Sucen, que monitorava o comportamento do inseto no Estado, foi extinta em 2020 e seus laboratórios, até hoje, não foram incluídos na organização administrativa do Estado, comprometendo pesquisas e controle de doenças
São Paulo
Em novo relatório divulgado nesta quarta (25), o Conselho Consultivo de Crise Climática (em inglês, Climate Crisis Advisory Group) adverte que chegar a zero emissões de gases de efeito estufa até 2050 agora é “tarde demais” e não atingirá as metas de temperatura de longo prazo identificadas no Acordo de Paris para limitar o aquecimento global a 1,5 °C até o final do século. Com base nas descobertas publicadas recentemente pelo Sexto Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), os cientistas afirmam que as metas de emissões globais atuais são inadequadas e que estratégias de emissões negativas são necessárias.
O relatório sugere que, mesmo que os países atinjam zero emissões de gases de efeito estufa em meados do século, isso não traz impactos para os gases de efeito estufa que já estão na atmosfera, com concentrações de gás carbônico que podem chegar até 540 partes por milhão. Isso significa que há pouco ou nenhum espaço de manobra, com apenas 50% de chance de manter a linha de 1,5 °C.
Com 67 dias até a COP26, Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU, o CCAG está pedindo aos líderes globais que mudem a ênfase para as metas de emissões negativas, única maneira viável de garantir que os níveis de gases de efeito estufa possam retornar aos níveis pré-industriais, em linha com o Acordo de Paris. Do contrário, é provável que as temperaturas globais ultrapassem 1,5 °C já em 2030, levando o mundo a uma zona de perigosas mudanças climáticas. “Alcançar emissões zero até 2050 não é mais suficiente para garantir um futuro seguro para a humanidade; devemos revisar as metas globais e nos comprometermos com estratégias negativas de emissão de gases de efeito estufa urgentemente”, comenta David King, ex-conselheiro de ciência do Reino Unido que encabeça o CCAG.
Para Mercedes Bustamante, UnB, membro do CCAG, a ampliação das metas para incluir emissões negativas ressalta a importância do setor de mudanças de uso e cobertura da terra. A pesquisadora destaca o papel do Brasil como ator relevante neste cenário se a governança ambiental for reconstruída com responsabilidade. “A conservação e restauração dos ecossistemas naturais, em particular na região tropical, e o manejo adequado dos sistemas agropecuários oferecem oportunidades significativas para contribuir com o esforço global de limitar os impactos das mudanças do clima”.
O relatório é o terceiro de uma série de análises mensais feitas de forma independente pelo CCAG – e divulgadas, em primeira mão, para jornalistas brasileiros pela Agência Bori (veja relatórios anteriores aqui e aqui). O CCAG reúne 15 especialistas do clima de 10 países diferentes, com a missão de impactar na tomada de decisão sobre a crise climática.
(Fonte: Agência Bori)
A edição de agosto da Casa Vogue traz como tema central o campo e as nuances do viver em sintonia com a natureza. Ela captura o forte movimento (já existente antes da pandemia, e reforçado por ela) de reinvenção da vida campestre – o que fez explodir a demanda entre os arquitetos de projetos residenciais no campo. Na matéria Raízes caipiras, os chefs Janaína e Jefferson Rueda, responsáveis pelo Bar da Dona Onça e pela A Casa do Porco, em São Paulo, promovem a revolução da gastronomia brasileira. Em seu recém-adquirido sítio em São José do Rio Pardo, interior de São Paulo, eles revelam que o segredo do sucesso é ancestral: está no equilíbrio da natureza, no afeto das relações e, sobretudo, no entendimento da urgência de praticar o cultivo sustentável.
Ao longo de nove hectares, eles produzem de tudo: frutas, legumes e cogumelos saem da horta agroecológica que abastece os restaurantes do premiado casal. A técnica é secular: o galinheiro fornece adubo ao pomar e seus descartes alimentam os animais. Abelhas africanas sobrevoam a área em segurança – a polinização vigora o repolho, a rúcula e tantas outras espécies cultivadas ali. Os resíduos passam por tratamento e a água retorna em perfeitas condições à natureza graças ao círculo de bananeiras, capaz de filtrar dezenas de litros diariamente. Assim como os ciclos da natureza, a quinta de Jefferson e Janaína é toda colaborativa.
Cada ingrediente oriundo dessas paragens é aproveitado em experimentos e receitas já consagradas, como o cuscuz de galinha caipira, que atravessa gerações dos Rueda. Seriguelas, mangas e jabuticabas vão para o laboratório de Janaína, que se descobriu uma legítima licoreira. Frutos fresquinhos tornam-se licores e vermutes sazonais, ou “bruxarias”, como prefere a dona Onça. “É trabalhoso e mais caro cultivar orgânicos, mas a mudança tem de partir de nós. Se cada um fizer a sua parte, o mundo muda mais rápido. Não podemos esperar o outro começar”, diz ela, confessando nunca ter imaginado levar uma vida campestre.
“Nasci no centro de São Paulo – mais urbana, impossível. Tudo aqui é muito novo para mim. Morro de medo de cobra, de onça e, para falar a verdade, não tenho todo esse pique de plantar. Meu lugar é na cozinha”, entrega Janaina. Os planos eram mesmo de Jefferson. Nada lhe soava tão natural quanto regressar às raízes para colher fruto do pé, criar galinhas, perus e patos, como fazia aos 10 anos, sem qualquer romantização. Sempre postergado, o anseio se realizou de supetão em meio à pandemia.
E assim, o casal Rueda exalta a culinária popular brasileira por meio de sua gastronomia premiada na cidade. E defende a engrenagem sustentável do passado e uma cadeia colaborativa na roça.
Casa Vogue Smart | E para quem sonha em cultivar uma horta ou até mesmo um jardim em casa ou no apartamento , Casa Vogue lançou Smart, espaço dedicado à dicas práticas e essenciais para todos os bolsos e gostos, com a curadoria da equipe da publicação – reconhecida por seu rigor e gosto refinado. Com projetos práticos, criativos e acessíveis, o novo canal digital da revista democratiza o acesso à arquitetura e ao design. Acesse https://casavogue.globo.com/Smart/ e confira.
(Fonte: Agência a4&holofote)
A Pinacoteca de São Paulo apresenta a instalação inédita do artista André Komatsu no espaço central do museu – o Octógono. A obra faz parte do tradicional Projeto Octógono Arte Contemporânea, que comissiona obras site especific para o local desde 2003.
A instalação Noite Longa poderá ser vista a partir de 28 de agosto. As relações de poder e os conflitos sociais permeiam os trabalhos de Komatsu. Nesta obra que estará na Pina, o artista dialoga com as ideias de controle, possibilidade e restrição. A curadoria é de Ana Maria Maia.
O piso do Octógono será revestido por placas de ferro onde serão fixadas 51 lanças de aço de 4 metros de altura. Cada uma das lanças estará posicionada a uma distância de 150 cm, criando uma organização com contornos de ordem e hostilidade, além de caracterizar um espaço controlado em que é impossível se movimentar livremente.
Nas extremidades das lanças, objetos como livros, sacos de terra, moedas empilhadas, papel moeda, folhas de ouro e garrafas de água estarão espetados. O público, que poderá circular entre essas estruturas de maneira ordenada, conseguirá vislumbrar os elementos em seu topo, longe do alcance das mãos. Os itens simbolizam bens que, embora devessem ser garantidos enquanto direitos básicos, permanecem inacessíveis para grande parte da população, sobretudo em contextos de crise e agravamento das desigualdades sociais.
Sobre o Projeto Octógono Arte Contemporânea | Criado em 2003, o projeto Octógono Arte Contemporânea ocupa um espaço importante na Pinacoteca, apresentando produções de arte contemporânea comissionadas pelo museu. Ao longo desses 18 anos, o projeto apresentou cerca de 40 site specifics de artistas brasileiros e estrangeiros; entre eles, já passaram pelo projeto nomes como Ana Maria Tavares, Artur Lescher, Carla Zaccagnini, Carlito Carvalhosa, Joana Vasconcelos, João Loureiro, José Spaniol, Laura Vinci, Laura Lima, Regina Silveira, Rubens Mano e Jorge Pardo, entre outros. Desde o seu surgimento, debates sistemáticos sobre a produção e ideias que conformam a contemporaneidade nas artes visuais foram realizados.
Sobre André Komatsu | André Komatsu (1978) nasceu em São Paulo e atualmente vive e trabalha na cidade. Integra a geração que cresceu com a retomada da democracia no Brasil e viu o neoliberalismo ser implementado pelas políticas econômicas nos anos 1990. E é neste contexto que nasce sua obra. O artista questiona as diferentes formas de atuação do homem no mundo, a maneira como lida com o espaço urbano e com os poderes estabelecidos. Saiba mais aqui.
Sobre a Pinacoteca de São Paulo
A Pinacoteca de São Paulo é um museu de artes visuais com ênfase na produção brasileira do século XIX até a contemporaneidade e em diálogo com as culturas do mundo. Museu de arte mais antigo da cidade, fundado em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo, vem realizando mostras de sua renomada coleção de arte brasileira e exposições temporárias de artistas nacionais e internacionais. A Pinacoteca também elabora e apresenta projetos públicos multidisciplinares, além de abrigar um programa educativo abrangente e inclusivo.
Serviço:
Instalação Noite Longa
André Komatsu
A partir de 28/8/21 até 8/11/21
Octógono da Pinacoteca de São Paulo
Ingressos com reserva de horário em https://www.pinacoteca.org.br
Edifício Pina Luz
Praça da Luz 2, São Paulo, SP.
(Fonte: Assessoria de Comunicação/Pinacoteca)
Se você mora na região do Bixiga, em São Paulo, preste atenção ao seu redor nos próximos dias e você poderá se surpreender com ações artísticas da Trupe Baião de 2 em espaços emblemáticos do bairro. Respeitando o distanciamento social e todos os protocolos de segurança, de 22 a 29 de agosto de 2021, o grupo circense de pernaltas (pessoas que andam na perna de pau) formado no Bairro do Bixiga realizará intervenções urbanas surpresa, com execução de cenas, acrobacias, danças e interações com o espaço e com o público, que poderá apreciar à distância. Com essa iniciativa, o grupo lança um desafio divertido, convidando a população a gravar vídeos das intervenções urbanas e postar nas redes sociais usando a hashtag #caminhodasaracura ou as redes sociais do grupo @trupebaiaode2.
“Essa brincadeira virtual busca direcionar o olhar das pessoas do bairro para os significados, a história e as características deste território de forma poética, alegre, plural e em cima do nosso palco andante: as pernas de pau. Uma forma de expandirmos para a população a oportunidade de compartilhar seus olhares sobre o Bixiga e despertar a curiosidade para a história do bairro”, comenta a trupe. O projeto visa fazer com que as pessoas encontrem um momento distinto em seu trajeto cotidiano, reduzindo a velocidade de modo a enxergar a cidade e o seu próprio bairro por novas perspectivas.
A Trupe Baião de 2 convida a população para conhecer ou relembrar a história do bairro e do Vale do Saracura, um dos rios mais importantes da cidade, que acabou sendo escondido, abaixo da Avenida Nove de Julho, quando a cidade se transformou com o processo de urbanização. “Usaremos a poesia para trazer atravessamentos de ordem ambiental e social, onde tornar invisível um rio torna também invisível a contação da história de um povo”, explica a Trupe.
Apesar de reconhecido pela predominância de imigrantes italianos, o Bairro do Bixiga possui uma identidade própria muito relevante e pouco conhecida pelas pessoas que ali vivem. Além de ter sido uma grande trilha indígena, ali foi construído o primeiro quilombo urbano da cidade, no entorno do Vale do Saracura, rio que foi tamponado (obstruído com tampão) se tornando invisível para a cidade. “Assim como o apagamento da memória dos povos originários, a violenta arquitetura aqui consolidada levou também ao apagamento dos rios. Queremos chamar atenção para que essa história possa ser transposta para locais diferentes que sejam semelhantes. Histórias de diversos povos”, explica o grupo.
Explorando este território, o cortejo será iniciado em frente à sede da Escola de Samba Vai-Vai, seguirá pelas ruas Dr. Lourenço Granato, Alameda Marques de Leão, Conselheiro Carrão, Santo Antônio e finalizado na escadaria da Rua Almirante Marques de Leão, transitando simbolicamente como um rio. As cenas buscarão construir uma narrativa de alguma lembrança destes territórios, como se cada pernalta fosse o próprio rio Saracura materializado na superfície, entrando em contato com esse chão e tudo o que ele viu se passar ali. Os artistas em pernas de pau farão uso de elementos acrobáticos, teatro físico, música e comicidade para propor ao público um novo olhar à paisagem, convidando-o a ver o passado, refletir sobre o presente e prospectar um futuro possível.
Durante as intervenções, a Trupe Baião de 2 realizará as gravações de seu novo projeto Caminho da Saracura, que dará origem a um espetáculo de mesmo nome que será transmitido virtualmente, trazendo a reflexão sobre o patrimônio cultural e natural do bairro, mas também tratando da questão do descuido com os rios – uma realidade global nos países banhados pelo Oceano Atlântico.
O projeto faz referência também ao pássaro Saracura, ave de pernas longas e finas, tão abundante naquela região por volta de 1920 que tornou-se o nome do rio. “O espetáculo traz a temática das águas, enxergando cada um de nós como uma nascente, já que podemos nutrir, habitar e preencher as lacunas existentes no mundo. Podemos ser mansos e violentos como a água que bate e fura, mas também acolhe. Água que une todos os continentes”, diz o grupo.
Caminho da Saracura é um projeto que vem sendo realizado desde janeiro com oficinas, preparação vocal, treinamentos corporais, com a proposta de uma intensa pesquisa sobre as origens do bairro.
A Trupe Baião de 2 nasce no bairro do Bixiga buscando dar visibilidade às culturas que não são chanceladas pelo poder público, levando aos espetáculos referências da memória e cultura popular. Nesse bairro, o grupo realiza constantemente oficinas de perna de pau em espaços públicos.
As ações fazem parte do projeto Caminho da Saracura, contemplado no edital ProAC Expresso Lei Aldir Blanc nº 49/2020, Premiação Circo No Estado de São Paulo.
Mais informações em: www.facebook.com/TrupeBaiaoDe2 / www.instagram.com/caminhodasaracura / www.instagram.com/trupebaiaode2.
FICHA TÉCNICA
Intérprete Criadores: Aipim, Alex Bingó, Guilherme Awazu, Karen Nashiro, Lemon Yce e Rachel Monteiro | Direção Geral: Mafalda Pequenino | Preparação Acrobática: Rubia Neiva | Figurinos: Juliana Bertoline | Direção Musical e Trilha Sonora: Ivan Alves | Assessoria de Imprensa: Luciana Gandelini | Assistente de Produção: Jeronimo Ali | Produção Executiva: Gisele Tressi | Realização: Trupe Baião de 2.
Serviço:
Intervenções urbanas Caminho da Saracura com Trupe Baião de 2
Quando:
28 de agosto de 2021 (sábado) – manhã e tarde
29 de agosto de 2021 (domingo) – manhã e tarde
Grátis – Classificação Livre.
(Fonte: Assessoria de Imprensa/Luciana Gandelini)
Profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) veem a alimentação adequada e saudável para todos como um problema sem solução, especialmente quando o cenário é a periferia e seus moradores. Esta é a conclusão de um estudo da Universidade de São Paulo (USP) publicado na revista “Cadernos de Saúde Pública” na quarta (25). As pesquisadoras Lúcia Guerra, Fernanda Botelho e Ana Cervato-Mancuso realizaram entrevistas com profissionais de saúde que conduzem, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), grupos educativos sobre alimentação e nutrição na APS na cidade de São Paulo, com foco em bairros da periferia. A maior parte dos agentes tinha formação em áreas como enfermagem, medicina e fonoaudiologia. A APS é uma das áreas-chave para a atuação profissional que vise à efetivação do Direito Humano à Alimentação Adequada.
Com o objetivo de entender de que forma os profissionais de saúde atuavam para promover o direito humano à alimentação adequada, o estudo identificou três perfis de atuação. O primeiro tem foco apenas na dimensão biomédica da alimentação, com recomendações como a redução do consumo de alimentos que, muitas vezes, são os únicos acessíveis à população atendida.
O segundo perfil reconhece as complexidades do acesso e disponibilidade de alimentos nestas regiões, mas se mostra resignado com as violações ao DHAA (com pensamentos como “melhor comer por um ou dois dias do que não comer nada”, sem preocupações, por exemplo, com a regularidade da alimentação da população).
Por fim, o terceiro tipo de atuação dos profissionais da saúde é mais coerente com a promoção do direito humano à alimentação adequada. São agentes que se envolvem em ações de responsabilidade coletiva, integrando profissionais de diversas formações, e levam em consideração os modos de vida das regiões periféricas para orientar a população. Ainda assim, não se veem como agentes de transformação: buscam problematizar o Estado e os usuários para garantir alimentação adequada e saudável a todos.
Para Guerra, compreender o que é alimentação e nutrição adequadas é um dos principais pontos para que os profissionais de saúde consigam ajudar a promover o direito humano à alimentação. “É a partir desta tomada de consciência política que poderemos melhor elaborar e realizar as ações de alimentação e nutrição na atenção primária à saúde por meio da nossa prática profissional cotidiana”, completa.
A pesquisa evidencia a necessidade de ampliar as noções que os agentes de saúde têm sobre os problemas relacionados à alimentação, podendo ter impactos até mesmo em políticas públicas. “Abordagens que proponham um olhar mais abrangente para os sistemas alimentares, nesta pesquisa e em estudos futuros, devem construir caminhos transformadores para a sociedade”, finaliza a cientista.
(Fonte: Agência Bori)