Sucen, que monitorava o comportamento do inseto no Estado, foi extinta em 2020 e seus laboratórios, até hoje, não foram incluídos na organização administrativa do Estado, comprometendo pesquisas e controle de doenças
São Paulo
Os museus Catavento e Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, equipamentos da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, estão entre os 10 museus mais visitados do Brasil, segundo resultados do Formulário de Visitação Anual aplicado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). O resultado da pesquisa pode ser visto em https://bit.ly/2WBUfwm.
Divulgado na última sexta-feira, 18, o formulário revela que, em 2019, 25.528.284 visitantes compareceram aos 820 museus do país que informaram realizar a contagem de seu público. O Catavento recebeu 665.452 visitantes, em sua maioria público espontâneo – 472.184, mais de 70%. Os 193.268 representam o total de agendamentos de escolas, ONGs, associações e serviços de saúde e assistência social, entre outros. No mesmo período, o número de visitantes da Casa das Rosas foi de 485.187.
O Museu Catavento, museu de ciência e tecnologia administrado pela Organização Social Catavento Cultural e Educacional, foi inaugurado em março de 2009 com a missão de aproximar crianças, jovens e adultos do mundo científico, despertar a curiosidade e transmitir conhecimentos básicos e valores sociais por meio de exposições interativas e atraentes, com linguagem simples e acessível. O museu está localizado em um dos edifícios históricos mais importantes da cidade de São Paulo, o Palácio das Indústrias, inaugurado em 1924.
Para Ana Lima, assessora do educativo do museu, os resultados da pesquisa realizada pelo Ibram servem como mais um incentivo para continuar a trajetória de 11 anos de existência do Museu Catavento e se manter entre os preferidos do público. “Nós do Museu Catavento continuaremos, com carinho e atenção, recebendo os visitantes – da melhor maneira possível –, lembrando que mais de 70% de nosso público é formado por pessoas que nos visitam espontaneamente em busca dos conteúdos apresentados em nossas exposições de longa duração. Esperamos que, em breve, as dificuldades que todos os equipamentos culturais passam nos dias atuais sejam sanadas e que retomemos as visitações de nosso público em sua totalidade”.
Já a Casa das Rosas está localizada na Avenida Paulista, uma das avenidas mais importantes da cidade de São Paulo, e realiza intensa programação de atividades gratuitas, como oficinas de criação e crítica literárias, palestras, ciclos de debates, exposições, apresentações literárias e musicais, saraus, lançamentos de livros, performances e apresentações teatrais. O museu se dedica à poesia, à literatura, à cultura e à preservação do acervo bibliográfico do poeta paulistano Haroldo de Campos, um dos criadores do movimento da poesia concreta na década de 1950.
Para Marcelo Tápia, diretor da Rede de Museus-Casas Literários, os resultados da pesquisa do Ibram são um forte estimulo a uma equipe que tem trabalhado com grande dedicação para que a Casa das Rosas desempenhe plenamente seu papel junto à sociedade. “É um trunfo para a Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo e para todos os museus-casas do Brasil que um representante desse segmento figure entre os dez mais visitados do país. É claro que sua localização privilegiada e sua condição de patrimônio histórico – um importante testemunho das transformações sociais, urbanas e culturais da metrópole – colaboram para o sucesso da instituição. Mas esse sucesso não seria tão pleno se não houvesse um esforço conjunto que envolve desde a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado e a Poiesis – Organização Social que a administra – até cada um(a) de nossos(as) funcionários(as), sempre prontos a realizar um programa denso e coerente de atividades e a receber nosso público do melhor modo possível. Nossa já grande motivação se renova com os resultados positivos, apesar das dificuldades que temos enfrentado”, completa.
SOBRE A CASA DAS ROSAS
A Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos é um museu dedicado à poesia, à literatura, à cultura e à preservação do acervo bibliográfico do poeta paulistano Haroldo de Campos, um dos criadores do movimento da poesia concreta na década de 1950. Localizada em uma das avenidas mais importantes da cidade de São Paulo, o espaço realiza intensa programação de atividades gratuitas, como oficinas de criação e crítica literárias, palestras, ciclos de debates, exposições, apresentações literárias e musicais, saraus, lançamentos de livros, performances e apresentações teatrais. O museu está instalado em um imponente casarão construído em 1935 pelo escritório Ramos de Azevedo, que na época já tinha projetado e executado importantes edifícios na cidade, como a Pinacoteca do Estado, o Teatro Municipal e o Mercado Público de São Paulo.
SOBRE A POIESIS
A Poiesis – Organização Social de Cultura é uma organização social que desenvolve e gere programas e projetos, além de pesquisas e espaços culturais, museológicos e educacionais voltados para a formação complementar de estudantes e do público em geral. A instituição trabalha com o propósito de propiciar espaços de acesso democrático ao conhecimento, de estímulo à criação artística e intelectual e de difusão da língua e da literatura.
SOBRE O MUSEU CATAVENTO
O Museu Catavento foi inaugurado em março de 2009 e tem mais de 250 instalações divididas em quatro seções (Universo, Vida, Engenho e Sociedade). Cada seção foi elaborada com uma expografia que contribui para criar atmosferas únicas e envolventes. Atrações como borboletário, sala de realidade virtual Dinos do Brasil, simuladores, aquários de água salgada, anêmonas e peixes carnívoros e venenosos, uma maquete do sol e uma parede de escaladas, onde é possível ouvir relatos de personalidades da história, são apenas alguns exemplos de como o visitante pode aprender e se divertir ao mesmo tempo. Na área externa também é possível conferir equipamentos como a locomotiva Dübs (fabricada em 1888 na Inglaterra que pertenceu à Cia. Paulista de Estradas de Ferro e foi usada brevemente para o transporte de carga) e o avião DC-3 (1936), que foi utilizado como cargueiro militar na Segunda Guerra Mundial.
Charles Chaplin deixou um legado singular para cineastas e comediantes. O astro do cinema mudo, eternizado no papel do vigarista Carlitos ou O Vagabundo (The Tramp, na versão original) e lembrado por suas sátiras políticas e sociais, ganhou o Oscar Honorário duas vezes: em 1929 e em 1972. Chaplin não só atuou, mas também escreveu, produziu e dirigiu os próprios filmes, que ganham destaque no domingo (27), no festival 125 Anos de Cinema. O especial, que vai até junho de 2021, narra a trajetória da sétima arte com mostras no Telecine Cult, aos domingos e na plataforma de streaming.
Entre os títulos estão Carlitos Repórter (1914), que marca a estreia de Chaplin no cinema; Em Busca do Ouro (1925), longa pelo qual ele insistiu diversas vezes em ser lembrado; o clássico atemporal Tempos Modernos, produção na qual ele contracena com Paulette Goddard, que se tornou uma de suas esposas; O Grande Ditador, seu primeiro filme falado e Monsieur Verdoux, indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original.
Os filmes integram a cinelist Festival 125 Anos de Cinema no streaming do Telecine, hub de cinema mais completo do país, que reúne mais de dois mil títulos em seu catálogo. Os primeiros 30 dias de acesso ao aplicativo de filme são gratuitos para novos usuários.
FESTIVAL 125 ANOS DE CINEMA – CHARLES CHAPLIN
Carlitos Repórter (1914) – no Telecine Cult, dia 27, às 15h45 | O vigarista Carlitos tenta conseguir fama e dinheiro como repórter. Para isso, ele rouba a câmera de um jornalista para entregar a foto como se fosse dele, o que gera uma perseguição hilária. O filme é a estreia de Chaplin como ator de cinema.
Direção: Henry Lehrman
Elenco: Charles Chaplin, Emma Clifton, Chester Conklin
EUA, 1914. Comédia. 13 min.
O Garoto – no Telecine Cult, dia 27, às 16h | Em uma atitude desesperada, uma mãe abandona seu filho com um bilhete em uma limusine. Quando o carro é roubado, o bebê acaba parando nas mãos do Vagabundo, que passa a criá-lo. Anos mais tarde, agora com condições financeiras, a mãe oferece uma recompensa para quem achar o garoto.
Direção: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Edna Purviance, Carl Miller
EUA, 1921. Comédia. 52 min.
Em Busca do Ouro – no Telecine Cult, dia 27, às 16h05 | Carlitos tenta fazer dinheiro no Alasca durante a corrida do ouro americana. No entanto, ele acha muito mais do que isso: a amizade de McKay e o amor da bela bailarina Georgia.
Direção: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Mack Swain, Georgia Hale
EUA, 1925. Comédia. 71 min.
Luzes da Cidade – no Telecine Cult, dia 27, às 18h50 | O Vagabundo se apaixona por uma bela florista cega. Sabendo que ela e sua avó estão prestes a serem despejadas da casa onde moram, ele cria inúmeras formas de ganhar dinheiro para ajudá-las. Ao mesmo tempo, ele salva a vida de um milionário bêbado e ganha sua gratidão.
Direção: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Virginia Cherrill, Hatty Myers
EUA, 1931. Comédia. 86 min.
Tempos Modernos – no Telecine Cult, dia 27, às 20h25 | O operário de uma fábrica entra em colapso com a exploração durante a jornada de trabalho. Desempregado, ele tenta retomar sua vida após deixar o hospital, mas acaba se metendo em uma confusão quando a polícia acredita que ele é um protestante comunista.
Direção: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Paulette Goddard, Henry Bergman
EUA, 1936. Comédia. 86 min.
O Grande Ditador – no Telecine Cult, dia 27, às 22h | Um barbeiro judeu retoma sua rotina após a 1ª Guerra Mundial, na qual serviu no exército. Sem memória do que aconteceu e tendo sido hospitalizado por um tempo, ao sair ele descobre a ascensão do ditador Adenoid Hynkel, que acredita em uma nação ariana e passa a perseguir os judeus.
Direção: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Paulette Goddard, Jack Oakie
EUA, 1940. Comédia. 125 min.
Monsieur Verdoux – no Telecine Cult, dia 27, às 00h15 | Após ser demitido, Monsieur Verdoux vê sua família em uma situação complicada: a mulher, presa a uma cadeira de rodas e sua filha começam a passar necessidade. Desesperado, ele decide ir atrás de mulheres ricas para casar e matá-las de olho na herança.
Direção: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Mady Correll, Allison Roddan
EUA, 1947. Comédia. 124 min.
A parceria entre o Onçafari, criado para estudo e conservação da vida selvagem, e o Legado das Águas, maior reserva privada de Mata Atlântica do país, já apresentou os primeiros resultados significativos. Em menos de dois meses, as armadilhas fotográficas (nome dado às câmeras fotográficas instaladas na floresta) registraram mais de 1.100 animais de 27 espécies diferentes. A diversidade de espécies evidencia a qualidade das florestas da Reserva e a efetividade da estratégia do trabalho conjunto.
A instalação das câmeras faz parte da primeira fase do projeto entre o Onçafari e o Legado das Águas que visa realizar o levantamento populacional de onças-pardas e pintadas para ações de proteção desses felinos na Mata Atlântica. No fim de agosto, foram instaladas 19 câmeras de monitoramento fornecidas pela Log Nature e colocadas pelo Onçafari em diversas áreas do Legado das Águas, com objetivo principal de registrar os grandes felinos. Os resultados são animadores: foram feitos 22 registros de onças-pardas já na primeira campanha (período de tempo entre a instalação da câmera e retirada para coleta das imagens), em sete pontos diferentes da Reserva. Deste total, foi possível identificar uma fêmea, 10 machos e quatro onças-pardas que não tiveram o gênero identificado, podendo ser a mesma onça ou indivíduos diferentes.
Conforme explica Victória Pinheiro, bióloga responsável pelo projeto no Legado das Águas, as câmeras são instaladas na floresta de forma camuflada e equipadas com sensores infravermelhos – imperceptíveis e inofensivos para a fauna – que disparam quando o animal passa por elas, gerando vídeos de 15 segundos. “Com ajuda da equipe de monitoramento do Legado das Águas, conseguimos instalar as câmeras em locais estratégicos, ou seja, onde há mais possibilidades de os animais passarem. Com isso, aumentamos as chances de registros”, descreve.
Com a instalação nesses locais mais propícios, as onças-pardas foram filmadas enquanto realizavam diversas atividades, como caminhadas tranquilas, exploração olfativa e marcação de território, comportamentos também registrados nos outros animais filmados. Dos 1.100 registros, 980 foram de mamíferos, com destaque para queixadas (546), marsupiais (113), roedores (93) e antas (81). Outros registros de mamíferos também tiveram destaque na primeira campanha: gato-mourisco e gato-maracajá, duas espécies ameaçadas de extinção, além de vários registros de jaguatiricas.
As câmeras flagraram também outras espécies, como o cateto, irara, mão-pelada, tamanduá-mirim e tatu-do-rabo-mole, além do Canjica, o macho da dupla de antas albinas (Canjica e Gasparzinho) do Legado das Águas. O albino foi registrado em uma das trilhas da Reserva preferida pelos turistas, a da Copaíba-Prainha, que tem trechos terrestres e aquáticos, condições ideias para rotina das antas devido à disponibilidade de água.
Fora os mamíferos, um dos registros que chamaram a atenção foi o de um casal de jacutingas, espécie endêmica da Mata Atlântica (só existe nesse bioma) e em perigo de extinção.
Veja alguns registros aqui: https://www.youtube.com/watch?v=1eHyCQNAEWg.
Refúgio para espécies ameaçadas
Atualmente, o Legado das Águas é abrigo para 13,5% de todas as espécies animais ameaçadas de extinção na Mata Atlântica no país. De acordo com Daniela Gerdenits, coordenadora de parcerias e responsabilidade social do Legado das Águas, os resultados da primeira campanha demonstram o potencial da parceria com o Onçafari. “A diversidade de espécies registradas em tão pouco tempo só reforça o valor da área do Legado das Águas para a biodiversidade do bioma e como essas parcerias são importantes para o monitoramento desses animais. Embora onças-pintadas ainda não tenham sido registradas, temos bastante esperança, visto que foram filmadas espécies que fazem parte da cadeia alimentar desse felino”, diz.
Com as informações coletadas em campo, principalmente das onças-pardas e pintadas, a parceria entre o Onçafari e o Legado das Águas terá a oportunidade de desenvolver pesquisas para conservação dessas duas espécies de felinos. Em um segundo momento, a intenção é fomentar o ecoturismo de observação de fauna na Reserva.
Sobre o Onçafari
O Onçafari atua no Pantanal, Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica com o objetivo de promover a conservação do meio ambiente e contribuir com o desenvolvimento socioeconômico das regiões em que está inserido por meio do ecoturismo e de estudos científicos. O projeto é focado na preservação da biodiversidade em diversos biomas brasileiros, com ênfase em onças-pintadas e lobos-guarás.
Sobre o Legado das Águas – Reserva Votorantim
O Legado das Águas, maior reserva privada de Mata Atlântica do país, com extensão aproximada à cidade de Curitiba (PR), é um dos ativos ambientais da Votorantim. Localizada na região do Vale do Ribeira, no sul do Estado de São Paulo, a área foi adquirida a partir da década de 1940 e conservada desde então pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), que manteve sua floresta e rica biodiversidade local com o objetivo de contribuir para a manutenção da bacia hídrica do Rio Juquiá, onde a companhia possui sete usinas hidrelétricas. Em 2012, o Legado das Águas foi transformado em um polo de pesquisas científicas, estudos acadêmicos e desenvolvimento de projetos de valorização da biodiversidade em parceria com o Governo do Estado de São Paulo. Hoje, o Legado das Águas é administrado pela empresa Reservas Votorantim, criada para estabelecer um novo modelo de área protegida privada cujas atividades gerem benefícios sociais, ambientais e econômicos de maneira sustentável.
Refletir sobre as semelhanças e trocas culturais entre o Brasil e os cinco países africanos que também foram colonizados por portugueses – Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Este é o fio que conduz a exposição Países Espelhados: objetos, imagens, sabores, memórias: encontros culturais entre o Brasil e nações africanas de língua portuguesa, mostra inédita em cartaz no SESC Consolação. Com curadoria do designer Renato Imbroisi, a exposição reúne imagens, objetos de arte e artesanato, produção têxtil, esculturas e criações literárias destes seis países.
A mostra, que teve sua abertura adiada devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19, poderá ser visitada gratuitamente pelo público de terça a sexta, das 15h às 21h e, aos sábados, das 10h às 14h, mediante agendamento prévio pelo site SESCsp.org.br/consolacao. A permanência máxima na unidade é de 60 minutos e o uso de máscara facial é obrigatório para todas as pessoas durante toda a visita.
A exposição reforça a potência dos intercâmbios culturais e promove o respeito às diferenças – valores que dialogam com o propósito do SESC São Paulo. Por meio de Países Espelhados: objetos, imagens, sabores, memórias: encontros culturais entre o Brasil e nações africanas de língua portuguesa, a instituição reforça seu compromisso de incentivar a difusão de expressões artísticas que contribuem para provocar reflexões e ações na construção de sociedades mais justas e solidárias.
Um dos objetivos da mostra é celebrar os traços comuns entre esses povos distantes e revelar a alegria de se reconhecer no outro. Um mapa na parede da entrada do SESC Consolação indica a localização de cada país que integra a exposição e traz uma descrição sucinta de elementos de sua história e cultura que se relacionam com as peças exibidas no espaço.
Esculturas de pau preto dos Makonde (Moçambique), Panus di Penti da Guiné Bissau, as psilhelekedane do artista moçambicano Dino Jehtá e o artesanato teçume do povo Sateré-Mawé (Amazônia, Brasil), além de vídeos com depoimentos dos artistas, integram a exposição. O cotidiano dos mercados também estará contemplado na mostra por meio de fotografias e objetos/obras.
Renato Imbroisi, curador da mostra e coautor do livro LÁ e CÁ – trocas culturais entre o Brasil e países africanos de língua portuguesa (Editora Senac), escrito com Maria Emilia Kubrusly, observou a percepção da proximidade cultural do Brasil com países da África há 17 anos, quando foi a Moçambique pela primeira vez para organizar uma escola de artes para jovens na aldeia de Maciene.
Uma das primeiras peças que viu nessa viagem foi um tecido feito em tear manual com tiras de capulanas (nome local para os coloridos panos africanos), que lhe remeteu imediatamente à tecelagem manual praticada no povoado rural do Muquém, em Minas Gerais, com tiras cortadas do também colorido chitão, tecido bem brasileiro.
A partir daí, em muitas viagens anuais para Moçambique e outros países africanos de língua portuguesa onde trabalha, Imbroisi manteve olhar atento a proximidades e distâncias: as tramas em palha da palmeira piaçava tingida em cores vivas no litoral Norte da Bahia e a cestaria feita com espécie semelhante de palmeira, também coloridíssima, no litoral Norte de Cabo Delgado, em Moçambique; os grafismos da cestaria tradicional dos povos baniwa, da Amazônia, e os desenhos semelhantes produzidos por uma cesteira de São Tomé e Príncipe; os chamados panus di terra, de Cabo Verde, que remetem ao tradicional pano da costa, da Bahia; as esculturas em mafurreira, madeira leve de Moçambique, que reproduzem, em miniatura, cenas cotidianas, e a modelagem em argila do Mestre Vitalino e gerações de seguidores de seu estilo na cerâmica figurativa do Nordeste, entre muitas outras descobertas e constatações.
Na mostra, peças feitas por artesãos destes seis países serão apresentadas, assim como fotografias de paisagens e cenas dos países de seus autores, de suas obras e dos locais onde vivem. O curador reforça que o público será instigado a refletir sobre uma semelhança que, justamente por não ser idêntica, revela a pluralidade cultural. “É comum para nós, brasileiros, sermos surpreendidos ao desembarcar nestes países, até pelo jeito de falar português, diferente do nosso e do de Portugal também. Há uma sensação de reconhecimento, a impressão de estar perto de casa ou de já ter visto alguma coisa dali, vivido situação semelhante. Ao mesmo tempo, a diversidade cultural traz admiração e o prazer de se deparar com algo novo, com identidade própria definida, diferente de nós e, por isso mesmo, encantador”, pontua Renato Imbroisi.
Orientações de segurança para visitantes
O SESC São Paulo retoma, de maneira gradual e somente por agendamento prévio online, a visitação gratuita e presencial a exposições em suas unidades na capital, na Grande São Paulo, no interior e no litoral. Para tanto, foram estabelecidos protocolos de atendimento em acordo com as recomendações de segurança do governo estadual e da prefeitura municipal.
Para diminuição do risco de contágio e propagação do novo coronavírus, conforme as orientações do poder público, foram estabelecidos rígidos processos de higienização dos ambientes e adotados suportes com álcool em gel nas entradas e saídas dos espaços. A capacidade de atendimento das exposições foi reduzida para até 5 pessoas para cada 100 m², com uma distância mínima de 2 metros entre os visitantes e sinalizações com orientações de segurança foram distribuídas pelo local.
A entrada na unidade será permitida apenas após confirmação do agendamento feito no portal do SESC São Paulo. A utilização de máscara cobrindo boca e nariz durante toda a visita, assim como a medição de temperatura dos visitantes na entrada da unidade serão obrigatórias. Não será permitida a entrada de acompanhantes sem agendamento. Seguindo os protocolos das autoridades sanitárias, os fraldários das unidades seguem fechados nesse momento e, portanto, indisponíveis aos visitantes.
Serviço:
Países Espelhados: objetos, imagens, sabores, memórias: encontros culturais entre o Brasil e nações africanas de língua portuguesa
Local: SESC Consolação
Curadoria: Renato Imbroisi
Período expositivo: até 27 de fevereiro de 2021
Funcionamento: terça a sexta, das 15h às 21h, e aos sábados, das 10h às 14h
Tempo de visitação: até 60 minutos
Agendamento de visitas: https://www.SESCsp.org.br/consolacao
Classificação indicativa: livre
Grátis
SESC Consolação – Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque – São Paulo/SP
Informações: (11) 3234-3000
Transporte Público: Estação Mackenzie do Metrô – Linha 4 – Amarela
Que o azeite é um coringa na cozinha, isso não é segredo para ninguém. Contudo, se engana quem pensa que a grande variedade disponível só tem diferença de preço. Escolher o tipo certo para cada prato faz toda diferença no resultado final. É o conceito de harmonização, que vai muito além dos vinhos e das cervejas. Com a proximidade das festas de fim de ano, a SESI-SP Editora convidou Laura Reinas, especialista em azeites, para dar algumas dicas de como usar o ingrediente para deixar essas ocasiões ainda mais saborosas.
A dúvida, geralmente, começa na hora da compra: virgem, extra virgem, aromatizado, orgânico, especial – como escolher? Laura comentou durante apresentação na 1ª Bienal Virtual do Livro de São Paulo, onde promoveu o livro Receitinhas para você – Azeites, que a primeira dica é verificar se a data de fabricação é recente. “Azeite bom é azeite novo”, disse. Na live, ela destacou, ainda, outros dois pontos de partida importantes: a pureza, com preferência para os extravirgens, e a embalagem – “onde o vidro escuro é melhor, já que o produto é sensível à luz e ao calor”, explicou.
Harmonização, Natal e Ano Novo
Para as festas, repletas de receitas mais elaboradas, nada de usar o azeite sem critérios. A especialista indica que para as que são pouco condimentadas ou doces, o ideal é apostar nos azeites com aromas e sabores suaves. Já para as que levam mais tempero, azeites mais intensos. “Uma outra sugestão é tentar substituir a manteiga por azeite nos preparos. Além de mais saudável, fica uma delícia”, conclui Laura.