Sucen, que monitorava o comportamento do inseto no Estado, foi extinta em 2020 e seus laboratórios, até hoje, não foram incluídos na organização administrativa do Estado, comprometendo pesquisas e controle de doenças
São Paulo
Pesquisa da FGV revela que o Brasil possui mais celulares que pessoas (234 e 211 milhões, respectivamente) – não há como, em 2021, escapar de uma foto, de uma filmagem ou de um flagra que, ao ser registrado, pode ganhar o mundo pela internet. Para entender o fluxo que uma foto íntima – o famoso ‘nude’ – percorre entre o clique e a exposição, a doutora em antropologia e pesquisadora Beatriz Accioly Lins lança pela Editora Telha o livro Caiu na Net: Nudes e exposição de mulheres na internet, cujo maior foco está na figura da mulher, que sofre infinitamente mais com essa divulgação se comparada ao homem. “Após acompanhar, para minha tese de doutorado, a rotina dentro de duas delegadas de defesa da mulher, percebi o aumento dos registros de ameaças e chantagens ligados às novas tecnologias, principalmente o uso dos smartphones”, afirma a autora.
Beatriz conduz o leitor pela trilha dessas imagens vítimas de julgamentos morais, acusações e até perseguições. Sua pesquisa acompanhou ativistas, gestores públicos, juristas, jornalistas e pesquisadores a fim de elucidar as consequências desses atos e, também, como o Direito pode zelar pelos direitos da vítima dessas divulgações criminosas. Nesses casos, o advento das redes sociais e da sociedade cada vez mais conectada se torna um inimigo implacável que atua em prol de quem visa constranger, intimidar e até aliciar alguma mulher.
Para a autora de Caiu na Net, tais materiais ilustram sem sombra de dúvida a desigualdade e circunstancial violência de gênero que elas sofrem dentro dessa temática. Se, para algumas mulheres, o ‘nude’ representa novas experiências de paquera e sedução, essa atitude pode vir a se reverter em chantagem quando aquela imagem deixa de ter um ou dois conhecedores e passa a ser acessada por milhares de pessoas, o que configura o chamado “vazamento”.
“A tipificação penal em 2013, quando houve o ‘boom’ dos celulares no país, dificultava o trabalho da polícia. À época, pegamos emprestado o termo ‘pornografia de vingança’ da língua inglesa, na falta de termos uma nomenclatura nossa”, comenta Beatriz.
O julgamento que antes só se via em tribunais ganhou uma nova esfera: a cibernética. A pessoa que é exposta em sua intimidade nas redes sociais é taxada como sem valor e sofre um linchamento social muitas vezes pior que o veredito de uma ação de danos morais que possa ser movido contra o divulgador das fotos.
Caiu na Net é potente e esclarecedor. Mostra como, na sociedade atual, nada é muito simples no trânsito entre os prazeres e os perigos ou, nos bons termos da autora, entre o desejado e o nocivo.
Sobre a Editora Telha | A Telha é uma editora independente voltada à publicação de obras críticas sobre temas contemporâneos.
Sobre a autora | Beatriz Accioly Lins é antropóloga, doutora e mestra em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo, além de Pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre Marcadores Sociais da Diferença (Numas-USP). Desenvolve pesquisas sobre acesso a direitos, noções e percepções de justiça em se tratando de violência contra mulheres e suas interseções com marcadores sociais da diferença. É, ainda, autora do livro A lei nas entrelinhas: a Lei Maria da Penha e o trabalho policial (Ed. Unifesp, 2018) e coautora do livro Diferentes, não desiguais: a questão de gênero na escola (Reviravolta, 2016).
Serviço:
Livro Caiu na Net
Autora: Beatriz Accioly Lins
Editora: Telha
Páginas: 268
Preço: R$59,00.
Que tal programar uma viagem para um destino ao mesmo tempo rústico e charmoso nesse feriado de Independência do Brasil? Estamos falando de Monte Verde (MG). Esse distrito de Camanducaia tem um dos climas mais puros da região Sudeste. E, nessa época de transição entre o inverno e a primavera, as montanhas que cercam Monte Verde oferecem clima ameno ao anoitecer além de bons passeios junto à natureza. O friozinho das montanhas, o clima aconchegante, um bom vinho e uma gastronomia diversificada, tudo isso em meio a uma paisagem exuberante, são uma boa pedida. Então, prepare as malas.
Monte Verde fica a 166 km de São Paulo e a 480 km de Belo Horizonte. Para chegar lá, siga pela Rodovia Fernão Dias (BR-381) até a cidade de Camanducaia (saída 918) e, de lá, acompanhe as placas de sinalização. São mais 30 km de estrada asfaltada até atingir o portal da cidade e a principal avenida da vila.
A boa pedida, claro, é namorar em frente à lareira, saboreando a típica fondue da região. Mas o destino também possui várias opções de lazer, principalmente as ligadas ao turismo ecológico.
Entre as atrações imperdíveis para o feriado de 7 de setembro estão:
Fazenda Radical | Um convite a sair da rotina em meio ao verde da Serra da Mantiqueira, a Fazenda Radical oferece atrações para a família inteira, desde atividades como arvorismo, cavalgada e arco e flecha até opções mais radicais, como tirolesa – a maior do distrito, com 1050 metros de extensão –, passeio de quadriciclo e parede de escalada.
Trilha da Pedra Redonda | Passeio mais visitado de Monte Verde, a Trilha da Pedra Redonda, que fica dentro do parque Verner Grinberg, conta com um mirante no meio e baixo grau de dificuldade em relação às demais da região.
Parque Oschin | Com natureza exuberante, o Parque Oschin é outra opção de turismo de natureza em Monte Verde. Construído em uma reserva florestal particular, o local oferece atrativos como o Caminho das Hortênsias, com gigantes araucárias e xaxins centenários, Cascata da Olívia, Gruta do Ian, Lago da Nalu e playgrounds com brinquedões que vão garantir a diversão da criançada.
Bar de Gelo | Se a ideia é curtir o frio em Monte Verde, nada melhor do que visitar o Ice Bar, que oferece a oportunidade de tomar um drink a -15ºC. O local, todo feito de gelo, já chama a atenção por si só, rendendo boas fotos em um clima congelante.
Avenida Monte Verde | Reunindo as principais opções gastronômicas e de compras de Monte Verde, a avenida principal, que leva o nome do distrito, é cenário do roteiro tanto durante o dia quanto à noite. Seja para registrar as baixas temperaturas no termômetro local, compras os produtos típicos nas lojinhas das galerias ou se deliciar com as iguarias da vila.
Agora, além de encontrar diversas opções de bares e restaurantes que oferecem desde o típico cardápio mineiro até os famosos festivais de fondues, massas e delícias alemãs, o endereço conta com um novo atrativo que fica por conta da decoração: a pintura bauer. O projeto realizado pela MOVE começou pelos bancos da avenida principal, que ganharam contornos e cores típicos da técnica, que significa “Pintura de Camponês” e é original da Alemanha.
ONDE FICAR
Pousada Pedras e Sonhos | A Pousada Pedras e Sonhos é cercada por enorme área verde preservada e oferece uma das mais espetaculares vistas dos seus cinco chalés decorados no estilo minimalista, com hidromassagem, persianas automáticas, frigobar, lareira, TV a cabo, aquecimento central e isolamento térmico-acústico. Na propriedade, há jardim de inverno panorâmico, trilhas pela Mata Atlântica, a exclusivíssima Casa da Pedra, com trilha e bosque privativo, deck para pequenos eventos e o restaurante Café com Arte, que serve café da manhã em estilo colonial e cardápio internacional.
Mais informações e reservas: www.pousadapedrasesonhos.com.br.
Pousada Jardim da Mantiqueira | A Pousada Jardim da Mantiqueira tem como conceito principal conectar os clientes com a natureza: observar uma infinidade de pássaros, borboletas ou esquilos e, à noite, admirar as milhares de estrelas do intenso céu azul, nas enormes e panorâmicas varandas das suítes, que se projetam no espetacular bosque de araucárias e bromélias. Por pequenas alamedas arborizadas, chega-se aos privativos e bem decorados chalés, cercados de muito verde, com jardins coloridos.
Mais informações e reservas: www.pousadajardimdamantiqueira.com.br.
Desde que os imigrantes holandeses começaram a chegar ao Brasil, eles buscaram deixar marcas de sua cultura em cada cidade por onde passavam ou se instalavam. E, para que as suas riquezas culturais ficassem registradas, um Centro de Documentação foi organizado pela Associação Cultural Brasil-Holanda e completa 10 anos em 2021. Foi a criação do espaço, em Carambeí (PR), que permitiu que as histórias de diversas famílias passassem a ser documentadas em livros para o conhecimento das futuras gerações.
Um dos responsáveis por reunir o legado desse povo e se aprofundar na história da colonização holandesa é o professor e secretário da ACBH, Johan Elbertus Scheffer. “Esse material histórico tem grande valor para o povo holandês. E todos os documentos estão reunidos em um espaço próprio para que não se percam. Além disso, a ideia é que o Centro seja um local de referência para estudiosos do assunto”, afirma o professor. Ele conta também que o objetivo futuramente é a digitalização de todo o acervo. “Com a digitalização de todos os materiais, é possível que mais pessoas possam ter acesso ao conteúdo, ampliando ainda mais a divulgação da nossa história”, explica.
O Centro de Documentação também dá a possibilidade aos filhos de imigrantes conhecerem mais sobre a história dos familiares. São mais de 200 documentos, como relatórios, folhetos, artigos, trabalhos acadêmicos e livros em holandês e português. O acervo também conta com materiais iconográficos e audiovisuais sobre imigração, cooperativismo e história das colônias holandesas. “É muito significativo para nós termos livros e documentos registrados no nosso acervo e perceber como isso ajuda a preservar a cultura holandesa. O Centro de Documentação recorda o nosso país, a nossa história, a vinda dos primeiros holandeses para o Brasil e também auxilia a valorizar a nossa cultura que é tão rica”, destaca a conselheira da ACBH, Marina Van der Vinne.
Sobre a ACBH | A Associação Cultural Brasil-Holanda (ACBH) é uma organização formada por holandeses e descendentes de holandeses no Brasil, oriundos de diversas colônias. Visa preservar o patrimônio histórico artístico e cultural holandês e brasileiro para a posteridade. Também quer incentivar, desenvolver e divulgar as várias formas de expressão cultural. Mais informações: https://www.acbh.com.br/.
A intensificação do aquecimento global pode trazer graves prejuízos à vida marinha, que já enfrenta um clima bem alterado desde o século passado. Análise de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) mostra que metade da vida marinha em recifes tropicais do Atlântico Sul não vai mais existir até o final do século, se o nível de emissão de gases estufa for mantido no patamar atual. As projeções estão publicadas na edição de quarta (18) da revista “Ecosystems”.
Durante sete anos, os pesquisadores do grupo, liderado por Guilherme Longo, Leonardo Capitani e Ronaldo Angelini, tentaram entender como o aumento de temperatura do planeta afeta diretamente animais marinhos, recifes e matéria orgânica. Segundo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), divulgado na segunda (9), chegaremos ao limite de +1,5°C de aquecimento global em relação à era pré-industrial em 2030, dez anos antes do previsto, o que poderá trazer consequências também para a vida nos oceanos.
O sítio escolhido para o estudo foi o Atol das Rocas, primeira Reserva Biológica Marinha do país, localizada a 150 quilômetros de Fernando de Noronha. “Por ser uma área protegida, os recifes do Atol são um laboratório do que seria um ecossistema natural, com mínima interferência humana direta”, comenta Longo, coautor do estudo, que contou com o apoio e monitoramento do Programa Ecológico de Longa Duração das Ilhas Oceânicas e da equipe da reserva biológica do Atol das Rocas. Os pesquisadores conseguiram criar um modelo matemático de cadeia alimentar dos recifes tropicais do Atlântico Sul, algo inédito para as pesquisas da área.
O modelo consegue comparar a biomassa de diversos organismos a cada ano, incluindo peixes, algas, corais e outros invertebrados, levando em consideração a eficiência daquele recife em circular energia e matéria. A projeção indica que, se o crescente nível de emissão de gases estufa na atmosfera for mantido da maneira que está, a sobrevivência de muitos animais entrará em colapso já em 2050. “O aquecimento dos oceanos vai levar uma diminuição drástica na diversidade marinha, isso porque a biomassa dos recifes vai transferir menos energia para o próximo animal da cadeia, as algas vão ter menos nutrientes e os peixes serão menos resistentes, diminuindo e fragilizando as espécies”, explica Leonardo Capitani. Longo complementa: “Os recifes correm o risco de se tornarem ‘cidades-fantasma’ no mar, totalmente sem vida”.
Para os pesquisadores, o estudo alerta para a crise climática, resultado da ação humana, e os impactos que ela terá sobre a atividade pesqueira e o turismo do litoral brasileiro, já que os recifes são reservas importantes de cardumes de peixes. Longo destaca a importância de projetos de monitoramento de longo prazo de ecossistemas marinhos e do fortalecimento de unidades de conservação para reduzir impactos humanos locais. “Com isso, podemos preparar os recifes para impactos globais”, finaliza.
(Fonte: Agência Bori)
A Música em torno dos instrumentos de teclado é o tema que pauta a sequência de quatro concertos programados para a Temporada de Música Clássica de Sorocaba Schaeffler Música, nesta pequena edição de 2021. Na sexta-feira, dia 20 de agosto, às 19h00 será lançado, no canal do YouTube da MdA International um concerto de clavicórdio e cravo, gravado especialmente para a Temporada pelo músico Delphim Rezende Porto.
O organista, cravista e regente Delphim é mestre e doutor em Musicologia pela ECA-USP sob a orientação de Mônica Lucas e Giuseppe Gerbino, da Universidade Columbia de Nova York. Aperfeiçoou aos teclados históricos do cravo, órgão e clavicórdio com Peter Sykes, da renomada Juilliard School, também em Nova York. Foi aluno de Nicolau de Figueiredo e Elisa Freixo, especializando-se no repertório renascentista e barroco escrito para os teclados históricos, aos quais se dedica no âmbito acadêmico e performático.
Esta será uma ocasião de conhecer mais sobre esses dois célebres instrumentos de teclado: o clavicórdio e o cravo, com peças de Bach, Couperin, Dupré e Di Lasso, entre outros compositores que escreveram originalmente para esses instrumentos.
A Temporada tem a produção e direção artística da MdA International, patrocínio exclusivo da Schaeffler e apoio da Unimed Sorocaba.