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Estudo inédito cria índice para avaliar se cidades estão adaptadas às mudanças climáticas

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Jonas Pacheco/Unsplash.

As cidades brasileiras estão prontas para se adaptar às mudanças climáticas? Motivados por essa pergunta, cientistas da Universidade de São Paulo (USP) criaram um índice que mede o potencial de adaptação dos nossos centros urbanos aos impactos das mudanças do clima. O índice, chamado de Índice de Adaptação Urbana (UAI, na sigla em inglês) está descrito em artigo publicado na edição de maio da revista científica Climatic Change.

Desenvolvido pelos pesquisadores do projeto CiAdapta, que estuda as interações entre transições climáticas, cidades e processos decisórios, o UAI busca avaliar a presença ou ausência de estruturas legais e regulatórias de apoio a intervenções urbanas ligadas à adaptação climática. Ao todo, são 26 indicadores associados a cinco conjuntos de políticas públicas municipais de apoio a intervenções urbanas: habitação, mobilidade urbana, agricultura sustentável, gestão ambiental e gestão de riscos climáticos. Na elaboração do índice foram levados em conta dois aspectos: as projeções climáticas para o Brasil, que incluem aumento de temperatura, ondas de calor e frequência de secas e enchentes, e o sistema de governança do país, que entrega aos municípios a responsabilidade do planejamento de sustentabilidade urbana.

A partir de dados públicos do censo brasileiro, a pesquisa aplicou o índice e avaliou a atual capacidade adaptativa dos 645 municípios do Estado de São Paulo – uma amostra que representa 21% da população do país e que concentra 32,4% do PIB do Brasil. Mais da metade dos municípios paulistas apresenta baixa capacidade de adaptação às mudanças climáticas, tendo baixas avaliações no Índice de Adaptação Urbana. No entanto, os municípios próximos ou em regiões metropolitanas, onde a maioria da população vive, têm as maiores pontuações, indicando um maior potencial de adaptação climática.

Para Gabriela Marques Di Giulio, da USP, coautora do estudo, o Índice de Adaptação Urbana inova ao utilizar dados públicos censitários para produzir informação sobre o nível de adaptação das cidades. “O uso de dados públicos facilita a atualização do UAI de forma dinâmica, e faz com que ele seja útil para acompanhar as mudanças e processos de transição das cidades”, comenta. Os indicadores propostos no UAI podem ser usados em cidades de todo o país.

Outro ponto importante ressaltado pela pesquisadora é o fato do índice gerar debate público sobre a questão das mudanças climáticas. “Ao avaliar as diferenças e semelhanças entre a capacidade atual das cidades (ou a falta dela) para lidar com os impactos e os riscos das mudanças climáticas, este índice pode estimular o debate entre as cidades para que criem políticas públicas que alinhem adaptação à sustentabilidade urbana”. Di Giulio reconhece que, embora melhorias nos níveis de renda, educação e saúde sejam importantes para reduzir vulnerabilidades às mudanças climáticas, é preciso também considerar as capacidades específicas de cada cidade para enfrentar esse contexto, como planos de contingência, política de uso de solo urbano e mapeamento de áreas de risco.

O próximo desafio do grupo do Projeto CiAdapta, segundo Di Giulio, é aplicar o UAI e, também, produzir outros índices sobre mudanças climáticas com métricas robustas para serem utilizados pelas cidades brasileiras. “A ideia é que esses índices estejam conectados às especificidades da realidade brasileira, sejam facilmente usados, que reflitam a capacidade adaptativa das nossas cidades”, finaliza.

(Fonte: Agência Bori)

Programa Tramas Culturais discute “Mulheres e Big Bands: presença, visibilidade e estereótipos”

São Paulo, por Kleber Patricio

Lis de Carvalho e Paula Valente, idealizadoras da Big Band Jazzmin’s, ministram o encontro. Foto: Paulo Rapoport Popó.

No dia 27 de maio, das 17h às 18h30, a Casa Museu Ema Klabin promove o programa Tramas Culturais com o tema Mulheres e Big Bands: presença, visibilidade e estereótipos. O encontro será orientado por Lis de Carvalho e Paula Valente, idealizadoras e fundadoras da Big Band Jazzmin’s, uma big band feminina formada por 17 instrumentistas.

As musicistas irão falar sobre o desenvolvimento dessas formações ao longo da história, além de suas trajetórias em importantes grupos musicais no Brasil. O evento acontece pela plataforma zoom e as inscrições já estão abertas no site da Casa Museu: https://emaklabin.org.br. “Ainda que se note uma grande presença de mulheres cantoras e intérpretes em formações musicais, o mesmo não ocorre quando falamos de mulheres instrumentistas ou até mesmo compositoras. As Big Bands sempre pareceram um espaço estritamente masculino e são raras as formações mistas ou até exclusivamente femininas”, salientam Lis de Carvalho e Paula Valente.

Serviço:

Tramas Culturais: Mulheres e Big Bands: presença, visibilidade e estereótipos

Data: 27 de maio, das  17h às 18h30, pela plataforma zoom

Gratuito – quem aprecia a Casa Museu Ema Klabin pode contribuir para a manutenção das suas atividades e apoiar com uma doação voluntária no site

Classificação etária: Livre

95 vagas

Inscrição: https://emaklabin.org.br/

Acesse nas redes sociais:

Instagram: @emaklabin

Facebook:  https://www.facebook.com/fundacaoemaklabin

Twitter: https://twitter.com/emaklabin

YouTube: https://www.youtube.com/channel/UC9FBIZFjSOlRviuz_Dy1i2w.

Sobre as musicistas e palestrantes:

Paula Valente | Saxofonista e flautista, formada em Composição e Regência (Unesp), mestrado e doutorado (USP) com pesquisas voltadas ao choro e a Improvisação. Integrante da Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo, professora de saxofone da Emesp-Tom Jobim. Desenvolve intensa atividade didática por meio de cursos e oficinas de sax, flauta, linguagem da improvisação e música brasileira e práticas de choro. Como solista, participou do Festival Proms (2016, Londres); com a Orquestra do Estado de São Paulo, em Bari (Itália) e com a Orquestra da Cidade de Bari (2013), além de participar em vários concertos da Orquestra Jazz Sinfônica. Idealizadora da Jazzmin’s Big Band (2017), tocou com Anat Cohen na Sala São Paulo (2019) e Rio Montreux Jazz Festival (2020). Com a Big Band, foi contemplada com o Prêmio Profissionais da Música (2018).

Lis de Carvalho | Pianista, arranjadora, compositora, bacharel em piano com curso de pós-graduação em música popular, professora do curso de Piano Popular e Harmonia na Emesp (Escola de Música do Estado de São Paulo) e Famosp (Faculdade Mozarteum de São Paulo). Participou como pianista/tecladista e compositora do grupo Kali e como pianista e arranjadora do grupo vocal Tom da Terra, cujo CD Brasil Branco Negro, foi indicado ao Prêmio TIM. Tem suas composições gravadas em 8 CDs e 3 DVDs ao lado de Celso Pixinga, participação nas gravações dos CDs de Bocato, Faíska, Giba Favery , Léa Freire e Tato Mafuz, gravações de trilhas em produtoras de áudio e a vídeo aula Formas de Acompanhamento. Gravou o CD Caminho de Dentro ao lado de Célio Barros e Giba Favery. Atua como pianista da Jazzmin’s Big Band, onde é coidealizadora do grupo. Está lançando seu primeiro CD, Quando te Vejo, projeto contemplado pelo ProAC.

Inovações em governança ambiental podem tornar metrópoles da Grande SP mais sustentáveis

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: divulgação/Agência Bori.

Com o crescimento constante da população mundial e os impactos crescentes das mudanças climáticas, a discussão sobre possíveis soluções ou inovações que minimizariam o impacto humano sobre o meio ambiente têm ganhado espaço no debate público. As oportunidades de inovação para a governança ambiental da macrometrópole paulista são foco de livro organizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), lançado na última quarta (19), 17h, pelo canal do Youtube do projeto MacroAmb. O livro Inovação para a Governança da Macrometrópole Paulista Face à Emergência Climática, organizado por Pedro Roberto Jacobi e Leandro Giatti, traz oito capítulos com artigos inéditos de pesquisas de pós-doutorado no âmbito do projeto Temático Fapesp Governança Ambiental da Macrometrópole Paulista Face às Mudanças Climáticas.

Dentre as temáticas abordadas, estão novas abordagens para lidar com as mudanças climáticas; a gestão de resíduos, água, energia e do território; o diálogo de culturas e saberes e a gestão e a governança da água e da energia. De acordo com o pesquisador e organizador do livro, Pedro Jacobi, uma das intenções da obra foi incentivar a produção científica por parte dos jovens pesquisadores. “Precisávamos de mais espaço para os pós-doutores vinculados ao projeto temático”, explica. Inclusive, os próprios pós-doutores do projeto assinam o prefácio do livro.

Apesar de apresentar oito artigos oriundos do andamento de pesquisas individuais, os resultados apresentados na obra dialogam entre si, analisando a o conjunto de metrópoles localizadas ao redor da Grande São Paulo, chamada macrometrópole paulista, e seus problemas de forma multidisciplinar. Cada um dos capítulos do livro é relacionado a um dos dilemas que as diferentes regiões da macrometrópole enfrentam. Os resultados, em conjunto, auxiliam na organização da gestão e governança dessa região paulista.

De acordo com os organizadores do livro, é preciso analisar os artigos de forma criteriosa, pois trazem resultados importantes para a área. “O conjunto de artigos traz como foco a importância de discutir, interdisciplinarmente, os avanços possíveis na macrometrópole para que a região se torne sustentável”, destaca Jacobi.

(Fonte: Agência Bori)

Cia. Variante apresenta “A Cruzada dos Corações Puros” no Crianças #EmCasaComSESC

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Thiago Takiyama.

A partir desta semana, parte das transmissões do #EmCasaComSesc volta a ser realizada diretamente das unidades do SESC na capital paulista, ainda sem presença do público no local e seguindo todos os protocolos de segurança de prevenção à Covid-19. Além disso, as apresentações também seguem sendo transmitidas das casas ou dos estúdios de trabalho dos artistas. Tudo em conformidade com as medidas estipuladas pelo Plano São Paulo.

Neste sábado (22/5), às 15h, direto do SESC Santo Amaro, a Cia. Variante apresenta o espetáculo A Cruzada dos Corações Puros (ou Quem Inventou a Guerra?), com direção de Danilo Mora e dramaturgia de Tati Takiyama. Inspirada no poema A Cruzada das Crianças, de Bertolt Brecht (1898-1956), que conta a história de crianças em situação de guerra, a peça faz um paralelo com a guerra da Síria, a Segunda Guerra Mundial e as guerras diárias do nosso país. A obra retrata a vida de crianças vítimas da guerra que, por estarem órfãs e sem perspectivas, decidem se unir para cruzar o mundo em busca do autor da história mundial e pedir que ele mude os rumos da história – e forneça um final feliz. Nesse caminho, particularidades da vida das personagens, como os medos, a amizade verdadeira, o amor, os sonhos, a saudade e a pureza da infância, são desvendadas. Com Danilo Mora, Letthicia Johanson, Samantha Verrone e Tati Takiyama. Assista: Youtube | Instagram.

A Cia. Variante pesquisa, desde 2013, sobre seres à margem da sociedade e conta com três espetáculos em seu repertório: The Ratos (Ou O Camarim da Fama Encardida), Zepelim (Ou O Balão que Nunca Existiu), vencedor do Prêmio Aplauso Brasil como Melhor Espetáculo para o Público Infantil e Jovem de 2017, e A Cruzada dos Corações Puros (ou Quem Inventou a Guerra?), indicado pelo mesmo prêmio e categoria em 2019. Durante a pandemia, a companhia desenvolveu dois novos trabalhos: o curta-metragem A Lágrima que Cai do Teto que Não se Tem e o show Mosca na Sopa de Letrinhas. Os temas que permeiam as obras da Cia. Variante são guerras, desigualdade social, racismo, machismo, crianças em situação de rua, de refúgio, de fome, de despejo e de moradia, de miséria e de trabalho infantil, além de esperança, utopias, amizades. Em oito anos de história, a companhia já participou de mostras e festivais e se apresentou em diversos palcos das unidades do SESC, SESI e Fábricas de Cultura.

Floresta Nacional de Silvânia proporciona passeio pela riqueza do cerrado

Silvânia, por Kleber Patricio

A Flona de Silvânia conta com diversas opções de trilhas para caminhadas e também para ciclistas. Fotos:
divulgação.

Um verdadeiro tesouro muito perto de Goiânia ainda permanece desconhecido para a maior parte da população. A Floresta Nacional (Flona) de Silvânia, localizada a apenas 73 quilômetros da capital, é um dos principais santuários de preservação e visitação do bioma cerrado, sendo uma das duas áreas de preservação em Goiás elevadas à categoria de Floresta Nacional (a outra é a Flona de Mata Grande, no município de São Domingos, região norte do estado). Atualmente sob gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a floresta está aberta à visitação agendada.

Em 1948, a área onde está hoje a Flona ainda era uma fazenda de propriedade particular de um morador da região. No ano seguinte, por proposta do deputado federal Galeno Paranhos, o governo federal criou ali o Horto Florestal de Silvânia, liberando verba para a aquisição da fazenda. Desde então, a área de 486 hectares se tornou um dos principais locais de estudo sobre o cerrado, sendo alçada à categoria de Floresta Nacional em 2001, ainda sob gestão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Nas paisagens naturais, repletas de exemplares da flora típica da região, é possível encontrar pequi, baru, ipê, bacupari, jacarandá, bálsamo, cagaita e angico, entre outros símbolos do cerrado goiano. Entre os destaques da fauna presentes na unidade de conservação, estão espécies ameaçadas de extinção, como o gato-do-mato, o lobo-guará e o tamanduá-bandeira. Essa farta riqueza natural goiana é digna de ser lembrada e celebrada neste Dia Internacional da Biodiversidade, celebrado em 22 de maio.

O mirante é um dos destaques da Flona de Silvânia.

Atualmente, a Flona de Silvânia tem duas vocações principais bem definidas: pesquisa e visitação. De acordo com Pedro Vilela, engenheiro florestal e assessor da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Goiás (Seapa), esta é uma das principais características de uma Floresta Nacional.

Para visitar, pesquisar e preservar | “Existem unidades de conservação que se destinam somente à preservação, com pesquisas restritas, e outras que são direcionadas à exploração e visitação. As Flonas têm por objetivo combinar a visitação e a pesquisa. Então, podemos dizer que uma grande característica dessas unidades é a interação com o público. Logo, são muito importantes por entregarem uma vivência mais profunda das pessoas de centros urbanos com a natureza em grandes áreas preservadas. As Flonas propiciam uma grande ligação entre pessoas e a natureza”, avalia Pedro Vilela.

Outro destaque da Flona de Silvânia é a estrutura aberta a estudiosos do cerrado, com biblioteca com mais de 500 títulos sobre fauna, flora e ecologia, alojamentos para pesquisadores e casa de apoio. Para os visitantes, a principal atração é a grande quantidade de trilhas, tanto para caminhantes quanto para ciclistas. Uma delas, de cerca de um quilômetro, é ideal para famílias com crianças e idosos, enquanto outra, de 2,5 quilômetros de extensão, proporciona um passeio por uma área com vegetação mais densa e mata mais fechada.

A Floresta Nacional (Flona) de Silvânia é um dos principais santuários de preservação e visitação do bioma cerrado.

A área de lazer e visitação da Flona também oferece mesas, bancos e sanitários, além de pontos de energia elétrica para grupos de turistas, pessoas da comunidade, estudantes e pesquisadores. Há ainda um mirante, que proporciona uma vista ampla de toda a região, um viveiro com mudas de espécies nativas, um pequeno lago artificial e algumas pontes – tudo sinalizado para enriquecer a experiência dos visitantes. De acordo com Pedro Vilela, essa característica de estar aberta ao público é fundamental para despertar nas pessoas o interesse em conhecer e valorizar o cerrado, bioma que, segundo ele, ainda precisa ser mais reconhecido no Brasil. “Com certeza, o cerrado ainda carece de valorização e reconhecimento, que precisa ser mais estudado e mais preservado. Por se tratar de bioma riquíssimo, com grande diversidade, o cerrado cumpre uma função ecológica muito importante em todo o ecossistema do país, com trânsito de muitas espécies. No mundo inteiro, não existe um bioma de savana tão rico e diverso como o nosso cerrado. Acredito que quanto mais pessoas visitarem a Flona de Silvânia, mais aumenta a vontade de pedir aos órgãos responsáveis a expansão e a melhoria dessa e de outras unidades de conservação”, defende o engenheiro florestal.

Durante a pandemia do novo coronavírus, as unidades de conservação sob gestão do ICMBio permaneceram fechadas entre março e agosto de 2020, passando por uma reabertura gradual a partir de então. Atualmente, a Flona tem seguido os protocolos de segurança sanitária estabelecidos pelo município de Silvânia e não permite a visitação de grupos com muitas pessoas. O acesso à Flona de Silvânia a partir de Goiânia se dá por meio da GO-330, que faz interligação com a GO-010. A visitação é gratuita e recomenda-se aos interessados que entrem antecipadamente em contato com a administração da unidade, pelo telefone (62) 99221-4407 ou o e-mail florestasilvania.go@icmbio.gov.br, para que o passeio possa ocorrer sem imprevistos.