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Gal Oppido apresenta arte erótica em exposição inédita na Galeria Lume

São Paulo, por Kleber Patricio

Obra da série “Serenos e ofegantes” (2020), Gal Oppido.

Fotógrafo ensaísta e expoente da arte contemporânea brasileira, Gal Oppido é um ávido pesquisador da arte erótica japonesa Shunga. Em suas fotografias, aquarelas, xilogravuras, obras em suportes diversos, o corpo é fonte provedora de liberdade e sensualidade, inquietação e mistérios, tal qual um lugar a ser desbravado. Uma síntese inédita desta aproximação com a cultura japonesa poderá ser vista na exposição Shunga: Serenos e Ofegantes, em cartaz a partir de 25 de novembro na Galeria Lume.

Durante os quase três séculos do período Edo, o Japão vivia um momento de isolamento. Foi nesta época que nasceu Shunga, a arte erótica que trazia à sociedade uma espécie de cartilha sexual com ilustrações dos mais diferentes ritos sexuais de características gráficas e cores vivas criadas pelos principais artistas deste período. Para Oppido, que teve o primeiro contato com Shunga no início da década de 1970, Shunga vai muito além dos ritos sexuais. “É praticamente um estado de percepção”, ele diz. E é o que afirma por meio da seleção de obras que compõem a exposição.

Entre os destaques da mostra, está a série Serenos e Ofegantes. São ensaios fotográficos com performers com diferentes corpos e etnias, que ora aparecem nus ou seminus, ora apresentam-se trajando quimonos tradicionais japoneses – as vestes, inclusive, são criações inéditas e feitas para exposição; algumas, projetadas por Oppido e outras, por fashion designers como Alex Kazuo, designer de ascendência nipônica e aclamado pela crítica por seu estilo minimalista, Mauro Spolaor e Caio da Rocha. Há, também, um quimono emblemático para os amantes da moda, inspirado nos trajes japoneses típicos do século XVIII e já usado em coleção do designer francês Yves Saint Laurent, um dos nomes mais significativos da alta-costura do século XX. Este último será exibido ao público no espaço expositivo.

“Serenos e Ofegantes”, 2020, Gal Oppido. Escultura de Kimi Ni.

Já na série Le Petit Tokaidò de Hirochige, o artista apresenta 56 xilogravuras em volume sanfonado em que desenvolveu releitura no verso de cada imagem, mantendo parcialmente sua estrutura paisagística e unindo-as pictoricamente.

A convite de Oppido, a artista Catarina Gushiken contribuiu com dez intervenções inéditas de suas caligrafias imaginadas a partir de fotografias de Gal.

Intoxicações poéticas da carne

Na ocasião da abertura da exposição, acontece também o lançamento do livro Intoxicações poéticas da carne (N-1 Edições). A publicação documenta um encontro ficcional entre Gal Oppido e o icônico escritor japonês Yukio Mishima. “Tudo que parece ter importado para Mishima está aqui: a fixação pelos samurais, a obsessão pelos pilotos kamikaze (deuses do vento), os corpos olímpicos, os vestígios de cenas clássicas de cinema, músculos, máscaras, souvenirs made in Japan, estátuas gregas iluminadas por rasgos de sol, a evolução desde a África devorada, sacrifícios renascentistas, uma arrebatadora experiência pop Hokusai-Oppidiana e, ainda, uma cartografia anárquica que parte do nascimento da modernidade até as tecnologias excêntricas de corpos, mídias, cidades e guerras”, reflete Christine Greiner, escritora, curadora e professora do Departamento de Arte na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e ainda professora visitante no Departamento de Dança da Universidade Paris VIII e na Universidade Kansai Gaidai, em texto para o livro.

“Le Petit Tokaidò de Hirochige”, 2020. Gal Oppido.

Não ao acaso, o evento ocorre em 25 de novembro, data que marca o 50º ano da morte de Mishima em um ritual suicida conhecido como seppuku, entendido pelo escritor como uma ação artística. É a forma de Oppido lançar luz à trajetória e a obra de Yukio. Para além disto, o artista leva lambe-lambes com a imagem de Mishima para as ruas do bairro da Liberdade, em São Paulo. Ele rompe os limites físicos da Galeria e expande sua criação pela cidade.

Sobre Gal Oppido

Paulistano de 1952, Gal Oppido é arquiteto formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, fotógrafo desde meados da década de 1970, músico (Grupo Rumo) e desenhista desde que se entende por gente. Foi fotógrafo do Teatro Municipal e do Balé da Cidade de São Paulo de 1989 a 1993 e também fotógrafo colaborador da Vogue Brasil de 1990 a 2000. Expondo desde 1981, sua obra integra os acervos de instituições MASP e MAM de São Paulo. Desde 2001 integra publicações como Brasilianische Fotografie 1946-1998, Labirintos e Identidades e Canto a La Realidad. Em 2016 recebeu o prêmio de melhor exposição da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) pela individual Sentidos da Pele, realizada na Galeria Lume.

Sobre a Galeria Lume

Fundada em 2011, a Lume busca promover e incentivar o desenvolvimento de processos criativos contemporâneos ao lado de seus artistas e curadores convidados.

Liderada por Paulo Kassab Jr. e Victoria Zuffo, a galeria dedica-se a romper fronteiras entre diferentes linguagens artísticas, operando através de um modelo arrojado e único que reforça o papel da cidade de São Paulo como centro cultural e centro de efervescência criativa. Representa um seleto grupo de artistas, estabelecidos e emergentes, dedicados à introdução do pensamento artístico em todos as suas vertentes por meio de um programa de exposições plural, associado a ideias que inspiram e promovem reflexões críticas sobre o contemporâneo mundo. Lume também é focada no diálogo entre a produção de seus artistas e museus, instituições e coleções de arte relevantes.

Serviço:

Shunga: Serenos e Ofegantes, individual de Gal Oppido

Local: Galeria Lume

Abertura: 25 de novembro, das 17h às 22h

Período expositivo: 25 de novembro de 2020 até 20 de fevereiro https://www.galerialume.com

Endereço: Rua Gumercindo Saraiva, 54 – Jardim Europa, São Paulo/SP

Telefone: (11) 4883-0351

Classificação indicativa: 18 anos.

“Personagens do Terceiro Reich”: muito além do nazismo, a verdade dos protagonistas

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Novo livro do historiador Rodrigo Trespach apresenta perfil e trajetória das principais figuras envolvidas no regime que produziu a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto.

Hitler era mesmo descendente de judeus? Como foi decidido o Holocausto? Quem mais se suicidou no bunker do Führer? Como o “anjo da morte”, Joseph Mengele, conseguiu escapar para o Brasil? são perguntas que muitas vezes não se encontram nos registros, mas serão respondidas em Personagens do Terceiro Reich: a história dos principais nomes do nazismo e da Alemanha na Segunda Guerra Mundial.

Escrito pelo historiador Rodrigo Trespach e lançado pela Editora 106, o livro apresenta uma nova abordagem sobre um dos tempos mais sombrios da Alemanha e do mundo a partir da biografia de dezenas de pessoas cujas trajetórias se entrelaçaram para produzir a Segunda Guerra e o Holocausto. Na obra, que conta com o endosso do jornalista e historiador Reinaldo José Lopes e de João Barone, baterista da banda Paralamas e aficionado do tema, o autor mostra quem foram os principais nomes ligados direta ou indiretamente ao Terceiro Reich desde sua ascensão até a derrocada, com a vitória dos Aliados.

Na primeira parte do livro, o leitor encontra as biografias de políticos, militares, empresários, artistas e outras pessoas que, ligadas ou não ao Partido Nazista, contribuíram para que Hitler chegasse ao poder. Há também um capítulo dedicado àqueles que resistiram ao Terceiro Reich, em alguns casos, pagando com a própria vida. Na segunda parte, o autor oferece uma lista com personagens, glossário e uma cronologia para referência de leitura e compreensão do livro.

O autor Rodrigo Trespach. Foto: divulgação.

As biografias trazem dados importantes, verdadeiros e íntimos sobre figuras como Goebbels, o mago da propaganda nazista; Himmler, o líder da SS; Mengele, o monstro da medicina; Keitel, o conselheiro; Bonhoeffer, o teólogo da resistência e Stauffenberg, o militar antinazismo, entre outros. Esclarece também fatos raramente mencionados, como o uso de trabalho escravo por empresas alemãs durante o regime.

Com informações relevantes sobre o pensamento e as atitudes de pessoas que tiveram papéis importantes durante o período, são lembradas as figuras responsáveis por instalar um dos mais cruéis regimes já vistos no mundo e por milhões de mortes de judeus e outras minorias étnicas e religiosas. O livro aborda também a trajetória dos resistentes que fizeram a diferença com movimentos como o atentado ao Führer e de pessoas que, por interesse pessoal ou comercial, colaboraram com uma ideologia criminosa, como o fato de vários uniformes nazistas terem sido desenhados por Hugo Boss.

Foco central deste acontecimento, Hitler tem um capítulo inteiro dedicado a ele. Mas muitos outros aspectos da vida, infância e personalidade do ditador são revelados ao longo das biografias de outras pessoas que partilharam da intimidade do Führer como militares, intelectuais, médicos, cientistas, industriais e empresários. Os textos estão todos interligados, mas podem ser lidos de forma independente sem uma ordem cronológica tradicional.

Sobre o autor | Rodrigo Trespach nasceu em Osório, RS. É historiador, pesquisador e autor de doze livros, entre eles, O Lavrador e o Sapateiro (2013), Quatro Dias em Abril (2016), os quatro livros da coleção Histórias não (ou mal) contadas (2017 e 2018) e 1824 (2019). Também é autor de diversos artigos e matérias para jornais e revistas nacionais e internacionais. Veja mais em rodrigotrespach.com.

Sobre a Editora 106 | é o resultado do encontro entre a psicanalista Fernanda Zacharewicz, que já editava obras na área da Psicanálise na Aller Editora, e o jornalista Omar Souza, publisher com mais de 20 anos de experiência. Diferentemente de outras editoras, a marca tem diversificação nos gêneros o que não deixa dúvidas de que há 106 editoras em uma só. Os subselos: 106 Biografias, 106 Ideias (ensaios, Filosofia, História etc.), 106 Pessoas (desenvolvimento pessoal, espiritualidade, negócios etc.), 106 Histórias (ficção histórica e contemporânea), 106 Clássicos (obras e autores consagrados) e 106 Crônicas (textos produzidos por alguns dos melhores cronistas nacionais e internacionais), entre outros, são o compromisso da editora em representar os mais diversos públicos. A exceção será a Aller, já consolidada no universo psicanalítico brasileiro e que identificará os livros publicados para esse segmento.

SESC Interlagos reabre exposição ‘Pasteur, o Cientista’

São Paulo, por Kleber Patricio

Crédito das fotos: Renata Teixeira.

Figura emblemática da ciência, um pesquisador obstinado e um mestre na divulgação científica, o francês Louis Pasteur (1822-1895) é agora homenageado na exposição Pasteur, o Cientista, em cartaz até 29 de novembro no SESC Interlagos. A mostra exibe as descobertas do cientista por meio de obras organizadas em ordem cronológica e traz ao público desde a solução de um enigma químico até a vitória de Pasteur contra a raiva, doença que, no século XIX, era tida como incurável.

Organizada e concebida em 2017 pela Universcience – órgão do Ministério da Cultura da França –, a exposição tem curadoria de Éric Lapie – que assinou mostras como Leonardo Da Vinci, a Natureza da Invenção e Darwin e faleceu antes que essa exposição estivesse pronta – e Astrid Aron e curadoria científica de Maxime Schwartz e já foi exibida no Palais de la Découverte, em Paris. Pela primeira vez fora da França, para sua estreia no Brasil, a exposição contou com curadoria nacional de Juliana Manzoni Cavalcanti e Vanessa Pereira Mello, pesquisadoras doutoras da Fiocruz. É uma realização do SESC São Paulo e da Universcience, com patrocínio da Sanofi Brasil e do Magazine Luiza, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal, e apoio da Embaixada da França no Brasil, da Fiocruz e do Instituto Butantan.

Inaugurada no Brasil em fevereiro, a mostra teve sua visitação interrompida devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19. Reaberta em outubro, a exposição agora pode ser visitada gratuitamente pelo público de quarta a sexta-feira, das 10h30 às 15h, mediante agendamento prévio pelo site SESCsp.org.br/interlagos. As visitas à exposição de Pasteur têm capacidade reduzida para 10 pessoas a cada 30 minutos e o uso de máscara facial é obrigatório para todas as pessoas, durante todo o período. Ao final de cada circuito, antes de receber novos visitantes, é realizada higienização do espaço, das obras e de equipamentos.

A exposição convida o público a conhecer e celebrar vida e obra de Pasteur por meio de vídeos, grafismos, animações, projeções, textos e desenhos. O visitante não apenas conhece a ciência do século XIX – época de desenvolvimento e inovações –, como também revive as descobertas do icônico cientista em experiências interativas e lúdicas. Pasteur, o Cientista tem, ainda, a proposta de trazer a reflexão e discussão sobre a valorização da ciência e do ato histórico como elemento constituinte não somente da memória e da identidade, mas como a mais sólida base para o crescimento e o desenvolvimento da humanidade.

ATO A ATO

Os núcleos da exposição foram estruturados em seis atos, tal qual uma peça de teatro. Os visitantes são recebidos pelos educadores do SESC e conduzidos por um percurso lúdico e interativo que remonta a trajetória e os feitos do célebre inventor.

No Prólogo, o espectador se depara com um busto de Pasteur, escultura na qual é projetada um videomapping e que traz áudio de Marie Pasteur, que narra a trajetória do marido.

No Ato 1 – Cristais e Dissimetria, o visitante assiste às descobertas que Pasteur realizou entre os anos de 1847-1857. É o início de tudo: aos 21 anos, ele decide – e consegue – resolver um mistério da ciência. Aqui, um filme, uma experiência ótica e um jogo de classificação ajudam a entender o processo.

Indo para o Ato 2 – Fermentações, é a hora de conhecer o Pasteur dos anos 1857 e 1876, época em que trabalhou os micro-organismos da fermentação. Por meio de microscópios e jogos interativos, o visitante aprende como o cientista inventou a pasteurização e resolveu impasses de indústrias como a da cerveja e do vinho. No mesmo núcleo, começam as relações com descobertas sobre contaminação por micro-organismos e doenças. De 1859 a 1864, Pasteur viveu a polêmica do surgimento dos micro-organismos. O cientista enfrenta outros cientistas e prova sua teoria.

No Ato 3 – Gerações espontâneas?, o visitante descobre como foi, passo a passo, esse processo por meio de uma multimídia instalada em vitrine mágica.

Nos anos seguintes, entre 1865 e 1869, o cientista trabalha em sua primeira pesquisa em patologias animais. É o Ato 4 – Doenças dos bichos-da-seda, que reúne maquetes, equipamentos de época e dioramas que ilustram o método e as descobertas de Pasteur sobre as doenças dos insetos produtores.

O auge da carreira de Pasteur acontece de 1876 a 1895, época em que se debruça sobre doenças infecciosas. Na época, galinhas e carneiros receberam vacinas em experiências bem-sucedidas. O cientista ganha fama mundial com a invenção da vacina contra a raiva. No Ato 5 – Doenças infecciosas e vacinas, o visitante percorre um cenário lúdico de fazenda e é convidado a interagir com jogos sobre as vacinas, filmes e maquetes que contam como Pasteur chegou até as vacinas contra doenças dos animais.

O ato final, Epílogo – Pasteur e o Brasil traz à tona a relação de Pasteur com o povo brasileiro. Enquanto o célebre cientista fazia a ciência avançar na Europa, os reflexos de suas pesquisas chegavam ao Brasil. D. Pedro II era um grande admirador de Pasteur, trocou correspondência com ele e até tentou trazê-lo para o Brasil, fazendo uma generosa contribuição para a criação do Instituto Pasteur. Foram fundados institutos de pesquisa e diversos cientistas e médicos brasileiros se destacaram na área, em especial Vital Brazil e Oswaldo Cruz.

CIÊNCIA APLICADA À VIDA PRÁTICA

Pasteur não foi o primeiro nem o único a criar uma vacina, mas sua pesquisa e a aplicação da antirrábica o transformaram em símbolo da imunização. Era um cientista com visão exímia: trabalhou na pesquisa ligada à indústria e às atividades econômicas importantes, aperfeiçoando métodos de cultivo e processamento de indústrias relevantes como as do vinho, da seda e de animais de corte. Resolveu problemas logísticos – não ao acaso, seu nome batiza o processo de conservação de alimentos batizado como pasteurização – e salvou atividades econômicas prejudicadas por pragas.

Nascido no interior da França, em 1822, de uma família de curtidores de couro, Louis Pasteur fez avançar a Química e a Medicina no século XIX e, como um dos criadores da Microbiologia, redefiniu horizontes ao provar que existem micro-organismos e ao definir como se reproduzem, proliferam e colonizam outros organismos – e ainda como são responsáveis pelas doenças infecciosas.

Estudou germes, vírus, fungos e demais “seres infinitamente pequenos”. Estabeleceu, assim, novos paradigmas para as ciências e novos procedimentos, inclusive para a Medicina, salvando incontáveis vidas ao introduzir a assepsia nos cuidados com doentes. Antes disso, era comum que os médicos sequer lavassem as mãos nos atendimentos.

Pesquisador respeitado entre seus pares – era de um extremo rigor nos métodos –, ganhou fama mundial também junto ao grande público ao descobrir a vacina contra a raiva, em 1885. No Brasil, tinha muitos seguidores e admiradores, entre os quais o imperador Pedro II e Oswaldo Cruz, que foi um dos cientistas que trabalharam na esteira de suas realizações.

Foi também um brilhante comunicador – hoje, poderia se dizer um ser midiático. Sabia chamar a atenção da comunidade científica e da população para assegurar que suas descobertas chegassem ao maior número possível de pessoas, com demonstrações públicas e grandiloquentes de suas descobertas. “Para provar ao público reunido na Sorbonne que as bactérias estavam por toda parte, mesmo no ar, ele direcionou um projetor de luz para iluminar os grãos de poeira”, comenta Astrid Aron, museógrafa da exposição.

Era também um empreendedor, registrando patentes e criando empresas para explorar suas descobertas. “Seu principal objetivo não era reunir uma fortuna, mas assegurar fundos para prosseguir com as pesquisas”, explica o curador científico Maxime Schwartz, ex-diretor geral do Instituto Pasteur. “Podemos até dizer que Pasteur era uma espécie de precursor das startups de hoje”, conclui.

A fama conquistada pela vitória contra a raiva, com a vacina pioneira em 1885, permitiu que levantasse fundos internacionais para fundar, três anos depois, o Instituto Pasteur, que, com braços pelo mundo, iria disseminar a imunização.

Orientações de segurança para visitantes

O SESC São Paulo retoma, de maneira gradual e somente por agendamento prévio online, a visitação gratuita e presencial a exposições em suas unidades na capital, na Grande São Paulo, no interior e no litoral. Para tanto, foram estabelecidos protocolos de atendimento em acordo com as recomendações de segurança do governo estadual e da prefeitura municipal.

Para diminuição do risco de contágio e propagação do novo coronavírus, conforme as orientações do poder público, foram estabelecidos rígidos processos de higienização dos ambientes e adotados suportes com álcool em gel nas entradas e saídas dos espaços. A capacidade de atendimento das exposições foi reduzida para até 5 pessoas para cada 100 m², com uma distância mínima de 2 metros entre os visitantes e sinalizações com orientações de segurança foram distribuídas pelo local.

A entrada na exposição será permitida apenas após confirmação do agendamento feito no portal do SESC São Paulo. A utilização de máscara cobrindo boca e nariz durante toda a visita, assim como a medição de temperatura dos visitantes na entrada da unidade serão obrigatórias. Não será permitida a entrada de acompanhantes sem agendamento. Seguindo os protocolos das autoridades sanitárias, os fraldários das unidades seguem fechados nesse momento e, portanto, indisponíveis aos visitantes.

Serviço:

Pasteur, o Cientista

Local: SESC Interlagos

Curadoria: Éric Lapie, Astrid Aron e Maxime Schwartz (este último, assina a curadoria científica)

Período expositivo: até 29 de novembro

Funcionamento: quarta a sexta-feira, das 10h30 às 15h

Tempo de visitação: permitida 10 pessoas a cada 30 minutos

Agendamento de visitas: https://www.SESCsp.org.br/interlagos

Classificação indicativa: livre

Grátis

SESC Interlagos – Av. Manuel Alves Soares, 1100 – Parque Colonial, São Paulo/SP. Estacionamento: R$12 para credenciados e R$24 para não credenciados. Para mais informações, acesse o portal SESCsp.org.br/interlagos.

SESC São Paulo anuncia programação de exposições em todo o estado

São Paulo, por Kleber Patricio

15ª Bienal Naïfs do Brasil (SESC Piracicaba). Obra “Cotidiano II” – Alexandra Adamoli. Foto: Paulo Parra Munhoz.

Em novembro, o SESC São Paulo apresenta oito novas exposições nas unidades da capital (24 de Maio, Consolação, Pinheiros, Santana e Santo Amaro), da Grande São Paulo (Guarulhos) e do interior (Piracicaba). Ampla e variada, a programação se integra às dez mostras abertas pela instituição em outubro nas cidades de São Paulo, Santo André, São Caetano, Santos, Sorocaba e Taubaté e contempla públicos diversos, com recortes curatoriais que permeiam a arquitetura brasileira, lusofonia, meio ambiente, ciência e saúde, além de outras questões latentes do mundo contemporâneo.

A diversidade de temas e formatos das exposições é um dos fios que conduzem o Programa de Artes Visuais do SESC São Paulo. São projetos pensados para democratizar o acesso e conhecimento à arte e estimular a reflexão crítica. E, para complementar a experiência, além de visitar as exposições, mediante agendamento prévio online, o público pode participar de atividades gratuitas, como cursos e oficinas e bate-papos, no ambiente virtual.

Exposição “Irreparáveis Reparos” – Kader Attia. SESC Pompeia. Obra “J’acusse”, de Kader Attia.

Entre os destaques da programação, está a 15ª edição da Bienal Naïfs do Brasil, realizada pelo SESC São Paulo tradicionalmente na unidade Piracicaba. Com curadoria de Ana Avelar e Renata Felinto, a Bienal abre em 28 de novembro com obras de 125 artistas de 21 estados brasileiros, além do Distrito Federal, e também com a participação das artistas convidadas Carmela Pereira, Leda Catunda, Raquel Trindade e Sonia Gomes. Sob o título Ideias para adiar o fim da arte, a exposição traz obras em suportes diversos e levanta discussões sobre questões associadas ao fazer artístico; ao meio ambiente; ao feminino enquanto força social, divindade e figura do sagrado e as violências estruturais históricas, entre outras pautas latentes do mundo atual.

No dia 25 de novembro, no coração da capital, o SESC 24 de Maio recebe a exposição inédita no país Infinito Vão: 90 Anos da Arquitetura Brasileira. Com curadoria de Fernando Serapião e Guilherme Wisnik, a mostra, realizada anteriormente na Casa da Arquitectura, em Portugal, traz ao público um recorte da história da arquitetura brasileira – desde a conclusão da primeira das três casas modernistas de Gregori Warchavchik (1928) até o presente – a partir de obras e projetos de 96 arquitetos emblemáticos do país; entre os quais, Lina Bo Bardi, Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha.

Ainda na capital da cidade, estreia no SESC Pinheiros a exposição Transbordar: Transgressões do Bordado na Arte, com curadoria de Ana Paula Cavalcanti Simioni. Em cartaz a partir do dia 26, a mostra reúne obras de mais de 30 mulheres e homens artistas que se utilizam do bordado como um meio expressivo contestador de hierarquias estéticas e sociais. São nomes como Ana Miguel, Anna Bella Geiger, Arthur Bispo do Rosário, Beth Moysés, Fabio Carvalho, Fernando Marques Penteado, Jucelia da Silva, Karen Dolorez, Leonilson, Letícia Parente, Lia Menna Barreto, Nazareth Pacheco, Pola Fernandez, Rodrigo Mogiz, Rosana Palazyan, Rosana Paulino, Rosângela Rennó, Sônia Gomes e Zuzu Angel, entre outros. A mostra traz também alguns trabalhos de arpilleras chilenas.

Exposição Ivald Granato. SESC Guarulhos. Série ‘Pop’, 1968, óleo sobre madeira, 46 x 36cm. Acervo Ivald Granato.

“As exposições que integram a retomada gradual de ações presenciais contemplam temas atuais dos tempos em que vivemos. Há de exposições lúdicas e interativas, mais voltadas ao público infanto-juvenil, até projetos que convidam a reflexões mais densas. Acredito que o propósito da arte e seu poder de transformação social serão reafirmados no atual contexto pandêmico que atravessamos e no pós, também. E essa função social, de agente educador, democrático, está no cerne do SESC São Paulo”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor do SESC São Paulo .

A abertura das exposições ocorre em consonância com as orientações do Governo do Estado de São Paulo e das prefeituras municipais para retomada de atividades presenciais e segue medidas criteriosas de proteção e prevenção da Covid-19 estabelecidas pelos órgãos de saúde pública. O público poderá visitar as mostras de forma gratuita e presencial mediante agendamento prévio online por meio da página de cada unidade no Portal do SESC São Paulo ou em SESCsp.org.br/exposicoes. A fim de manter o distanciamento seguro entre os visitantes, as vagas para sessões são limitadas e variam conforme a unidade.

Confira a seguir a programação das oito novas exposições que o SESC São Paulo traz em novembro.

SESC Guarulhos

My name is IVALD GRANATO Eu sou | O pintor, gravador, desenhista e artista multimídia Ivald Granato (1949-2016) é homenageado na exposição My name is IVALD GRANATO Eu sou, que reúne mais de 500 obras, entre pinturas, objetos, desenhos, cadernos e recursos multimídia que contam 50 anos da trajetória do multifacetado artista.

Curadoria: Daniel Rangel

Período expositivo: 10 de novembro de 2020 a 21 de fevereiro de 2021

Agendamento de visitas em SESCsp.org.br/Guarulhos.

SESC Santo Amaro

Trabalhadores | O trabalho ocupa um espaço na vida das pessoas que, por vezes, se confunde com a própria noção de identidade. A partir desta premissa, a mostra apresenta ilustrações – especialmente a partir da produção literária brasileira da segunda metade do século 19 e a primeira do século 20 – focando em obras nas quais os personagens têm suas trajetórias de algum modo relacionadas a seus trabalhos.

Curadoria: Chico Homem de Melo

Período expositivo: 21 de novembro a 26 de julho de 2021

Agendamento de visitas em SESCsp.org.br/santoamaro.

SESC Consolação

Países Espelhados: Brasileiros e Africanos que Falam Português | Por meio de imagens, artesanatos, têxteis, música, lendas e histórias das tradições oral e escrita, e culinária, a exposição apresenta as trocas culturais entre os países lusófonos Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Curadoria: Renato Imbroisi

Período expositivo: 24 de novembro de 2020 a 27 de fevereiro de 2021

Agendamento de visitas em SESCsp.org.br/consolacao.

SESC Pinheiros

Transbordar: Transgressões do Bordado na Arte | A mostra reúne obras de mais de 30 artistas de diversas gerações, pesquisas e linguagens artísticas que se utilizam do bordado como um meio expressivo contestador de hierarquias estéticas e sociais. São nomes como Ana Miguel, Anna Bella Geiger, Arthur Bispo do Rosário, Beth Moysés, Fabio Carvalho, Fernando Marques Penteado, Jucelia da Silva, Karen Dolorez, Leonilson, Letícia Parente, Lia Menna Barreto, Nazareth Pacheco, Pola Fernandez, Rodrigo Mogiz, Rosana Palazyan, Rosana Paulino, Rosângela Rennó, Sônia Gomes e Zuzu Angel, entre outros. A mostra traz também alguns trabalhos de arpilleras chilenas.

Curadoria: Ana Paula Cavalcanti Simioni

Período expositivo: 26 de novembro 8 de maio de 2021

Agendamento de visitas em SESCsp.org.br/pinheiros.

SESC Piracicaba

15ª Bienal Naïfs do Brasil: Ideias para Adiar o Fim da Arte  | Com a participação de mais de 100 artistas de diferentes regiões do país, a 15ª Bienal Naïfs do Brasil traz discussões sobre temas como meio ambiente; o feminino como força social, como divindade e como figura do sagrado; as violências estruturais históricas; os espaços de coletividade e sociabilidade em ritos, festas e cerimônias e o debate sobre objetualidade e utilidade.

Curadoria: Ana Avelar e Renata Felinto

Previsão de encerramento: 27 de novembro de 2020 a 25 de julho de 2021

Agendamento de visitas em SESCsp.org.br/piracicaba.

SESC 24 de Maio

Infinito Vão: 90 Anos de Arquitetura Brasileira | A exposição traz ao público um recorte da história da arquitetura brasileira a partir de obras e projetos de 96 arquitetos emblemáticos do país, como Lina Bo Bardi, Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha. Com curadoria de Fernando Serapião e Guilherme Wisnik, a mostra compreende desde a conclusão da primeira das três casas modernistas de Gregori Warchavchik (1928) até o presente.

Curadoria: Fernando Serapião e Guilherme Wisnik

Período expositivo: 25 de novembro de 2020 a 27 de junho de 2021

Agendamento de visitas em SESCsp.org.br/24demaio.

SESC Santana

Conflitos, insurgências e resistências | Terceira parte de uma trilogia inspirada nos blocos – a Terra, o Homem e a Luta – da obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, a mostra traz obras dos artistas Denilson Baniwa, Regina Parra, Coletivo Trovoa e Mulambö.

Período expositivo: 27 de novembro de 2020 a 27 de junho de 2021

Agendamento de visitas em SESCsp.org.br/Santana

A programação ainda contempla as dez mostras abertas em outubro, na retomada gradual de atividades presenciais do SESC São Paulo.

SESC Interlagos

Pasteur, o Cientista | Figura emblemática da ciência, um pesquisador obstinado e um mestre na divulgação científica, o francês Louis Pasteur (1822-1895) é agora homenageado na exposição Pasteur, o Cientista. A mostra, organizada e concebida pela Universcience – órgão do Ministério da Cultura da França –, exibe de forma lúdica as descobertas do cientista por meio de obras organizadas em ordem cronológica e traz ao público desde a solução de um enigma químico até a vitória de Pasteur contra a raiva, doença que, no século XIX, era tida como incurável.

Curadoria: Eric Lapie e Astrid Aron

Curadoria científica: Maxime Schwartz

Curadoria nacional: Juliana Manzoni Cavalcanti e Vanessa Pereira Mello (Fiocruz)

Previsão de encerramento: 29 de novembro de 2020

Agendamento de visitas em SESCsp.org.br/interlagos.

SESC Santos

(Re)Inventar – Artistas Criadores | Trajetórias singulares de artistas inventivos, cujas criações ampliaram o universo da arte brasileira, estão no cerne da exposição (Re)Inventar – Artistas Criadores. Com curadoria de Angela Mascelani, a mostra apresenta mais de 200 obras que integram o acervo do Museu Casa do Pontal, do Rio de Janeiro, criações de cerca de 33 artistas populares do Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Pernambuco.

Curadoria: Angela Mascelani

Previsão de encerramento: 13 de dezembro de 2020

Agendamento de visitas em SESCsp.org.br/santos.

SESC Carmo

Perambular | As diferenças e similaridades entre a cultura brasileira e a portuguesa conduziram a escritora, arte-educadora e atriz Selma Maria por uma intensa pesquisa de dez anos. Acompanhada pelo escritor José Santos, ela se aventurou em viagens que cruzaram o Atlântico em busca de objetos múltiplos sobre a temática. O resultado é apresentado na mostra por meio de brinquedos e objetos diversos que aludem às características culturais dos povos brasileiros e portugueses.

Curadoria: Selma Maria e José Santos

Previsão de encerramento: 28 de janeiro de 2021

Agendamento de visitas em SESCsp.org.br/carmo.

SESC Pompeia

FARSA. Língua, fratura, ficção: Brasil-Portugal | Com curadoria de Marta Mestre e curadoria adjunta de Pollyana Quintella, FARSA investiga as relações entre linguagem, arte, poesia, política, discriminação e questões de gênero em contextos coloniais por meio de trabalhos de mais de 50 artistas, entre os quais Andrea Tonacci, Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino, Grada Kilomba, Gretta Sarfaty, Lygia Pape, Movimento Feminino Pela Anistia No Brasil, Paulo Bruscky, Pietrina Checcacci, Regina Silveira, Regina Vater e Renata Lucas, entre outros.

Curadoria: Marta Mestre e Pollyana Quintella (adjunta)

Previsão de encerramento: 30 de janeiro de 2021

Agendamento de visitas em SESCsp.org.br/pompeia.

SESC Pompeia

Kader Attia – Irreparáveis Reparos | Expondo pela primeira vez na América Latina, o artista franco-argelino Kader Attia exibe ao público brasileiro obras inéditas e trabalhos emblemáticos de seus mais de 20 anos de carreira, cuja produção lida com reparação, pós-colonialismo, diásporas africanas e questões relacionadas a como essas marcas históricas são vividas e revistas entre as nações.

Curadoria: Carolin Köchling

Previsão de encerramento: 30 de janeiro de 2021

Agendamento de visitas em SESCsp.org.br/pompeia.

SESC Sorocaba

Entre Bits, Átomos e Afetos | Unindo arquitetura, design, ciência, tecnologias digitais e emoções, a primeira exposição individual de Guto Requena convida o público a experimentar empatia e afetividade por meio de instalações interativas e imersivas.

Curadoria: Estúdio Guto Requena

Previsão de encerramento: 31 de janeiro de 2021

Agendamento de visitas em SESCsp.org.br/Sorocaba.

SESC Bom Retiro

Caipirismo – José Antônio da Silva e Jocelino Soares | A mostra reúne 55 obras de dois artistas brasileiros que dividiram, por um tempo considerável, o mesmo espaço geográfico: a cidade de São José do Rio Preto. São trabalhos que revelam universos culturais e sociais do interior paulista através de um panorama de paisagens, retratos, temas religiosos e alegóricos.

Curadoria: Odécio Visintin Rossafa Garcia e Romildo Sant’Anna

Previsão de encerramento: 31 de janeiro de 2021

Agendamento de visitas em SESCsp.org.br/bomretiro.

SESC Santo André

Entre Bordas: Sons que Escapam | A exposição presta homenagem ao músico, performer e compositor americano John Cage e reúne trabalhos de Paulo Nenflídio, Sandra Cinto, Thomaz Rosa, Renan Marcondes e Bruno Kurru que tratam da sutileza sonora da quietude, do poder enunciativo do que é som em potencial.

Curadoria: Paula Braga

Previsão de encerramento: 7 de março de 2021

Agendamento de visitas em SESCsp.org.br/santoandre.

SESC São Caetano

Sala de Estar | A exposição é resultado de um curso conduzido pela curadora junto a professores da rede pública de ensino de São Caetano do Sul. Ao longo do processo, que ocorreu antes da pandemia, eles pesquisaram e selecionaram algumas obras do Acervo SESC de Arte a partir de três módulos temáticos – Pessoas/Corpo; Paisagens/Lugares e Paisagens/Objetos. O resultado do primeiro módulo reúne trabalhos de Bárbara Wagner & Benjamin de Burca, Brígida Baltar, Cândido Portinari, Claudio Tozzi, Dalton Paula, Luiz Paulo Baravelli, Nino Cais e Sônia Ribeiro Paul.

Curadoria: Valquíria Prates

Previsão de encerramento: maio de 2021

Agendamento de visitas em SESCsp.org.br/saocaetano.

SESC Taubaté

#OcupaSacy | Por meio de uma cenografia lúdica e interativa, a exposição convida o público de todas as idades a conhecer as curiosidades, lendas, histórias e curiosidades acerca da figura do Sacy.

Curadoria: Rudá K. Andrade

Previsão de encerramento: 23 de maio de 2021

Agendamento de visitas em SESCsp.org.br/taubate.

Orientações de segurança para visitantes

O SESC São Paulo retoma, de maneira gradual e somente por agendamento prévio online, a visitação gratuita e presencial a exposições em suas unidades na capital, na Grande São Paulo, no interior e no litoral. Para tanto, foram estabelecidos protocolos de atendimento em acordo com as recomendações de segurança do governo estadual e da prefeitura municipal.

Para diminuição do risco de contágio e propagação do novo coronavírus conforme as orientações do poder público, foram estabelecidos rígidos processos de higienização dos ambientes e adotados suportes com álcool em gel nas entradas e saídas dos espaços. A capacidade de atendimento das exposições foi reduzida para até 5 pessoas para cada 100 m², com uma distância mínima de 2 metros entre os visitantes e sinalizações com orientações de segurança foram distribuídas pelo local.

A entrada na unidade será permitida apenas após confirmação do agendamento feito no portal do SESC São Paulo. A utilização de máscara cobrindo boca e nariz durante toda a visita, assim como a medição de temperatura dos visitantes na entrada da unidade serão obrigatórias. Não será permitida a entrada de acompanhantes sem agendamento. Seguindo os protocolos das autoridades sanitárias, os fraldários das unidades seguem fechados nesse momento e, portanto, indisponíveis aos visitantes.

Cerrado: quais os impactos causados pelas mudanças climáticas discutidas atualmente?

Cerrado, por Kleber Patricio

Veredas protegidas pela Save Cerrado, em setembro de 2020. Foto: Giovanna Louzi – gilouzi_ph.

As mudanças climáticas em curso representam o maior desafio da humanidade na atualidade. O prolongamento dos períodos de seca e o aumento do volume das chuvas e da ocorrência de tempestades, além de maiores temperaturas médias em várias regiões, têm efeitos diretos sobre a produção de alimentos e matérias-primas. “Com o aquecimento global, teremos a extinção de várias espécies, o aumento do nível do mar – que pode provocar inundações -, e o comprometimento do fornecimento de serviços ambientais. De um modo geral, todos os aspectos citados interferem diretamente na economia atual e na vida em sociedade”, alerta o gestor ambiental Hiuri Metaxas.

Cada vez mais, pessoas parecem ter mais consciência sobre os desastres que tais impactos ambientais causam. Uma pesquisa realizada pela Ipsos em maio comprovou isso, mostrando que a preservação ambiental está intensificando sua relevância, mesmo em um cenário de pandemia. Na opinião de 85% dos brasileiros, a proteção do meio ambiente deve ser uma prioridade do governo no plano de recuperação do país pós-Covid-19. O estudo ouviu participantes de 16 países, sendo 1.000 no Brasil.

Natureza destruída | De acordo com o fundador e presidente da ONG Save Cerrado, Paulo Bellonia, quando o homem destrói uma floresta nativa para abrir terras, construir barragens e explorar atividades do agronegócio, está iniciando um ciclo perigoso de perda de biodiversidade e desencadeando problemas que podem afetá-lo diretamente, como a mudança climática. “Essa intensa onda de calor pode favorecer a propagação do fogo por várias regiões do país. O Brasil está em chamas e isso não é uma figura de linguagem. Os principais biomas do país e do mundo estão queimando”.

O fundador da Save Cerrado, Paulo Bellonia. Foto: divulgação/Save Cerrado.

De acordo com levantamento e imagens de satélites do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), a quantidade de focos de incêndio tem crescido por todo o território brasileiro. Os biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal ocupam os três primeiros lugares do ranking negativo. Os dados são do período de janeiro a setembro de 2020.

Mudança climática | Bellonia explica que as queimadas operam em um ciclo preocupante. “Quanto mais se desmata, mais emissão de gases de efeito estufa, mais calor, mais queimadas, mais ocorrências de incidentes naturais com chuvas intensas em curto espaço de tempo, ventos extremos em locais que jamais ocorreram, como em Santa Catarina no primeiro semestre desse ano. Ao queimar a vegetação, são novamente liberados gases do efeito estufa na atmosfera, potencializando as mudanças climáticas, que, por sua vez, causam aumento de temperatura e clima mais seco em diversas regiões do mundo”.

A Organização Mundial de Meteorologia prevê para o período de 2020/2024 aumento de temperatura, redução de chuvas e, consequentemente, períodos mais secos em algumas regiões, incluindo a América do Sul. Isto pode alterar os ecossistemas de maneira que a biodiversidade, muitas vezes, não consiga se adaptar.

Bellonia esclarece que uma biodiversidade em equilíbrio mantém o meio ambiente saudável, questão fundamental para evitar a ocorrência de doenças, incluindo pandemias, como o coronavírus, um reflexo duro na humanidade mundial neste ano. “Os biomas estão interligados; enquanto o Cerrado é conhecido como a caixa d’água do Brasil por concentrar as nascentes de muitos rios e bacias hidrográficas, a Amazônia produz uma série de serviços ambientais distribuídos pelo país e um deles é levar chuvas para regiões distantes. Os chamados “rios voadores” podem ser enfraquecidos devido ao desmatamento e, consequentemente, levar menos umidade para as outras regiões, incluindo o Pantanal”.

Como podemos ajudar? | Proteger florestas nativas no Cerrado e os demais ambientes naturais é fundamental na luta contra as crises climática e da biodiversidade e cabe a nós resistir a este modelo de destruição.  “Defender o equilíbrio do ecossistema é preservar a saúde e o bem-estar humano. Tudo está inserido dentro de um importante ciclo”, alerta o especialista. Por isso, fundou a Save Cerrado, uma ONG que atua exclusivamente no Cerrado, bioma com uma das maiores riquezas de biodiversidade do planeta. “Nossas ações estão relacionadas com áreas específicas e de altíssima relevância de preservação para a sociedade brasileira e mundial, tanto pela importância das águas quanto pelo fato de se tratar de um Hotspot, tudo com total transparência de onde exatamente os recursos estão sendo aplicados”, informa. Hotspots são áreas com grande biodiversidade e ameaçadas de extinção, se concentram em apenas 2,3% da superfície do planeta e detêm cerca de 60% do patrimônio biológico do mundo.

Bellonia finaliza explicando que, proporcionalmente, o Cerrado é o bioma mais desmatado do Brasil. “De acordo com a lei, 80% das áreas privadas podem ser utilizadas para o agronegócio, favorecendo o desmatamento e impactando na perda de uma da mais rica biodiversidade do planeta, além de acelerar o aquecimento global. Nós da Save Cerrado evitamos o desmatamento em áreas privadas prioritárias para conservação e desenvolvemos ações sustentáveis de recuperação de veredas, educação ambiental e extrativismo sustentável, envolvendo as comunidades e cooperativas locais. Hoje temos o orgulho de trabalhar na proteção de uma área de 180 milhões de m² em um dos 4 principais mais importantes corredores de preservação do cerrado.”

A Save Cerrado é uma Organização sem Fins Lucrativos (ONG), que atua na recuperação e preservação de áreas críticas do Cerrado, localizada dentro ou próxima de UC’s e que, nos termos da legislação tributária brasileira, goza de isenção com relação aos tributos federais devidos sobre suas receitas. Acesse o site da organização e saiba mais sobre o projeto e como você pode ajudar a combater ao desmatamento de áreas privadas em UC’s, “adotando” sua área e ajudando a preservar os 180 milhões de m² no Cerrado.