Organização aposta em lideranças jovens para transformar pequenas comunidades
Santa Catarina
Abrindo o ano de 2021 com uma programação cultural rica, o MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal retoma as atividades com a sustentação de uma ação muito especial: a exposição CoMciência – Cristais do Tempo, que segue com programação virtual ao longo de janeiro. Outra notícia de destaque é que nos dias 14 e 21 de janeiro, duas quintas-feiras consecutivas, o Museu realizará dois bate-papos, respectivamente, com os artistas Bruno Alencastro e Felipe Carelli, que compartilharam suas experiências como realizadores de arte digital e aprofundaram nos debates propostos por suas obras e, claro, pelo recorte curatorial do Edital CoMciência.
A montagem teve como tema proposto aos artistas Cristais do tempo: emergências nas fissuras do presente. A definição de um futuro a partir de um presente demasiadamente complexo nos leva a refletir que é necessário pensar um tempo mais propositivo, reconstruindo nossa proposta de humanidade e coletividade, sendo a arte e a tecnologia meios legítimos para isso. Para isso, os curadores do edital Tadeus Mucelli e Alexandre Milagres selecionaram nove obras inscritas no Edital CoMciencia que inspiram e refletem o momento que vivemos, modificam nossa relação com o tempo presente, mudam nossa percepção com os outros, com o planeta, com o visível e o invisível e, sobretudo, com as memórias que construímos e compartilhamos. A exposição é o resultado de um edital que recebeu 269 inscritos dos seis continentes do mundo, sendo 20 % de inscrições estrangeiras e 75%, de propostas inéditas.
Os interessados podem acompanhar todas as nove obras propostas por meio de um tour virtual completo em realidade aumentada e extremamente imersivo, sendo três delas de artistas brasileiros e outras três de nomes internacionais de destaque. São elas: Reflexion: In Sync/Out of Sync, da colombiana Claudia Robles-Angel; Vegetal Reality Shelter (VRS), do brasileiro Guto Nóbrega e Emancipacíon Microbiana, da mexicana Maro Pebo; Estrelas no Deserto, de Felipe Carrelli; obs-cu-ra, de Bruno Alencastro; O Ceú na Terra, de Luciana Ohira e Sérgio Bonilha; Untangling Noises of Matter, do holandês Louise Braddock Clarke; Silver Tree: the sounds of wind through the crystalline forest, Saturn’s Breath e Think Like a Mountain, da australiana Penelope Cain e The universe according to Dan Buckley, do canadense Roberto Santiaguida. Basta visitar o site: https://2020.programacomciencia.org.br/ e mergulhar no tour virtual pela exposição.
DEBATES VIRTUAIS
No dia 14 de janeiro, às 18h, por meio do YouTube do MM Gerdau, o público poderá acompanhar a conversa com Bruno Alencastro, artista responsável pelo projeto Obs-cu-ra, que está presente na exposição CoMciência: Cristais do Tempo. Bruno irá abordar um pouco dos processos artísticos e principalmente a rede colaborativa que se organizou para a realização da obra.
Já na quinta-feira seguinte (21 de janeiro), no mesmo horário, será a vez da conversa com Felipe Carrelli, que assina a obra Estrelas no Deserto. Ao longo da conversa, Carelli abordará um pouco sobre sua pesquisa do mestrado, o grupo de divulgação de astronomia GalileoMobile, o projeto Amanar – do qual Estrelas do Deserto faz parte – a experiência do projeto no uso de tecnologias para experiências em realidade virtual e sobre como o resultado alcançado é fruto de um processo de co-criação e pesquisa.
A exposição CoMciência – Cristais do Tempo materializa a proposta do edital de fomentar um debate ao apresentar obras criadas e pensadas a partir do convite e da provocação artística de se construir questionamentos e reflexões para mudarmos o mundo em que estamos vivendo, para que seja possível viver um futuro distinto. O edital conquistou um crescimento representativo em relação a primeira edição, realizada em 2019, chegando a receber inscrições de 28 países, além de projetos de artistas de 17 estados das 5 regiões brasileiras.
Descritivo das obras que integram a exposição CoMciência – Cristais do Tempo
– Reflexion: In Sync/Out of SyncArtista, de Claudia Robles-Angel (Colômbia/Alemanha)
Sobre a obra: A obra Reflexion: In Sync/Out of Sync é um convite ao público a sentir empatia pelo outro. Duas pessoas são convidadas a sentar-se frente a frente e, rodeadas por uma estrutura leve com fios eletroluminescentes e som em tempo real, têm sua frequência cardíaca medida por meio de sensores de pulso aplicados ao dedo de suas mãos. Quando os dois participantes não compartilham a mesma frequência cardíaca, a instalação está fora de sincronia e o som fica dissonante. Já quando as frequências são sincronizadas, a instalação reage em estado In-Sync, com um som agradável e harmônico. O conceito principal da obra de Claudia Robles-Angel é baseado em pesquisas que mostram que nossos batimentos cardíacos podem ser sincronizados, aprofundando a percepção dos outros, na interação entre os indivíduos e seu impacto em suas respostas fisiológicas, baseados em conceitos do psicólogo Michael Richardson.
Sobre a artista: Claudia Robles-Angel é uma artista audiovisual nascida em Bogotá, Colômbia, atualmente morando em Colônia, Alemanha, bastante atuante no mundo todo. Seu trabalho e pesquisa abrangem diferentes aspectos da arte visual e sonora. Possui pós-graduação em Cinema e Animação (1992-1993) no CFP (Milão-Itália); M.F.A. em (1993-1995) em École Supérieure d’Art Visuel/HEAD (Genebra- Suíça) e Arte Sonora e Composição Eletrônica na Universidade Folkwang Essen (Alemanha) com o Prof. Dirk Reith (2001-2004). Ela era artista residente na Alemanha, tanto no ZKM em Karlsruhe quanto no KHM, em Colônia. Seu trabalho é constantemente apresentado não apenas na mídia, festivais e conferências, mas também em exposições coletivas e individuais ao redor do mundo como, por exemplo, o ZKM Center em Karlsruhe; Enter3, em Praga, nas capitais europeias da cultura em Luxemburgo e na Roménia (2007), no KIBLA Multimedia Center em Maribor; no ICMC em Copenhagen, Montreal e Utrecht; no Skulpturenmuseum Glaskasten Marl, o SIGGRAPH Asia em Yokohama (2009), ESPACIO Fundación Telefónica em Buenos Aires, Festival de Música Eletroacústica de Nova York, a NIME Conference Oslo (2011), ISEA Istanbul, Manizales, Durban e Gwangju, no LEAP Space for media Art em Berlim, o Audio Festival de Arte da Cracóvia, Harvestworks Digital Arts Center de Nova York, no Nabta Art Center Cairo, Museu de Arte Contemporânea de Bogotá, em MADATAC Festival Madrid, IK Stichting em Vlissingen, ICST ZhdK Zurique, Festival de Arte Digital ADAF Atenas, Museu de Antioquia, Eletromuseu em Moscou e, mais recentemente, na estação Kunst Sankt Peter Cologne.
– Vegetal Reality Shelter (VRS), de Guto Nóbrega (Brasil)
Sobre a obra: Vegetal Reality Shelter (VRS) é um sistema imersivo criado com base em sons e imagens da natureza e na interação com plantas. Este trabalho é fruto de uma vivência na Floresta Amazônica organizada pelo LABVERDE, ocorrida durante os 10 dias do programa de residência artística na Reserva Florestal Adolpho Ducke. Trata-se de um pequeno domo imersivo (abrigo) com base na geometria de guarda-chuvas que contém um pequeno sistema hidropônico com plantas, seis canais de áudio e projetor de vídeo, combinado ao espelho esférico para projeção em domo. No interior desse abrigo, plantas são monitoradas quanto à resposta galvânica de suas folhas, que se altera segundo a respiração do visitante quando este entra no espaço e interage com o sistema. Os dados monitorados nas plantas são utilizados para modificar a paisagem sonora e imagens da floresta em formato espelhado. A ideia desse “abrigo de realidade vegetal” é criar um sistema que permita ao visitante uma experiência virtual da natureza a partir de imagens e sons. Algo que remetesse à dimensão da floresta e o efeito que ela exerce sobre nós quando a adentramos. Contudo, trata-se também de um diálogo mediado pelo contato direto com uma planta, posto que esta é o principal mediador desta experiência, que ocorre a partir da presença do visitante dentro do domo e o ato de sua respiração.
Sobre o artista: Carlos Augusto Moreira da Nóbrega (Guto Nóbrega) é Pós-Doutor pela UnB, linha Arte e Tecnologia do PPGAV/UnB (2019), é Doutor (2009) em Interactive Arts pelo Programa de Pós-Graduação Planetary Collegium, University of Plymouth, UK, onde desenvolveu pesquisa sob orientação do Prof. Roy Ascott. É artista, pesquisador, Mestre em Comunicação, Tecnologia e Estética pela ECO-UFRJ (2003) e Bacharel em gravura pela EBA/UFRJ (1998). É professor associado da EBA/UFRJ, onde leciona desde 1995 e professor permanente do PPGAV/UnB (2018-atual). Fundou e atua como um dos coordenadores do NANO – Núcleo de Arte e Novos Organismos, espaço de pesquisa para investigação e criação artística. Foi coordenador do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais / EBA/UFRJ (2015-2017) e, atualmente, atua como representante da linha Poéticas Interdisciplinares no mesmo programa. Desde 2019, é Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq – Nível 2.
– Emancipacíon Microbiana, de Maro Pebo (México)
Sobre a obra: A obra Emancipación Microbiana pretende tornar visível a relação profunda entre humanos e bactérias. Uma bactéria ancestral engolida por um micro-organismo foi capaz de sobreviver em simbiose, fornecendo ao hospedeiro energia e genes úteis, transformando-se em mitocôndrias. Na obra de Maro Pebo, as mitocôndrias são extraídas das células da artista e exibidas ao público em um receptáculo de admiração. A mitocôndria fora do organismo não consegue sobreviver por conta própria, o que prova nossa relação profunda com os micro-organismos. Em torno do relicário, um vídeo mostra o processo de simbiogênese, liberação e sacrifício da mitocôndria. A artista deseja enquadrar e visualizar o fato bem conhecido de que nosso relacionamento com os micro-organismos é mais profundo. As bactérias não estão apenas em toda parte, mas também, de alguma forma, dentro. A vida animal e vegetal é possível graças a essa relação profundamente íntima.
Sobre a artista: Nascida na Cidade do México, Mariana Pérez Bobadilla é uma historiadora de arte e bióloga DIY que se preocupa com as interseções entre arte, ciência e tecnologia. Ela recebeu uma Bolsa Erasmus Mundus para fazer um Mestrado em Estudos de Gênero na Universidade de Bolonha, Itália, pesquisando Epistemologia Feminista e Arte Contemporânea. Apresentou seu trabalho no ISEA, 2012, e esteve envolvida no Pavilhão Mexicano da 56ª Bienal de Veneza. Sua formação acadêmica inclui cursos com Rosi Braidotti, Magali Arreola e o curso de curadores internacionais da Bienal de Arte de Gwangju, 2014, na Coreia do Sul. Concedida pelo Hong Kong PhD Fellowship Scheme, sua pesquisa na School of Creative Media gira em torno de Arte e Biologia, Epistemologia, História da Ciência, histórias de representação em tempos profundos, Novo Materialismo, Biohacking, Wetware e bactérias. A obsessão de Maro Pebo são bactérias e outros micro-organismos e seu interesse é na tradução do discurso acadêmico em experiências reflexivas. Sua preocupação particular é produzir discurso sobre as (bio) tecnologias que moldam a vida das pessoas.
– Estrelas no Deserto, Felipe Carrelli (Brasil)
Sobre a obra: A obra apresenta um trabalho de co-criação do documentário em realidade virtual Estrelas do Deserto, que busca, por meio da divulgação da cosmovisão do povo saaraui, denunciar a situação de refúgio dessa população do Saara Ocidental desde 1975. Assim, o usuário será transportado ao universo virtual imersivo (360) da obra e dos depoimentos, em um pátio circular localizado em um dos campos de refugiados, sob uma linda noite com céu estrelado. Na sua frente, estará uma mulher saaraui, vestindo sua Melfa, preparando um chá. Ela, então, começa a contar lendas e contos sobre a cosmovisão saaraui, vinculando essas histórias à situação política e social na qual os refugiados estão submetidos desde 1975.
Sobre o artista: Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Mídias Criativas (PPGMC/UFRJ) e co-coordenador do projeto de divulgação científica GalileoMobile, Felipe Carrelli é graduado em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar-2010) e especialista em Divulgação e Popularização da Ciência (Fiocruz-2019). Tem experiência na área de Audiovisual com ênfase em documentário. Dirigiu e editou três documentários de longa-metragem: Ano-Luz (2015), Leila (2016) e Feijão (2018). Também atuou como editor-chefe nas produtoras Filmes para Bailar (São Paulo, 2011-2014) e Grão Filmes (São Paulo, 2015), além de diretor e editor na MATV (Montreal, 2016).
– obs-cu-ra, de Bruno Alencastro (Brasil)
Sobre a obra: obs-cu-ra é uma série de fotografias concebida pelo fotógrafo Bruno Alencastro, inicialmente, da janela do 4º andar do apartamento onde vive no bairro Copacabana, no Rio de Janeiro. De lá, a ideia de um ensaio fotográfico passou para as residências de mais 12 fotógrafos(as) brasileiros(as), também em isolamento social e dirigidos por Alencastro, que aceitaram transformar suas casas em câmeras obscuras de grande formato e capturaram a vida em tempos de pandemia. Cada qual com a sua singularidade. Conquistas e perdas. Anseios e privilégios. Medos e esperanças. Um lugar que passa a ser ressignificado por diferentes artistas contemporâneos ao redor do mundo em tempos de Covid-19. Nos dias de hoje, a janela passa a representar a fronteira e o abismo entre o mundo exterior e o interior. A liberdade e o confinamento. O resultado é um ensaio fotográfico caracterizado por uma atmosfera sombria e enigmática, tal como o indecifrável futuro, que ninguém sabe ao certo como será. Até lá, o contato com o mundo exterior segue acontecendo através dessa moldura limitada do real, a representação de uma vida em mutação. Um presente que nos faz pensar sobre o passado em busca de respostas para quando tudo isso passar.
Sobre o artista: Bruno Alencastro é especialista em narrativas visuais com experiência em fotografia, vídeo e produção de conteúdo digital. Mestre em Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, autor da dissertação Das ruas para as redes: usos, apropriações e práticas cidadãs desenvolvidas pelos fotógrafos populares da Favela da Maré. Professor nas graduações de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Design e Fotografia da Unisinos entre 2014 e 2018. Em 2018, concluiu a especialização Fotojornalismo e Fotografia Social no Centro de Fotografía y Medios Documentales de Barcelona – CFD Barcelona. De 2010 a 2018, foi repórter fotográfico nos jornais Sul 21, Correio do Povo e Zero Hora, onde também exerceu o cargo de editor de Fotografia.
– Obra: O Céu na Terra, de Luciana Ohira e Sérgio Bonilha (Brasil)
Sobre a obra: O Ceú na Terra é uma instalação que utiliza dispositivos do cotidiano (mobiliário urbano, redes telemáticas e sistemas de vigilância) para construir pequenas áreas de descanso dedicadas à observação de aves. A obra combina camadas físicas e virtuais, acontecendo simultaneamente em ambas. A instalação física está no campus da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMS), em Campo Grande. Fisicamente, constitui-se de um alimentador para pássaros equipado com um sistema de vídeo-vigilância e, virtualmente, oferece uma interface de visualização das imagens obtidas pelo referido sistema. No ambiente virtual será possível ver uma versão 3D da estrutura física da obra; porém, as imagens serão geradas pela estrutura que está em Campo Grande. Assim, é possível observar pássaros silvestres, em vez de guardar a propriedade. Considerando o conceito de commons (comum), abordado por Michael Hardt em O Comum no Comunismo, as aves silvestres são um claro exemplo de comum. Sendo assim, O Ceú na Terra propõe o questionamento de dinâmicas sociais estabelecidas pela naturalização da noção de propriedade (seja ela privada ou estatal) e pretende funcionar como um ponto de desaceleração e contato com camadas discretas da cidade, tais como o som e imagem de uma ave alimentando-se. O objetivo dos artistas é criar uma metáfora imanente do livre viver.
Sobre os artistas: Luciana Ohira (São Paulo, 1983) e Sergio Bonilha (São Paulo, 1976) são graduados em Artes Visuais e têm mestrado em Poéticas Visuais pela Universidade de São Paulo. Sérgio tem doutorado em Poéticas Visuais, também pela Universidade de São Paulo e leciona desde 2016 na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
– Obra: Untangling Noises of Matter, Louise Braddock Clarke (Países Baixos)
Sobre a obra: Untangling Noises of Matter é um documentário que entra no plano de um depósito de minério de ferro, onde uma geoferramenta projetada mapeia a paisagem artificial. Os dados magnéticos armazenados em tempo profundo são interrompidos pela escavação, extração e realocação de metais, que calibram novas coordenadas eletromagnéticas. Louise Braddock desenvolveu uma ferramenta para tornar os campos invisíveis audíveis. O filme mostra o território vivo de minério de ferro se movendo além de suas partículas físicas, em uma cacofonia de ruído e informação. Isso orienta o observador no espectro perceptivo de pássaros, que possuem sensibilidades para sintonizar essas frequências ecológicas, assim mudando suas navegações. Como um filme que documenta o movimento global do metal no planeta, do Brasil para o Holanda, as colaborações ocorreram dentro de empresas de metal privadas no Maasvlakte (Europort Rotterdam), Institutos de Ciências, Conservatórios e Museus de Minerais. Ouvindo e lendo as estruturas metálicas do nosso tempo, uma abertura ao passado, emergem filosofias presentes e futuras.
Sobre o autor: Louis Braddock Clarke trabalha como pesquisador e profissional criativo interpretando noções dos domínios da arte, geografia, física e filosofia. Através desta abordagem multidisciplinar, uma investigação experimental se desdobra mesclando teorias científicas e conceituais para materializar nos meios contemporâneos. A relação de Braddock Clarke com as artes geográficas está embutida em seus anos de formação em Cornwall, Reino Unido, onde ele foi cercado por charnecas, quoits de granito, isolinhas móveis, minas de estanho etc. Estas energias da Terra tornaram-se fundamentais para seus métodos de pesquisa em curso relacionados com tecnologias e terrenos. Através da produção de geoferramentas que ele mesmo desenvolve, Braddock Clarke mede e registra superfícies antigas, atuais e futuras da Terra. O encontro de espectros de superfície e ferramentas tecnológicas é central para a prática artística de Louis Braddock Clarke. Seu trabalho foi mostrado em museus e galerias, bem como em sites locais específicos de armazéns, portos marítimos, topos de colinas e cinemas em todo o Reino Unido, Holanda e China.
– Obras: Silver Tree: the sounds of wind through the crystalline forest, Saturn’s Breath e Think Like a Mountain, de Penelope Cain (Austrália)
Sobre as obras: As obras de Penepole Cain são multimídia (esculturas e vídeos) e frutos de um projeto de pesquisa do caminho da mineração de prata, cunhada em dólares de prata espanhóis que acabaram sendo enviados para Austrália na década de 1790 para finalidade de primeira moeda local da colônia australiana. Este dólar colonial espanhol, feito no México da prata da América Latina, foi enviada da Índia para a Austrália para fazer uma moeda local e moeda fiduciária.
Grande parte da prata usada nessas moedas foi extraída de Potosí, na Bolívia, local do maior depósito de prata do mundo. Pó de chumbo liberado da mineração, esta prata soprou pelos Andes, sendo o chumbo, com a impressão digital isotópica única, encontrado na gálea de Potosí e detectado em amostras de calota de gelo icecores em Quelccaya, Peru, a maior calota de gelo tropical e local de extensas pesquisas climáticas. Os icecores são colunas verticais de gelo extraídas da massa de gelo. O gelo contém ar preso pela queda de neve, que é depois comprimido ao longo de anos e séculos. A atmosfera, a poeira e as impurezas do ar estão embutidas no gelo. Portanto, a mineração e a produção econômica da mina de Potosí ao longo de centenas de anos podem ser mapeadas nos níveis de chumbo detectado nessas colunas verticais de gelo de uma geleira remota a centenas de quilômetros de distância. A poética da conectividade do mundo pelos séculos, escrita em água e poeira. Essa massa de gelo glacial está encolhendo com as mudanças climáticas e a previsão é que seja totalmente perdida em 50 anos. Toda a história dessa prata e chumbo, em 2019, foi mapeada por Penelope Cain, da Austrália ao Peru, e depois até a Dinamarca, de onde os dados de chumbo de amostras de Quelccaya icecore foram analisadas. Como parte desta pesquisa, também foram mapeadas as margens ocidentais da calota polar, como teria sido entre os anos de 1798 e 1998, uma janela de 200 anos, do ano em que a moeda na Austrália foi cunhada até o ano em que o protocolo de Kyoto foi assinado. Esta linha, inscrita na terra por gelo em rochas, denota o efeito das mudanças climáticas nesta paisagem, por meio desta janela de 200 anos de atitudes, colonizações e pensamento econômico em relação ao meio ambiente.
Para finalizar sua pesquisa e mapeamento, a artista foi auxiliada por cientistas do clima e geólogos em cinco instituições ao redor do mundo, incluindo o Instituto Nacional de Pesquisa sobre Geleiras e Ecossistemas de Montanha, no Peru. As obras multimídias de Cain com vídeos e esculturas do processo pretendem apresentar também, por meio de um 3D, a representação da paisagem e o som da respiração, além do som do canto de uma canção popular tradicional quechua contra o tamanho da massa de gelo em regressão.
Sobre a artista: Penelope Cain é uma artista interdisciplinar que trabalha entre fotografia, vídeo e instalação de uma forma ampliada e de modo a contar histórias. Ela tem um MFA da University of Sydney (2016) e formação em ciência da pesquisa. Expôs e realizou projetos baseados em pesquisa em Sydney, Roma, Londres e Broken Hill. Mais recentemente, recebeu a Bolsa de Viagem Artistas do Memorial Fauvette Loureiro (2018) para realizar pesquisa de campo no Peru e na Dinamarca documentando a paisagem antropogênica de uma calota polar em recuo. Também foi finalista do Prêmio Sulman, Galeria de Arte de NSW (2016), do Glenfiddich Contemporary Art Prize (2017) e realizou residências premiadas em Paris, Taipei, Peru e Roma.
– Obra: The universe according to Dan Buckley, de Roberto Santiaguida (Canadá)
Sobre a obra: No começo não havia nada. Você pode conseguir nada facilmente. A obra é um filme, narrado e escrito por Dan Buckley, que abre o véu sobre as origens e o futuro do universo. Ele investiga a desordem e o deleite que proliferam no meio, os mundos e ideias que se chocam uns contra os outros e, às vezes, colidem. Uma reflexão sobre a atribuição de sentido e o afastamento de preconceitos em queda livre.
Sobre o artista: Desde que concluiu seus estudos em produção de filmes na Universidade Concordia de Montreal, os filmes de Roberto Santaguida foram exibidos em mais de 300 festivais internacionais. Ele participou de residências artísticas em vários países, incluindo Irã, Romênia, Alemanha, Noruega e Austrália. Roberto é o destinatário do K.M. Hunter Artist e bolsista da Akademie Schloss Solitude, na Alemanha.
Sobre o MM Gerdau– Museu das Minas e do Metal |@mmgerdau | O MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, integrante do Circuito Liberdade desde 2010, é um museu de ciência e tecnologia que apresenta de forma lúdica e interativa a história da mineração e da metalurgia. Em 20 áreas expositivas, estão 44 exposições que apresentam, por meio de personagens históricos e fictícios, os minérios, os minerais e a diversidade do universo das geociências.
O Prédio Rosa da Praça da Liberdade, sede do Museu, foi inaugurado em 1897, juntamente com Belo Horizonte. Tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA), o edifício passou por meticuloso trabalho de restauro que constatou que a decoração interna seguiu o gosto afrancesado da época, com vocabulário neoclássico e art nouveau. O projeto arquitetônico para a nova finalidade do Prédio Rosa, que já foi Secretaria do Interior e da Educação, foi feito por Paulo Mendes da Rocha e a expografia, que usa a tecnologia como aliada da memória e da experiência, é de Marcello Dantas.
O Museu funciona de terça a domingo, das 12 às 18h, e na quinta, das 12 às 22h, entrada franca. Para além da exposição permanente, o MM Gerdau oferece uma programação diversa e para todas as idades. Todas as atividades são gratuitas.
O MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal é patrocinado pela Gerdau, via lei Federal de Incentivo à Cultura, com o apoio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).
Programação e informações completas: http://programacomciencia.org.br/
Exposição CoMciência – até 14 de março de 2021. Link do site para o tour virtual: https://2020.programacomciencia.org.br/.
Bate-papo virtual Processos Artísticos na Exposição CoMciência: Cristais de Tempo
Convidado: Bruno Alencastro, autor do obs-cu-ra
Quando: 14 de janeiro
Horário: 18h
Onde: Youtube do MM Gerdau Museu das Minas e do Metal (https://www.youtube.com/channel/UCe3cyY5I8-dWQ1ID7eZVOEg)
Bate-papo virtual Processos Artísticos na Exposição CoMciência: Cristais de Tempo
Convidado: Felipe Carrelli, autor do Estrelas no Deserto
Quando: 21 de janeiro
Horário: 18h
Onde: Youtube do MM Gerdau Museu das Minas e do Metal (https://www.youtube.com/channel/UCe3cyY5I8-dWQ1ID7eZVOEg).
A reintrodução de animais na natureza começa a ganhar força por meio de ações como as realizadas pelo Onçafari. O projeto, criado para o estudo e conservação de onças-pintadas, por meio de sua frente Rewild (Reintrodução), desenvolvida em parceria com o Cenap/ICMBio, iniciou esse trabalho com felinos em 2014. Com dois recintos destinados à reabilitação e soltura, localizados no Refúgio Ecológico Caiman, no Pantanal e na Pousada Thaimaçu, na Amazônia, a reintrodução já demonstra resultados. Duas onças-pintadas, as irmãs Isa e Fera, que passaram pelo processo, já geraram descendentes, totalizando oito animais a mais na natureza até dezembro de 2020.
As irmãs Isa e Fera perderam a mãe ainda filhotes e foram recebidas pelo Onçafari, para iniciar o processo de reintrodução no Pantanal, em 2014. O processo durou exatamente um ano e, durante esse tempo, Isa e Fera foram observadas, estimuladas para aprenderem a caçar e, pouco a pouco, foram se tornando cada vez mais aptas à vida na natureza. Quando chegou o momento de soltura, ambas receberam um rádio colar individual para monitoramento. “O sucesso acontece quando os animais soltos geram descendentes, que, por sua vez, devem ser férteis. O processo começou a gerar resultados em 2018, com o nascimento dos primeiros filhotes em vida livre. Em 2020, nasceram as segundas crias e a Isa ainda se tornou avó, confirmando o êxito da reintrodução. No total, são três filhotes da Fera e dois da Isa, que também ganhou um neto. Sendo assim, são oito onças a mais no Pantanal. É a primeira vez no mundo que este tipo de iniciativa deu certo”, destaca Lilian Rampim, bióloga do Onçafari.
Como funciona? | O processo pode durar cerca de um ano ou até mais, dependendo das especificidades de cada caso, sendo uma importante ferramenta para a recuperação de populações em risco de extinção. Maior felino das Américas e terceiro maior felino do mundo, atrás apenas do tigre (Panthera tigris) e do leão (Panthera leo), a onça-pintada (Panthera onca), por exemplo, é considerada “quase ameaçada” pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza).
Assim que acontece o resgate, são avaliados a saúde e o comportamento dos animais e verificado se há condição de reintroduzi-los com sucesso à vida selvagem. “Em seguida, os felinos são inseridos em uma área de semi-cativeiro, com as mesmas características do habitat natural, para que possam aprender a caçar e interagir com o ambiente como qualquer animal selvagem. Trata-se de um espaço onde podem ser observados, compreendidos e avaliados constantemente pelos coordenadores do projeto”, explica Mario Haberfeld, fundador do Onçafari.
Se considerados aptos para serem reintroduzidos na natureza, os animais são equipados com rádio colares dotados de GPS para o monitoramento após a soltura e reintroduzidos no habitat natural. “O Onçafari monitora as onças para avaliar se estão conseguindo lidar com os desafios na natureza. No caso de não se adaptarem, há um novo resgate. Entretanto, essa ação não foi necessária até o momento”, ressalta Haberfeld.
Pandora e Vivara – as irmãs amazônicas | Mais uma ação com resultados positivos teve início em 2016. Resgatadas com poucos dias de vida e ficando sob cuidados de profissionais do NEX, em Brasília (DF), as onças-pintadas Pandora e Vivara estrearam o recinto de reintrodução de aproximadamente 15 mil metros quadrados na base do Onçafari, na Amazônia, construído a tempo para recebê-las, quando tinham um ano. No local, viveram por 12 meses, sendo observadas e tendo seus instintos de caça desenvolvidos, para depois serem soltas na Reserva do Cachimbo, área de preservação da Força Aérea Brasileira (FAB), e poderem viver livremente.
Depois que as irmãs amazônicas foram soltas, continuaram sendo monitoradas por meio de rádio-colares e armadilhas fotográficas. “Hoje, elas vivem totalmente adaptadas ao habitat e integradas ao ecossistema exatamente como a natureza pede”, comenta Haberfeld.
Onça-parda passa pela reintrodução no Pantanal | Primeira onça-parda sob os cuidados do Onçafari, a Cacau foi acolhida pelo projeto no segundo semestre de 2020, no Pantanal, depois de viver toda a vida em um espaço de poucos metros quadrados. Arisca e independente, o que contribui para o processo, a Cacau está passando por um trabalho intenso de observação comportamental somado ao treinamento para a caça, com a expectativa de que em breve se integrará novamente ao seu habitat. “A fragmentação de habitats, a caça em retaliação à predação de animais domésticos e de corte e a perda de áreas de floresta em razão da ação humana são as principais ameaças às onças. Áreas desmatadas para a produção agropecuária e a expansão de cidades diminuem as áreas de vida desses predadores, diminuindo também a disponibilidade de presas naturais. Por isso, acreditamos ser fundamental esse trabalho de resgate e reabilitação dos animais, associado com ações educativas para que a população entenda a importância de cada indivíduo no ecossistema”, finaliza Haberfeld.
Sobre o Onçafari | O Onçafari atua no Pantanal, Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica com o objetivo de promover a conservação do meio ambiente e contribuir com o desenvolvimento socioeconômico das regiões em que está inserido por meio do ecoturismo e de estudos científicos. O projeto é focado na preservação da biodiversidade em diversos biomas brasileiros, com ênfase em onças-pintadas e lobos-guarás.
O programa CCBB Educativo – Arte & Educação dá sequência às ações do mês de janeiro com uma programação destinada a todos os públicos, com visitas educativas, cursos, oficinas, encontros e práticas culturais que podem ser presenciais com o número de participantes reduzidos, respeitando os protocolos e as orientações de segurança e no formato digital, que, por ser à distância, possibilita acesso de públicos do Brasil e do mundo.
Para comemorar o Dia Nacional da História em Quadrinhos, haverá no CCBB São Paulo, no dia 30/1, às 13h, uma oficina sobre a prática dessa técnica, que visa promover a leitura e iniciação da produção de HQ, linguagem que mistura elementos textuais e visuais em sequenciamento de cenas. Além disso, o público também poderá acompanhar, de forma remota, o Laboratório de Crítica: O Cinema Feminino e a Escrita Crítica de Cinema Brasileiro, que fará uma reflexão sobre o trabalho das mulheres negras, indígenas e LGBTs no cinema brasileiro contemporâneo.
A programação presencial também conta com visitas mediadas e patrimoniais e, ainda, as propostas do Lugar de Criação. O público também poderá realizar, no formato digital, os cursos Transversalidades e Processos Compartilhados, assim como os encontros na plataforma Múltiplo Ancestral. Confira a programação completa abaixo.
Para mais informações sobre a programação e inscrições para as atividades, acesse o site https://www.ccbbeducativo.com.
PROGRAMAÇÃO PRESENCIAL CCBB SÃO PAULO
16 a 31 de janeiro, às 10h30 e às 16h30 – Visitas Patrimoniais
Nessa atividade, os educadores se juntam ao público para dialogar e compartilhar narrativas com ênfase no patrimônio e na história do Banco do Brasil e do CCBB São Paulo.
Visita 1: O Centro Cultural Banco do Brasil e a cidade de São Paulo
Os participantes poderão acompanhar um percurso para conhecer a história do CCBB em São Paulo, explorando aspectos de sua arquitetura e território em diálogo com a cidade, o triângulo histórico e a memória do centro que constituem um importante patrimônio das artes e cultura.
Visita 2: Descobrindo o Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Nesse encontro, a visita vai percorrer os espaços do CCBB abordando a história do prédio, suas referências e curiosidades; serão mostrados os processos de restauração e reforma para instalação do Centro Cultural na virada do século, além da visita ao cofre secreto.
Atividade tem 1h de duração | lotação de 6 pessoas | acessível em Libras somente aos sábados | CCBB São Paulo | quartas, sextas, sábados e domingos
Todos os sábados, às 14h30 – Lugar de Criação
Essa atividade propõe realizar o convívio e o diálogo com as artes e temáticas atuais em vivências que acolhem crianças, jovens e adultos em processos e experiências de pesquisa e criação a partir de materiais disponíveis em casa e do estímulo ao diálogo com procedimentos artísticos.
Dia 16/1- Oficina de Saberes
Encontros de produção de narrativas a partir dos imaginários culturais dos participantes, em diálogo com a cidade onde vivem e as exposições em cartaz.
Dia 23/1 – Jogos de Arte
Encontros voltados à criação em artes, explorando brincadeiras e jogos de criação que envolvem estratégias das artes visuais, teatro, música, práticas corporais e escrita.
Dia 30/1 – Oficina de Artes
Exercícios de experimentação de materiais, sons e movimentos em processos artísticos voltados à criação de imagens.
Capacidade: 10 pessoas, mediante agendamento prévio pelo site/app da Eventim. Para esta atividade é emitido apenas um ingresso por CPF e o representante pode estar acompanhado por até 4 pessoas de sua família.
30/1 – às 13h – Dia Nacional da História em Quadrinhos
No dia nacional da história em quadrinhos, participe de uma prática dessa linguagem. A oficina visa promover a leitura e iniciação da produção de HQ, linguagem que mistura elementos textuais e visuais em sequenciamento de cenas.
Atividade tem 1h de duração | Capacidade: 10 pessoas, mediante agendamento prévio pelo site/app da Eventim. Para esta atividade é emitido apenas um ingresso por CPF e o representante pode ser acompanhado por até 4 pessoas de sua família | Local: no mezanino ou auditório | Classificação: indicado para pessoas acima de 5 anos.
PROGRAMAÇÃO ONLINE
14/1, quinta, às 14h – Laboratório de Crítica (Digital)
O Cinema Feminino e a Escrita Crítica de Cinema Brasileiro
O laboratório de crítica propõe uma reflexão sobre arte, incluindo a esfera do jornalismo cultural, memória e patrimônio. Neste encontro, a curadora Mariana Souza irá compartilhar o trabalho das mulheres negras, indígenas e LGBTs no cinema brasileiro contemporâneo e os processos de revisão das imagens canônicas.
Duração de 4h | Evento gratuito | Link para inscrição no endereço www.ccbbeducativo.com
16/1, sábado, às 10h – Múltiplo Ancestral (Digital)
O tema do Múltiplo Ancestral do mês de janeiro é música. A canção inédita Dançar, dançar, produzida para o CCBB Educativo, é uma homenagem a uma das maiores expressões culturais do Brasil: a dança. Fernando Leme, ator e diretor de teatro, apresenta com toda a sua diversidade e pluralidade ritmos propriamente brasileiros como o samba, o forró, o maracatu, a dança é uma manifestação democrática independente de raça e presentes em todas as regiões do país.
Classificação indicativa: para pessoas acima de 3 anos | Local: redes do CCBB e site do CCBB Educativo (https://www.ccbbeducativo.com)
20/1, quarta, às 19h – Transversalidades (Digital)
Educação e Natureza
Nesse encontro, os educadores Fred Beherends e Kau Clarke apresentam o curso, voltado para professores e educadores, que aborda temas transversais aos campos da educação e da arte conectando as questões presentes nas exposições às urgências e reflexões cotidianas.
Duração de 2h | acessível em Libras | Vagas: 500 | encontro em formato webnário na plataforma Zoom | Livre para todos os públicos | Inscrições: www.ccbbeducativo.com.
22/1, sexta, às 10h – Lugar de Criação (Digital)
A Escala de Cores da Minha Casa
Visando a criação e o diálogo com a arte para as crianças e suas famílias, o Lugar de Criação é um projeto dedicado ao público infantil com interesse na experimentação da arte e das linguagens contemporâneas. A proposta é descobrir as cores das casas de alguns artistas a partir da arquitetura, dos objetos e ao redor.
Classificação indicativa: para pessoas acima de 3 anos | Local: redes do CCBB e site do CCBB Educativo.
26/1, terça, às 10h – Com a Palavra (Digital)
Nesta edição, Giulia Giovani, da Lacicor/Cecor(Laboratório de Ciência da Conservação), vai abordar a produção artística presente na exposição Ivan Serpa: a expressão do concreto. O debate se desenvolve desde a produção de Serpa no período concreto da década de 1950, sua metodologia de trabalho, atuação como professor, pesquisador e experimentador, perpassando a temática de técnicas e materiais utilizados pelo artista, até os desafios ligados à conservação e restauração de algumas de suas obras.
Duração de 1h | Classificação indicativa: para pessoas acima de 10 anos | acesso e inscrição no www.ccbbeducativo.com.
28/1, quinta, às 14h – Processos Compartilhados (Digital)
A Produção de Trailer no Cinema
Nesta atividade, Ricardo Mehedff, montador, diretor e produtor, vai investigar as origens dos trailers desde a década de 1930 e sua evolução nos últimos 80 anos, as técnicas usadas para criação e montagem do trailer e também do teaser. Além disso, o diretor apresentará um pouco sobre sua trajetória nesse ramo, trabalhos realizados em Hollywood e na indústria do cinema brasileiro desde os anos 90.
Classificação: indicada para pessoas acima de 16 anos | Evento gratuito | 100 vagas | Link para inscrição: www.ccbbeducativo.com.
Em dezembro de 2020, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência lançou a pesquisa Pessoa com Deficiência e Emprego. A ação tem como objetivo traçar novas estratégias e implantar ações que potencializem o processo da inclusão profissional das pessoas com deficiência.
Devido ao aumento da taxa de desemprego ocasionada pela atual crise econômica disparada pela pandemia do novo coronavírus e pelo histórico de exclusão do acesso da pessoa com deficiência ao mercado de trabalho, a Secretaria quer conhecer os principais desafios encontrados, o interesse em qualificação profissional e as principais barreiras no acesso e permanência da pessoa com deficiência no mercado de trabalho.
Segundo a Base de Dados dos Direitos da Pessoa com Deficiência, há mais de 3 milhões de pessoas com deficiência no estado de São Paulo, sendo apenas 1,17% desta população ativa no mercado de trabalho. Ainda, de acordo com dados do Caged do terceiro trimestre, houve um saldo negativo no número de pessoas com deficiência admitidas e demitidas de 8.244. “Cada um com o seu talento, pode e deve desenvolver suas aptidões. Neste quesito, a empregabilidade é o melhor caminho; com isso, a pesquisa Pessoa com Deficiência e Emprego, feita pelo Governo de SP por meio da nossa Secretaria, busca exatamente conhecer o perfil deste segmento e entender as dificuldades e barreiras que impedem essas pessoas de estarem no mercado de trabalho”, ressaltou a secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Célia Leão.
Destinada exclusivamente às pessoas com deficiência, a pesquisa pode ser respondida até 31 de janeiro de 2021 por meio do link https://bit.ly/PesquisaEmprego. Pesquisa totalmente acessível em Libras: https://bit.ly/PesquisaEmpregoLibras.
Responsável por 4,32% do PIB nacional e que reúne um universo de aproximadamente 60 mil empresas em todo o País, o setor de eventos de cultura e entretenimento inicia 2021 com duas pautas emergenciais: regulamentar as atividades onde as variáveis epidemiológicas permitam a realização com protocolos, evitando que a demanda seja atendida por eventos ilegais e clandestinos, que já vem sendo amplamente denunciados pela imprensa, e conquistar condições econômicas de sobrevivência para o segmento até que seja iniciada a campanha de vacinação, por meio, principalmente, da aprovação do Projeto de Lei que cria o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos – Perse.
“O setor de eventos é o mais sacrificado nesta pandemia do novo coronavírus. Cerca de 97% das atividades estão completamente paralisadas e mais de 450 mil postos de trabalhos formais, entre diretos e indiretos, já foram exterminados. As festas ilegais no final de ano, como mostrado pela imprensa, revelaram que há uma demanda que tende a se manter com as férias. O ideal é haja uma regulamentação para que os locais que apresentem condições epidemiológicas permitam a realização de eventos legais, seguindo corretamente os protocolos – de outro modo, o Estado estará empurrando toda a demanda para a ilegalidade, como temos visto. É o melhor caminho para se evitar a clandestinidade e os riscos à saúde pública”, alerta o empresário e presidente da Abrape, Doreni Caramori Júnior.
De autoria do deputado federal Felipe Carreras (PSB/PE), o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos – Perse abrange um conjunto de medidas que propõe garantir a sobrevivência do setor – que precisa seguir honrando suas despesas – até que suas atividades sejam retomadas sem restrições, bem como gerar a capacidade econômica para que assim que volte a operar e tenha condições de fazer frente ao capital de giro necessário. Tem o objetivo, também, de proporcionar margem para cobrir todo o endividamento contraído pelo segmento no período em que ficou paralisado.
Entre as medidas que o projeto abrange estão:
– Obrigar as instituições financeiras federais a disponibilizar, especificamente para as empresas do setor de eventos, linhas de crédito específicas para o fomento de atividades, capital de giro e aquisição de equipamentos e condições especiais para renegociação de débitos que eventualmente essas empresas tenham junto a essas instituições, mesmo se forem optantes do Simples Nacional.
– A extensão das condições da Lei Nº 14.046 sobre o adiamento e o cancelamento de serviços, de reservas e de eventos dos setores de turismo e de cultura em razão do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020 e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente da pandemia da Covid-19.
– A extensão das condições da Lei 14.020 para manter a suspensão e redução dos contratos de trabalho do setor, uma vez que as atividades do setor não voltaram e não há condições de reintegrar os trabalhadores antes disso.
“A aprovação do Perse é essencial para promover crédito, preservação dos empregos, manutenção do capital de giro das empresas, financiamento de tributos e desoneração fiscal. Somente dessa forma será possível evitar o colapso total do setor”, reforça Doreni.
Sobre a Abrape
Criada em 1992 com o propósito de promover o desenvolvimento e a valorização das empresas produtoras e promotoras de eventos culturais e de entretenimento no Brasil, a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos – Abrape tem atualmente 400 associados, sediados em todos os Estados da Federação, que são verdadeiros expoentes nacionais na oferta de empregos diretos e indiretos e na geração de renda, movimentando bilhões de reais anualmente. A entidade congrega as principais lideranças regionais e nacionais do segmento e tem no portfólio de associados empresas como a Live Nation, Opus Entretenimento, T4F e mega eventos, como o Festival de Verão de Salvador e a Festa do Peão de Boiadeiros de Barretos.