Tratamento minimamente invasivo tem sido estudado há anos e foi detalhadamente abordado na revista Epilepsia, uma das principais publicações na área
São Paulo
Profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) veem a alimentação adequada e saudável para todos como um problema sem solução, especialmente quando o cenário é a periferia e seus moradores. Esta é a conclusão de um estudo da Universidade de São Paulo (USP) publicado na revista “Cadernos de Saúde Pública” na quarta (25). As pesquisadoras Lúcia Guerra, Fernanda Botelho e Ana Cervato-Mancuso realizaram entrevistas com profissionais de saúde que conduzem, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), grupos educativos sobre alimentação e nutrição na APS na cidade de São Paulo, com foco em bairros da periferia. A maior parte dos agentes tinha formação em áreas como enfermagem, medicina e fonoaudiologia. A APS é uma das áreas-chave para a atuação profissional que vise à efetivação do Direito Humano à Alimentação Adequada.
Com o objetivo de entender de que forma os profissionais de saúde atuavam para promover o direito humano à alimentação adequada, o estudo identificou três perfis de atuação. O primeiro tem foco apenas na dimensão biomédica da alimentação, com recomendações como a redução do consumo de alimentos que, muitas vezes, são os únicos acessíveis à população atendida.
O segundo perfil reconhece as complexidades do acesso e disponibilidade de alimentos nestas regiões, mas se mostra resignado com as violações ao DHAA (com pensamentos como “melhor comer por um ou dois dias do que não comer nada”, sem preocupações, por exemplo, com a regularidade da alimentação da população).
Por fim, o terceiro tipo de atuação dos profissionais da saúde é mais coerente com a promoção do direito humano à alimentação adequada. São agentes que se envolvem em ações de responsabilidade coletiva, integrando profissionais de diversas formações, e levam em consideração os modos de vida das regiões periféricas para orientar a população. Ainda assim, não se veem como agentes de transformação: buscam problematizar o Estado e os usuários para garantir alimentação adequada e saudável a todos.
Para Guerra, compreender o que é alimentação e nutrição adequadas é um dos principais pontos para que os profissionais de saúde consigam ajudar a promover o direito humano à alimentação. “É a partir desta tomada de consciência política que poderemos melhor elaborar e realizar as ações de alimentação e nutrição na atenção primária à saúde por meio da nossa prática profissional cotidiana”, completa.
A pesquisa evidencia a necessidade de ampliar as noções que os agentes de saúde têm sobre os problemas relacionados à alimentação, podendo ter impactos até mesmo em políticas públicas. “Abordagens que proponham um olhar mais abrangente para os sistemas alimentares, nesta pesquisa e em estudos futuros, devem construir caminhos transformadores para a sociedade”, finaliza a cientista.
(Fonte: Agência Bori)
A partir de 3 de setembro, a galeria da Unibes Cultural irá receber a exposição Bicicleta, Identidade Cultural, uma série de fotografias que irá explorar toda a relação das bicicletas como meio de transporte e todo o universo que envolve essa cultura no mundo. As fotos que serão expostas são da jornalista Denise Silveira e retratam cenas do cotidiano, onde a bicicleta está inserida como meio de transporte e no dia a dia da sociedade, foram registradas em mais de sete países. Além disso, a exposição também pretende disseminar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU na realidade brasileira. A curadoria é de Marcos Alves.
Os cenários dos cliques são os mais variados possíveis: passam por Dublin, pela Alemanha, pela Bélgica, na Fietsen Door Het Water, a ciclovia dentro d’água de Bokrijk, eleita recentemente pela revista Time como um dos 100 lugares que você não pode deixar de conhecer, entre outros grandes centros. “Não comecei esse trabalho pensando numa exposição. Ele foi surgindo a partir de cenas que fotografei na Alemanha em 2016 e não necessariamente eu estava clicando bicicletas, mas elas apareciam no quadro. A ideia do trabalho é aproximar as pessoas de uma realidade onde a bicicleta está fortemente inserida no cotidiano”, diz Denise.
Para Bruno Assami, diretor executivo da Unibes Cultural, “a exposição é uma oportunidade de o público ter acesso a um novo tema muito presente no dia a dia das grandes cidades, é imaginar a bicicleta como um modal de transporte sustentável”.
A utilização da bicicleta como mobilidade ativa traz diversos benefícios para a saúde por conta do gasto de energia e exercício feito para os deslocamentos. Além disso, existe também a questão do meio ambiente: bicicletas não exalam gases poluentes em sua utilização. Além de ser extremamente atual, a temática surge em um momento de crescimento da utilização da bicicleta como meio de se locomover. Segundo a Companhia de Engenharia e Tráfego (CET), na capital paulista subiu cerca de 22,8 vezes a circulação de bikes pelas principais vias no primeiro trimestre de 2021. A exposição também pode ser agente incentivador para que mais pessoas adotem esse hábito e tenham significativas melhoras em sua saúde.
Por conta dos protocolos da OMS para a prevenção da Covid-19, a visitação será feita somente com horário agendado e a quantidade de pessoas será reduzida. É obrigatório o uso de máscaras no local, assim como a utilização de álcool em gel. O agendamento deve ser feito no site da Unibes Cultural.
Sobre Unibes Cultural | Em funcionamento desde 2015 na Rua Oscar Freire, em São Paulo, a Unibes Cultural tem o papel de hub da cultura, do empreendedorismo criativo e das causas sociais ao convergir, conectar e distribuir cultura e diferentes conhecimentos. Com uma programação variada que inclui shows, exposições, palestras, atividades para o público infantil e peças de teatro, o centro cultural da Unibes assume a vocação não só de formadora de público, mas também de agente transformador do cenário cultural. A curadoria do espaço propõe encontros, debates e reflexões para todos que querem ajudar a preparar a cidade para o futuro.
Serviço:
Exposição Bicicleta, Identidade Cultural
De: Denise Silveira
Curadoria: Marcos Alves
Data: 3/9 até 30/9
Local: Unibes Cultural
Rua Oscar Freire, 2.500 – São Paulo/SP – ao lado da estação Sumaré do Metrô (Linha 2 – Verde)
De terça a sexta, das 14h às 22h
Sábados, domingos e feriados, das 12h às 20h
Telefone: (11) 3065-4333.
O isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19 acabou expondo outro grande problema social: a violência doméstica, especialmente contra as mulheres. Segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgada recentemente, o aumento de casos de agressões contra mulheres foi de 20,3%.
De acordo com o artigo 2º da Lei n° 11.340, de 7 de agosto de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha, toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
Daniele Costa, especialista em gestão de pessoas, mentora de desenvolvimento humano e bem-estar, destaca que agosto é marcado pela Campanha de Conscientização pelo Fim da Violência contra a Mulher. A data também simboliza o aniversário da Lei Maria da Penha, sendo mais um forte apelo para divulgar a legislação, bem como trazer mais consciência a respeito do fim da violência contra a mulher.
A Lei Maria da Penha traz em seu escopo cinco tipos de agressões que configuram abusos e violências contra a mulher. “Ocorrências física, psicológica, moral, sexual e patrimonial devem ser sempre levadas ao conhecimento de autoridades. A campanha é um chamado para o que já estamos fazendo de forma recorrente neste período pandêmico, que é falar sobre a violência contra a mulher”, destaca Daniele.
Durante a pandemia esses casos aumentaram ainda mais, tendo em vista a necessidade de isolamento, bem como o impacto na economia, considerando que a violência patrimonial, ligada às questões financeiras, é mote para que as mulheres se mantenham no ciclo do abuso.
Motivadas pela necessidade de gerar ainda mais consciência por empatia, respeito e sororidade, no início da pandemia, em 2020, mulheres de diferentes regiões do país se juntaram para contribuir de alguma forma com outras, vítimas de violência doméstica. Surgiu, assim, o Coletivo Brazilinas, formado por mulheres da sociedade civil que já atuavam de alguma forma com voluntariado, questões sociais e políticas públicas.
O movimento foi iniciado com Daniele Costa, de São Paulo, que teve a ideia de reunir mulheres que desejavam contribuir de alguma forma com as questões de equidade de gênero. “Fiz um chamado para algumas amigas que gostaram da proposta e convidaram outras mulheres que decidiram somar forças e entrar para o grupo. Num primeiro momento, selecionamos entidades que atuavam no combate à violência contra a mulher e que precisavam de ajuda”, conta a mentora, que é coordenadora do Coletivo Brazilinas.
Em março de 2021, o projeto completou um ano, sendo que neste período foram realizadas diversas ações junto às entidades selecionadas. O Coletivo colocou no ar duas campanhas de arrecadação por meio da Plataforma Solidário Brasil e conseguiu arrecadar mais 10 mil reais para as duas entidades que trabalham com vítimas de violência doméstica: a Casa Noeli e o Programa Apolônias do Bem.
A Casa Noeli abriga mulheres vítimas de violência doméstica em Ariquemes, Rondônia, e o programa Apolônias do Bem reúne dentistas voluntários de todo o Brasil que atendem mulheres que sofreram agressões físicas e tiveram rosto, boca e dentes atingidos. “Começamos com ação de arrecadação de dinheiro para cestas básicas e produtos de limpeza e, no decorrer dos meses, percebemos que este espaço poderia ser a primeira entidade a contar com os nossos cursos de capacitação, que era uma das propostas iniciais do Coletivo Brazilinas”, explica Daniele.
Na Casa Noeli também houve um aumento de vítimas de violência doméstica acolhidas em 2020. A maioria das mulheres abrigadas no local é formada por jovens de 19 a 25 anos, com ensino médio incompleto e dois filhos. Muitas já trabalhavam, mas ainda dependiam do companheiro para sobreviver. “A partir do segundo semestre, partimos para uma ação de capacitação dessas mulheres. Quem sofre violência fica sem autoestima”, diz Daniele.
As Brazilinas desenvolveram então um ciclo de palestras para empoderar essas mulheres. “Selecionamos temas como autoconhecimento, inteligência emocional, mentalidade empreendedora, utilização de redes sociais e ferramentas de marketing, eliminação de crenças de escassez e criação de consciência financeira, autoestima e imagem pessoal”, conta a coordenadora do Coletivo.
Segundo Daniele, levar essas ações de capacitação é uma forma de jogar luz e mostrar que há saída, mesmo que se comece com passos de formiguinha. “Ajudamos no resgate do amor-próprio, o primeiro passo fundamental para uma retomada. Além disso, reforçamos sempre que elas não estão sozinhas, que existe uma rede de apoio e acolhimento”, descreve.
O Coletivo Brazilinas já está em seu terceiro ciclo de facilitação e desenvolvimento dessas mulheres, sendo que neste último foram abordados temas como análise de perfil comportamental e constelação familiar.
Para Carla Correia, uma das voluntárias que atuam no Coletivo, participar deste ciclo de facilitações e poder dividir o que aprendeu sobre ser mulher, se dar voz e se honrar é a forma mais delicada de caminhar por essa trilha, de se desenvolver e se conhecer.
Ao todo, foram capacitadas 74 mulheres e o Coletivo já está pensando em novas ações voltadas ao empreendedorismo. Por enquanto, o projeto piloto do curso de capacitação do Coletivo Brazilinas está sendo realizado apenas para as mulheres atendidas pela Casa Noeli. A ideia é também ampliar o curso para mulheres atendidas por outras entidades no Brasil.
Segundo a coordenadora do Coletivo Brazilinas, em que pese ser uma ação social, a orientação é de sempre buscar, paralelamente, o auxílio de instituições púbicas como o Ministério Público, bem como outros meios como o aplicativo de Direitos Humanos Brasil e na página da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDHA), além do telefone 190.
Nas últimas semanas, foi sancionada pelo Governo Federal a lei que tipifica no Código Penal o crime de violência psicológica contra a mulher. E ainda virou Lei a campanha do sinal vermelho, que sugere às vítimas mostrar aos atendentes de farmácia um sinal de X vermelho na palma da mão para sinalizar que está sofrendo violências e abusos.
Para finalizar, Daniele Costa reforça que é preciso repensar os pontos de vista e cultura da sociedade a respeito de empoderamento. Ela diz que se for mantida a crença de que ser forte e empoderado é abusar e desrespeitar, a cultura do abuso continuará a perdurar. “A cultura que endeusa abusador tende a criar novos e eternizar os abusadores. E toda ação que puder ser adotada no sentido de se evitar e eliminar esse tipo de pensamento, crença e comportamento na sociedade, é válido e importante para o desenvolvimento de uma consciência social”, conclui.
Sobre Daniele Costa | A especialista em gestão de pessoas é mentora, palestrante e facilitadora em desenvolvimento integral humano. Também é idealizadora da Plataforma da Vida, um portal de conteúdo e serviços voltados para autoconhecimento e gestão emocional. Formada em letras, passou pelo serviço público de Brasília e atuou 13 anos como bancária; nove deles, como gestora.
Durante os anos de banco, coordenou trabalhos que exigiam empatia e a presença do outro, o que a fez expandir características como a facilidade com a escrita e o interesse em relacionamento humano. Ainda em seus anos corporativos, se aprofundou na área de gestão de pessoas com cursos dentro e fora do País, conhecendo a ferramenta Access Consciousness, entre outras.
Além do portal, Daniele também criou o coletivo Brazilinas, que em um ano de existência desenvolveu, entre outras ações, a capacitação profissional de diversas mulheres em situação de vulnerabilidade social, trabalhando também a autoestima e incentivando a independência dessas mulheres.
Para saber mais, acesse https://plataformadavida.com/ e Instagram: @plataformada.vida e @dani.costa.oficial.
“Uma válvula de escape para os momentos de estresse e irritação.” – assim Helena Molinari, 39 anos, profissional de relações públicas, resume o vício no cigarro. “Sou fumante há três anos e, durante a pandemia, minha rotina de trabalho tem sido em home office, o que facilita o acesso ao tabaco. Preciso gerir o tempo e a equipe a distância, tenho mais demandas e cobranças e acabo fumando mais”. O caso de Helena não é isolado. Aliás, pelo contrário, se aplica a muitos brasileiros. Dados do IPC Maps, banco de dados que mede o índice potencial de consumo em todo país, mostra que o consumo do tabaco aumentou 16% em 2021, quando comparado ao ano passado. Na região de Campinas, o crescimento foi de 16,6%, um pouco acima dos parâmetros nacionais, sendo o vício mais presente nas classes C, D e E, que fumaram 20% a mais do que em 2020.
Os dados ganham destaque no próximo domingo (29), que marca o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Na visão do pneumologista Ricardo Siufi, do Vera Cruz Hospital, o aumento durante a pandemia é multifatorial. “Provavelmente, o maior gatilho está na questão emocional, como coexistência de transtorno de ansiedade e depressão em pacientes tabagistas. Não podemos negar, porém, que novos hábitos desenvolvidos ao longo da pandemia, como o trabalho em home office, por exemplo, exercem uma influência importante, visto que diversos regimes de trabalho presenciais não permitem o tabagismo”, exemplifica.
Outra pesquisa, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) já havia monitorado este aumento no ano passado, logo que a orientação à população era pelo distanciamento social para combater a disseminação do coronavírus. Na ocasião, mais de 30% dos homens e 38% das mulheres fumantes passaram a consumir, ao menos, 10 cigarros a mais por dia, em média.
A maioria das pessoas acende o primeiro cigarro por curiosidade ou, eventualmente, de forma recreativa. “Comecei por curiosidade. É um vício nocivo para a saúde; quero sempre parar porque não gosto de fumar, me incomoda o cheiro, o gosto, mas ainda não consegui. Tentei no início deste ano, mas achei que estava fazendo bem para meu psicológico e não encontrei ainda um substituto para esse momento de pausa e reflexão que o cigarro me propõe”, adiciona Helena.
Para o médico, as pessoas perpetuam o hábito de fumar pela presença da nicotina. “A substância tem alto poder em causar dependência e gerar uma sensação de bem-estar, com uma ativação importante de nosso sistema de recompensa”, explica Siufi. Segundo o médico, o crescimento no tabagismo durante a pandemia é preocupante, pois o hábito piora os desfechos da Covid-19. “Temos vivido com frequência complicações de pessoas fumantes. O uso do tabaco pode elevar o risco de desenvolver a Covid-19 com quadros mais graves e até mesmo fatais”, salienta.
Doenças relacionadas ao consumo do tabaco | O especialista esclarece que o consumo do tabaco deve ser tratado como uma doença, já que causa dependência. “Não apenas a nicotina exerce efeito maléfico para o nosso organismo, tanto que já foram encontradas mais de 40 substâncias comprovadamente carcinogênicas no cigarro industrial”, diz.
O ato de fumar está relacionado a aproximadamente 50 doenças; entre elas, as respiratórias (doença pulmonar obstrutiva crônica, infecções respiratórias e asma), cardiovasculares (infarto agudo do miocárdio e hipertensão arterial) e diversos tipos de cânceres (pulmão, laringe, faringe e esôfago). “Os fumantes adoecem com uma frequência duas vezes maior do que os não fumantes e têm menor resistência física, menos fôlego e um pior desempenho nos esportes e na vida sexual, além de envelhecerem mais rapidamente”, pontua Siufi.
Benefícios de parar de fumar | Cessar o consumo de cigarro traz inúmeros benefícios, segundo o pneumologista, e tais vantagens podem ser observadas logo na primeira hora. “Com 20 minutos, é possível observar melhora na pressão sanguínea. Em duas horas, há uma baixa acentuada nos níveis de nicotina no sangue. Entre 12 e 24 horas, os pulmões já funcionam melhor. Após um ano, o risco de morte por infarto é reduzido à metade e, finalmente, após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram”, classifica.
O primeiro passo para parar de fumar é reconhecer os danos que o hábito causa à saúde e, na sequência, procurar por um pneumologista para uma avaliação adequada e início a tratamentos adequados. “Os cuidados envolvem desde um exame clínico completo, solicitação de exames e avaliação do grau de dependência nicotínica para que, assim, em decisão compartilhada, seja proposta a melhor terapêutica para a cessação”, conclui Siufi.
Com o período de seca, a possibilidade de incêndios florestais é aumentada. Entre o final de julho e o início de agosto, o Santuário do Caraça foi cenário de uma situação que exigiu o empenho de vários profissionais para o combate às chamas, que consumiram cerca de 1.800 hectares de matas. O trabalho contou com a ajuda do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, principalmente as guarnições de Mariana, Ouro Preto e Belo Horizonte, o grupo Previncêndio, o Instituto Estadual de Florestas, a Polícia Militar de Meio Ambiente, empresas e outros agentes de preservação do meio ambiente.
De acordo com Douglas Henrique Silva, biólogo do Santuário do Caraça, não foi possível identificar a origem do fogo que atingiu a região. “Em sete dias, a RPPN Santuário do Caraça sofreu com um incêndio de grandes proporções que atingiu cerca de 1.800 hectares da reserva. O estrago poderia ser muito maior, mas graças ao apoio de muitas pessoas, o foco foi debelado. Cabe agora aguardamos pacientemente a recuperação natural das áreas atingidas. Não sabemos como o incêndio começou, mas tudo indica que não foi natural. Por muitos anos, os moradores da nossa região ainda cultuam a prática de colocar fogo para renovar as pastagens ou para simplesmente limpar os quintais. Precisamos rever essa prática; atualmente existem alternativas mais ecológicas que podem ser utilizadas”, comenta.
Segundo Douglas, sem o apoio de tantos agentes envolvidos em sanar com o fogo, que acabou tomando grandes proporções, não teria sido possível resolver a situação. “A RPPN Santuário do Caraça é profundamente grata a todas as instituições, empresas e voluntários que nos ajudaram nessa difícil tarefa. Agradecemos ao Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, principalmente as guarnições de Mariana, Ouro Preto e Belo Horizonte, ao grupo Previncêndio, ao Instituto Estadual de Florestas, a Polícia Militar de Meio Ambiente de Minas Gerais, as empresas Anglo Gold Ashanti e Vale S.A por disponibilizar suas brigadas de incêndio, as brigadas da AMDA, SAFEMED. Fora esses, a brigada do Parque Nacional da Serra do Gandarela, a brigada B1 da Serra do Rola Moça, a brigada voluntaria de João Monlevade, as empresas MR e ANGLO Gold Ashanti pelo fornecimento de kit lanches para toda equipe de trabalho. Deixamos, também, um agradecimento especial à Vale e ao IEF pela disponibilidade das aeronaves, que foram fundamentais para as atividades. A equipe do Caraça, monitores, guias e ao Daniel, Guarda Parque da RPPN que conduziu e deu suporte a todos durante as ações de combate ao incêndio. Muito obrigado a todos”, conclui o biólogo.
Sobre a RPPN Santuário do Caraça | Com mais de 12.000 hectares, a RPPN Santuário do Caraça foi reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, no ano de 1955, quando passou a fazer parte do rol de bens tombados pela União. Também integra a área destinada às Reservas da Biosfera da Serra do Espinhaço e da Mata Atlântica, reconhecidas pela Unesco em 2005.
O passado histórico da RPPN – Santuário do Caraça é peculiar, pois uma área excepcional de 12.403 hectares foi mantida em posse de apenas dois proprietários, o Irmão Lourenço de Nossa Senhora e a Congregação da Missão, por mais de 240 anos. A área da Reserva foi constituída pela fusão de quatro propriedades: a original, adquirida pelo Irmão Lourenço por volta de 1770, na qual se acham as edificações principais do Caraça; a Fazenda da Chácara, comprada em 1823, cuja antiga sede não mais existe e que foi, durante muito tempo, o celeiro do Colégio, no antigo caminho de Catas Altas; a Fazenda do Engenho, comprada em 1858, localizada nas proximidades da Portaria de acesso à Reserva e a Fazenda do Capivari, doada pelo Coronel Manoel Pedro Cotta e por sua esposa, que, por não terem descendentes, legaram sua propriedade ao Caraça em 1870.
Hoje, turistas de todo o mundo visitam o Santuário do Caraça anualmente, seja para momento de descanso, lazer ou pesquisa ambiental e contato com a religiosidade. O local é reconhecido pela sua hospitalidade, tanto que já recebeu por duas vezes, em 2020 e 2021, o selo Traveller Review Awards, da Booking.com, que premia os hotéis mais bem avaliados pelos viajantes de todo o planeta, além da chancela Travellers’ Choice 2020, do Tripadvisor, que destaca as avaliações positivas dos visitantes que passaram pelo destino turístico.
Santuário do Caraça
Local: Estrada do Caraça, Km 9 – Entre os municípios de Catas Altas e Santa Bárbara
Fácil acesso pelas rodovias BR 381 e MG 436, além do cômodo acesso por trem (Estação Dois Irmãos – Barão de Cocais)
Site: www.santuariodocaraca.com.br
Reservas: centraldereservas@santuariodocaraca.com.br
Instagram: @santuariodocaraca
Facebook: www.facebook.com/santuariocaraca/.