Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

Inscreva seu e-mail e participe de nossa Newsletter para receber todas as novidades

Inscrições para o 29º Maio Musical estão abertas até 29/4

Indaiatuba, por Kleber Patricio

A Secretaria de Cultura da Prefeitura de Indaiatuba abre as inscrições para o 29º Maio Musical, que, pelo segundo ano consecutivo será virtual. As inscrições devem ser feitas pelo site da Prefeitura até 29 de abril – serão selecionados 30 projetos divididos nas categorias Solo, Duo, Trio, Quarteto e Banda ou Grupo. A programação do evento será exibida entre os dias 14 a 30 de maio no portal Cultura Online.

O link para inscrições é www.indaiatuba.sp.gov.br/cultura/concursos/maio-musical/, onde também é possível conferir o Edital e o Regulamento na íntegra. Será permitida somente a habilitação e participação de interessados residentes e domiciliados em Indaiatuba. Na inscrição, é preciso enviar um breve release do projeto, um histórico da carreira do proponente e enviar um vídeo com duração máxima de três minutos, além de outras informações.

O objetivo do 29º Maio Musical Virtual é estimular os diversos elos da cadeia produtiva da música, no gênero popular ou erudito, estimulando e popularizando a música de forma geral, além de assegurar a proteção dos direitos culturais da população durante a situação de emergência em saúde, em virtude das ações de combate à pandemia de Covid-19.

Seleção | Os projetos serão selecionados mediante avaliação e decisão de uma Comissão indicada pela Secretaria de Cultura. Os critérios considerados para a seleção serão qualidade artística cultural, impacto cultural para o município, factibilidade, técnica e a originalidade apresentada nos vídeos.

A documentação apresentada será conferida e a lista dos projetos habilitados será publicada no site e Imprensa Oficial do Município no dia 4 de maio. Os valores dos cachês são de R$750 para Solo, R$1.500 para Duo/Dupla, R$2.250 para Trio, R$3.000 para Quarteto e R$3.750 para Banda/Grupo.

Para mais informações, consulte o edital completo em www.indaiatuba.sp.gov.br/cultura/concursos/maio-musical/ ou entre em contato pelos telefones (19) 3875-6144 ou 3894-1867 ou e-mail cultura@indaiatuba.sp.gov.br.

Agricultura de produtos nativos ameaçados do Brasil é recuperada em meio à pandemia

Serra do Mar, por Kleber Patricio

Pequenos agricultores puderam atuar em outras frentes para aproveitar safra do Cambuci, fruta típica da Mata Atlântica, com ajuda de fundo. Fotos: divulgação.

Os micro e pequenos empreendedores, que sempre se destacaram pela criatividade, tiveram, mais do que nunca, que se reinventar em meio à pandemia da Covid-19. Mas para os produtores, agricultores familiares e instituições que os apoiam por meio de eventos e feiras para comercializarem seus produtos, a dificuldade neste último ano foi ainda maior. Exemplo disso é o que aconteceu com a Rota do Cambuci, que nasceu como um roteiro de festivais gastronômicos em 2009 e, 10 anos depois, em 2019, já contava com mais de 200 produtores artesanais envolvidos, em mais de 20 municípios do entorno da Serra do Mar. Já os agricultores familiares responsáveis pela safra de 200 toneladas de cambuci, colhida entre março e maio, tiveram que se conformar com o cancelamento dos 23 festivais que ocorreriam no ano passado por conta do coronavírus.

Foi então que o Instituto Conexões Sustentáveis – Conexsus encabeçou uma ajuda financeira ao Instituto Auá, responsável pela Rota do Cambuci, a partir de uma linha de crédito emergencial, que ofereceu a organizações afetadas pela crise da Covid-19 empréstimos de até R$200 mil a juros abaixo do mercado.

Recurso foi utilizado para colocar os produtos em e-commerce.

Com o auxílio, disponibilizado pela Conexsus em setembro de 2020, o Instituto Auá conseguiu pagar os colaboradores e as contas de energia da sede da organização, em Osasco/SP. Para os produtores artesanais, o recurso foi utilizado para colocar os produtos em um e-commerce através da loja do Armazém Biomas, que será inaugurada ainda neste mês de abril. E para os agricultores, o fundo da Conexsus serviu para a diversificação de produtos feitos com a colheita das frutas nativas para o varejo e hospitais. “Só a câmara fria de armazenagem de produtos, que fica na sede do instituto, tem um custo mensal de manutenção de R$5 mil”, conta o presidente Gabriel Menezes. Sobre o desenvolvimento de novos produtos, ele revela que antes eram produzidos apenas picolés de frutas como jabuticaba, juçara com banana, uvaia e, claro, cambuci. Com a ajuda do fundo da Conexsus, foi possível fabricar sorvetes de massa em potes de 120 gramas, 2 e 5 litros, que estão sendo vendidos para indústrias, restaurantes e prefeituras.

A instituição também conseguiu, com o apoio financeiro, investir na comunicação corporativa e vai lançar uma campanha online da safra deste ano, além de um festival delivery com os restaurantes participantes. “Se não tivéssemos tido acesso ao fundo, no segundo trimestre de 2020 teríamos fechado as portas e um projeto de uma década teria chegado ao fim”, ressalta Menezes, que exalta a importância da comercialização de uma fruta típica da Mata Atlântica. “É um produto do nosso país, que sustenta centenas de pessoas. Precisa ser valorizado”.

Sobre a Conexsus | O Instituto Conexões Sustentáveis – Conexsus é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público que atua para ativar o ecossistema de negócios comunitários de impacto socioambiental, ampliando sua contribuição para a geração de renda no campo e para a conservação de florestas e biomas. Seu objetivo é fortalecer as iniciativas que mantêm a resiliência territorial e climática a partir do desenvolvimento de negócios sustentáveis no Brasil, com foco na agenda climática global e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

A Conexsus trabalha para ativar os ecossistemas de agricultura familiar e florestais por meio de soluções financeiras, ampliação e fortalecimento das conexões entre os negócios comunitários e o mercado, além de assessoria de modelagem de negócio. Na pandemia, auxiliou cerca de 80 associações e cooperativas rurais focadas na sustentabilidade – foram mais de R$6,4 milhões em dinheiro emprestado a produtores que não se enquadravam nos requisitos para conseguir empréstimo em banco ou ajuda do governo.

Conheça mais sobre a safra do cambuci clicando aqui.

Arquitetura e decoração em vagões de trem: projetos vão do pet friendly ao luxo

Brasil, por Kleber Patricio

A Litorina de Luxo. Fotos: divulgação/Serra Verde Express.

Mais do que passeios sobre trilhos, a viagem turística de trem deve ser uma experiência – com essa frase, o diretor geral da Serra Verde Express, Adonai Aires de Arruda Filho, explica a atenção que dá à arquitetura e decoração de cada um dos 36 vagões e litorinas que a empresa opera no Sul e Sudeste do país. A responsável por esse trabalho detalhado é a arquiteta Lucille Amaral, que se dedica desde 2015 aos projetos ferroviários. “A Lucille veio para tornar possível o que sempre buscamos. Um passeio de trem envolve muitas questões, como a gastronomia, o trajeto e a vista da natureza pela janela. Mas a decoração, conforto e estrutura são cruciais para tornar a experiência ainda mais contemplativa”, explica o diretor.

A arquiteta aponta que, para o desenvolvimento do trabalho, é preciso entender qual proposta chegará ao público, os recursos disponíveis, o tempo de execução e a temática. “É importante saber realizar a adaptação de forma correta, bem como imprimir a personalidade do carro no momento final. Um exemplo disso foi a concepção do projeto Expresso Classique, uma experiência a bordo do trem que circula dentro da capital paranaense”, conta Lucille. Para este projeto, foi desenvolvido o Carro Imperial, um carro de passageiros clássico como um antigo restaurante da alta sociedade, com requinte e sofisticação, mas com o charme de estar a bordo de um trem. Assim como um restaurante, tem-se a fluidez entre as mesas e o requinte impresso na escolha dos objetos e materiais utilizados. “Até mesmo os parafusos foram escondidos por acabamentos metálicos dourados que compõem a proposta do design”, aponta Lucille, que explica que todos os detalhes foram minimamente pensados para tornar a experiência ainda mais luxuosa e inesquecível.

O Carro Imperial.

A madeira maciça aparece como elemento principal, acompanhada de aplicações de detalhes em marchetaria, poltronas em couro ou com tecido jacquard estampado e arandelas de cristal adaptadas à tecnologia LED ao longo do carro. Em uma das extremidades, o lounge passa a ideia de entrada de um restaurante e o ambiente é decorado com uma namoradeira em madeira maciça torneada, com o estofado revestido em veludo verde e algumas mesas de apoio em madeira e marchetaria colorida. A parede ao fundo do sofá tem tecido dourado com desenhos de folhagens que harmonizam com os demais elementos.

Além disso, o vagão seguinte conta com uma cozinha industrial, onde são preparadas as refeições dos eventos a bordo do trem e que é utilizada por renomados chefs de todo o Brasil. Para a concepção e execução do projeto, foi preciso estudar e adaptar os equipamentos de acordo com as necessidades para o funcionamento. “Projetar uma cozinha industrial já não é simples, pois há muitas normas e medidas a serem seguidas, mas adaptar tudo a um antigo carro gerador foi realmente uma conquista”, confessa a arquiteta.

Outro projeto de destaque foram os vagões pet friendly da empresa. Tanto o carro Bove, do trem que faz o trajeto Curitiba-Morretes, quanto o Anselmo Duarte, que integra a composição do Trem Republicano, no interior de São Paulo, tiveram o layout e materiais de revestimentos pensados para o bem estar dos passageiros – tanto humanos quanto pets. “Para esses projetos, busquei perceber em quais situações os pets se sentiam ou não confortáveis e comecei a desenvolver o layout. Pensei em espaços familiares, como pequenas salas onde os tutores pudessem desfrutar de um belo passeio na companhia de seus animais de estimação. Buscamos materiais que fornecessem uma situação ideal a todos os usuários. Os vagões contam com piso revestido em laminado melamínico de alta pressão, que possui uma leve textura e permite que a patinha não deslize com o balanço do trem, além de ser extremamente fácil de limpar. Os tecidos são impermeáveis e o pet possui até uma caminha exclusiva embutida no sofá. O resultado é um carro familiar que mais parece a sala de uma casa”, comenta Lucille.

A Litorina Curitiba.

A litorina com o nome de Curitiba é uma homenagem à capital paranaense. Os estofados de chenille no tom verde são uma releitura do verde das matas – assim como o couro marrom pespontado das poltronas é a cor do pinhão, o amadeirado do piso representa a araucária e o dourado dos acabamentos representa a riqueza da cidade. Tachinhas douradas no teto revestido em couro branco desenham o pinhão e a erva mate, produtos fundamentais e importantes no desenvolvimento da economia da cidade. Nos sanitários, o destaque fica a cargo do mármore branco retroiluminado que ocupa uma faixa do piso ao teto e compõe com as outras paredes revestidas por espelho bronze. “Mas nada é tão fácil quanto parece; para os espelhos não quebrarem com a trepidação, é necessário cortá-los sempre um pouco menor que o vão”, ressalta Lucille.

Para o carro Barão do Serro Azul, Lucille conta que imprimiu uma homenagem à tão ilustre figura da história brasileira, que viveu entre 1849 e 1894, época da transição do período neoclássico para o eclético, no Brasil. “Com base nas análises e diversas pesquisas, percebi o quanto ele era pioneiro e concluí que não cabia idealizar um carro com característica arquitetônica da época e, sim, algo moderno, atual, impactante. Assim, assumimos o desafio de criar a maior varanda em um carro de passageiros no país, além de janelas amplas para a contemplação da natureza, materiais sustentáveis, energia solar, iluminação por LED e vidro curvo”, detalha. O teto em cor creme claro confere amplitude à área interna e os tampos das mesas de madeira maciça trazem nobreza e sofisticação ao espaço.

Dia do Índio: #CulturaEm Casa homenageia, discute e propõe novos olhares para a situação dos povos originários do Brasil

São Paulo, por Kleber Patricio

“Zahy, uma fábula do Maracanã”. Imagem: divulgação.

Primeira plataforma de vídeo e streaming de conteúdo cultural, o #CulturaEmCasa, que este mês completa um ano no ar, homenageia, discute e propõe novos olhares para a situação dos povos originários do Brasil. Criada em abril do ano passado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerida pela Organização Social Amigos, a plataforma (www.culturaemcasa.com.br) já teve 5,4 milhões de visualizações em 3 mil conteúdos disponibilizados, atingindo 3.300 mil cidades e 135 países.

A ação virtual dedicada à temática terá uma programação especial a partir da próxima segunda-feira (19/4) até 30 de abril. Após esta data, os conteúdos permanecerão na plataforma para serem acessados a qualquer momento. Entre as novidades no #CulturaEmCasa está o vídeo performance Akiu’è (R-Existo). O projeto tem como objetivo manifestar o massacre da cultura indígena e a luta pela sua inclusão na sociedade sem abrir mão da ancestralidade. A direção é da artista Zahy Guajajara e co-direção de Mariana Villas-Bôas. Ambas também assinam o texto. E também Zahy – uma fábula do Maracanã, história de uma jovem líder indígena de 23 anos ao enfrentar um gigante de concreto que cerca a sua aldeia, no coração do Rio de Janeiro. A direção e roteiro são de Felipe Bragança com colaboração de Zahy Guajajara, que também está no elenco com João Nicolau (voz).

“Sidarta, em busca de si, nesse mundo de nós”. Imagem: divulgação.

Na noite do dia 19, será transmitido o espetáculo Sidarta, em busca de si, nesse mundo de nós, a partir das 19h30. Este vídeo-experimento traz passagens do/da jovem que procura sentido para a vida em meio à espiritualidade e os conflitos existentes. A encenação é dirigida por Heloísa Lyra, com dramaturgia de Eduardo Rios. É livremente inspirada na obra de Herman Hesse. E, às 21h30, será apresentado o show da rapper de etnia Mapuche Brisa Flow e Banda.

Algumas das apresentações do #Diálogos Necessários e do #Intensivão, programas da plataforma #CulturaEmCasa, fazem parte da celebração, como por exemplo contação de história Krenak, O Tupi Que Você Fala e Museus Indígenas: Desafios e Alternativas no Cenário Atual. Vídeos do Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre, da cidade de Tupã, também estão na programação por meio de parceria com a Amigos da Arte. Entre eles, Pai Nosso em Guarani, apresentação cultural do povo da aldeia Kopenoti onde é compartilhada a dança e o canto guarani; Comida Típica Indígena, o passo a passo desta culinária, e Oficina de dança e cântico Kaingang, danças e cânticos dos Kaingang com Susilene Melo, da Terra Indígena Vanuíre. “A história do país não pode ser contada se não falarmos dos nossos povos originários e de sua contribuição em diversas áreas. A reflexão e a conscientização sobre a riqueza da pluralidade cultural étnica e sobre sua força e sua resistência devem ser permanentes”, destaca Danielle Nigromonte, diretora-geral da Amigos da Arte.

Plataforma #CulturaEmCasa

www.culturaemcasa.com.br

Redes sociais:

https://www.facebook.com/culturaemcasasp/

https://www.instragram.com/culturaemcasasp/

https://twitter.com/culturaemcasasp.

Festival apresenta novas experiências conectadas ao audiovisual expandido em formato que une espaços físicos e online

São Paulo, por Kleber Patricio

Projeto Afluências das artistas Bianca Turner e Sandra-X. Foto: divulgação/AVXLab.

Com foco na produção da arte audiovisual contemporânea, o Festival AVXLab 2021 apresenta um conjunto de shows, performances e exposições de arte acompanhado de debates e seminários que aprofundam o pensamento em torno dos formatos alternativos de cinema. Com programação gratuita, o evento ocorre em modo online de 23 a 30 de abril.

Desde 2016, o AVXLab fomenta a pesquisa e a experimentação do cinema expandido, apresentando novas vivências, formas e sensações ao público a partir de expressões de arte que se utilizam de recursos audiovisuais e da tecnologia para criação de experiências e ambientes de características múltiplas de interatividade e “imersividade” e/ou formatos híbridos que vão muito além da tela de cinema ou TV. Ao longo das dificuldades da pandemia, o AVXLab se firmou como uma referência sobre a reflexão da produção audiovisual nas redes, organizando encontros, performances e debates.

É a partir das experimentações realizadas durante o isolamento que nasce o tema desta edição: lugar in>comum, questionando o que é o lugar de encontro a partir do momento em que nossa sociabilidade torna-se cada vez mais mediada por dispositivos. O desafio envolvido neste tema é redesenhar as noções de “comum” e “comunidade” para que caibam na atual realidade das relações, dos espaços e presenças.

Com curadoria do pesquisador e gestor cultural Demétrio Portugal e do artista e pesquisador em novas mídias Lucas Bambozzi, a programação do festival aborda novas fronteiras da construção narrativa, das experiências imersivas e do diálogo da arte com o audiovisual contemporâneo. O evento considera que as expansões do audiovisual em outros formatos e telas tornam-se cada vez mais relevantes num período de isolamento, num momento em que grande parte da produção cultural se depara com uma demanda de adaptação, com novas tecnologias tornando-se parte da vida comum. Nesse sentido, o AVXLab 2021 entra como parte de uma discussão importante para novas descobertas dentro das técnicas audiovisuais, criando novos espaços e possibilidades de interação.

Performance da obra “://backup Cápsula do Tempo,” da pesquisadora Denise Agassi. Foto: divulgação/AVXLab.

Durante cinco dias (programação de abertura na sexta, 23/4; terça, quarta, quinta e programação de encerramento na sexta, 30/4) o AVXLab apresenta ao público uma programação estruturada em quatro eixos curatoriais – performances, seminário, exposição e entrevistas –, que se entrelaçam numa programação diversificada que abarca apresentações audiovisuais, intervenção urbana, ação na web e jam ao vivo.

Performances | Dentro da programação de abertura do festival, na sexta, dia 23/4, as artistas Bianca Turner e Sandra-X organizam o projeto Afluências, inspirado pelas águas e rios subterrâneos, com apresentação da performance ao vivo Aquífera e participação de outras três artistas – Anahí Asa, Charlene Bicalho e Marion Hesser.

Na quarta, dia 28, o artista Dudu Tsuda usa oito mochilas em uma intervenção sonora que remete à recuperação do Japão pela ligação com a natureza após dez anos do grande terremoto do leste, que ocasionou a catástrofe nuclear de Fukushima. No dia seguinte, quinta-feira, 29, a performance do artista Felipe Julián, Craca, reflete sobre a dualidade espaço físico x espaço virtualizado. Finalizando a programação deste eixo curatorial, uma jam envolvendo artistas como os Coletivo Coletores (projeções), o grupo Embolex (live AV) e outros convidados apresenta intervenções simultâneas em vários espaços da cidade no dia 30/4, às 20h. Os locais serão conhecidos pelo público apenas no momento da apresentação, que poderá ser conferida de maneira híbrida: presencial e virtualmente.

Seminário | Aguçada pelo contexto de pandemia, a reflexão sobre o conceito de lugar e a vivência de espaços comunitários permeia os três debates que integram o seminário do festival, na terça (27), quarta (28) e quinta, sempre das 15h às 18h.

Da série Symbiosis – “Arte e natureza na Amazônia, nº 1”, de Roberta Carvalho.

Lugar de fluxo é tema do primeiro encontro, em que os participantes contam com a mediação de Demétrio Portugal no pensar sobre as experiências audiovisuais em ambientes de telepresença, os fluxos de sinal mediados pelas redes, os paradigmas do 5G e também refletem sobre os efeitos colaterais, como os excessos do online, as informações que escapam do controle, os dados que vazam e as informações que se dispersam.

A rede como lugar do “estar junto”, a Net arte, o cinema online, a vida em rede, o tempo nas telas, a exaustão, os fins do sono, são assuntos que serão explorados no encontro Lugar Inventado, com mediação da pesquisadora Christine Mello.

Coordenada por Lucas Bambozzi, a última mesa debate o Lugar Contingenciado, sobre o lugar tornado espaço desabitado, que considera a realidade de uso do espaço físico diante de novas restrições de convívio social e, paralelamente, a necessidade de manter estes espaços vivos e ativos. Neste encontro serão abordadas as ações da Ocupa 9 de Julho durante a pandemia, bem como ações na Cidade Tiradentes feitas pelo coletivo Ali Leste .

Exposição | O eixo Exposição é composto por quatro mostras: na mostra_Artista Articulador, o público vai poder conhecer projetos curatoriais comentados por seus criadores. O artista-ativista Sato do Brasil, integrante dos coletivos Casadalapa, Frente 3 de Fevereiro, Naborda, Nós Artivistas e as artistas Mirella Brandi e Muep Etmo, do projeto de performances Pink Umbrellas, são alguns dos participantes deste segmento, assim como Fernando Velázquez, que apresenta seu Circa Project, um projeto curatorial com mais de 120 obras, um “repositório de subjetividades emergentes, temporárias, abissais, terapêuticas, inocentes e radicais”, nas palavras do artista.

Dentro da mostra_Artista na Rede, a pesquisadora Denise Agassi performará a obra ://backup Cápsula do Tempo (Performance Web), um projeto de resgate de obras da Net arte no Brasil e a artista Roberta Carvalho usa de recursos de realidade aumentada para inserir o público em uma experiência de imersão remota na floresta amazônica. A mostra _ Artista Percurso leva ao público uma retrospectiva comentada da trajetória de artistas que atuam nas fronteiras do audiovisual, tendo Charlene Bicalho, Paulinho Fluxus e Rogério Borovik entre seus participantes. A programação da mostra_Artista Pesquisa reúne showcases com jovens artistas e novas pesquisas. Este segmento apresenta o lançamento do filme Ruinoso, de Lucas Gervilla, que registrou durante anos uma série de lugares abandonados e em ruínas, onde o artista projeta cenas de situações ocorridas no passado. Inédito, o longa fará sua estreia no festival.

Entrevistas | Quarto e último eixo, as entrevistas do AVXLab 2021, transmitidas sempre no mesmo horário (terça, quarta, quinta e sexta, às 20h), buscam tratar de imagens e de projeções de futuro reais ou imaginadas. Um dos temas abordados é o Corpo tecnológico, em uma conversa com a artista Malka que aponta o corpo transvestigenere como disparador de uma mutação na imagem que temos da sociedade e que, com ajuda da tecnologia, coloca a orientação da estrutura do corpo nas mãos de quem o habita, em confronto com convenções da sociedade, do estado e do modelo econômico hegemônico.

A imagem sideral, o afrofuturismo e peri-futurismo também serão temas debatidos a partir de uma entrevista o DJ e ator-MC Eugênio Lima, buscando vislumbres de futuro com visões e valores diferentes dos dominantes numa perspectiva potencialmente transformadora. O último tema das entrevistas, A imagem da natureza/ natureza da imagem enfoca a visão dos povos originários e questiona a dicotomia existente entre “homem” e natureza, o que guiou a humanidade ao antropoceno (era dos humanos) e desestabilizou os ecossistemas, o que pode nos ajudar a pensar sobre a extensão e gravidade da pandemia.

Sobre O AVXLab | O AVXLab é uma iniciativa encabeçada por Demétrio Portugal e Lucas Bambozzi que funciona como um laboratório de ideias, metodologias e experimentação, explorando os limites da cena audiovisual absorvendo novas formas cinemáticas de representação e apresentação no espaço, para além das telas da televisão e do cinema.

O AVXLab lançou em 2019 o livro O Cinema e Seus Outros, que vem sendo adotado como referência bibliográfica em cursos de cinema e artes visuais da FAAP, FASM e PUC-SP.

A edição 2021 do Festival AVXLab é uma realização da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo e da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo por meio do ProAC Lab (Lei Aldir Blanc) como uma produção de Diphusa. Todas as atividades do Festival ficarão disponíveis no site do evento após sua realização, contribuindo para o fomento e pesquisa do audiovisual expandido.

Serviço:

Festival AVXLab 2021

De 23 a 30 de abril; programação completa disponível no site https://avxlab.org

Classificação indicativa: Livre

Grátis.