Cientistas rebatem argumentos sobre custos de publicação e dificuldades de infraestrutura; entre pontos para tornar a ciência mais aberta estão mudanças na política de avaliação e estímulo ao compartilhamento de dados
Brasil
A exposição Hiper-realismo no Brasil, presente na CAIXA Cultural Fortaleza, se tornou uma das mais visitadas mostras deste ano. Com entrada gratuita e ampla adesão do público, a exposição, que apresenta as esculturas de Giovani Caramello, atraiu mais de 14 mil visitantes.
“Desde a abertura, em 9 de julho, a mostra tem sido um sucesso, com um pico de 8.300 visitantes em julho e mais de 5 mil em agosto. Em setembro, a exposição teve um menor fluxo, mas continua atraindo público, batendo o número de 14 mil visitantes no início deste mês”, comemora Icaro Ferraz Vidal, curador da exposição.
A mostra reúne dez peças de figuras humanas hiper-realistas esculpidas em resina, silicone e terracota, oferecendo uma experiência imersiva e reflexiva sobre a condição humana. As obras mais destacadas incluem ‘Nikutai’, uma imponente escultura de 2,5 metros de altura, e ‘Segunda Chance’, que retrata um idoso com uma profundidade emocional e técnica impressionante.
Ícaro destaca também que a exposição não apenas fortalece o movimento hiper-realista no Brasil, mas também convida os espectadores a uma introspecção sobre a fragilidade da existência humana. “Cada escultura é um convite para uma reflexão profunda sobre a nossa própria impermanência e as emoções que definem a experiência humana”, afirma.
Para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de visitar, a exposição funciona de terça a sábado, das 10h às 20h, e aos domingos e feriados, das 10h às 19h. A entrada é gratuita, e o espaço é acessível para pessoas com deficiência.
Serviço:
Exposição Hiper-realismo no Brasil – Giovani Caramello
Local: CAIXA Cultural Fortaleza
Endereço: Av. Pessoa Anta, 287, Praia de Iracema
Visitação: terça a sábado, 10h às 20h; domingos e feriados, 10h às 19h
Classificação indicativa: 14 anos
Acesso gratuito
Mais informações: (85) 3453-2770/caixacultural.gov.br.
(Fonte: Com Vitória Vasconcelos/Capuchino Press)
As crianças terão uma opção a mais para se divertir no mês dedicado a elas no Espaço Tápias. Inspirado na vida nômade dos circos tradicionais, o espetáculo ‘Andejo’, da Cia Em Boa Companhia, faz minitemporada no Centro Cultural nos dias 12, 13, 19 e 20 de outubro apresentando uma leitura contemporânea da técnica de duo acrobático aliada à dança. A dupla de intérpretes Helena Heyzer e Guilherme Gomes reúne elementos da comicidade e da magia para contar a história.
Com direção de Diogo Granato, Andejo mostra o cotidiano dessas duas personagens que coabitam em espaço inusitado: um armário, que se revela como dispositivo coringa, cheio de surpresas e possibilidades cênicas, para a execução de seus truques e artimanhas por meio de números de dança acrobática, apostando na potência da mescla de linguagens entre a dança e o circo.
Tendo o teatro mambembe como referência, a peça constrói uma narrativa onde as acrobacias, a comicidade e a dança acrobática revelam um jeito mágico de aproveitar a vida no cotidiano.
Ficha Técnica
Direção: Diogo Granato
Intérpretes: Guilherme Gomes e Helena Heyzer
Trilha Sonora original: Beto Lemos
Cenografia e Iluminação: Dodô Giovanetti
Figurino: Raquel Theo
Fotografia: Renato Mangolin e Nathan Nascimento
Produção Executiva: Guilherme Gomes e Helena Heyzer
Vídeo: Fabian Alvarez
Realização: Em Boa Cia.
Serviço:
[Dança] Espetáculo Andejo – Cia Em Boa Companhia
Datas e horários: 12, 13, 19 e 20 de outubro, às 16h (sábado e domingo)
Local: Centro Cultural Espaço Tápias (Sala Maria Thereza Tápias) – Rua Armando Lombardi, 175- Barra da Tijuca
Ingressos: R$40,00 (inteira), R$20,00 (meia-entrada) – na bilheteria ou através do Sympla: https://www.sympla.com.br/produtor/espacotapias
Classificação etária: Livre
Duração: 45 minutos.
(Fonte: Com Claudia Tisato)
Nos dias, 8, 9 e 10 de outubro, o auditório do Sesc Pinheiros recebe Paradisaeidae. O espetáculo de dança propõe, por meio da performance, explorar a dualidade da existência humana provocando reflexões sobre a transformação e a essência do ser, convidando o público a uma experiência artística imersiva formada por 16 bailarinos que ocupam todo o espaço da cena e, através da dança, rompem a estrutura tradicional de palco e plateia. A performance oferece uma experiência sensorial rica, marcada por movimentos fluidos, improvisações e uma fusão de sons e luzes. Cada bailarino, representando as aves-do-paraíso, expressa sua individualidade em um ambiente onde se cruzam e interagem.
A narrativa do espetáculo evoca sentimentos de liberdade e angústia refletindo a complexidade da condição humana. A intensidade dos sons e a presença física dos bailarinos criam uma atmosfera que provoca reações diversas nos espectadores. As referências à contracultura e ao anti-heroísmo enriquecem a experiência promovendo um diálogo entre arte e vida.
O intérprete Dom Gabriel, que tem deficiência visual e o diretor Diogo Granato desenvolveram uma pesquisa de audiodescrição realizada pelos artistas que compõem o espetáculo, possibilitando o acesso de forma única.
Diogo Granato é artista brasileiro, residente em São Paulo, que atua como diretor, intérprete, coreógrafo, preparador de movimento e professor principalmente nas áreas de Dança, Improvisação, Dança Acrobática, Parkour e Dança-Teatro. Foi intérprete-criador da Cia Nova Dança 4 de 1996 até 2020, é diretor e intérprete dos grupos de improviso cênico Silenciosas (desde 2004), Mais Companhia (desde 2015) e Paradisaeidae (desde 2023). Na cena da improvisação, dançou com Steve Paxton, Lisa Nelson, Nancy Stark Smith e Katie Duck, personalidades importantes para o desenvolvimento da dança contemporânea.
FICHA TÉCNICA
Intérpretes: Adriana Nunes, Ana Medeiros, Anna Luiza Marques, Clarrisa Braga, Dom Gabriel, Dresler Aguilera, Flavia Scheye, Gabriela Rios, Isadora Dalle, Isadora Prata, Luma Preto, Mariana Taques, Marina Viski, Michelle Farias, Renê Carvalho e Tayna Ibanez
Direção, Concepção, Dramaturgia: Diogo Granato
Iluminação, Trilha Sonora, Figurinos: Diogo Granato – Urutu Branco Ltda
Criação Gráfica: Duda Camargo
Fotografias de divulgação: Nathan Nascimento
Fotografias do espetáculo: Nadja Kouchi
Produção: Ana Medeiros e Diogo Granato – Urutu Branco Ltda.
Serviço:
Paradisaeidae
Dias: 8, 9 e 10 de outubro, terça, quarta e quinta, às 20h
Duração: 90 minutos
Local: Auditório
Classificação: 16 anos
Ingressos: R$40 (inteira); R$ 20 (meia) e R$12 (credencial plena)
Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195
Estacionamento com manobrista: terça a sexta, das 7h às 21h; sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h.
(Fonte: Com Gleiceane Nascimento/Assessoria de Imprensa Sesc Pinheiros)
Até 2100, as áreas de ocorrência de cerca de metade das espécies nativas de mandioca do Nordeste brasileiro podem ser reduzidas por conta das mudanças climáticas. É o que indica um artigo publicado nesta sexta (4) na revista Anais da Academia Brasileira de Ciências. O estudo, conduzido por pesquisadores das universidades federais Rural de Pernambuco (UFRPE) e do Recôncavo da Bahia (UFRB), além da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), destaca a urgência de medidas para a conservação da biodiversidade diante dos efeitos das mudanças climáticas.
Os cientistas reuniram dados sobre onze espécies de mandioca nativas do Nordeste a partir de registros de ocorrência, bancos de dados e herbários. As informações foram utilizadas em simulações de diferentes cenários com base em seis variáveis climáticas – como precipitação anual, chuvas nos meses mais secos e úmidos e temperatura média diária e anual. A equipe combinou esses elementos para prever o tamanho e a localização das áreas onde as espécies poderão viver no futuro, considerando as necessidades das plantas, e comparou com a realidade atual.
A pesquisa revela que, em um cenário otimista, cinco das espécies analisadas podem experimentar uma redução em sua faixa potencial de distribuição até 2100. Em um cenário pessimista, com condições mais severas, essa redução pode atingir até seis espécies, 54% da amostra. Nos dois cenários, quatro dessas espécies podem experimentar redução total de suas áreas de ocorrência. “Isso acontece porque as condições ambientais de que elas precisam para se desenvolver podem mudar, tornando algumas regiões menos adequadas”, explica Karen Yuliana Suarez-Contento, autora do estudo. A pesquisadora da UFRPE destaca que a redução pode não afetar somente as espécies de mandioca, pois a perda de plantas que servem de base para a vida selvagem desestabiliza os ecossistemas locais.
Segundo Suarez-Contento, a redução projetada pode, no futuro, levar à extinção de algumas das espécies silvestres de mandioca, além de afetar a produção de uma das principais fontes de carboidratos na alimentação brasileira: a mandioca cultivada. Ela é a matéria-prima de produtos como o polvilho, a tapioca e o tucupi. “As espécies silvestres abrigam uma diversidade genética crucial para o futuro da mandioca cultivada, fornecendo características importantes, como resistência a doenças e adaptações a diferentes condições ambientais”, ressalta.
A autora enfatiza que as mudanças climáticas podem ter um papel decisivo na distribuição de outros gêneros alimentícios. “Muitas outras culturas agrícolas dependem da diversidade genética de suas espécies silvestres para se adaptar a mudanças climáticas, novas pragas e doenças”, diz Suarez-Contento. É o caso do milho, arroz e feijão, que têm parentes silvestres e podem enfrentar desafios semelhantes ao da mandioca, segundo a especialista. Ela destaca a importância de conservar essas espécies e seus habitats para garantir a continuidade da produção desses alimentos.
Para a pesquisadora, estratégias como a criação e a expansão de áreas protegidas, o estabelecimento de corredores ecológicos e a restauração de áreas degradadas são um passo importante para melhorar o cenário previsto para 2100. “A educação ambiental e o incentivo para práticas agrícolas sustentáveis também podem engajar as comunidades locais e promover a proteção dos habitats”, acrescenta.
(Fonte: Agência Bori)
A prática de ciclismo reduz a ativação cerebral e mantém os circuitos nervosos no nosso cérebro em um estado mais organizado. Esses efeitos são ainda mais acentuados ao pedalar de olhos fechados. É o que mostra estudo das universidades federais do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Paraná (UFPR) em parceria com instituições do Reino Unido. Os resultados, publicados em artigo na quarta (2) na revista científica Plos One, podem fornecer subsídios, no futuro, para novos tratamentos alternativos de doenças neurodegenerativas como a doença de Parkinson e o Alzheimer.
Os pesquisadores já haviam demonstrado, em estudos prévios, que andar de bicicleta traz benefícios para os pacientes com Parkinson. Pedalar diminui instantaneamente tremores, movimentos lentos e outros sintomas motores relacionados à doença. Essa nova pesquisa explica como isso acontece explorando os mecanismos acionados no nosso cérebro em estado de repouso e durante a atividade física.
Para investigar o comportamento dos circuitos neurais em diferentes estados, o trabalho analisou a atividade elétrica cerebral de 24 adultos saudáveis. Inicialmente, os participantes permaneceram em repouso por dois minutos em uma bicicleta ergométrica horizontal fixa. Em seguida, pedalaram continuamente pelo mesmo período de tempo. Durante essas atividades, os sinais elétricos emitidos pelo sistema nervoso foram captados e monitorados por oito eletrodos fixados no couro cabeludo dos indivíduos. Os registros foram feitos tanto para os estados de olhos abertos como para olhos fechados.
A atividade cerebral registrada foi menor e mais organizada durante a prática de ciclismo, em especial com os olhos fechados, em comparação com o momento de repouso. “Isso significa que há uma atividade cerebral organizada no ciclismo, que poucos circuitos neurais estão sendo utilizados. Ou seja, o cérebro está mais eficiente”, aponta John Fontenele Araújo, da UFRN, líder do estudo.
O pesquisador ainda destaca que, diferente do que acontece durante a pedalada, diversos circuitos nervosos permanecem ativos e trabalhando durante o repouso. “Pedalar é uma forma de ativar o cérebro de uma maneira organizada. Então, em algumas doenças neurológicas, isso faz bem para o cérebro”, nota Araújo.
A redução na complexidade cerebral durante a pedalada pode estar relacionada com a própria natureza repetitiva da atividade. No artigo, os pesquisadores explicam que os movimentos constantes e os estímulos sensoriais causados pela prática, como a sensação das pernas se movendo, podem contribuir para uma sincronização dos impulsos nervosos, reduzindo o esforço cerebral para continuar o movimento. “É como durante a aprendizagem”, diz Araújo. “No início, usamos muito circuitos neurais, mas, depois que aprendemos, usamos poucos, respondemos de forma mais rápida e eficiente”, compara.
Para ele, os padrões observados também podem ser encontrados durante a execução de outras atividades repetitivas, como a meditação e a reprodução de ações cíclicas e recorrentes no trabalho, e afetar as respostas do sistema nervoso de maneira semelhante. “Os resultados sugerem que toda tarefa que exija concentração e que seja repetitiva leva a uma organização da atividade cerebral”, ressalta.
Os pesquisadores pretendem, agora, avaliar a complexidade e o padrão de sinais emitidos pelo cérebro em condições diferentes de pedalada. O objetivo é investigar possíveis diferenças entre modelos de bicicleta, ambientes de realidade virtual, atletas de alto desempenho e pacientes diagnosticados com condições neurodegenerativas, por exemplo. Segundo Araújo, estudos centrados em pacientes com Parkinson já estão sendo realizados, visando contribuir para tratamentos mais eficientes e adaptados que preservem o controle motor durante a doença.
(Fonte: Agência Bori)