Sucen, que monitorava o comportamento do inseto no Estado, foi extinta em 2020 e seus laboratórios, até hoje, não foram incluídos na organização administrativa do Estado, comprometendo pesquisas e controle de doenças
São Paulo
Com imagens capazes de despertar a gula dos mais comedidos em seus perfis nas redes sociais, os confeiteiros-celebridades Lucas Corazza, Flávia Souza, Lu Neves, Renata Penido e Abner Ivan somam mais de 500 mil fãs em seus canais no Instagram. No próximo dia 25 (quinta-feira), eles se reúnem em um webnário promovido pelo Chocolat Festival. Batizado de Encontro Segredos da Páscoa, o evento virtual acontece no canal do festival no Youtube a partir das 19h30, com acesso gratuito. Na ocasião, os chefs apresentarão as tendências em ovos de Páscoa, novidades do setor – como os ovos 2D –, adaptações da confeitaria ao cenário de pandemia e ainda darão dicas que aplicam em suas receitas.
O Chocolat Festival – Festival Internacional do Chocolate e Cacau é considerado o maior evento do setor na América Latina e já tem 19 edições presenciais realizadas entre Bahia, Pará e São Paulo. Com edições canceladas em 2020 em decorrência da pandemia do novo coronavírus, o evento vem trazendo alternativas ao público desde o início deste mês de março. “Mesmo antes da pandemia, o Chocolat Festival já planejava ser híbrido, pois muitas pessoas que têm interesse em apreender sobre chocolate e cacau não podiam viajar e participar presencialmente. Agora, mais do que nunca, o on-line se torna necessário. Quando a situação mundial permitir, faremos festivais ainda melhores e mais completos, presenciais e também transmitidos para todo o Brasil e outros países”, assegura Marco Lessa, empresário criador e organizador dos eventos Chocolat Festival.
Serviço:
Encontro Segredos da Páscoa
Dia 25/3/2021, às 19h30
Acesso gratuito no canal Chocolat Festival no YouTube: https://bit.ly/2OZJ7sP.
O #EmCasaComSESC segue em 2021 com uma programação diversificada de espetáculos ao vivo na internet. São shows, apresentações de teatro e de dança, e espetáculos para crianças e famílias, sempre mesclando artistas e companhias consagrados no cenário brasileiro com as novas apostas. As transmissões permanecem de terça a domingo. Nesta semana, todos os espetáculos acontecem às 19h, no Instagram SESC Ao Vivo e no YouTube SESC São Paulo , exceto a apresentação para crianças, no sábado, que ocorre às 15h .
Em conformidade ao anúncio do Governo de São Paulo, que reclassificou todo o estado para a fase mais restritiva da quarentena onde são permitidas apenas atividades essenciais, as transmissões do #EmCasaComSESC serão realizadas da residência ou estúdio de trabalho dos artistas, seguindo todos os protocolos de segurança.
Terça-feira é dia de música instrumental no Música Em Casa Com SESC. No dia 23/3, direto do Rio de Janeiro, Marcel Powell apresenta o show Só Baden. Nesta homenagem ao pai e mestre Baden Powell (1937-2000), que também foi um de seus professores, o violonista apresenta de forma intimista releituras de clássicos compostos por Baden, a exemplo de Berimbau, Samba em Prelúdio, O Astronauta e Tempo Feliz – estas, em parceria com Vinicius de Moraes –, e vai permeando o show com algumas histórias sobre sua vivência com o pai e sobre como foram compostas algumas músicas com os principais parceiros do homenageado. Classificação indicativa: Livre.
Na quarta-feira (24/3), dia do Teatro #EmCasaComSESC, diretamente de São Paulo, o ator Jhoao Junnior – também diretor da obra e diretor e fundador do Grupo Estopô Balaio – apresenta Portar(ia) Silêncio. O espetáculo utiliza depoimentos de nove migrantes do Nordeste brasileiro que se radicaram em São Paulo por meio do trabalho nas portarias de condomínios e edifícios da cidade. Numa relação entre vídeo, entrevistas, palavra oral e dança, a experiência de migração de 10 homens (nove porteiros e um ator) é representada por um documento cênico que encontra no corpo do ator uma interlocução com a experiência de ser migrante. A portaria de um prédio se torna uma metáfora dos efeitos existenciais de um processo migratório. Após a exibição da montagem, acontece um bate-papo com o ator. Classificação indicativa: 14 anos.
Quinta-feira (25/3), direto de Belo Horizonte, Letícia Carneiro e Rodrigo Quik, da Quik Cia de Dança, apresentam o espetáculo de nós dois no Dança Em Casa Com SESC. Em um relacionamento onde se compartilha arte e vida, o casal de bailarinos – também responsável pela direção e concepção da montagem – traz à cena afetos, desafetos, reflexões sobre gênero, tensões, simbioses, permanências e solidão. As memórias são revisitadas no diálogo reflexivo com os movimentos de tradição e de invenção do que foi vivido na dança em cada um. Novos olhares, entendimentos e possibilidades são construídos numa dramaturgia cuja atuação se dá no campo da improvisação em dança e na dinâmica da relação. Durante a transmissão, a arte-educadora e artista plástica Marina Carneiro, professora do projeto sociocultural Quik Cidadania, participa ao vivo do chat no Youtube conversando e interagindo com o público. Classificação indicativa: 14 anos.
AGENDA DE 23 A 25 DE MARÇO
23/3, terça-feira, 19h
Música #EmCasaComSESC
Marcel Powell em Só Baden
Classificação indicativa: Livre
24/3, quarta-feira, 19h
Teatro #EmCasaComSESC
Jhoao Junnior em Portar(ia) Silêncio
Classificação indicativa: 14 anos
25/3, quinta-feira, 19h
Dança #EmCasaComSESC
Letícia Carneiro e Rodrigo Quik, da Quik Cia de Dança, em de nós dois
Classificação indicativa: 14 anos
#EmCasaComSESC em 2020 | O #EmCasaComSESC teve início em abril de 2020, com um conjunto de transmissões ao vivo das linguagens de Música, Teatro, Dança, Crianças e Esporte – que somaram 13,5 milhões de visualizações, até dezembro do ano passado, no total de 434 espetáculos. Para conferir ou revisitar o acervo completo disponível, acesse youtube.com/SESCsp.
As obras de Tarsila do Amaral encantam crianças e adultos pela exuberância de suas cores, traços e personalidade. Agora, pais e filhos têm a chance de explorar um novo olhar e aprender juntos com algumas de suas principais pinturas em Tarsilinha e as Cores e Tarsilinha e as Formas, da Editora Melhoramentos, pela primeira vez em uma edição com acabamento especial, incluindo papel com gramatura de 120g, lombada e orelha.
Os livros trazem páginas recheadas com obras famosas da maior artista plástica do Brasil, como Abapuru, A Cuca, Antropofagia, Caipirinha, Manacá e muitas outras. Em Tarsilinha e as Cores, conhecemos a beleza das cores que compõe as pinturas da artista e as comparamos com aquilo que enxergamos no nosso dia a dia. Em Tarsilinha e as Formas, além de ensinar as formas geométricas por meio dos elementos que compõe as pinturas, a personagem mostra como podemos usá-la para desenhar uma série de coisas, como o sol, as casas e uma igreja.
Com ilustração de Cris Alhadeff, as duas histórias foram escritas por Patrícia Engel Secco, autora premiada pelo International Board on Books for Young People (IBBY), e Tarsilinha do Amaral, sobrinha-neta da artista e palestrante especializada em sua vida e obra.
“As pinturas da Tarsila conversam muito com o público infantil porque são alegres, coloridas e trazem bastante da infância dela. É muito legal ver as crianças mergulhando nas obras e aprendendo com elas não só na sala de aula, mas agora também com seus pais. Com esta repaginada da Editora Melhoramentos, o livro ficou ainda mais atrativo e divertido”, afirma Patrícia.
Na opinião de Tarsilinha, um dos grandes sucessos das obras de sua tia vem da conexão que ela tem com o público infantil. “Sua infância é marcante nas obras. Vemos muito do que ela viveu nas fazendas do pai, como as cores do interior, as paisagens rurais, a fauna e a flora. Na escola, as crianças aprendem sobre sua vida, que tinha 40 gatos, subia em árvore e catava maracujá. Então, achamos que seria maravilhoso trazer a própria Tarsilinha para ter esse contato com as crianças.”
A sobrinha-neta da artista conta ainda que se impressiona com o conhecimento dos pequenos sobre as pinturas. “Até os menores sabem os nomes das obras e informações que nem os pais conhecem”. A autora, que tem o mesmo nome da artista, agradece pela homenagem que seus pais fizeram. “É muito legal quando encontro as crianças e elas me confundem com a pintora. Eu acabo materializando minha tia e aproximando as crianças deste mito que foi a Tarsila. É mágico.”
Sobre as autoras | Patrícia Engel Secco dedica-se à literatura infantil há mais de vinte anos, com a certeza de que a criança que lê se torna um cidadão ciente de seus direitos e consciente de suas responsabilidades. Já publicou quase trezentos títulos, todos com temas ligados ao desenvolvimento sustentável, como cidadania, ecologia, valores humanos, qualidade de vida, direitos da criança, educação, inclusão social, saúde e pluralidade cultural. Várias obras da autora foram premiadas pelo International Board on Books for Young People (IBBY) e pela União Brasileira de Escritores (UBE), tendo em vista a qualidade e o conteúdo de seus livros, apresentados de maneira clara e sensível.
Tarsilinha do Amaral é sobrinha-neta da artista Tarsila do Amaral. Bacharel em Direito pela PUC-SP e museóloga pelo MAC-USP, também é palestrante especializada na vida e na obra de Tarsila do Amaral e já participou de inúmeras curadorias e consultorias de exposições. Entre outras obras, escreveu O Anel Mágico de Tia Tarsila (Companhia das Letras) e Tarsilinha e Um Dia para Não Esquecer (Melhoramentos), em coautoria com Patrícia Engel Secco.
Sobre a ilustradora | Cris Alhadeff é carioca. A arte sempre esteve presente na vida dela e, seguindo essa paixão, se formou em Desenho Industrial pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Depois que seus filhos nasceram e de ter trabalhado muitos anos com design e webdesign, Cris redescobriu o mundo da literatura infantil. Para fazer as ilustrações deste livro, usou tinta acrílica e lápis de cor.
FICHA TÉCNICA
Obra: Tarsilinha e as Cores
Autor: Engel Secco, Patrícia/do Amaral, Tarsilinha
Ilustrador: Alhadeff, Cris
Número de páginas: 24
Altura: 20,5 cm
Largura: 20,5 cm
ISBN: 978-65-5539-245-6
Preço sugerido: R$25,00
Obra: Tarsilinha e as Formas
Autor: Engel Secco, Patrícia/do Amaral, Tarsilinha
Ilustrador: Alhadeff, Cris
Número de páginas: 24
Altura: 20 ,5 cm
Largura: 20,5 cm
ISBN: 978-65-5539-246-3
Preço sugerido: R$25,00
Sobre a Editora Melhoramentos | Há 130 anos a Editora Melhoramentos ocupa posição de destaque nas diversas áreas em que atua, sendo referência no mercado editorial pela qualidade dos seus títulos publicados. À frente do tempo desde sua fundação, ela se distingue pelo pioneirismo, seja na seleção de autores e suas obras, seja no uso de novas tecnologias digitais, como e-book e áudio book.
A primeira edição do Festival Paiol de Fotografia, idealizado pelo Espaço Paiol de Arte e Cultura de Campinas, interior de São Paulo, dirigido pela fotógrafa e produtora Juliana Hilal, abriu ontem, 22 de março, a exposição 3D com trabalhos feitos pelos alunos das oito oficinas realizadas entre os dias 1° e 14 de março. A visitação é gratuita, aberta ao público em geral e pode ser acessada pelo site do Festival. Entre os dias 25 e 28 de março, ainda haverá quatro mesas redondas que discutem caminhos e possibilidades da fotografia atualmente e, de 22 a 27, as leituras de portfólio dividem com alunos os olhares de profissionais sobre seus trabalhos. Contemplado pelo Edital ProAC Expresso Lei Aldir Blanc Nº 40/2020 – Ministério do Turismo, por meio da Secretaria Especial de Cultura, e Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, o Festival tem todas as atividades gratuitas e online.
As oficinas foram orientadas por grandes nomes da área no Brasil: Marcelo Greco, Gal Oppido, Nair Benedicto, Alexandre Urch, Priscila Prade, Rogério Voltan, Jacqueline Hoofendy e Wilian Aguiar. O Festival recebeu mais de 300 inscrições, de cerca de 40 cidades do interior de São Paulo e da Capital. Cada oficina teve a duração de 9 horas distribuídas em três dias, e os resultados dos projetos propostos serão conhecidos na exposição.
A exposição é resultado dessa troca de saberes e experiências entre oficineiros e alunos. Para Juliana Hilal, diretora do Festival, o envolvimento de todos foi além do esperado. “Os alunos se dedicaram, participaram dos projetos propostos e se empenharam em todas as oficinas. Por outro lado, os oficineiros ministraram aulas que chegaram a durar mais do que previsto porque todos estavam muito envolvidos, compartilhando conhecimento”, coloca.
O fotógrafo Gal Oppido, responsável pela oficina Fotografia Criativa, concorda que houve surpresas de ambos as partes, de oficineiros e integrantes do curso. “Os nossos encontros se estenderam porque havia densidade entre o pedido e as soluções. Com o grupo, mesmo sendo um grupo de primeiro contato, eu me senti familiar e os resultados alcançados foram similares aos que desenvolvo normalmente. A exposição vai reunir trabalhos com elementos interessantes em termos de linguagem e frescor de imagens”, coloca.
Outro ponto é que o fato de ser online proporcionou acesso de pessoas do Estado inteiro, conseguindo atingir muito mais gente. Foi possível ampliar e democratizar o acesso, o que foi fundamental na opinião de oficineiros e direção. “O Festival Paiol teve duas funções importantes. A primeira diz respeito à própria proposta, que é a difusão do conhecimento e cultura fotográfica de forma democrática, sem custos aos participantes, permitindo assim o acesso de pessoas que de outra forma não poderiam participar. A segunda é que os profissionais que prestaram serviços nas oficinas e palestras foram remunerados adequadamente. Para isso, foram utilizados recursos da Lei Aldir Blanc. Para mim, foi um dos melhores usos que vi deste recurso público, pois beneficiou um público muito grande de pessoas, ao invés de um benefício individual”, coloca o fotógrafo Marcelo Greco, orientador da oficina de Fotografia Autoral.
Além dessa democratização do acesso, desde o princípio, a ideia do Festival era gerar uma oportunidade para compartilhar conhecimento, troca de experiências e, principalmente, promover um encontro entre profissionais reconhecidos nacional e internacionalmente e alunos de diferentes perfis e níveis. Entre os professores, há um consenso de que o resultado foi bom para os dois lados. “A oficina foi uma experiência muito feliz, resultado não só da minha experiência como educadora, mas da extrema dedicação dos alunos e do profissionalismo da equipe do festival. Tudo fluiu de maneira muito intensa e encantadora e os trabalhos finais expõem a intensidade dessa vivência artística, humana e espiritual”, afirma a fotógrafa Jacqueline Hoofendy, responsável pela oficina de Autorretrato. Rogério Voltan, orientador da oficina de Fotografia de Alimentos, concorda que houve bastante envolvimento e interação com os alunos.
Todas as atividades do Festival Paiol de Fotografia foram online por conta das restrições de circulação. “Eu achei meu curso muito legal, pois preparei um conteúdo que passava por vários temas e situações da fotografia de rua, mas também da vida de um fotógrafo na rua. No geral, achei o resultado super satisfatório; nada substitui a aula presencial, o olho no olho, mas é totalmente possível ensinar e aprender em tempos de pandemia”, afirma Alexandre Urch, responsável pela oficina de Fotografia de Rua.
Além da exposição, os participantes das oficinas receberão em suas casas os certificados de conclusão, juntamente com um caderno personalizado do festival e uma impressão fine art tamanho A4 de uma de suas fotos produzidas ou editadas durante o festival, selecionada pelo professor juntamente com a equipe de produção.
Outra atividade, a leitura de Portfólio, selecionou 32 inscritos, sendo quatro alunos para cada leitor convidado. “Como nas oficinas, o material recebido foi muito rico, com escolhas difíceis para chegarmos aos selecionados. As pessoas que se inscreveram têm realmente interesse em receber novos olhares sobre seus trabalhos e a expectativa está alta”, coloca Wilian Aguiar, responsável pela oficina Olhar Fotográfico e um dos diretores do Festival.
Mesas redondas | A principal ideia do Festival é criar um ambiente de troca artística, com disseminação do conhecimento de maneira democrática e gratuita e que promova a fotografia como linguagem e forma de expressão. Quatro Mesas Redondas completam a programação com acesso gratuito a qualquer interessado pela plataforma Zoom e pelo Canal do Youtube do Espaço Paiol de Arte e Cultura.
Os temas questionam e discutem o cenário atual do segmento: Gênero e Identidade na Fotografia, com Eduardo Mello, Gal Oppido, Johnny Moraes, Nair Benedicto, Roniel Felipe;
A Fotografia em Tempos de Isolamento Social, com Jacqueline Hoofendy, Juliana Engler, Juliana Hilal, Marcelo Greco, Priscila Prade; Por que Fotografamos?, com Gal Oppido, Marcelo Greco, Nair Benedicto, Sandra Lopes e Os Rumos da Fotografia no Séclo XXI, com Alexandre Urch, Eduardo Mello, Rogério Voltan, Rosana Horio Monteiro e Wilian Aguiar.
Serviço:
Site: Festival Paiol de Fotografia
Leituras de Portfólio: de 22 a 27 de março pela plataforma Zoom
Mesas redondas: de 25 a 28 de março pelo Zoom, com transmissão simultânea pelo Youtube
Gênero e identidade na fotografia | 25/3 | quinta-feira | 19h
A fotografia em tempos de isolamento social | 26/3 | sexta-feira | 19h
Por que fotografamos? | 27/3 | sábado | 19h
Os rumos da fotografia no século 21 | 28/3 |domingo | 19h
Exposição: a partir do dia 22 de março no site do festival.
“A repetição é um mecanismo importante em todo processo de aprendizagem. Por exemplo, quando a criança aprende a pular, ela vai reproduzir esse movimento diversas vezes até dominá-lo – igual ao que os atletas fazem para melhorar seus desempenhos. O jogador de basquete vai treinar arremessos repetindo inúmeras vezes o movimento. A repetição permite aqui aperfeiçoar o domínio do gesto” – Autismo e Mediação (Aller Editora)
Mas e quando a repetição não gera o aprimoramento do gesto? Os psicanalistas franceses Isabelle Orrado e Jean-Michel Vives, no recém-lançado Autismo e Mediação – publicado pela Aller Editora –, refletem sobre o que significa a repetição na clínica do autismo e como utilizá-la a favor do tratamento do sujeito.
Segundo os autores, a priori, repete-se com o fim de aperfeiçoar um gesto. Mas, para tanto, o processo deve ser modificado a cada vez que é realizado – o que não ocorre com os sujeitos autistas, para os quais repetir é encerrar-se numa teia segura de sentidos e significados e colocar-se fora do tumulto do mundo exterior, cujos estímulos eles não conseguem suportar. Dessa forma, como adentrar o universo particular de cada sujeito e utilizar seus signos próprios para mediar a comunicação deste com o mundo?
Entre os casos clínicos analisados, está o do pequeno Leo, menino autista de 4 anos que realiza um movimento de vaivém ininterrupto com seu carrinho de brinquedo, sem um objetivo além da própria repetição, comportamento este designado por Freud como “repetição coercitiva”. Quais sentidos Leo confere a esse vaivém é o enigma que os terapeutas tiveram que decifrar.
Eles constataram, assim, “que as pessoas autistas intensificam os seus recursos às estereotipias em momentos em que o mundo delas é refratado”; isto é, quando o mundo do autista é perturbado, ele se encerra mais ainda em si mesmo e em suas repetições. O trabalho do terapeuta é, portanto, interpretar o sentido da repetição e utilizá-lo para mediar o contato entre o autista e seu entorno.
Sobre a editora | A Aller Editora oferece em seu catálogo obras que se debruçam sobre os temas cruciais da teoria e da prática clínica, desde seus fundamentos até as repercussões dos debates atuais sobre o sujeito contemporâneo. Inspirada pelo verbo francês aller, que significa ir, a casa editorial convida leitores, atuantes na área de psicanálise ou não, a percorrer caminhos que cruzam fronteiras e a embarcar nesse desafio que é ler como movimento.
Sobre o autor | Jean-Michel Vives é psicanalista e professor de Psicopatologia Clínica na Universidade Côte d’Azur (França). É membro do movimento Insistance em Paris e do Corpo Freudiano – RJ (Brasil). No Brasil, Vives publicou os livros A voz no divã, A voz na clínica psicanalítica e Variações psicanalíticas sobre a voz e a pulsão invocante.
Sobre a autora | Isabelle Orrado pratica a psicanálise em Nice, é membra da Escola da Causa Freudiana e da Associação Mundial de Psicanálise. Ensina Psicologia Clínica e Patológica na Universidade Côte d’Azur.