Sucen, que monitorava o comportamento do inseto no Estado, foi extinta em 2020 e seus laboratórios, até hoje, não foram incluídos na organização administrativa do Estado, comprometendo pesquisas e controle de doenças
São Paulo
Com uma temporada cada vez mais estendida, a região do Litoral Norte de São Paulo entrou e vez na chamada Rota das Baleias, recebendo um número cada vez maior de cetáceos de diversas espécies. Segundo o Projeto Baleia à Vista, nas temporadas de 2019 e 2020, mais de 300 baleias passaram pelas águas da região. As gigantes nadadoras vêm das águas mais geladas do hemisfério Sul em busca de águas mais quentes para a reprodução e, do litoral paulista, seguem para o sul da Bahia, onde têm seus filhotes.
As águas do Litoral Norte de São Paulo são atrativas, principalmente, em razão das temperaturas do Canal de São Sebastião, que têm, em média, 23ºC. E, graças a todo esse potencial, as cidades da região vêm percebendo uma demanda cada vez maior para o desenvolvimento do turismo de observação.
De acordo com Julio Cardoso, idealizador do Projeto Baleia à Vista, o turismo de avistamento de cetáceos se faz embarcado; portanto, é fundamental que os municípios tenham uma infraestrutura adequada de píeres de embarque e desembarque de passageiros para esse tipo de atividade. “Para este tipo de turismo náutico, essa infraestrutura e também operadores e embarcações adequadas e habilitadas são fundamentais. Todas as nossas cidades do litoral precisam investir e melhorar isso para poder atender a uma demanda de turismo náutico de qualidade”, diz.
O Litoral Norte de São Paulo tem uma fauna marinha bem rica e diversa e, mesmo em águas mais costeiras, é possível se observar quatro espécies de baleias e sete espécies de golfinhos, além de tartarugas, raias-manta, tubarão-baleia e uma enorme diversidade de aves pelágicas. As baleias jubarte, grandes estrelas da região, costumam ser avistadas entre maio e agosto. “É uma natureza muito rica e de grande biodiversidade que pode ser explorada de forma sustentável pelo turismo de natureza responsável, que é o tipo de turismo que mais cresce no mundo”, acrescenta Cardoso.
Regras para desenvolver atividade responsável | Nas atividades de avistagem, é importante seguir regras para garantir a prática sustentável. Entre elas, estão:
– Não se aproximar das espécies com motor engrenado a menos de 100 metros;
– Não reengrenar o motor antes de estar a uma distância mínima de 50 metros;
– Não interromper o curso de deslocamento do cetáceo;
– Não praticar mergulho ou natação não autorizada com as espécies.
Por isso, é tão importante realizar a capacitação do trade regional e a profissionalização deste tipo de turismo na região. “Nós do Projeto Baleia a Vista, em parceria com o Instituto Baleia Jubarte, já fizemos um treinamento e certificação do trade em Ilhabela e São Sebastião para a operação de Whale Watching e é fundamental que isso seja feito para o turismo operar dentro das normas e de forma sustentável e adequada com sucesso”, finaliza o idealizador do projeto.
Também focado em apoiar as práticas sustentáveis das cinco cidades da região turística, o Circuito Litoral Norte vem dando todo o suporte para que Bertioga Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba possam desenvolver esse potencial tanto em estrutura física, quanto de serviços. “Em trabalho conjunto com a Setur/SP, o Circuito Litoral Norte está desenvolvendo um guia temático de atrativos turísticos regionais que deve reforçar a vocação turística da região. O avistamento de cetáceos será um dos destaques desse material, entre outros potenciais naturais, que devem orientar e organizar o produto regional para turistas e trade que buscam turismo o sustentável”, afirma o presidente interino do consórcio, Gustavo Monteiro.
Segundo a secretária de Turismo de São Sebastião, Adriana Augusto Balbo, os turistas e até moradores estão procurando cada vez mais os passeios para a observação de cetáceos, se tornando uma ótima alternativa para fomentar o turismo na baixa temporada. “Estamos em constante parceria com o Projeto Baleia Jubarte, o Projeto Baleia à Vista e Instituto Argonauta, fortalecendo as ações e promovendo trabalhos de orientação junto às operadoras de turismo de avistagem, além de campanha informativa voltada a proprietários de embarcações particulares e população em geral, prezando por um turismo responsável e seguro”.
O secretário de Turismo de Bertioga, Ney Carlos da Rocha, também acredita que o turismo de experiência, onde se inclui o avistamento de aves, animais selvagens e animais marinhos, tem crescido muito. “No caso específico dos cetáceos, temos posição privilegiada, pois estamos na rota das baleias que vêm do sul do país e margeiam o canal de Bertioga devido à grande concentração de alimentos, como crustáceos e matéria orgânica. É um turismo que respeita o habitat dos animais e uma atividade de alto valor agregado, gerando diversos empregos diretos e indiretos desde o guia de avistamento, o piloto da embarcação, a manutenção de embarcações, marinas, restaurantes e rede hoteleira, valorizando o turismo ecológico e favorecendo a economia”.
Para a secretária de Desenvolvimento Econômico e do Turismo de Ilhabela, Luciane Leite, a atividade também pode auxiliar a economia do turismo na região. “Ilhabela é um destino de natureza e o Turismo de Observação de Baleias e Golfinhos está diretamente ligado à identidade do município. Somos um arquipélago com 165 km de costa e temos 11 espécies de cetáceos que nos visitam frequentemente. Trabalhar este nicho significa diversificar nossa oferta, contribuir para aumentar o ticket médio dos passeios e gerar emprego e renda. Temos feito isso com bastante responsabilidade e seguindo as regras de avistagem. Lançamos o Guia de Observação de Baleias e Golfinhos de Ilhabela, realizamos uma série de capacitações para as marinas, marinheiros, proprietários de embarcações, trade turístico e, especificamente para agências de receptivo e guias, tivemos um treinamento que incluiu saídas embarcadas. Temos ainda a Exposição Fotográfica Baleias e Golfinhos de Ilhabela, na Fundaci (Vila) e que segue aberta ao público até setembro. Venha para a ilha, reserve seu passeio e descubra que navegar pelo arquipélago e desfrutar de toda essa beleza é uma experiência inesquecível”.
Já para a secretária de Turismo de Caraguatatuba, Maria Fernanda Galter Reis, a expectativa é de que essa atividade desperte a consciência ambiental de turistas e moradores. “O avistamento de cetáceos, esses animais incríveis que a gente vê aqui no nosso oceano, faz com que a gente se sinta um pouco mais próximo da natureza e talvez, assim, desperte um pouco ainda mais a consciência ambiental das pessoas. Afinal de contas, a gente só pode ver esses animais, avistá-los aqui, se nós cuidarmos dos nossos oceanos, cuidarmos do meio ambiente, para que esse ecossistema ainda permita que eles existam e nos visitem. Então, é de suma importância que as pessoas despertem para um desenvolvimento do turismo sustentável e responsável, fazendo com que a nossa natureza seja mantida, para que a nossa e as próximas gerações possam desfrutar de tudo que ela nos oferece. Essa aproximação é muito importante nesse sentido”, conclui.
Sobre o Circuito Litoral Norte | O Consórcio Intermunicipal Turístico Circuito Litoral Norte de São Paulo vem se consolidando como referência neste segmento para o Estado, apresentando uma gestão integrada e focada no desenvolvimento conjunto das cidades participantes (Bertioga, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba).
O Circuito soma atrativos, equipamentos e serviços turísticos das cinco cidades integrantes com o objetivo de enriquecer a oferta turística, ampliar as opções de visita e a satisfação do turista, com consequente aumento do fluxo e da permanência dos visitantes na região do Litoral Norte paulista, assim como a geração de trabalho, renda e qualidade de vida.
Nessa retomada, o consórcio vem realizando importantes parcerias com a Secretaria de Turismo do Estado e Ministério do Turismo, entre outras entidades, para garantir o retorno das atividades turísticas de forma segura e apoiar o trade regional a se restabelecer da melhor forma.
Mais informações: www.circuitolitoralnorte.tur.br.
Reunindo um corpo científico independente internacional com 14 grandes especialistas mundiais de uma variedade de disciplinas relacionadas ao clima, o Climate Crisis Advisory Group (CCAG) pretende fornecer aconselhamento e orientação de especialistas independentes para líderes globais que buscam fortalecer suas ações de combate à crise climática. Eles acreditam que, apesar das evidências crescentes, pouco está sendo feito para mitigar os impactos das mudanças climáticas globalmente.
Em primeiro relatório lançado nesta quinta (24 – horário de Londres) e antecipado pela Bori, o grupo delineia o estado da crise climática e convoca tomadores de decisão internacionais para colaborar e agir em três áreas principais:
Reduzir: as metas atuais de redução das emissões de gases de efeito estufa ainda não são suficientes. As nações precisam triplicar suas promessas de redução de emissões para limitar os efeitos da crise climática.
Remover: É preciso ter investimento em grande escala para desenvolver e escalonar técnicas para remover gases de efeito estufa da atmosfera.
Reparo: Pesquisas aprofundadas são necessárias para explorar e investigar métodos e tecnologias seguras para reparar os danos dos nossos sistemas climáticos.
O grupo oferecerá consultoria científica de ponta em um formato aberto e transparente para governos, partes interessadas e o público com o objetivo de catalisar compromissos globais reais e significativos necessários para fazer essas mudanças. Ele é liderado por Sir David King, ex-conselheiro científico do governo do Reino Unido, e conta com especialistas do globo todo. No Brasil, o grupo é representado pela pesquisadora Mercedes Bustamante, da UnB. “Espero que o grupo possa catalisar e amplificar as ações que necessitamos. O diálogo com a sociedade e os tomadores de decisão pode envolver mais pessoas e instituições para construir um caminho robusto e sustentável para o futuro”, comenta.
O presidente do CCAG, Sir David King, comentou sobre o lançamento: “Acredito que ainda temos cinco anos para resolver este problema global. Começamos a falar seriamente sobre as mudanças climáticas em 1992, mas estamos em uma posição muito pior agora – vendo os gases do efeito estufa aumentarem ano após ano”.
No relatório, o grupo convoca uma ação política e financeira internacional ágil para mitigar as consequências das mudanças climáticas por meio da redução de emissões, remoção de gases de efeito estufa e reparação do clima.
King continua: “Precisamos agir agora e é exatamente para isso que o CCAG está configurado. Cada membro é um especialista líder mundial, com conhecimento e capacidade para se dirigir a políticos, instituições financeiras e membros do público com um grau de agilidade que nenhum outro órgão internacional de especialistas é capaz, focando em ações reais e tangíveis em relação à mudança climática global mitigação e reparação para as nossas gerações futuras”.
A lista de membros do CCAG inclui:
– Sir David King (Presidente), Cambridge University – foco em alertar governos e instituições em todo o mundo sobre os perigos da crise climática e a necessidade urgente de reparos climáticos.
– Dr. Robert W. Corell, US Global Environment Technology Foundation – interesse particular em mudanças climáticas globais e regionais e a ligação entre ciência e políticas públicas.
– Professor Qi Ye, Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong e Universidade Tsinghua China – especialista em política ambiental da China com foco em mudança climática, meio ambiente, energia, recursos naturais e urbanização.
– Dr. Klaus Lackner, Arizone State University – os interesses de pesquisa incluem o fechamento do ciclo do carbono através da captura do dióxido de carbono do ar, sequestro de carbono, pegada de carbono, energia inovadora e política ambiental e energética.
– Professora Mercedes Bustamante, Universidade de Brasília – reconhecida por contribuições ao conhecimento ecológico de ecossistemas tropicais ameaçados e suas interações com mudanças induzidas pelo homem.
– Professora Lavanya Rajamani, Oxford University – especialista na área de legislação ambiental internacional e mudanças climáticas.
– Dr. Arunabha Ghosh, Conselho de Energia, Meio Ambiente e Água – especialista em políticas públicas e conselheiro de mudanças climáticas para governos, indústria, sociedade civil e organizações internacionais em todo o mundo.
– Dr. Fatih Birol, Agência Internacional de Energia – especialista e contribuidor significativo para o debate político internacional sobre energia e mudança climática.
– Professor Dr. Johan Rockström, Potsdam University – especializado em ciências ambientais com ênfase em recursos hídricos e sustentabilidade global.
– Professora Lorraine Whitmarsh, University of Bath – interesse particular em percepções e comportamentos em relação às mudanças climáticas, energia e transporte.
– Professor Nerilie Abram, Australian National University – expertise em pesquisa cobrindo os impactos das mudanças climáticas, dos oceanos tropicais à Antártica.
– Dr. Tero Mustonen, Snowchange Cooperative – especializada em biodiversidade do Ártico e impactos para comunidades indígenas e locais e sociedades nômades do Ártico.
– Professora Laura Diaz Anadon, Universidade de Cambridge – especialista em política de energia, clima e inovação, os motores da mudança tecnológica e avaliação de políticas.
– Professor Mark Maslin, University College London – especialização em compreender o Antropoceno e como ele se relaciona com os principais desafios que a humanidade enfrenta no século 21.
(Fonte: Agência Bori)
Marca baiana de chocolate de origem dirigida pela empresária Luana Lessa, a ChOr acaba de receber o Prêmio Gourmet Bronze AVPA 2021, concedido pela Agência de Valorização dos Produtos Agrícolas (AVPA), uma organização não governamental sediada em Paris. Referência em concursos internacionais de produtos excepcionais feitos no país de origem, a AVPA foi fundada em 2005 e mantém relacionamento permanente com mais de 10.000 produtores de 50 países. O produto eleito, concorrendo com chocolates do mundo todo, foi o Bahia Terra da Felicidade, um chocolate ao leite mais intenso, dark milk, com 55% de concentração de cacau. O resultado foi divulgado na terça-feira (22) em Paris, França. Para as avaliações do concurso de chocolates, a agência convidou um júri de especialistas em chocolate, analistas sensoriais e personalidades gastronômicas mundiais.
“O propósito da ChOr é contribuir com o crescimento desta cadeia produtiva e mostrar ao Brasil e ao mundo o valor do cacau brasileiro através do nosso chocolate”, explica Luana, que há dois anos se mudou para Portugal com a intenção de internacionalizar sua marca.
Criada em Ilhéus, Sul da Bahia, a ChOr – Chocolate de Origem traz na essência a valorização da sua região, a Costa do Cacau. A marca produz, desde 2013, o seu próprio chocolate bean-to-bar a partir de amêndoas rigorosamente selecionadas de cacau fino oriundo de produtores locais. Para o chocolate premiado com o selo AVPA, a ChOr utilizou cacau selecionado do cacauicultor José Carlos Assis, dedicado à produção de amêndoas especiais há mais de 15 anos na região do cerrado de Ilhéus e no município vizinho, Uruçuca. José Carlos orgulha-se de ser parceiro da ChOr desde o nascimento da marca e ressalta que já possui diversos lotes de cacau com selo de indicação geográfica, o que atesta a qualidade e a origem do insumo.
A causa animal vem ganhando cada vez mais espaço na sociedade brasileira. O respeito aos animais e a maneira como eles são tratados na esfera pública reflete uma sociedade que pensa no bem-estar de todos. Nesse cenário, o atendimento público adequado com os animais domésticos, especialmente cães e gatos, afeta diretamente o meio ambiente e o bem comum.
Quem tem um pet certamente já precisou de assistência veterinária e pode ter se visto em apuros, sem recursos financeiros para o atendimento necessário. De uma cirurgia de castração a primeiros socorros, existem situações em que não há como esperar, como é o caso de atropelamentos, partos complicados, dificuldade de respirar, convulsões, reações alérgicas e casos de maus tratos em geral.
Nas situações emergenciais, principalmente, há o risco iminente de perder o animal caso o socorro não seja imediato. Por todas essas razões, é muito importante contar com o atendimento veterinário público, com profissionais capacitados, que vão garantir o serviço necessário.
Vale lembrar que esse é um direito constitucional. Os animais domésticos são tutelados pelo Estado e sua proteção é assegurada pelo artigo 225 da Constituição Federal, assim como pelo artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais (nº 9.605/1998). Ainda, a Lei Distrital nº 4.060/2007 estabelece em seu artigo 3º, inciso V, que é considerado maus-tratos deixar de prestar assistência veterinária ao animal “doente, ferido, extenuado ou mutilado”.
Ninguém está livre de acidentes, seja um ser humano ou um animal de estimação. A disponibilidade de serviços públicos veterinários, portanto, é essencial para garantir o atendimento com dignidade e respeito, de modo gratuito e universal. Pensando nisso, a Associação de Proteção Animal Patas Para Você apoia o novo Hospital Público Veterinário de Belo Horizonte (BH) e defende o atendimento veterinário público como questão de cidadania.
Sobre a associação | A Patas Para Você é uma associação beneficente, assistencial e sem fins lucrativos de proteção aos animais. O trabalho realizado pela Patas Para Você, que tem sede na capital paulista, é diferenciado e algo inédito no Brasil porque funciona como um suporte de extrema importância, inclusive aos protetores, oferecendo tratamento especial aos cães mais necessitados. Cada procedimento cirúrgico envolve os melhores tipos de exames veterinários e os profissionais mais qualificados do mercado. Através de seu presidente Alexandre Soares, mais de 1.200 cachorros já foram amparados.
Sobre Alexandre Soares | Desde 2010, Alexandre Soares se tornou filantropo e em 2015 se aposentou para dedicar-se a causas sociais que têm a proteção dos animais como um dos seus pilares mais relevantes. Já foi o principal mantenedor de instituições como Clube dos Vira-Latas (2015), Rancho dos Gnomos (2016) e Ampara Animal (2016 a 2019), além do Instagram Adote Um Coração (2019 e 2020). Alexandre Soares também é envolvido em grandes causas filantrópicas no exterior, como a Fundação Roger Federer – que tem a missão de promover o acesso de crianças desamparadas à educação e esporte –, que ele ajuda financeiramente desde 2010. Em 2012, o tenista suíço Roger Federer quis conhecê-lo pessoalmente devido ao alto nível de contribuições realizadas por Alexandre à fundação de Federer e, desde então, se tornaram amigos.
Atualmente o Brasil conta com 74% da população acima dos 10 anos de idade com acesso à internet, segundo a pesquisa TIC Domicílios do Comitê Gestor da Internet, realizada em 2020. Isto significa que 134 milhões de pessoas têm acesso às redes e uma boa parte delas procura frequentemente por um nicho no mercado para adentrar como divulgador de sua marca ou simplesmente atuar como consumidor. Entretanto, há quem acredite ainda que trabalhar na internet já não é mais tão promissor devido à grande concorrência e a saturação de conteúdos.
A professora da pós-graduação de Marketing Digital da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Giovana Zulato, diz não enxergar nem concorrência ou saturação no Marketing Digital. Segundo ela, se especializar nesta área é mais uma opção dentro do planejamento de comunicação integrada das marcas que deve ser considerado quando o seu público tem aderência à área digital. “Quando dizemos que o Marketing Digital está saturado, acho que isso depende muito de como a marca está usando os recursos disponíveis. É importante que a marca tenha uma presença digital, mas deve-se pensar que a comunicação não passa apenas na internet; ela é muito mais abrangente e tem de considerar todas as estratégias para que se tenha sucesso da marca”, ressalta.
Já o especialista e professor de Publicidade e Propaganda da UPM Marlon Luiz Muraro acredita que há sim uma alta concorrência e que os anunciantes e agências ainda estão descobrindo seu potencial em trabalhar com a área. “O marketing digital é novo no mundo e no Brasil. Vejo muito mais concorrência que saturação”, afirma. Há de se considerar também que existe uma outra parcela de pessoas não adentradas no ambiente digital, mas que nos próximos anos podem se tornar potenciais consumidores ou produtores – sobretudo ao analisar a internet como uma área em constante ascensão.
Entretanto, trabalhar na internet requer inúmeras habilidades; algumas indispensáveis, como saber definir o público-alvo, como explica Muraro: “Para se destacar no Marketing Digital, deve-se, antes de mais nada, conhecer seu público, por meio de personas bem definidas. Após isso, conhecer a jornada desta persona e procurar dialogar com ela”. Giovana compartilha da mesma fala do professor e acrescenta um ponto importante, definir o posicionamento da marca: “É legal que haja um planejamento para que a marca possa ter uma presença que seja coerente com o seu posicionamento. Além disso, definir sua persona, ter uma frequência de post, também é um bom começo”, explica a professora, e frisa que não existe uma fórmula pronta, mas sim, analisar quais são as metas que pretende alcançar.
Segundo os especialistas, é fundamental entender quais fatores podem vir a trazer um baixo engajamento para o empreendimento. Muraro diz que a inadequação de conteúdo e personas, o excesso de postagens, a falta de frequência ou ainda a desconexão com caminhos evolutivos da sociedade em questões maiores, como diversidade e inclusão, podem influenciar na falta de sucesso. Giovana alerta para a questão do posicionamento: “Se a marca não está alcançando o engajamento desejado, ela precisa rever qual posicionamento pretende comunicar no ambiente digital e se esse posicionamento é coerente com o que ela pratica fora do digital”, afirma.
Aqueles que desejam se destacar ou continuar obtendo êxito com seu empreendimento têm alguns desafios a enfrentar; segundo Muraro, um deles é colocar o público-alvo acima do lucro. Já a professora de Marketing aconselha os produtores de conteúdo a se profissionalizar o máximo possível, pois os consumidores e a própria área estão cada dia mais exigentes.