cultivo do café no interior paulista); Cinema paulista nos anos 1970; Lambe-lambe: fotógrafos de rua em São Paulo nos anos 1970 e A mulher na Revolução de 32. Além das exposições virtuais, o público também pode conferir parte do Acervo MIS que está digitalizado e pode ser acessado neste link. No Acervo online, os visitantes encontram informações sobre os itens que compõem os acervos museológico e bibliográfico do MIS e, em alguns casos, terá amplo acesso ao conteúdo das coleções de fotografia, áudio e vídeo. Tendo como base um banco de dados desenvolvido especialmente para o acervo do Museu, o Acervo online apresenta-se ao público como um instrumento para a exploração dos milhares de itens que fazem parte do acervo MIS.

Cursos | O MIS está com inscrições abertas para diversos cursos on-line. São opções nas mais variadas áreas do conhecimento: cinema, HQ, fotografia, escrita criativa, geek, história da arte e música. Condições especiais: os interessados em participar de mais de um curso agora ganham abatimento nos valores com combos de desconto. E todos os idosos, a partir dos 60 anos, têm 50% de desconto em cada inscrição. A lista completa e todos os detalhes podem ser conferidos no site do Museu: https://www.mis-sp.org.br/cursos.

Serviço:

Exposição | Registros da Inclusão – Rogério Reis

Data 2 a 15/9

Entrada gratuita

Horário: terça a sábado – 11h às 19h; domingos e feriados – 12h às 18h

Local Espaço Expositivo Térreo Museu da Imagem e do Som – Avenida Europa, 158, Jd. Europa

#MISEMCASA

Site www.mis-sp.org.br

Redes:

Facebook: museudaimagemedosom

Twitter: @mis_sp

Instagram: @mis_sp

YouTube: /missaopaulo

Museu da Imagem e do Som – MIS

Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo| (11) 2117 4777 | www.mis-sp.org.br.

(Fonte: Assessoria de Comunicação/Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo)

Campinas celebra vida e obra de Carlos Gomes com programação especial

Campinas, por Kleber Patricio

Monumento em homenagem a Carlos Gomes, no centro de Campinas. Crédito da foto: Carlos Bassan.

A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campinas realiza durante todo o mês de setembro, a começar na próxima quarta-feira, dia 1º, o Mês Carlos Gomes, em comemoração à vida e obra do compositor campineiro. A programação deste ano será virtual, mas com muitas atrações que poderão ser vistas no canal do Youtube Cultura Abraça Campinas, além de concerto da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas no sábado, dia 4 de setembro, às 19h, que será transmitido pela TV Câmara, entre outras atividades.

Durante o Mês Carlos Gomes haverá recital e apresentações da Associação Brasileira de Artistas Líricos “Carlos Gomes” (Abal), da Orquestra Patrulheiros, da Cia. Eclipse Cultura e Arte, do Conservatório Carlos Gomes e de hinos e marchas que serão transmitidos na Rádio Brasil de Campinas, Rádio Educativa e rádios da região e de outras localidades. Também na Rádio Educativa, será apresentada uma série de entrevistas com historiadores e membros da Academia Campinense de Letras que falarão sobre a importância do ilustre campineiro.

Outro destaque é o Concurso Estímulo para Cantores Líricos, um dos mais concorridos do gênero no País. O concurso visa estimular e revelar jovens talentos artísticos no campo da música lírica, com idades entre 18 e 35 anos, além de contribuir para a divulgação das obras do compositor campineiro. “É sempre importante celebrar Carlos Gomes, maior referência na música e na cultura de nossa cidade, maestro e compositor que levou Campinas e o Brasil para o mundo. Reservar o mês todo em sua homenagem é manter viva a história do músico e também lembrar do nosso passado cultural, que se manifesta, principalmente nos concertos da Sinfônica, sempre levando a sua arte para a nossa cidade”, disse a secretária municipal de Cultura e Turismo, Alexandra Caprioli.

Abertura| A abertura do Mês Carlos Gomes será no dia 1º de setembro, por meio de live que será transmitida às 19h40, pelo canal no Youtube Cultura Abraça Campinas com a participação da secretária municipal de Cultura e Turismo de Campinas, Alexandra Caprioli, do diretor de Cultura Gabriel Rapassi, de Jonas Monteiro Arraes, professor doutor da Universidade do Estado do Pará, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Pará e da Academia Paraense de Música e Alcides Ladislau Acosta, presidente do Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA). Eles falarão sobre a importância do Mês Carlos Gomes e também da programação.

No sábado, dia 4, será a vez do concerto da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas com transmissão a partir das 19h, pela TV Câmara e canal Youtube Cultura Abraça Campinas.

Semana e Mês Carlos Gomes | A Semana Carlos Gomes foi instituída em Campinas pela Lei Municipal Nº 9.152, de 1996, na semana que antecedeu o 16 de setembro, no dia em que o maestro faleceu, em 1896. No entanto, devido à necessidade de difundir cada vez mais a obra de Carlos Gomes e ao vasto material deixado pelo compositor campineiro, a comissão organizadora estendeu a programação para todo o mês de setembro. O Mês Carlos Gomes foi instituído pela Lei Municipal Nº 14.909 de 2014.

Sobre Carlos Gomes | Antonio Carlos Gomes nasceu em Campinas, em 1836, e morreu em Belém, em 1896. Foi compositor de óperas e dedicou a maior parte de sua produção musical a este gênero. Começou a estudar música com o pai e continuou os estudos no Conservatório do Rio de Janeiro. Ganhou uma bolsa de estudos e foi para a Europa, em Milão, na Itália, onde se diplomou.

Em março de 1870, a sua ópera mais famosa, O Guarani, estreou no Teatro Scala de Milão e, da Itália, a obra ganhou fama por toda a Europa e consagrou Carlos Gomes como o maior gênio musical das Américas. Doente e com dificuldades financeiras, ele teve que voltar ao Brasil em 1892. Foi para Belém para ocupar o cargo de diretor do Conservatório de Música na capital do Pará, onde morou até morrer, no dia 16 de setembro de 1896.

Programação da primeira semana do Mês Carlos Gomes

1/9 – Quarta-feira – 19h30/20h30

Live de abertura com palavras: secretária de Cultura, diretor de Cultura, Jonas Monteiro Arraes e Alcides Acosta (mediação) e música João Gabriel Bertolini e Vera Pessagno (gravações)

Canal Cultura Abraça Campinas.

1/9 – Quarta-feira

Academia Campinense de Letras – Seção Memória com Agostinho Toffoli Tavolaro

Jornal Hora Campinas – https://horacampinas.com.br/.

2/9 – Quinta-feira – 19h

Apresentação da Cia. Eclipse Cultura e Arte

Música: Carlos Gomes – abertura da ópera A Noite do Castelo

Apoio Cultural Prefeitura Municipal de Campinas, EE Carlos Gomes, Canal Cultura Abraça Campinas.

Produção: Cia. Eclipse Cultura e Arte

Direção: Jurssa Santos

Fotografia: Jurssa Santos e Diogo Angeli

Captação Imagens: Jurssa Santos e Diogo Angeli

Edição: Jurssa Santos

Apoio Técnico: Ana Cristina Ribeiro e Ricardo Cardoso (KicoBrown)

Interpretes-Criadores:

Bruno Estevam, Daniel Victor, Hiago Ramos, Klisman Rodrigues (7KBuck), Renan Augusto, Valdir Senhorinho, Wagner Pereira (Quepee), Wagner Silva (DeadBuck), Willian Bispo (Kiko) e William Santos (Negresco Eclipse)

Música: Carlos Gomes – abertura da ópera A Noite do Castelo

Apoio Cultural: Prefeitura Municipal de Campinas – EE Carlos Gomes.

2/9 – Quinta-feira – 19h

Apresentação ABAL – Associação Brasileira de Artistas Líricos “Carlos Gomes”

Canal Cultura Abraça Campinas

Canções e árias do maestro

Marina Gabetta, soprano – João Gabriel Bertolini, tenor  – José Luiz Águedo-Silva, barítono – Carlos Eduardo Serapião, barítono – Rodrigo Theodoro, baixo – Piano: José Francisco da Costa

Auditório do Conservatório Pro Música

Realização: CCLA – ABAL

Campinas, setembro de 2021

Quem Sabe!? – João Gabriel Bertolini, Marina Gabetta e José Luiz Águedo-Silva

Notturno – Rodrigo Theodoro (baixo)

Mon bonheur – José Luiz Águedo-Silva (barítono)

Era un tramonto d’oro (do poema vocal-sinfônico Colombo) – Carlos Serapião (barítono)

Oh come splendido… Come serenamente (da ópera Lo Schiavo) – Marina Gabetta (soprano)

E il foglio io segnerò… Di sposo, di padre (da ópera Salvator Rosa) – Rodrigo Theodoro (baixo)

Son giunto in tempo… Vanto io pur (da ópera Il Guarany) – João Gabriel Bertolini (tenor)

A lei d’appresso egli era… Quale orribile peccato (da ópera Fosca) – Marina Gabetta

Sois de Flandres a boa estrela (da ópera Joanna de Flandres) – José Luiz Águedo-Silva (barítono)

Sento una forza indomita (da ópera Il Guarany) – Marina Gabetta e João Gabriel Bertolini

Senza tetto, senza cuna (da ópera Il Guarany) – Carlos Serapião (barítono)

Or bene insano (da ópera Il Guarany) – José Luiz, João Gabriel e Marina.

3/9 – Sexta-feira – 19h

Apresentação realizada no Centro de Convivência Cultural Carlos Gomes em Campinas em 16 de julho de 2010 – Semana de Canto no II Festival Internacional Carlos Gomes – Cesar kalau apresenta Pensa, uma das canções de Carlos Gomes

Canal Cultura Abraça Campinas.

3/9 – Sexta-feira

Academia Campinense de Letras

Seção Memória com Ana Maria de Melo Negrão

Jornal Hora Campinas – https://horacampinas.com.br/.

4/9 – Sábado – 11h

Vera Pessagno – Hinos & Marchas de Carlos Gomes

– Hino Triunfal

– Hino Acadêmico

– Hino Progresso (Hino de Campinas)

– Marcha Nupcial

Rádio Brasil de Campinas AM-1270.

4/9 – Sábado – 19h

Apresentação da Orquestra Sinfônica

TV Câmara e Canal Cultura Abraça Campinas

Teatro “José de Castro Mendes”.

5/9 – Domingo – 08h30

Vera Pessagno – Hinos & Marchas de Carlos Gomes

– Hino Triunfal

– Hino Acadêmico

– Hino Progresso (Hino de Campinas)

– Marcha Nupcial

Rádio Cultura de Amparo FM-88,5.

5/9 – Domingo – 12h

Vera Pessagno – Hinos & Marchas de Carlos Gomes

– Hino Triunfal

– Hino Acadêmico

– Hino Progresso (Hino de Campinas)

– Marcha Nupcial

Rádio Brasil de Campinas AM-1270.

5/9 – Domingo – 19h

Apresentação Orquestra Patrulheiros

Canal Cultura Abraça Campinas.

5/9 – Domingo – 17h30

Vera Pessagno

Trechos da Ópera O Guarany– Festival Internacional de Óperas da Amazônia – Teatro da Paz de Belém do Pará – gravação de agosto de 2007 com a Orquestra, Coral e Solistas do Teatro da Paz sob a regência do Maestro Roberto Duarte: O Dio degli Aimorè e Senza tetto, senza cuna e a canção Sempre Teco

Canal 8 da Net – TV Comunitária de Campinas.

5/9 – Domingo – 21h30

Vera Pessagno – Hinos & Marchas de Carlos Gomes

– Hino Triunfal

– Hino Acadêmico

– Hino Progresso (Hino de Campinas)

– Marcha Nupcial

Rádio Educativa de Campinas FM-101,9.

5/9 – Domingo

Academia Campinense de Letras

Seção Memória com Duílio Battistoni Filho

Jornal Hora Campinas – https://horacampinas.com.br/.

(Fonte: Assessoria de Comunicação/Secretaria Municipal de Cultura de Campinas)

Pandemia evidencia impactos negativos dos sistemas alimentares na economia, meio ambiente e saúde pública

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Jaelson Lucas/AEN.

Os sistemas alimentares atualmente dominantes já demonstravam serem nocivos no cenário pré-pandêmico — mas seus impactos negativos ficaram ainda mais evidentes durante a pandemia de Covid-19 no Brasil. Esse panorama é discutido em um estudo de pesquisadores das universidades federais de Santa Catarina (UFSC) e São Paulo (Unifesp) e do Ministério do Meio Ambiente (MMA), publicado na segunda (30) na revista “Demetra”.

A análise recupera o histórico recente dos sistemas alimentares. No século 20, a tendência era a de uma economia de escala, o que levou à mecanização do campo, aumento do êxodo rural, intensificação da industrialização, centralização e, pouco tempo depois, à dominância das cadeias logísticas globais por corporações multinacionais. Hoje, sabe-se que esta lógica tem uma série de consequências preocupantes, com impactos negativos na economia, no meio ambiente, na saúde humana e nas relações sociais.

Durante a pandemia, a tendência é de agravamento destes efeitos. Neste sentido, o Brasil experimenta um aumento relevante do número de pessoas que vivenciam algum nível de insegurança alimentar. Além disso, o país também registrou uma tendência de aumento no consumo de alimentos ultraprocessados, itens amplamente associados ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão.

Iniciativas de incentivo a sistemas alimentares mais saudáveis e sustentáveis ganham o apoio da sociedade civil, que, por meio de projetos sociais, arrecada recursos financeiros para beneficiar produtores rurais e famílias em situação de vulnerabilidade social. Segundo destaca o estudo, esse esforço, no entanto, é insuficiente: as monoculturas ainda dominam a agricultura brasileira e as grandes redes de supermercados detêm 93% do faturamento do varejo alimentar, indicando um sistema altamente centralizado. “A descentralização passa pelo fortalecimento de cadeias locais e dos circuitos curtos de produção, das feiras livres e dos pequenos comércios, como açougues, mercados de frutas, legumes e verduras, padarias, dentre outros, que geram mais empregos e promovem circulação de renda nas comunidades, ao invés de concentrar renda nos grandes centros”, destacam os pesquisadores. A proteção aos biomas e a exploração racional dos recursos naturais em um país como o Brasil, que detém uma das maiores biodiversidades do planeta, é central para a oferta segura e regular de alimentos para todos.

Este tipo de comércio, sugerem os autores, poderia ter uma tributação diferenciada, que reconheça seus benefícios para a economia local e para a sociedade. Ainda segundo eles, é também importante o fortalecimento de políticas públicas de garantia de mercado e de compra direta para produtos locais, tais como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e os Restaurantes Populares.

Sistema mais justo e inclusivo | A conclusão do artigo é de que não basta fomentar sistemas alimentares saudáveis: é necessário reduzir investimentos em sistemas degenerativos, focados em beneficiar a arrecadação ou a balança comercial. Essa mudança exige um redirecionamento de políticas e recursos para criar formas mais justas e inclusivas de produção e distribuição de alimentos. “O sistema que temos visto é contraproducente em relação aos aspectos ecológicos, sociais, econômicos e de saúde pública. E isso ficou mais evidente na pandemia. Os sistemas alimentares não podem ser pensados de forma reducionista, apenas focados em produzir qualquer tipo de alimento ou em maximizar exportações – devem ser pensados como sistemas que produzam alimentos saudáveis e de qualidade, de forma socialmente justa e coerente com os ecossistemas e com os contextos culturais nos quais estão inseridos”, analisam os pesquisadores.

(Fonte: Agência Bori)

Voluntariado registra aumento significativo no último ano

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: divulgação/iStock.

O Dia Nacional do Voluntariado, celebrado no próximo dia 28 de agosto, foi instituído em 1985 pelo ex-presidente da República José Sarney por meio da Lei nº 7.352 e visa homenagear aqueles que dedicam parte do seu tempo e conhecimento em prol dos mais necessitados em ações não remuneradas, bem como incentivar mais pessoas a abraçarem a prática. O trabalho desses agentes de transformação, que por si só já é importante, tornou-se imprescindível na pandemia. Contudo, atuar neste período conturbado tem sido algo desafiador, pois o voluntariado também teve que migrar para o online, apesar de muitas demandas das organizações serem presenciais, como o apoio às crianças, aos idosos e às famílias.

A captação de recursos foi outro setor que sentiu os impactos negativos da Covid-19, uma vez que os eventos presenciais, que mobilizam muitos voluntários, também foram interrompidos. “As organizações precisaram criar mecanismos de engajamento online, como eventos e corridas virtuais, deliveries, visitas virtuais, entre outros”, explica o administrador João Paulo Vergueiro, conselheiro do Conselho Regional de Administração de São Paulo – CRA-SP.

Crescimento | Acompanhando o crescimento no número de necessitados, estudos apontam que também houve um aumento significativo de pessoas dispostas a ajudar. Segundo a pesquisa desenvolvida pelo World Giving Index 2021 (WGI), feita pela Charities Aid Foundation (CAF), o Brasil subiu 14 posições em relação aos dados de 2018 no Ranking Global de Solidariedade em 2020, ficando em 54º lugar numa lista de 114 nações, que representam mais de 90% da população adulta global.

João Paulo Vergueiro. Foto: divulgação.

Ainda de acordo com a pesquisa, o Brasil registrou participação de 63% na ajuda a estranhos, ficando em 36º do ranking; 26% na doação de dinheiro, ficando em 70º lugar; e apenas 15% no escore de voluntariado, ficando em 68º, com média geral de 35%.

Benefícios da prática | Vergueiro, que também atua como diretor-executivo da Associação Brasileira de Captadores de Recursos – ABCR, afirma que há vários benefícios em praticar o voluntariado. “Individualmente, nos sentimos mais realizados ao saber que estamos impactando positivamente a vida das pessoas, além de, muitas vezes, até aprendermos um pouco mais. E, para a organização, contribuímos para que ela transforme ainda mais a vida das pessoas”.

Para quem deseja ser um voluntário, mas não sabe por onde começar, o administrador dá algumas dicas importantes. Uma delas é buscar a plataforma Atados (www.atados.com.br), que conecta gratuitamente as organizações com quem quer fazer voluntariado. “Além disso, não deixe de pesquisar a organização que você se interessou. Veja se ela tem relatório de atividades no seu site, se divulga o nome das pessoas que lideram e se é transparente”, conclui o conselheiro do CRA-SP.

(Fonte: Assessoria de comunicação/CRA-SP)

Em Recife, oito entre dez casos de sífilis congênita não são notificados

Recife, por Kleber Patricio

Foto: Leonardo Rattes/Ascom Sesab.

A subnotificação de casos de sífilis congênita em bebês e crianças chega a 80,9% na capital pernambucana, o que compromete o conhecimento real da magnitude da sífilis na cidade. O dado é de estudo de pesquisadores da Secretaria de Saúde do Recife, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), da Fundação Joaquim Nabuco e do Instituto Aggeu Magalhães, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de Recife, publicado na revista “Epidemiologia e Serviços de Saúde” na quarta (25).

Para estimar as subnotificações de óbitos fetais e infantis que tiveram a sífilis congênita como causa básica ou associada em Recife, os pesquisadores cruzaram dados registrados entre 2010 e 2016 no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Os casos confirmados de sífilis congênita precisam ser, obrigatoriamente, notificados no Sinan, que é a principal fonte de dados epidemiológicos da doença. Além da subnotificação de 80,9% no Sinan, no SIM houve subnotificação de 7% das mortes relacionadas à doença.

A morte por sífilis congênita é considerada um desfecho evitável, uma vez que a doença possui tratamento e métodos de prevenção amplamente divulgados. Ao mostrar as subnotificações, o estudo aponta para uma lacuna na vigilância epidemiológica e no acompanhamento da doença.

A pesquisadora Martha Maria de Albuquerque Belo, autora do estudo, explica que podem ocorrer falhas diversas na captação e notificação desses casos no Sinan pela assistência materno-infantil, o que faz com que as autoridades sanitárias só tomem ciência deles quando o paciente morre. “Outro ponto que também eleva essa taxa no sistema é a não continuidade do preenchimento e evolução do caso”, comenta.  Já o SIM é um sistema que contabiliza o desfecho, o óbito, e a subnotificação é atrelada a falhas no preenchimento da declaração de óbito ou na inclusão dos dados no próprio sistema.

Apesar da elevada subnotificação, Recife registra 29,1 casos de sífilis congênita para mil nascidos, enquanto a média de Pernambuco é de 11,8 e a nacional é de 6,5. De acordo com Belo, não é possível afirmar que a incidência de casos de sífilis congênita em outras localidades seria a mesma de Recife caso não houvesse subnotificação nestas regiões. Contudo, ressalta a pesquisadora, “esse questionamento é tema de um número crescente de estudos com abrangência municipal e/ou estadual, que já identificaram até o triplo de casos subnotificados quando realizadas buscas ativas em prontuários ou no SIM”.

Para ajudar nos serviços de vigilância da sífilis, Belo orienta que a técnica de cruzamento de bancos de dados, com uso de análise probabilística, seja implementada na rotina desses serviços. “Com isso, seria possível facilitar o encontro das subnotificações e, assim, contribuir para a qualidade das informações fornecidas ao sistema”. É com base nestas informações que se formulam e implementam políticas públicas e estratégias de prevenção da sífilis.

(Fonte: Agência Bori)