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Terra Indígena Kanamari do Rio Juruá marca novo capítulo com inclusão de mulheres na liderança

Amazonas, por Kleber Patricio

Pela primeira vez, mulheres foram eleitas como lideranças das comunidades, papel compartilhado com os homens. Fotos: Cristabell López.

A Aldeia São João, localizada na Terra Indígena Kanamari do Rio Juruá, Amazonas, sediou um encontro marcante e histórico para o povo Kanamari do Xeruã. Em junho deste ano, durante a XIV Assembleia Ordinária da Associação do Povo Tâkuna do rio Xeruã (Aspotax), foram alcançados importantes avanços na gestão coletiva da organização e na inclusão de mulheres em cargos de liderança pela primeira vez.

O evento reuniu 50 pessoas, entre moradores das três aldeias Kanamari, representantes do povo Deni, vizinhos do território Kanamari e indigenistas da Operação Amazônia Nativa (OPAN). Durante três dias, foram debatidos temas como saúde, educação e vigilância territorial. Além disso, a assembleia realizou a primeira eleição de lideranças mulheres, a prestação de contas e a apresentação do plano de trabalho da diretoria da associação.

Pela primeira vez, mulheres foram eleitas como lideranças das comunidades, papel compartilhado com os homens.

“Em 2023, nós assumimos a diretoria da Aspotax e a primeira assembleia [da nova diretoria] não foi fácil, porque a maioria das pessoas não estavam confiantes em nós, porque estávamos começando. Mas agora estamos tendo algumas respostas para as demandas da comunidade, estamos trabalhando em equipe e o pessoal está mais confiante”, relatou José Welga Kanamari, vice-presidente da Aspotax.

Mulheres Kanamari na liderança pela primeira vez

Até recentemente, a representação política nas três aldeias da Terra Indígena Kanamari do Rio Juruá era composta exclusivamente por homens. No entanto, a XIV assembleia da Aspotax trouxe uma mudança histórica: seis mulheres foram eleitas para representar politicamente os Kanamari, marcando um novo capítulo na trajetória da associação e do povo. A partir de agora, homens e mulheres compartilham a liderança, articulando demandas e representando suas comunidades nas assembleias anuais.

“A intenção é que elas participem mais do dia a dia da associação. Não pode ser só os homens liderando, as mulheres também têm que participar”, afirmou o vice-presidente. Além das novas lideranças comunitárias, Waomah Érica Kanamari, de apenas 16 anos, foi eleita para liderar a juventude. A jovem compartilhou os desafios e as expectativas de assumir essa responsabilidade. “Foi difícil ocupar esse lugar. No início eu não entendia bem, mas fui aprendendo e agora me sinto feliz pelo que sou e pelo que represento. Fui escolhida para esse papel e vou ajudar os jovens fazendo reuniões nas aldeias, dando força e incentivando-os a ocupar outros espaços.”

Assembleias são também um espaço de articulação para a incidência em diferentes esferas da sociedade civil e dos governos.

Este marco histórico aconteceu pouco tempo após a primeira participação de uma delegação de mulheres do Médio Juruá, que incluiu representantes dos povos Kanamari, Deni e Madija, na Marcha das Mulheres Indígenas realizada em 2023, em Brasília. O evento reuniu mais de 8 mil mulheres de 247 povos indígenas do Brasil, e as três mulheres Kanamari que estiveram na marcha compartilharam a experiência e os temas discutidos com as demais mulheres que não puderam participar.

Capacitação fortalece gestão da Aspotax

Em 2023, por meio do projeto Raízes do Purus, realizado pela OPAN com patrocínio da Petrobras e do Governo Federal, foi realizada uma formação em associativismo para aprimorar a capacidade de gestão da Aspotax. Atendendo a uma demanda do povo Kanamari, a capacitação abordou as funções dos membros da associação, além da elaboração de projetos e demais documentos. Na época, 40 pessoas participaram da formação, incluindo os membros da atual diretoria da Aspotax, professores, lideranças e moradores das três aldeias.

José Welga, vice-presidente da associação, destacou que a oficina foi crucial para o entendimento das funções de cada membro da diretoria, fortalecendo o trabalho em equipe. “A formação em associativismo teve teoria, prática e nos deu uma visão de como trabalhar juntos em equipe. Estamos nos esforçando para ser transparentes e a comunidade está sempre informada sobre tudo que acontece na associação”, explicou.

(Fonte: Com Jéssica Amaral/DePropósito Comunicação de Causas)

Após queimadas, recuperação das áreas verdes poderá levar o dobro do tempo sem intervenção humana

Brasil, por Kleber Patricio

Sem a ação humana, a regeneração das áreas afetadas pode levar o dobro do tempo. Foto: Juliano Santos.

O ano de 2024 já é considerado um dos mais afetados por queimadas da última década. Os dados são do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que mostram que foram registrados 80 mil focos no mês de setembro, 30% acima da média histórica, compilada desde 1998. As queimadas têm causado danos severos aos biomas brasileiros, ameaçando não apenas a biodiversidade, mas também o equilíbrio ambiental, a saúde humana e a economia. A Amazônia, o Cerrado e o Pantanal são os mais afetados por esse fenômeno, que se intensifica durante os períodos de seca e se torna mais exacerbado com as mudanças climáticas. De acordo com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), os incêndios criminosos ocorrem no País com mais intensidade nos últimos 30 anos.

Diante desse cenário, é preciso tomar ações urgentes nas áreas consumidas pelas queimadas. O biólogo e pesquisador do Lactec, Marcelo Alejandro Villegas Vallejos, explica que, sem a ação humana, a regeneração pode levar o dobro do tempo. “A recuperação depende de fatores diversos, mas podemos considerar o mínimo de 5 anos para a vegetação nativa começar a se regenerar e crescer naturalmente. Isso é, o crescimento ocorre, mas aqueles ambientes vão começar a ter funções ecossistêmicas mais similares à vegetação original somente após esse tempo de regeneração. Isso é o que chamamos de sucessão ecológica, ou seja, o processo natural de crescimento dos organismos em um ecossistema, que dão origem às diferentes interações entre eles”, explica. Outro fator fundamental a se considerar quando falamos em recuperação de áreas naturais é a condição do banco de sementes, completa o pesquisador: “Se estiver destruído, vai demorar muito mais tempo”.

A primeira estratégia para mitigar os prejuízos das queimadas é fazer o diagnóstico e o acompanhamento das áreas queimadas para entender qual procedimento é o mais eficiente. Métodos de monitoramento remoto com o uso de VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) e regeneração assistida, por exemplo, são técnicas que podem ajudar no processo de restauração.

Indicadores de biodiversidade

Analisar os aspectos físicos e geográficos de cada região e criar indicadores de biodiversidade são pontos fundamentais no processo de restauração florestal. “Com isso, conseguimos coletar informações sobre a diversidade biológica de uma área específica e medir o impacto das queimadas para tomar as medidas necessárias”, explica Vallejos.

O monitoramento é realizado por meio de análises de campo, como censos de espécies de animais ou levantamento de vegetação, e ajuda a monitorar as áreas e os prejuízos das queimadas em cada bioma. Como forma de complementar esses estudos, amostragens de campo, imagens de satélite e o uso de tecnologias de sensoriamento remoto são algumas das ferramentas utilizadas para gerar informações e alimentar os indicadores.

Na Mata Atlântica, uma área de 100 hectares está sendo recuperada por meio de técnicas como essas desde 2022. O Parque Nacional de Guaricana, na Serra do Mar paranaense, já recebeu mais de 14 mil mudas de 22 espécies nativas e conta com a atuação da comunidade indígena Tupã Nhe´é Kretã por meio da Associação Indígena Guakaxe. O projeto foi coordenado pelo Lactec em parceria com o Fundo Brasileiro para Diversidade (Funbio) e tem apoio do NGI Curitiba ICMBio, Funai, IAT, Copel e Sociedade Chauá. No Brasil, esses indicadores já são utilizados para avaliar biomas como a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal, fortemente atingidos pelas queimadas.

Biomas mais afetados

O maior aumento das queimadas em território brasileiro se deu no Cerrado, com 4.267 focos de fogo em setembro, o que corresponde a 50,1% do total registrado no país. Os dados são do Monitor do Fogo do MapBiomas Brasil. Entre janeiro e agosto de 2024, o bioma já teve 4 milhões de hectares atingidos por queimadas, sendo 79% (ou 3,2 milhões de hectares) em áreas de vegetação nativa. O número representa um aumento de 85% em relação ao mesmo período de 2023, quando 2,2 milhões de hectares foram atingidos.

Outro bioma fortemente afetado pelo fogo é o Pantanal. De janeiro até setembro, 338.675 hectares já foram queimados, uma área duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Os dados são do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec). A região devastada aumentou 19 vezes em 2024, quando comparada com o mesmo período do ano passado, quando foram afetados 17.050 hectares.

Maior floresta tropical do mundo, a Amazônia registrou o pior mês da história em áreas afetadas pelo fogo. Em agosto, o bioma registrou mais de 61 mil focos de incêndio, com 3.505.300 hectares consumidos pelas chamas, de acordo com dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da UFRJ. Essa é a maior área queimada da região desde 2012, quando iniciou o mapeamento do bioma.

Sobre o Lactec | O Lactec é um dos maiores centros de pesquisa, tecnologia e inovação do Brasil. Atua fortemente nos mercados de Energia, saneamento, meio ambiente, indústria e infraestrutura em todo o ciclo de inovação, desde P&D, ensaios e análises até a execução de processos complexos para o setor de infraestrutura. Há 65 anos, suas soluções e serviços atendem às demandas atuais dos diversos setores produtivos da economia brasileira, como empresas, indústrias e concessionárias de energia. Ao longo da sua história, consolidou-se com a conclusão de mais de 500 projetos. Possui mais de 300 profissionais, entre mestres e doutores, com sólida experiência de mercado. Sua sede administrativa fica em Curitiba, onde estão instaladas outras quatro unidades tecnológicas com ampla infraestrutura de laboratórios para atendimento a diversos segmentos industriais, além da unidade localizada em Salvador-BA. O Lactec é Unidade Embrapii de Eletrônica embarcada e em 2023 tornou-se Future Grid, o Centro de Competência em Plataformas de Hardware Inteligentes e Conectadas da Embrapii. Saiba mais em lactec.com.br.

(Fonte: Com Paula Melech/PG1 Comunicação)

Massimo Ferrari apresenta novidade de chocolate e pistache para o Dia da Sobremesa

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Divulgação.

Para comemorar o Dia da Sobremesa, em 9 de outubro, a rotisserie Felice e Maria, do restaurateur Massimo Ferrari, localizada na Vila Olímpia, na capital paulista, apresenta uma deliciosa novidade: seu bolo vulcão de chocolate com cobertura de pistache.

A sobremesa acrescenta um toque de modernidade à clássica culinária italiana e é uma opção para os apaixonados por chocolate que não perdem a oportunidade de apreciar a iguaria combinada com ingredientes que fogem do usual, aliando a doçura característica do chocolate com o sabor amendoado e aveludado do autêntico pistache italiano.

A sobremesa é preparada em porções para 4 a 6 pessoas e combina perfeitamente com as opções de prato principal oferecidas pela rotisserie, como a famosa Lasagne alla Ferrarese, uma das especialidades da casa, e o Filet Mignon grelhado à perfeição.

Inaugurada por Massimo Ferrari em 2009, a rotisserie Felice e Maria especializou-se na produção de massas, assados e sobremesas sob encomenda, sempre ao gosto do cliente. A rotisserie atende apenas por encomenda de segunda à sexta-feira, das 10h às 16h. Aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 15h. Preços sob consulta. Mais informações e encomendas: (11) 97643-7010 e (11) 3849-2504.

(Fonte: Com Rafael Silveira/Viveiros Comunicação)

Coral Coromim completa 27 anos e lança documentário

Campinas, por Kleber Patricio

Fotos: Lucas Zago.

Para comemorar seus 27 anos, o Coromim, coral da Escola Curumim, promove o lançamento do documentário Coromim, 27 Anos da Tribo de Todos os Cantos no dia 13 de outubro, às 19h30, no Museu da Imagem e do Som (MIS) Campinas com entrada franca. Além da exibição do vídeo, o lançamento contará com performances do Coral Curumim e da cantora e bailarina Iara Medeiros.

Com direção de Carlos Lopes, o vídeo é um documentário sobre o coral Coromim, sua história e seus componentes. O Coromim é um grupo musical performático criado em 1997 por iniciativa da diretora da Escola Curumim, Gláucia Ferreira. Por meio de entrevistas, trechos de apresentações históricas e atuais, o vídeo expõe uma experiência longeva e bem sucedida de coletivo espontâneo cultural em Campinas.

O coral foi formado com o objetivo de integrar pais, professores e amigos da Escola Curumim e foi se expandindo ao longo do tempo, integrando outros componentes, com atividades artísticas lúdicas e prazerosas, que envolvem diferentes plateias. Com regência do multiartista Coré Valente, o Coromim ganhou experiência profissional, na construção dos espetáculos Nóis no Trem (2003), no teatro do Sesc Campinas; Nóis na Fita (2008), no Teatro de Arte e Ofício (TAO); Nóis na Chuva (2010), no Teatro da Cia Tugudum; Nóis na Estação (2018); Arte para os Trabalhadores da Saúde (2022) e Cuidando de Quem Cuida (2024), todos apresentados  no Centro Cultural CIS-Guanabara.

O CIS-Guanabara, que é um Centro Cultural de Inclusão e Integração Social criado, vinculado e mantido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (ProEC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é o lugar onde o Coral Coromim ensaia e onde realizou este ano, em parceria com o Coletivo Janacek Sistem, uma temporada de cinco apresentações do espetáculo Cuidando de Quem Cuida, voltado a trabalhadores da saúde, idosos, pessoas com deficiência (PCDs), estudantes e público em geral. O projeto foi desenvolvido com recursos da lei federal/municipal Paulo Gustavo e teve como consultora e intérprete de Libras (língua brasileira de sinais) a pedagoga Keyla Ferrari.

Não há música sem silêncio. “O silencio é a música em estado de gestação”, segundo o escritor moçambicano Mia Couto. “O objetivo do espetáculo é divertir e proporcionar alegria, tanto para quem canta como para quem assiste. Recusamos qualquer fórmula para a contemporânea expressão do mundo”, afirma Coré Valente resumindo a proposta do grupo.

Serviço:

Lançamento do documentário 27 Anos da Tribo de Todos os Cantos seguida de performance da bailarina Iara Medeiros e do Coral Coromim

Quando: 13/10 às 19h30

Onde: MIS Campinas (Rua Regente Feijó, 859, Centro)

Quanto: Entrada franca

Faixa indicativa: livre.

(Fonte: Com Delma Medeiros)

Violeiro Chico Lobo lança primeiro álbum ao vivo de carreira com repertório de suas andanças e espetáculos pelo Brasil

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Marcos Hermes.

Cercado de músicos maravilhosos, companheiros de estrada que percorrem com Chico Lobo as trilhas de Minas e do Brasil, o álbum Chico Lobo & Banda Ao Vivo na Estrada, novo lançamento do violeiro mineiro que sai pela produtora e gravadora Kuarup, reúne o seu time de companheiros de estrada formado por Ricardo Gomes no baixo e vocal e que mais uma vez assume a produção musical do projeto – uma parceria que tem rendido trabalhos lindos –, Léo Pires na bateria, responsável por conceber a parte rítmica do trabalho de Lobo e Marcelo Fonseca, exímio músico, no violino, em uma concepção de violino rabecado para um diálogo arrebatador com a viola.  Além deles, Chico Lobo reverencia Tonny Rufino, seu técnico de estrada na coordenação técnica.  E na produção geral, Angela Lopes há 30 anos como sua produtora pessoal. A captação de áudio foi de Sérgio Lima Neto, respeitado engenheiro de som e a captação de imagens teve a coordenação de Marcos Neves. Gravado ao vivo na charmosa Casa Outono, em Belo Horizonte, no dia do seu aniversário de 60 anos (26/2/2023), o espetáculo contou com a presença de um público restrito de 80 pessoas, que cantaram e se emocionaram com o repertório.  O trabalho foi mixado e masterizado por Sérgio Lima Netto no Estúdio Araras, localizado na região serrana do Rio de Janeiro, profissional por quem Chico Lobo tem profunda admiração.  O álbum nos transporta para uma viagem de festa, de mutirão, típico da viola caipira brasileira nas comunidades rurais desse Brasil profundo. Chico Lobo apresenta um repertório que mergulha nos seus mais de 40 anos de viola, em composições próprias e cantigas do cancioneiro brasileiro.

Folias, repentes, modas, toques instrumentais, cantigas de boi e toadas estão presentes no disco Chico Lobo e Banda Ao Vivo na Estrada, um registro necessário para quem quer conhecer um Brasil que, em pleno século 21, ainda é construído nas cordas da viola e se rende a essa musicalidade fundamental pra nossa identidade cultural. Um álbum que realmente apresenta com muita emoção e pujança o violeiro, compositor inquieto, carismático e afetivo que é Chico Lobo, um dos principais artistas da nossa música de raiz brasileira. E que tem, no coração e na alma, a missão de descortinar a cultura popular tradicional brasileira, tão rica, e conectá-la com nossa contemporaneidade. Emocionante é a palavra que define o 34° álbum desse artista incansável.

Palavras de Chico Lobo:

“Sou muito inquieto e produzir sempre faz bem para a minha sanidade, pois sendo um compositor compulsivo, quero dar vazão as minhas composições. Há muito tempo desejava fazer um álbum ao vivo, pois já se passaram mais de 20 anos que lancei o DVD Viola Popular Brasileira Ao Vivo.  E na estrada da cantoria tive sempre músicos maravilhosos ao meu lado. Mas essa formação com Ricardo Gomes no baixo, vocal e direção; Léo Pires na batera e Marcelo Fonseca no violino e vocal tem me dado muita satisfação, tem me correspondido muito. Nos tornamos família, assim cresceu o desejo de registrar o show que temos levado pelas estradas do Brasil. Dá trabalho o show ao vivo (e não é pouco), produzir o evento, captar, mixar (ufa), pois ele se torna mais orgânico. É o que é. Tocamos sem maquiagens desvairadas de pós-produção. Desta forma nasce, então, o Chico Lobo & Banda Ao Vivo na Estrada, fruto dessa amizade e parceria musical. Tô muito feliz. Correspondeu ao desejo de meu coração, tô inteiro e desnudo. Me permiti cantar e tocar como sou. Viva!”

Faixa a faixa:

1 – A Palavra Feito Punhal/Toque de Feira: Essa junção de dois temas de Chico Lobo abre o álbum, inspirada no nordeste brasileiro. A Palavra Feito Punhal soa como repente e vem seguida do Toque de Feira, instrumental com ares armoriais. Destaca-se o diálogo da viola de Chico Lobo e do violino rabecado de Marcelo Fonseca.

2 – Canta Mais Eu: Cantiga do artista mineiro Seu Ribeiro, que Chico Lobo apresenta, num pedido de licença, para chegar com sua cantoria. Canto inspirado nas tradições afro mineiras.

3 – Rio de Lágrimas: Um dos maiores clássicos da música caipira, foi uma das primeiras músicas que o pai do violeiro lhe ensinou e ele sempre teve o desejo de gravá-la um dia. Em seus shows Brasil afora, ela sempre faz parte do repertório e é um momento em que o violeiro e o público cantam juntos. Chico Lobo decidiu gravá-la nesse trabalho ao vivo. Rio de Lágrimas ganha alegria e emoção nessa releitura com sua banda.

4 – Zóio Preto Matador: Cantiga brejeira de Chico Lobo e que entrou na trilha da novela Bicho do Mato, da TV Record. Lançada em 1996, Zóio Preto Matador sempre esteve presente nos shows do violeiro, sendo um dos momentos de maior interação com o público. Nesse álbum ao vivo, chegou o momento de regravá-la.

5 – Disparada: Clássico de Geraldo Vandré e Théo de Barros, a canção marca a adolescência do violeiro, quando, em início de carreira, Chico Lobo sonhava cantar um Brasil raiz. O músico mineiro sempre identificou essa canção como resistência cultural. Sua releitura vem com muita intensidade e vigor. Disparada ganha grande força com Chico Lobo e Banda.

6 – No Dia Que Eu Morri: Moda de viola bem divertida que nos remete às antigas duplas caipiras. Em 2023 ocorreu um boato em Belo Horizonte de que Chico Lobo havia falecido. E quando a notícia de sua morte chegou ao violeiro, bem vivo, ele resolveu responder a todos que estava vivo nessa moda de viola. Escutem e se divirtam.

7 – Tocando Em Frente: Um dos maiores sucessos de Renato Teixeira e Almir Sater, que o violeiro mineiro sempre quis gravar pela bela mensagem que ela tem, “cada ser em si carrega o dom de ser capaz de ser feliz”, que o músico cantou muitas vezes na intimidade da família no isolamento social da pandemia. Com arranjo próprio na sua viola, a obra ganha em emoção; entregue seu coração com a interpretação do violeiro para Tocando em Frente.

8 – O Tempo É Seu Irmão: Música que deu nome ao seu álbum lançado em 2022 e que ultrapassou a 250 mil streamings nas plataformas digitais. Mensagem de esperança, resiliência e positividade que Chico Lobo escreveu para os filhos. Ares de country music num arranjo moderno, para se aproximar das novas gerações.

9 – Bandeira da Paz: Parceria de Chico Lobo e Dom Vicente Ferreira, revisita as folias de reis, manifestações da cultura popular que o violeiro teve contato ainda na infância, em São João Del Rei, quando as folias visitavam sua casa e a viola era o instrumento do mestre. Reflexiva e alegre ao mesmo tempo.

10 – Cantigas de Boi: Adaptação da cultura popular, das festas de boi que acontecem por todo Brasil, bumba meu boi, boi bumbá, boi janeiro, boi da manta, boi de mamão. Festiva e alegre num pulsar forte da bateria e baixo e os rifes de viola e violino rabecado, no mais puro espírito das festas populares.

11 – Chapadão da Onça: Toque de viola de Chico Lobo que traz um pouco da atmosfera dos gerais de Minas de Guimarães e um namoro com ritmos fronteiriços como o chamamé. Aqui, a participação entusiasmada do público dando o ritmo nas palmas.

12 – No Braço Dessa Viola: Em São João Del Rei, cidade onde Chico Lobo nasceu e foi criado, seu pai lhe deu a viola e ensinou os primeiros acordes. Foi lá, tempos depois, que nasceu No Braço Dessa Viola, a música que deu nome ao seu primeiro CD em 1996 e marcou sua carreira. Agora o violeiro está muito feliz em regravar nessa versão especial com a banda ao vivo.

13 – Maria: Moda de viola que Chico Lobo fez para Maria Bethânia. A cantora gravou ao som de sua viola em seu álbum Viola de Mutirão, de 2016. Agora chegou a vez do violeiro cantar e homenagear Maria Bethânia, que tem um grande apreço pela obra do violeiro. Recentemente, no álbum que comemorou os 60 anos do violeiro, a cantora Maria Bethânia esteve junto novamente e, ao som de Lobo, cantou Meu Primeiro Amor, clássico da música caipira, canção que foi incluída na trilha sonora da novela global No Rancho Fundo.

14 – Canto de Despedida: Adaptação da cultura popular, aqui Chico Lobo se despede do público no álbum ao vivo visitando novamente as raízes afro mineiras dos congados, que sempre marcaram a carreira do violeiro. Muita gente não sabe, mas em 1988 ele foi levantado Guarda Coroa no Reinado de Dona Efigênia. E desde muito tempo esses cantos fazem parte da vida de Chico Lobo.

Sobre Chico Lobo

Natural de São João Del Rei, o violeiro Chico Lobo tem mais de 30 anos de carreira e é considerado pela crítica como um dos artistas mais atuantes no cenário nacional na divulgação e valorização da cultura de raiz brasileira. Com mais de 28 CDs lançados, dois DVDs, livro e shows por todo o Brasil e diversos países, como Portugal, Itália, China, Canadá, Argentina, Chile, Colômbia, o músico canta suas raízes e as conecta com nossa contemporaneidade. Folias, catiras, modas, batuques, causos e toques de viola desfilam com alegria em suas apresentações. Venceu por quatro vezes (2015, 2016, 2017 e 2021) o Prêmio Profissionais da Música como Melhor Artista Regional, prêmio de âmbito nacional que acontece anualmente em Brasília. O artista mineiro realizou em sua cidade natal o projeto Ensino de Viola nas Escolas Rurais, parceria do seu Instituto Chico Lobo com a administração pública de São João Del Rei. Depois levou este mesmo projeto para a cidade vizinha de Santa Cruz de Minas. E recentemente renovou, junto à Sicoob CrediVertentes, pelo segundo ano o Projeto Viola Viva, que dobrou o número inicial de alunos para 30 aprendizes. Em 2015, a cantora Maria Bethânia escolheu sua cantiga Criação para compor o repertório de seu show e DVD Abraçar e Agradecer, comemorativo aos seus 50 anos de carreira. Depois, Bethânia gravou participação no álbum Viola de Mutirão, cantando a moda de viola Maria, que Chico Lobo fez em sua homenagem. Apresentador de TV, de rádio, produtor musical, escritor, cantor, o violeiro inquieto faz com que sua obra torne a aldeia global mais caipira.

Sobre a Kuarup | Especializada em música brasileira de alta qualidade, o seu acervo concentra a maior coleção de Villa-Lobos em catálogo no país, além dos principais e mais importantes trabalhos de choro, música nordestina, caipira e sertaneja, MPB, samba e música instrumental em geral, com artistas como Baden Powell, Renato Teixeira, Ney Matogrosso, Wagner Tiso, Rolando Boldrin, Paulo Moura, Raphael Rabello, Geraldo Azevedo, Vital Farias, Elomar, Pena Branca & Xavantinho e Arthur Moreira Lima, entre outros.

(Fonte: Com Daniela Ribeiro/Tempero Cultural)