Sucen, que monitorava o comportamento do inseto no Estado, foi extinta em 2020 e seus laboratórios, até hoje, não foram incluídos na organização administrativa do Estado, comprometendo pesquisas e controle de doenças
São Paulo
O músico, compositor e arranjador Toninho Ferragutti é conhecido (e reconhecido) como um dos mais inventivos e talentosos acordeonistas atualmente. Em 35 anos de carreira, gravou inúmeros álbuns, teve três trabalhos indicados ao Grammy e tocou com importantes músicos nacionais e internacionais, além de orquestras. Este novo álbum é mais um passo em sua carreira, com composições inéditas escritas especialmente para uma formação pouco explorada no universo musical, o quinteto de cordas – com violinos, viola, violoncelo e contrabaixo – e o acordeon. E o resultado desse encontro está registrado em De Sol a Sol, lançado agora pela gravadora do SESC São Paulo.
“Eu me sinto um melodista e a minha música, na verdade, é popular com muitos códigos e elementos da música erudita: dinâmicas, sonoridades e sofisticação harmônica. Em outras palavras, ela se aproxima da música erudita, embora beba da fonte da música popular. E é muito bom fazer isso”, afirma Toninho Ferragutti sobre as doze faixas do álbum com choros, forrós, valsas e jazz.
O trabalho nasceu com a proposta de ter composições em que os seis instrumentos são protagonistas. Segundo Ferragutti, há pouco material feito especialmente para esta formação. “O acordeon se presta muito a esse tipo de formação com cordas. Ele se dá bem com as dinâmicas e com os timbres. Embora seja um instrumento de ar, de sopro, ele sustenta os sons como as cordas. Eu me sinto em casa”, revela o compositor.
De Sol a Sol também levou em consideração os músicos parceiros com os quais Ferragutti dividiria o estúdio: Luiz Amato e Liliana Chiriac (violinos), Adriana Schincariol (viola), Adriana Holtz (violoncelo) e Zé Alexandre Carvalho (contrabaixo), todos eles com carreiras sólidas na música erudita e passagens pelas principais orquestras brasileiras, como a Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e a Sinfônica Municipal (OSM), mas que trazem grande compreensão da música popular, de seus códigos e sua linguagem. “Eu componho e penso na formação, nas pessoas que vão tocar. O disco me deixou feliz porque conseguimos um resultado de que gosto”, diz o acordeonista.
As doze faixas foram arranjadas por um time que entende do assunto, como o clarinetista, saxofonista e compositor Nailor Azevedo ‘Proveta’, fundador da Banda Mantiqueira, e o pianista e compositor Tiago Costa, regente da Orquestra Jovem Tom Jobim. Proveta arranjou Valsa Dura, Pedro e Névoa; já Tiago trabalhou a peça título do álbum De Sol a Sol e ainda Medusa, Bétula e Valsinha de Salão. Completam a lista os arranjadores Alexandre Mihanovich, que assina Moinho e Redentora; Rafael Piccolotto, em Forró Campeão e Adail Fernandes com Um chorinho em Aquiraz; além do próprio Toninho Ferragutti, que arranjou Reloginho.
O álbum teve ainda algo importante para o grupo. “Fiz de uma maneira que sempre quis, fomos para um lugar longe de São Paulo e ficamos mergulhados na gravação, com o foco voltado ao trabalho. Isso também influenciou o resultado”, finaliza o músico. Para ouvir, clique aqui.
Repertório
De Sol a Sol – Toninho Ferragutti e Quinteto de Cordas
Todas as composições são de Toninho Ferragutti
1 – De sol a sol | Arranjo: Tiago Costa
2 – Valsa dura | Arranjo: Nailor Azevedo ‘Proveta’
3 – Medusa | Arranjo: Tiago Costa
4 – Bétula | Arranjo: Tiago Costa
5 – Moinho | Arranjo: Alexandre Mihanovich
6 – Pedro | Arranjo: Nailor Azevedo ‘Proveta’
7 – Valsinha de salão | Arranjo: Tiago Costa
8 – Névoa | Arranjo: Nailor Azevedo ‘Proveta’
9 – Reloginho | Arranjo: Toninho Ferragutti
10 – Forró Campeão | Arranjo: Rafael Piccolotto
11 – Redentora | Arranjo: Alexandre Mihanovich
12 – Um chorinho em Aquiraz | Arranjo: Adail Fernandes
Toninho Ferragutti | Músico, compositor e arranjador, nasceu em Socorro, no interior do Estado de São Paulo, onde foi incentivado pelo pai, Pedro Ferragutti, também músico saxofonista e compositor de valsas, choros, dobrados e marchas. Fez sua formação acadêmica no Conservatório Gomes Cardin, em Campinas, acrescentada de aulas particulares de acordeon, com Dante D’Alonzo, e harmonia, com Claudio Leal Ferreira. Também credita sua formação às inúmeras rodas de choro, grupos de baile, de música gaúcha e de gafieiras dos quais participou. Antes de se profissionalizar, Toninho Ferragutti cursou três anos de veterinária na Unesp, em Botucatu, curso que abandonou no último ano para se mudar definitivamente para São Paulo, em 1983.
Em mais de 35 anos de carreira bem-sucedida, participou de shows e álbuns de importantes artistas no Brasil e exterior, como Gilberto Gil, Edu Lobo, Antonio Nóbrega, Elba Ramalho, Mônica Salmaso, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Chico Cesar, Sivuca, Dominguinhos, Oswaldinho do Acordeon, Lenine, Paulo Moura, Marisa Monte, Elza Soares, Dory Caymmi, Joyce, Nelson Ayres, Nico Assunção, Hermeto Paschoal, Lenine, Elza Soares, Grupo Corpo, Mario Adnet, Proveta, Maira João e Mario Lajinha (Portugal), Seigen Ono (Japão) e Antonio Placer (França).
Também já tocou com diversas orquestras sinfônicas como a Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo, Orquestra Petrobras Pró-Música, Orquestra de Câmera da Universidade da Paraíba, Orquestra Sinfônica do Recife, sob a regência de Claudio Cruz, Ciro Pereira, Nelson Ayres, Wagner Tiso, Karabtchevsky, João Maurício Galindo, Carlos Anísio e Osman Gioia e vem interpretando toda obra escrita pelo compositor e Acordeonista Sivuca para esta formação.
Tem 15 álbuns solo e em parceria, com indicações ao Grammy Latino, Prêmio Tim e Prêmio Governador do Estado de São Paulo pelo trabalho apresentado no decorrer do ano de 2011. Foi vencedor do 28º Prêmio da Música Brasileira (2017) na categoria Música Instrumental como Melhor Solista, por sua atuação no álbum A Gata Café. Possui músicas gravadas pela Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo e pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Seu CD Sanfonemas foi indicado ao Grammy Latino no ano 2000 como melhor CD de música regional; Nem Sol nem Lua, disco de 2006, foi considerado um dos 10 melhores trabalhos de música instrumental do ano e O Sorriso da Manu integrou a lista dos 10 melhores CDs de 2012, na opinião do crítico musical Carlos Calado. É professor, promove oficinas musicais em sua casa e é devoto de Dominguinhos, Hermeto Pascoal e Gilberto Gil.
Luiz Amato – 1º violino | Natural de São Paulo, é violinista e professor. Bacharel pela USP, é mestre e possui o Graduate Diploma pelo New England Conservatory de Boston (EUA). Doutor pela Universidade da Califórnia (EUA), foi membro do quarteto de cordas em residência desta universidade, com o qual participou de vários festivais e concertos pelos Estados Unidos, Europa e Brasil. No Brasil, integrou, entre outros, o Quarteto Municipal da Cidade de São Paulo – com o qual ganhou o prêmio APCA na categoria Melhor Grupo de Câmara do Ano. Foi spalla da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, da Amazonas Filarmônica e da Orquestra Jazz Sinfônica. Ex-diretor Artístico da Orquestra de Câmara da Unesp, atualmente é professor da universidade.
Liliana Chiriac – 2º violino | Nasceu em Chishinau, Moldávia. Iniciou seus estudos aos sete anos na Escola de Música C. Porumbesco e participou de diversos concursos para jovens instrumentistas. Em 1989, conquistou o primeiro lugar no Concurso de Jovens Violinistas da Moldávia e, no mesmo ano, iniciou seus estudos na Academia de Música G. Musiceuscu. Integrou a Orquestra Sinfônica de Teleradio, da sua cidade natal. Em 1993, integrou o naipe de primeiros violinos da Orquestra Filarmônica Nacional da Moldávia. Fez curso de aperfeiçoamento com a professora Esfir Caplun, discípula de Y. A. Yankelevich, nas áreas de música de câmara e prática pedagógica. Mudou-se para o Brasil em 1998 para exercer a função de “concertino” na Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto. Também participou do Quarteto de Cordas Tchaikovsky, do São Paulo Arte Trio e da Orquestra Bachiana Filarmônica. Desde 2002, integra a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo e a Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo. Desde 2007, é professora da Emesp Tom Jobim. Trabalhou ao lado Toninho Ferragutti em O Sorriso da Manu.
Adriana Schincariol – viola | Violista e professora. Iniciou seus estudos musicais no Conservatório de Tatuí aos 7 anos com piano, passando posteriormente para viola, em que se formou na classe do Professor Paulo Bosísio. É professora de viola e música de câmara no Conservatório Dramático e Musical de Tatuí, Faculdade UNI-FIAM, FAAM, Instituto Baccarelli e na Emesp Tom Jobim. Foi violista da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), Orquestra Bachiana, do Quarteto de Cordas Aureus e do Quinteto D’Elas. É violista da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e do Quinteto de Cordas com Toninho Ferragutti. Ganhou o Prêmio Carlos Gomes do Governo do Estado de São Paulo de Melhor Grupo de Câmara com o Quinteto D’ Elas (1998). Foi coordenadora pedagógica de Música de Câmara no Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão de 2006 a 2011 e da Emesp Tom Jobim de 2009 a 2020.
Adriana Holtz – violoncelo | Natural de Sorocaba. Iniciou seus estudos de violoncelo em 1987 no SESC Consolação e cursou o Conservatório Dr. Carlos de Campos em Tatuí. Participou dos Festivais de Música de Curitiba, Londrina, Tatuí e Campos do Jordão. Formou-se no curso de Licenciatura em Música pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, tendo estudado com Robert Suetholz e Antonio Lauro Del Claro. Foi primeiro violoncelo da Orquestra Experimental de Repertório (1994-1997), integrante da Orquestra Jazz Sinfônica, da Camerata Fukuda, do Grupo Cello em Sampa e da Orquestra de Câmara Villa-Lobos. Foi professora da ULM – Universidade Livre de Música e do Conservatório Musical Villa Lobos em Osasco, onde formou-se pianista. Atualmente é integrante da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo).
Zé Alexandre Carvalho – contrabaixo | Contrabaixista, arranjador e professor, atua em diversos estilos e formações, tanto na área do popular como do erudito. Já acompanhou artistas como Eliete Negreiros, Mônica Salmaso e Ná Ozzetti, entre outros. Na música instrumental, trabalhou ao lado de nomes como André Mehmari, Nelson Ayres, Paulo Moura, Ulisses Rocha, Proveta, Mozar Terra, Léa Freire, Hector Costita, Nivaldo Ornellas, Maestro Branco e Toninho Ferragutti, entre outros. Participou das Orquestras Sinfônicas de Campinas e Santo André. Realizou temporadas com a Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo e Orquestra Sinfônica da USP (Osusp). Como arranjador e diretor musical, trabalhou com os grupos Heartbreakers, Havana Brasil, Divina Caffé e Orquestra Paysandú. Foi diretor pedagógico da Escola do Auditório do Ibirapuera e atualmente é professor titular da Faculdade de Música da Unicamp. É Bacharel, Mestre e Doutor em música pela Faculdade de Música da UNICAMP. Atualmente toca com a Banda Savana, com Toninho Ferragutti e banda, com a cantora Ná Ozzetti.
Ficha técnica
Em todas as faixas:
Toninho Ferragutti – acordeon
Luiz Amato – violino
Liliana Chiriac – violino
Adriana Schincariol – viola
Adriana Holtz – violoncelo
Zé Alexandre Carvalho – contrabaixo
Produção: Toninho Ferragutti
Direção Musical: Luca Raele e Toninho Ferragutti
Gravação: Thiago Monteiro (Estúdio Riviére, Ribeirão Preto – SP), de 20 a 25 de janeiro de 2020
Mixagem e masterização: Thiago Monteiro (Estúdio Riviére, Ribeirão Preto – SP)
Pintura da capa: Cínthia Camargo
Fotografia: Tarita de Souza
Produção gráfica: Alexandre Calderero
Imagens Making Of: Guilherme Monteiro
Edição Making Of: Renan Abreu
Produção executiva: Gisella Gonçalves (Borandá Produções)
Assistente de produção: Lígia Fernandes (Borandá Produções).
Serviço:
Selo SESC lança o álbum De Sol a Sol de Toninho Ferragutti e Quinteto de Cordas
No SESC Digital e nas demais plataformas de streaming a partir de 21 de julho
Selo SESC nas redes
A cantora e compositora Roberta Campos vai apresentar seus grandes sucessos autorais como De Janeiro a Janeiro, Minha Felicidade e Abrigo em um show especial no Teatro Oficina do Shopping Iguatemi Campinas, dia 13 de agosto, a partir das 20h00.
O repertório é formado por hits da carreira, seus últimos lançamentos e algumas canções do novo disco O Amor Liberta, como o reggae Miragem, single feito em parceria com Natiruts.
“Voltar aos palcos em Campinas tem um peso emocional muito grande. No ano de 2018, Campinas foi minha casa; guardo memórias bonitas desse período e lá no Teatro Oficina Iguatemi fiz um dos shows mais bonitos da minha vida. Não poderia ser diferente essa retomada. Sinto-me acolhida, em casa e feliz”, comemora Roberta Campos.
Indicada ao Grammy Latino 2016 na categoria Melhor Álbum de MPB com o disco Todo Caminho é Sorte, Roberta Campos é um dos nomes que aparecem em um time de grandes cantoras da MPB.
Mineira, Roberta vem se destacando como autora de canções que compõem trilhas sonoras de diversas novelas e hits que alcançam os primeiros lugares das rádios brasileiras, além de parcerias com nomes como Humberto Gessinger, John Ulhôa, Fagner, Fernanda Takai, Paulo Mendonça, Natiruts, Vitor Kley e Skank, entre outros.
Serviço:
Roberta Campos – Voz e Violão
Data: 13 de agosto de 2021 (sexta-feira)
Horário: 20h
Local: Teatro Oficina do Shopping Iguatemi Campinas
Ingressos: R$30,00 – R$80,00
Vendas: Ingressodigital.com e na bilheteria do Teatro Oficina do Shopping Iguatemi Campinas – Av. Iguatemi, 777, Vila Brandina – Campinas/SP
Classificação: Livre.
Em 1992, a diretora Ana Maria Magalhães realizou o vídeo-documentário Mangueira do Amanhã, que mostra a influência do samba na vida das crianças, a formação da escola mirim e o desfile de carnaval daquele ano. O vídeo documenta a tradição cultural transmitida pelos mais velhos para incentivar as crianças a desenvolverem seu talento. A ideia de realizar Mangueira em 2 Tempos surgiu nos encontros ocasionais da diretora com Wesley, hoje mestre de bateria da escola, que lhe dava notícias de seus amigos mais próximos. Eram crianças que ela conhecera durante as filmagens do vídeo e com quem estabelecera laços de confiança e amizade. Desde então, Ana Maria se interessou em acompanhar os seus percursos, mas a ideia de continuar a narrativa partiu de Wesley. Naquele período ela achou que ainda era cedo para que as suas histórias de vida pudessem ser vistas em perspectiva. O projeto nasceu vinte anos depois.
A pesquisa foi iniciada pelas entrevistas de Wesley e Danielle e foi com surpresa que Ana Maria soube que as filmagens do primeiro documentário foram os momentos mais felizes de suas infâncias. Na época, ouvir aquele menino magrinho de 12 anos dizer com um brilho no olhar que queria ser músico soou como possibilidade remota. É impressionante ver como ele realizou seu intento chegando ao comando da bateria. Já o Ailton (Buí para os amigos), não poderia imaginar que aquele garoto de seis anos que tocava em lata de óleo vazia, seria percussionista na China.
Mas as histórias de vidas são encobertas pelo contexto social e, ao realizar o documentário, a diretora foi motivada a revelar a expressão do talento e da criatividade em condições adversas, pelo desejo de ultrapassar as fronteiras da nossa linguagem musical com a fusão de samba, funk e jazz brasileiro. Esses ritmos de origem africana foram executados conjuntamente por instrumentistas de formação tradicional e percussionistas da Mangueira, realçando suas contribuições à nossa musicalidade.
A introdução do funk nos desfiles da Mangueira por um grupo do qual Wesley fez parte sugere a conexão entre samba e funk que têm em comum os dois tempos da marcação do ritmo. Como expressão universal, a música considera que o encontro entre as diferenças é elemento de desenvolvimento e fator de união.
Ana Maria tem forte ligação com a Mangueira, já que ela participou da comissão de carnaval no ano em que a escola homenageou Tom Jobim e tem amigos na comunidade.
Este é também um filme sobre o Brasil negro representado nas escolas de samba. Seus compositores fizeram história na música popular com canções conhecidas do grande público.
Mangueira em 2 Tempos foi patrocinado pelo Banco Itaú, Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro e Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro. O filme estreia nos cinemas das principais cidades brasileiras em 5 de agosto.
Ana Maria Magalhães | Nascida no Rio de Janeiro em 1950, Ana Maria Magalhães atuou em importantes filmes brasileiros: Como era gostoso o meu francês, de Nelson Pereira dos Santos; Lucio Flavio, o passageiro da agonia, de Hector Babenco e A Idade da Terra, de Glauber Rocha.
Sua mais recente atuação foi no filme O Estranho Caso de Angélica, do aclamado diretor português Manoel de Oliveira, que foi selecionado para a mostra Um Certo Olhar no Festival de Cannes de 2010. Atuou também em novelas de TV, como Gabriela e Saramandaia, da Rede Globo.
Como diretora, seu primeiro filme foi Mulheres no Cinema, documentário sobre as mulheres cineastas do Brasil. A seguir, realizou o documentário sobre Leila Diniz Já que ninguém me tira pra dançar, uma das primeiras produções independentes veiculadas pela televisão brasileira, e alguns curtas de sucesso; entre eles, Assaltaram a gramática. Dirigiu também o longa-metragem Lara, cinebiografia da atriz Odete Lara.
Seu filme Reidy, a construção da Utopia foi premiado no Festival do Rio (Melhor Documentário de Longa-Metragem) e no Cine Eco Seia (Prêmio Pólis), em Portugal e a série de cinco episódios O Brasil de Darcy Ribeiro recebeu o prêmio de Melhor Série Documental pela TAL TV – Televisión de America Latina, em 2015.
Mangueira em 2 Tempos
Brasil, 2019, 90 min
Produção, Roteiro e Direção: Ana Maria Magalhães
Direção de Fotografia: Jaques Cheuiche
Som: Tiago Tostes e Pedro Sá Earp
Edição: Terêncio Porto
Música Original: Fernando Moura
Canção: Sala de Recepção, de Cartola, cantada por Chico Buarque
Produtor de Finalização: Ade Muri
Produção: Nova Era
Co-Produção: Canal Brasil
Distribuição: Arteplex Filmes
Entrevistados: Mestre Wesley, Érika, Buí do Tamborim, Danielle, Michele, Tathy
Participações: Alcione e Ivo Meirelles.
Sinopse: Depois de quase trinta anos, Mangueira em 2 Tempos revisita amigos de infância retratados no vídeo Mangueira do Amanhã, sobre a escola de samba mirim. Suas histórias revelam as circunstâncias brutais da vida dos moradores das favelas do Rio de Janeiro, mas também de seus surpreendentes destinos. Mestre Wesley se inspira na musicalidade local para realizar a carreira de percussionista. A narrativa de sua trajetória explora a conexão entre samba e funk, ritmos marcados pelas batidas em 2 tempos e propõe o diálogo entre o jazz e a percussão da Mangueira. Trailer: https://youtu.be/XhK8ygkvWSE.
Nova Era – Produtora | A Nova Era Produções realiza projetos audiovisuais que visam contribuir para a afirmação e divulgação de expressões artísticas relevantes, a provocar a reflexão sobre questões socioculturais e a temática feminina pela interseção entre Memória e Cultura Contemporânea. Seja pela escolha do tema ou forma de abordagem, suas obras buscam o diálogo com a sociedade sobre a nossa identidade e diversidade. Com dezesseis prêmios, inclusive em festivais internacionais, atualmente finaliza a remasterização do documentário Já que ninguém me tira pra dançar, sobre a atriz Leila Diniz.
Canal Brasil – Coprodutor | O Canal Brasil é o principal coprodutor de cinema brasileiro, com 362 longas-metragens coproduzidos em mais de uma década. Além da importância pelo volume de obras, a curadoria e o olhar apurado do canal para o cinema independente vêm se destacando, com a presença cada vez mais constante e consistente destes títulos nos principais festivais internacionais de cinema do mundo. Eventos de grande prestígio, como as mostras de Berlim, Cannes, Veneza e Sundance, entre outros, vêm concedendo láureas às produções nacionais das quais o canal é parceiro.
A Onii, loja autônoma que permite realizar compras diretamente via aplicativo, inaugurou na quarta-feira (21), em Paraisópolis, a eegloo – braço corporativo voltado para a criação de novos negócios, renda e postos de trabalho nas periferias do Brasil. O foco do projeto é o empreendedorismo social.
Realizada em parceria com o grupo G10 das Favelas e com a ONG Turma do Jiló, a ação visa implementar educação aos novos empreendedores. A ideia da Onii é capacitar as pessoas que perderam o emprego na pandemia para ser um operador eegloo. Em Paraisópolis, Daniel Cristovão passou por treinamento com mentoria e apoio jurídico e hoje já ajuda na distribuição. Por exemplo, se um morador empreendedor decide montar um eegloo em outro ponto da comunidade e os produtos acabam, é com Daniel que eles precisam falar. “Esse projeto trouxe uma ideia muito boa para nós da região”, comemora Daniel. “O bacana é que além da comunidade, os moradores podem apresentar essa solução também em seus trabalhos, nas escolas dos filhos, em todos os lugares. São ideias como essa que nos mostram que o futuro já chegou e está na periferia também”, completa.
O faturamento de cada loja será dividido em cinco partes: o empreendedor, o grupo G10 das Favelas, a ONG Turma do Jiló, o Instituto Kobra e a Onii, que recebe apenas o valor necessário para arcar com os custos de tecnologia e operação. O logo da obra foi feito por Eduardo Kobra, nascido na periferia de São Paulo, e o projeto conta com parceiros como a Ambev e P&G. Um dos grandes diferenciais desse modelo é que parte do que for arrecadado será reinvestido no ecossistema econômico local.
Segundo Ricardo Podval, sócio fundador da Onii, a ideia é ajudar quem mais precisa e foi afetado pela pandemia. “Estamos criando parcerias com grandes empresas e com o Sebrae para que as pessoas afetadas na pandemia possam empreender, criar seus próprios negócios, sejam licenciados eegloo e até mesmo ter os seus produtos (bolos, tortas, salgados) disponíveis em nossas lojas”. O CEO Victor Azouri Bemurdes completa: “Também queremos atender a comunidade focando em mulheres empreendedoras e na população acima dos 60 anos de idade, trazendo dignidade, geração de renda e uma cultura empreendedora para essas pessoas”.
O projeto é ambicioso: a Onii já está falando em seis comunidades do Rio de Janeiro, próxima cidade onde o eegloo será apresentado. Os planos são de chegar a 1000 eegloos, se tornando assim o maior programa de empreendedorismo social do Brasil.
eegloo
Rua Itamontiga, 100 – Paraisópolis – São Paulo/SP
Sobre a Onii | A Onii é a democratização do modelo Amazon Go, loja autônoma da varejista norte-americana, e foi criada em 2019 no ONOVOLAB, centro de inovação em São Carlos, interior de São Paulo, por Conrado Rantin, Ricardo Podval, Tom Ricetti e Victor Azouri. Acerca dos produtos disponíveis nas lojas, há ofertas tanto de grandes varejistas, como de produtos fornecidos por pequenos produtores, como leite e pães. O objetivo é facilitar a personalização dos estoques disponíveis por região, atendendo à preferência dos moradores e fomentando o mercado de fornecedores locais.
Quatro pesquisadores fizeram um trabalho inédito de cartografia para mapear cerca de 120 iniciativas populares que agem em defesa de três bacias importantes para a sustentação do sistema hidrelétrico do país. Marcela Bertelli, Damiana Campos, Bianca Lemes e Yuri Hunas foram os responsáveis pelo trabalho que sinalizou as comunidades ribeirinhas “guardiãs das águas” das bacias do São Francisco, do Rio Doce e do Jequitinhonha. O mapa interativo poderá ser acessado na plataforma digital do Festival Seres-Rios, do BDMG Cultural, que acontece de 2 a 10 de agosto.
“A cartografia expõe iniciativas e experiências da sociedade para enfrentar os problemas, como o da crise ambiental e hídrica e que estamos vivendo, da luta em defesa de territórios e da desigualdade social. É uma espécie de fotografia não estática do agora, do que está acontecendo, porque as comunidades são dinâmicas, respondem gerando movimentos a todo instante”, explica a antropóloga e curadora do festival Marcela Bertelli. “Muita gente pensa que as pessoas que vivem nessas regiões são marcadas apenas pela pobreza. Mas o que elas nos mostram é que existem formas de abundância, de produção aliada à proteção ambiental, de generosidade, de organização, de luta. São elas que estão protegendo nossos rios, nossas sementes, nossas florestas, nossa biodiversidade, nossa alimentação, ensinando algo que perdemos ou que destruímos”, acrescenta.
Marcela conta que cada um dos outros três pesquisadores ficou responsável por uma bacia em que já atuam em pesquisa e junto a movimentos populares. Os dados foram lançados em um mapa digital das bacias dos três rios que permite acesso às iniciativas das comunidades ribeirinhas marcadas por pontos que, quando clicados, abrem as informações. “Tem registro de movimentos de turismo comunitário e cultural, produção artística, cultura agrícola e alimentar. Não temos pretensão de abarcar todas as iniciativas, mas a cartografia ficará aberta para que outros registros sejam feitos. As pessoas podem enviar informações que iremos inserindo, assim que validadas”, diz.
Apolo Heringer Lisboa, um dos autores da Carta de Morrinhos, que conta com o movimento popular de quilombolas ribeirinhos e que foi mapeada na cartografia do Seres-Rios, afirma que é importante que todos saibam da existência dessas iniciativas para que apoiem, invistam e ajudem a manter. O movimento da Carta de Morrinhos, inclusive, precisa de financiamento, já que atua com lagoas imensas que precisam de fiscalização e monitoramento constante. A preservação delas é vital para o Rio São Francisco. Elas são local de desova dos peixes na piracema e funcionam como viveiros para os alevinos antes que voltem ao rio com as cheias.
(Fonte: Press Voice)