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Passeio inclusivo reúne pessoas com deficiência no Parque Estadual Caverna do Diabo

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagem de SilvanaGodoy por Pixabay.

No último sábado, 20 de fevereiro, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em parceria com a Fundação Florestal e a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Meio Ambiente, realizou um passeio inclusivo para 10 pessoas com deficiência no Parque Estadual Caverna do Diabo, em Eldorado, interior paulista. Os presentes participaram de um dia de atividades de integração ao ar livre, com acesso à Caverna do Diabo e trilha da Cachoeira do Araçá. Com o objetivo de incluir as pessoas com deficiência durante o passeio, cadeiras adaptadas para uso de pessoas com deficiência física foram utilizadas durante as atividades.

Alessandra Paulo, 45 anos, com deficiência física, realizou as atividades utilizando uma das cadeiras adaptadas e afirmou ter realizado um sonho. “Estar vivendo essa experiência na Caverna do Diabo é a realização de um sonho de infância. Grande ação de inclusão para nós”, disse.

Parques Inclusivos | Fruto da parceria entre a Fundação Florestal e as Secretarias de Estado de Infraestrutura e Meio Ambiente e Direitos da Pessoa com Deficiência, o objetivo do programa Parques Inclusivos é desenvolver projetos de acessibilidade nas Unidades de Conservação administradas pela Fundação, visando às pessoas com deficiência. A ação também prevê a capacitação para que os funcionários e os monitores possam realizar atendimento especializado para visitantes com deficiência e/ou mobilidade reduzida.

Comemore o Dia Nacional do Bolo de Chocolate com uma receita de bolo de chocolate funcional

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

No dia 27 de fevereiro é comemorado o Dia Nacional do Bolo de Chocolate e, para celebrar esse delicioso dia, a chef chocolatière Mirian Rocha passa a receita deliciosa e saudável de um bolo de chocolate funcional pra comer sem culpa.

Bolo de chocolate funcional

Ingredientes:

4 ovos

1 xícara de açúcar de coco

4 colheres de sopa óleo de coco

4 colheres de sopa de cacau em pó

1 xícara de leite vegetal (coco, arroz ou amêndoas) – se ficar seco, coloque um pouco mais

1 xícara de farinha de arroz (integral, melhor)

1/2 xícara de farelo de quinoa/aveia ou amaranto

2 barras de chocolate amargo rico em cacau picado (escolha versões sem açúcar ou sem lactose se preferir)

1 colher de sopa de fermento em pó

Modo de fazer:

Bater as claras em neve e reservar.

Bater as gemas com o açúcar, o óleo, o cacau e o leite de coco.

Depois acrescente as farinhas e bata até incorporar.

Por último, com uma espátula, acrescente os pedaços de chocolate picados, o fermento e as claras em neve, mexendo com cuidado.

Coloque em uma forma untada e enfarinhada e coloque no forno pré-aquecido para assar por aproximadamente 40 minutos. E é só servir.

Obra experimental entre teatro e vídeo, “Porco Solidão” aborda inquietudes e angústias dos tempos atuais

Brasil, por Kleber Patricio

Espetáculo Porco Solidão. Fotos: divulgação/Marcelo Miyagi.

Com o avanço da pandemia, o meio digital passou a acolher as mais diversas manifestações artísticas, impactando significativamente no fazer artístico e também no formato das produções, além de possibilitar novos estilos de criação. É neste contexto que nasce a obra Porco Solidão: uma montagem criada exclusivamente para a internet, que transita entre o teatro, a performance, o vídeo e a possibilidade de interação com o espectador. A temporada de estreia da montagem, criada pelos artistas Aline Andrade, Jeane Doucas, Marcelo Miyagi e Roberson Nunes, será realizada nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro em formato digital – por meio da plataforma Streamyard.

Nesta obra, o grupo transita entre a presença ao vivo e as cenas-imagens gravadas, em um formato híbrido entre o teatro, o audiovisual e a veiculação digital, que permite a interação do público. A plataforma que será utilizada na transmissão possibilita a edição ao vivo dos acontecimentos, que se sucedem como num caleidoscópio de significados. Assim, Porco Solidão já não é mais o teatro como tal, nem cinema e nem vídeo, mas uma cooperação entre estas formas de expressão, possibilitando uma recriação e ressignificação da linguagem artística.

Linguagem e desafios artísticos | Criada exclusivamente para a internet – o que por si só já foi um grande desafio para a equipe – a montagem trata da condição transitória e solitária do ser humano frente às situações que parecem comuns, mas que revelam a estranheza e as angústias que atravessam o nosso turbulento cotidiano atual. Com essa percepção, os artistas se lançaram em uma espécie de redemoinho de ações, sentimentos e pensamentos, procurando reinventar a solidão existencial de cada um, sobretudo neste momento histórico da humanidade, marcado por uma pandemia mundial. “Nós somos da mesma geração de teatro físico. Já trabalhamos em projetos comuns desde o final dos anos 90. Diante do isolamento social, nós passamos a nos reunir virtualmente, como uma alternativa de convivência. Logo percebemos a possibilidade de trabalharmos à distância e o potencial dessa linguagem para a criação de um espetáculo virtual. Assim, o processo foi sendo criado a partir de exercícios e improvisações de ocupação dos espaços da nossa casa. Foi um período de experimentação, onde cada um dos artistas trouxe ideias e propostas durante os ensaios. Criamos vídeos, textos, realizamos pesquisas sonoras e mergulhamos nas ações cotidianas de maneira dilatada e absurda”, destaca Roberson Nunes, performer e co-criador da obra.

Partindo de indagações profundas e pessoais, os artistas e criadores deste trabalho mergulharam fundo no processo de pesquisa e construção dramatúrgica que deu origem ao espetáculo. “A peça foi construída a partir de uma dramaturgia da poética das imagens. É um trabalho que apresenta outro tipo de demanda para o ator, porque ele tem que atuar (performar), sem um público presente e, ainda, lidar com toda a operação tecnológica, já que, além das edições que fazemos, cada um de nós opera um computador e um celular”, destaca Marcelo Miyagi, que atua como criador e provocador audiovisual.

A obra é fruto da surpreendente situação a qual todos fomos acometidos. Ou seja, estarmos todos “presos” involuntariamente, por um motivo de força maior, completamente inesperado, um vultoso tormento, que nos fez voltar literalmente para dentro. Dentro de nossas próprias casas, dentro de nós. Em contato muito próximo com quem vive conosco. Ou completamente sozinho, para quem vive só. Um exagero daquilo que você mesmo é. Uma sobrecarga de trabalho remoto para muitos – situação na qual o trabalho vem para dentro de casa e não há mais distinção entre os tempos e espaços. Em outros milhões de casos, pessoas sem condições de trabalhar ou de sobreviver frente a tanta ausência. Ausência do outro. Ausência de trabalho. De dinheiro. De comida muitas vezes. Ausência de lar. Ausência de si mesmo. Ausência de sentido.

Com a ausência de tantas coisas, a obra Porco Solidão se apresenta como uma iniciativa que busca a desconstrução como proposta de se ver e ver o outro sob óticas diferentes (por vezes divergentes), reinventando o dia-a-dia. A obra busca abrir as entranhas das solidões dos performers, de modo curioso e inusitado, entre a trágica realidade e a comicidade. Como escapar? Furando um buraco na parede? Pulando pela janela? Através de uma ação inventiva e alucinatória da mente? Permitindo-se a um salto profundo nos abismos infinitos da literatura, da música, da cena, do cinema, da arte de todos os tempos? Este “espetáculo virtual” ou “teatro digital” apresenta-se ao receptor, espectador ativo, como um reflexo de identificação, a partir da possibilidade de se rir de si mesmo, sem medo do ridículo ou da revelação de nossas próprias fragilidades humanas, pois se faz importante reconhece-las e, por que não, se divertir, jogar com elas.

O próprio nome do espetáculo passou por essa relação de ressignificação e de revelação ao longo do processo. “O nome surgiu como brincadeira. É um nome que o Roberson sempre se referiu fazendo alusão à música Porto Solidão, de Jessé. Mas durante o processo, entendemos que o nome se relacionava diretamente com o que estávamos propondo: o porco como metáfora da condição animal do ser humano, encarcerado e visto como um produto, e a solidão frente às situações aparentemente comuns, mas que revelam a estranheza e os absurdos que atravessam nosso cotidiano atual”, conta a atriz e co-criadora Jeane Doucas.

Outro aspecto muito presente na apresentação é a própria tecnologia da informação, que se faz tão presente e onipotente no comportamento e nas relações humanas contemporâneas. A linguagem midiática tomou conta de tudo como a única maneira de se comunicar com o mundo. O lazer só se realiza pela tela. O trabalho pela tela. O contato com o planeta só se da pela tela. Tela do computador. Tela do celular. Tela da TV. Tela do notebook. Do Tablet.

Para a diretora e pesquisadora Aline Andrade, “a edição e a não linearidade foram os elementos mais conclusivos na elaboração do espetáculo e os limites da tela se expandiram ao propormos a interatividade com o espectador. O streamyard, aplicativo de transmissão digital, nos permite operar a alternância de telas, a simultaneidade e superposição entre imagens e o YouTube, onde o espetáculo pode ser acessado pela plataforma Sympla, possibilita a interação com a audiência através do chat de conversa. Os espectadores se confundem entre o que é ao vivo e o que é gravado, misturando os tempos reais e virtuais na experiência compartilhada”.

Toda essa proposta arrojada, tanto de temática quanto narrativa e artística, estará disponível para o público conferir ao vivo nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro, sempre às 20 horas.

Serviço:

Temporada de estreia do espetáculo Porco Solidão

Data: 25, 26 e 27 de fevereiro

Horário: 20h

Ingressos no site:

https://beta.sympla.com.br/eventos?s=Porco+Solid%C3%A3o&tab=eventos

O acesso para as apresentações é gratuito, mas por se tratar de um espetáculo criado de forma independente, existe a possibilidade de contribuir com valores a partir de R$10 para custear a montagem.

Criação coletiva: Aline Andrade, Jeane Doucas, Marcelo Miyagi e Roberson Nunes

Duração: 45 minutos

Classificação: 14 anos

Canal PORCOSOLIDÃO do Youtube: https://www.youtube.com/channel/UC7dDv8VU0xRXj-NEwIXZzqQ.

Monitorada na Mata Atlântica, onça-parda Tikún ajuda a entender o comportamento da espécie no bioma

Legado das Águas, por Kleber Patricio

A onça-parda ou puma, também conhecida no Brasil por suçuarana e leão-baio. Foto: Otávio Souza Junior.

Pequenos passeios, parada para um descanso e até marcação de território – esses são os flagras do Tikún, macho de onça-parda monitorado no Legado das Águas, maior reserva privada de Mata Atlântica do país, pelas câmeras do Onçafari, projeto dedicado ao estudo e conservação da vida selvagem. A instalação das câmeras faz parte da parceria entre Onçafari e o Legado das Águas que visa realizar o levantamento populacional de onças-pardas e pintadas na Reserva para ações de proteção desses felinos na Mata Atlântica.

Os registros do Tikún foram feitos na campanha (período de tempo entre a instalação da câmera e retirada para coleta das imagens) de outubro a dezembro de 2020 realizada pelo Onçafari no Legado das Águas, que também registrou, em números absolutos, mais de 1.500 animais, divididos em 30 espécies, entre mamíferos, aves, insetos, répteis e anfíbios. A quantidade de avistamentos pelas câmeras demonstra a efetividade da parceria e a qualidade da floresta do Legado das Águas como refúgio e abrigo seguro para as espécies animais.

Monitorar e diferenciar onças-pardas (Puma concolor) é uma tarefa desafiadora. Isso porque, diferentemente das onças-pintadas (Panthera onca) – que são identificadas por suas rosetas –, os pesquisadores individualizam as pardas por marcas físicas, como cicatrizes, por exemplo. A característica que permite que Tikún seja acompanhado é uma fratura na ponta da cauda – o que deu origem ao seu nome, que significa quebrado, em tupi-guarani.

Imagem de Tikún captada por uma das câmeras do Onçafari. Foto: divulgação.

De acordo com Victória Pinheiro, bióloga do Onçafari responsável pelo projeto no Legado das Águas, as imagens mostram um animal adulto saudável. “Os vídeos mostram o Tikún descansando, passeando pela floresta e marcando território, que é quando espalham urina ou fezes para deixar o seu odor naquele espaço. Pelo porte físico também é possível dizer que a sua saúde está em dia”, diz.

Ao que tudo indica, o Tikún está gostando do momento de fama, já que foi registrado em quatro pontos distintos onde as câmeras estão instaladas. A frequência dos registros é essencial para fornecer informações importantes sobre a espécie, que é pouco estudada na Mata Atlântica. “É impossível dizer quando um animal será registrado novamente, ainda mais uma onça-parda, que ocupa um território amplo, percorrendo grandes distâncias e não necessariamente os mesmos lugares. Mas os registros frequentes do Tikún podem fornecer informações importantes sobre a ocorrência da espécie e até mesmo do comportamento no bioma, já que os registros o mostram fazendo diferentes atividades. Esses são resultados bastante impressionantes, tanto pela frequência quanto pela quantidade”, completa a bióloga.

Vamos espiar? | Confira momentos registrados nos vídeos abaixo:

https://www.grupoprinter.com.br/conteudo/KUB3d3MBMRVOTpIJVO6nrWs7hGVRQcl464LpCsVa

https://www.grupoprinter.com.br/conteudo/2mKoh4ur8UYC3iSurybHb1fowHWPUq1U1YDMUGXB.

Características | Com exceção da cauda, Tikún é como todos os outros indivíduos da sua espécie. A onça-parda é o segundo maior felino do Brasil, que pode ser encontrado em diversos biomas brasileiros, além do Canadá até a região meridional da cordilheira do Andes. Porém, mesmo com a ampla distribuição, é ameaçada de extinção em algumas localidades.

É uma espécie “topo de cadeia” e “bioindicadora” – isso significa que as florestas em que elas estão presentes são ambientes saudáveis, abrigando animais e vegetais que são essenciais para o bom funcionamento dos ecossistemas, que produzem água, regulam o clima e protegem o solo.

As onças-pardas também têm duas características bem interessantes: diferentemente dos outros grandes felinos, como a onça-pintada, elas não esturram ou rugem. Sua vocalização (som que produz para se comunicar) é similar a um miado. Além disso, suas patas traseiras são, proporcionalmente, as maiores entre os felinos, o que as fazem ser ágeis, possibilitando pulos mais altos e uma habilidade extrema para subir em árvores.

Uma informação importante a ser frisada é que esse animal tem medo da presença humana. “Não somos vistos como presas. A maioria dos animais que fazem parte da cadeia alimentar das onças-pardas têm olhos na lateral do crânio e utilizam as quatro patas para se locomover, ou seja, muito diferente de nós. Essas características, entre outros fatores, fazem com que elas tenham medo de nós. Ataques a humanos, sejam de onças-pardas ou pintadas, são extremamente raros. O animal precisa ser submetido a uma situação de muito estresse, quando se sente acuado”, esclarece Victória.

Tikún poderá ser acompanhado pelas redes sociais do Legado das Águas, basta buscar @legadodasaguas no Facebook ou Instagram.

Sobre o Legado das Águas – Reserva Votorantim | O Legado das Águas, maior reserva privada de Mata Atlântica do país, com extensão aproximada à cidade de Curitiba (PR), é um dos ativos ambientais da Votorantim. Localizada na região do Vale do Ribeira, no sul do Estado de São Paulo, a área foi adquirida a partir da década de 1940 e conservada desde então pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), que manteve sua floresta e rica biodiversidade local com o objetivo de contribuir para a manutenção da bacia hídrica do Rio Juquiá, onde a companhia possui sete usinas hidrelétricas. Em 2012, o Legado das Águas foi transformado em um polo de pesquisas científicas, estudos acadêmicos e desenvolvimento de projetos de valorização da biodiversidade, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo. Hoje, o Legado das Águas é administrado pela empresa Reservas Votorantim, criada para estabelecer um novo modelo de área protegida privada, cujas atividades geram benefícios sociais, ambientais e econômicos de maneira sustentável.

Sobre o Onçafari | O Onçafari atua no Pantanal, Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica com o objetivo de promover a conservação do meio ambiente e contribuir com o desenvolvimento socioeconômico das regiões em que está inserido por meio do ecoturismo e de estudos científicos. O projeto é focado na preservação da biodiversidade em diversos biomas brasileiros, com ênfase em onças-pintadas e lobos-guarás.

“Leopoldina, Independência e Morte” volta à cena em espetáculo online gravado fora do teatro

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Alexandre Leal.

Um ano depois de interromper sua quinta temporada no teatro por conta do início da pandemia, Leopoldina, Independência e Morte volta com nova linguagem para apresentações online com estreia no Dia internacional da Mulher, 8/3, às 20h30. As sessões são gratuitas (contribuição voluntária) e acontecem em três horários de terça (9) a sexta (12) – 10h30, 15h30 e 20h30. A grade de horários foi pensada visando possibilitar a escolas incluírem a atividade no âmbito do estudo da História do Brasil, feminismo e audiovisual, por exemplo. Será disponibilizada uma revista digital com material de apoio com informações extras e um glossário.

No final de semana, dias 13 e 14/3, as apresentações acontecem em dois horários, 15h30 e 20h30, totalizando 17 apresentações no YouTube e  Facebook com interpretação em Libras no Facebook e opção de legenda no YouTube.

A nova versão do espetáculo foi viabilizada por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc (Lei 14.017/20 do Governo Federal) e através do ProAC (Programa de Ação Cultural) do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

Idealizado por Marcos Damigo, o projeto nasceu em 2017 com experimentos abertos ao público no Museu do Ipiranga e, além das temporadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo

Foto: Otávio Maciel Gonçalves.

Horizonte, a peça foi veiculada pela TV Brasil no programa Curta Temporada e publicada em livro pela Editora Giostri. Ao todo, o espetáculo já teve mais de 10 mil espectadores desde sua estreia no CCBB São Paulo, em 2018.

A obra retrata uma imperatriz Leopoldina ainda desconhecida por grande parte dos brasileiros – culta e preparada, foi além do papel que lhe cabia em seu tempo histórico. Primeira mulher a se tornar chefe de Estado do Brasil, teve importância decisiva no processo de independência. Engravidou nove vezes e morreu aos 29 anos.

Para a reestreia via internet, o autor e diretor Marcos Damigo apresenta uma releitura com Sara Antunes como Leopoldina (na foto de Otávio Maciel Gonçalves), Plínio Soares no papel de Bonifácio e Ana Eliza Colomar trazendo a música para o centro da cena com flauta transversal e violoncelo. “Além de simplesmente veicular uma versão gravada da peça, optamos por investigar esse lugar estranho, que não é nem teatro nem cinema. Se por um lado não temos o calor humano da presença que tanto alimentou este trabalho desde o primeiro encontro com o público, em 2017, temos agora outros recursos para nos auxiliar”, diz Damigo. “As cenas acontecem em espaços que dialogam com o texto. A natureza, tão cara a Leopoldina, passa a ser quase um personagem na primeira cena, gravada no Parque Estadual da Cantareira. O delírio da terceira cena ganha concretude com a possibilidade da edição de imagens e do uso de efeitos sonoros e visuais”, conclui.

Sinopse | O espetáculo recria três momentos da vida da arquiduquesa austríaca que viveu no Brasil no século XIX, entre 1817 e 1826: recém-chegada da Áustria, ela relata a uma interlocutora estrangeira suas primeiras impressões sobre o Brasil; num segundo momento, Leopoldina, agora imperatriz, e José Bonifácio, seu principal aliado, analisam o complexo processo de independência após um acerto de contas e, por fim, num delírio que consumiu seus últimos dias, ela relaciona sua vida, sua época e os projetos em disputa naquele momento com os dias de hoje.

Foto: Alexandre Leal.

A origem do espetáculo | “O ensaio publicado pela escritora e psicanalista Maria Rita Kehl no livro Cartas de uma Imperatriz (Estação Liberdade) foi o estopim para encontrar o recorte de uma história tão rica e interessante, enfatizando a transformação da princesa europeia em estadista consciente de seu tempo histórico. Queremos também mostrar para o público de hoje o projeto de um país que, infelizmente, fracassou com a sua morte e o exílio de Bonifácio. Falar deste sonho de quando o Brasil se tornava uma nação independente é importante para nós, principalmente neste momento em que parecemos ter que negociar pressupostos muito básicos dos entendimentos sobre a vida em sociedade”, conta o autor e diretor Marcos Damigo.

Esta montagem é um sonho acalentado por Damigo há vinte anos. Suas inspirações para jogar luz sobre o legado da primeira mulher a se tornar chefe de Estado do Brasil (em duas situações ela governou o Brasil como regente interina: setembro de 1822, quando a independência foi proclamada, e no final de 1826, já em seu leito de morte), surgiram de um mergulho profundo na história de Leopoldina publicada em biografias, artigos e cartas – trechos das correspondências estão no texto no espetáculo. Falas de Bonifácio também foram extraídas de escritos do primeiro brasileiro a ocupar o cargo de Ministro de Estado. O historiador Paulo Rezzutti, autor do livro D. Leopoldina, a história não contada (Editora Leya), prestou consultoria histórica para a peça.

Sobre a imperatriz Leopoldina | Descendente dos Habsburgos, a família mais poderosa do início do século XIX, Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena nasceu em Viena, capital da Áustria, em 22 de janeiro de 1797. Era filha do imperador Francisco I da Áustria e de Maria Teresa da Sicília. Foi a primeira imperatriz brasileira e ficou conhecida popularmente como D. Maria Leopoldina. Deixou sua terra natal rumo ao Brasil para casar-se com Dom Pedro I, em um matrimônio arranjado típico daquela época.

Leopoldina chegou ao Brasil com 19 anos, morreu aos 29 e engravidou nove vezes. Articuladora e estrategista, foi responsável por ações cruciais para a política da época, mas seu grande feito como estadista não foi reconhecido até os dias atuais: enquanto regente interina durante viagem de Dom Pedro a São Paulo, ela reúne os ministros e decide pela independência do Brasil no dia 2 de setembro de 1822. Na peça, ela clama pela autoria do momento histórico e questiona a escolha do dia 7 de setembro para sua celebração.

Gostava de teatro e literatura e falava vários idiomas, além de ser botânica e mineralogista. Segundo Maria Rita Kehl, “D. Pedro continuava dependendo de Leopoldina; ela o orientava politicamente, comunicava-se com representantes de países estrangeiros com mais desenvoltura, falava mais línguas e era mais culta do que ele. Mas Pedro vingava-se da superioridade da esposa desmoralizando-a como mulher”. Conforme a paixão de D. Pedro por Domitila se tornava pública e ela ficava cada vez mais poderosa, Leopoldina e o projeto político que representava foram perdendo força. Morreu após um aborto, deixando cinco filhos, entre eles o sucessor do trono, Dom Pedro II.

FICHA TÉCNICA

Autor e diretor artístico: Marcos Damigo

Elenco: Sara Antunes e Plínio Soares

Música: Ana Eliza Colomar

Figurinos: Cássio Brasil

Cabelo e Maquiagem: Otávio Maciel Gonçalves

Assistente de direção e produção: Vítor Gabriel

Produção Audiovisual: Central SP Produções

Direção/Edição: Alexandre Leal

Direção de fotografia e câmera: Jones Kiwara

2ª câmera e fotografia still: Josemar Gouveia

Áudio: Wagner Pulga

Produção: Orlando Chavatta

Assessoria de Comunicação: Agência Fervo – Priscila Cotta, Teresa Harari e Fabiana Cardoso

Design gráfico: Ramon Jardim

Diretora de produção: Fernanda Moura

Realização: Palimpsesto Produções Artísticas.

Serviço:

YouTube com opção de legenda | Facebook com interpretação em Libras.

As apresentações não ficam no ar após a exibição.

Estreia dia 8/3, segunda: 20h30

Dia 9, terça: 10h30, 15h30 e 20h30

Dia, 10, quarta: 10h30, 15h30 e 20h30

Dia, 11, quinta: 10h30, 15h30 e 20h30

Dia 12, sexta: 10h30, 15h30 e 20h30

Dia 13, sábado: 15h30 e 20h30

Dia 14, domingo: 15h30 e 20h30

Contribuição voluntária:

Chave Pix: leopoldinaproducao@gmail.com.