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DAN Galeria Interior apresenta mostra ‘Amazonia Vida’, de José Roberto Aguilar

Votorantim, por Kleber Patricio

José Roberto Aguilar, Flores da Permissão (2023).

José Roberto Aguilar mergulha nas dimensões físicas e simbólicas da Amazônia por meio da pintura, retratando a floresta como uma entidade viva, repleta de cor e movimento. A mostra ‘Amazônia Vida’, em cartaz na DAN Galeria Interior, em Votorantim, explora a relação entre a natureza e a humanidade, os ciclos da vida, o conceito de tempo e a impermanência. Com curadoria de Fabio Magalhães, a exposição reúne 31 telas e a instalação ‘Guardiões das Águas’.

“Tentar categorizar a arte de Aguilar é correr atrás do vento”, escreve o jornalista Leonor Amarante. José Roberto Aguilar entrou na cena artística brasileira no início dos anos 1960, quando foi selecionado para participar com três pinturas na VII Bienal São Paulo. A partir daí integra as mais importantes manifestações artísticas do país. Seus trabalhos e intervenções ao longo de seis décadas vão desde a pintura – passando por videoarte, videoinstalação, performances – à liderança da Banda Performática.

José Roberto Aguilar, Seringueiras | 2015. 1,00 m x 1,00 m | acrílica sobre tela.

Aguilar participou de várias edições da Bienal de Arte de São Paulo e realizou inúmeras exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior – Japão, Paris, Londres, Estados Unidos e Alemanha. Suas pinturas estão presentes no acervo de museus no Brasil e no exterior (Museu de Arte Moderna – Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea – São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea – Niterói, Museu de Arte Brasileira – SP, Hara Museum-Japan, Austin Museum of Art-US) e também integram importantes coleções particulares (Gilberto Chateaubriand, João Sattamini, Haron Cohen, Gregory Ryan, Joaquim Esteves, Jovelino Mineiro, Miguel Chaia, Roger Wright, Ricardo Akagawa, João Carlos Ferraz entre outros). Em meados nos anos 1990 tornou-se diretor da Casa das Rosas, dinamizando aquele espaço cultural com grandes exposições sobre cultura brasileira (1996-2002) e iniciativas pioneiras com arte e tecnologia. O seu trabalho como gestor cultural fez com que fosse convidado pelo então Ministro da Cultura, Gilberto Gil, para ser o representante do Ministério da Cultura em São Paulo (2004-2007). Atualmente, Aguilar concentra em seu acervo importantes obras e documentos da história da arte e da cultura no Brasil. Compreende quadros, instalações, fotografias, documentos, livros, entre outros.

Para o curador, “Aguilar sempre pintou como um lutador. O embate entre tintas e tela e a coreografia gestual, são atores importantes na construção da sua poética visual. Isto é, o artista desenvolve um verdadeiro corpo a corpo com a tela, numa relação veloz entre pensamento e ação. Basta visitar seu ateliê para perceber que nesses embates pictóricos seus golpes de tinta extravasam, em muito, os limites da tela.”

José Roberto Aguilar, Seringueiras | 2015. 1,00 m x 1,00 m | acrílica sobre tela.

Desde 2004, o artista se divide entre São Paulo e Alter do Chão, no Pará, onde mantém casa ateliê e uma forte relação com a Floresta Amazônica e a comunidade ribeirinha local. “O bioma amazônico acende uma nova poética no meu trabalho, onde as forças indomáveis da floresta tropical confrontam a sensibilidade urbana. Em Alter do Chão, mergulho na vastidão do ecossistema amazônico, onde a luz de cada manhã e o matiz de cada pôr do sol revelam a vida oculta da floresta. Aqui, entre as vinhas, os pássaros e a sabedoria dos xamãs, encontro um mundo onde tudo está conectado, onde a vida e a morte dançam em um ciclo contínuo de renovação”, diz José Roberto Aguilar

“Como diretora da DAN Galeria Interior, é uma grande honra poder produzir a exposição ‘Amazônia Vida’ de José Roberto Aguilar. Esta exposição, que conta com curadoria de Fabio Magalhães, inaugura a representação do artista pela galeria. O trabalho de Aguilar continua a ser relevante e influente na arte contemporânea assim como seu espírito inovador que deixou uma marca indelével no cenário artístico brasileiro. A curadoria sensível de Magalhães conseguiu comprovar porque Aguilar é uma figura central na história da arte brasileira, atravessando o tempo com mais de cinco décadas de produção artística”, diz Cristina Delanhesi.

Sobre o artista
José Roberto Aguilar (São Paulo, SP, 1941) | Pintor, videomaker, performer, escultor, escritor, músico e curador.

A partir dos anos 1950, José Roberto Aguilar realiza obras que possuem um caráter mágico-expressionista, em diálogo com a abstração, caracterizadas pela espontaneidade na pintura, obtida pela aplicação rápida da tinta. Autodidata, integra o movimento performático-literário Kaos, em 1956, com Jorge Mautner (1941) e José Agripino de Paula. Em 1963, expõe pinturas na 7ª Bienal Internacional de São Paulo. Considerado um dos pioneiros da nova figuração no Brasil, participa da mostra Opinião 65, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ, em 1965. Na Série Futebol 1 (1966), emprega manchas de cor e tintas escorridas, em cores contrastantes, causando grande impacto pelo caráter fantástico das figuras disformes. Por volta de 1963, sua obra passa a revelar preocupações político-sociais. O artista realiza experiências com pinturas a spray e pistola sobre grandes superfícies de tela. Por meio dessas técnicas, obtém efeitos originais, captando a atmosfera dos luminosos em néon, típica das metrópoles atuais.

José Roberto Aguilar, Seringueiras | 2015. 1,00 m x 1,00 m | acrílica sobre tela.

Nessa época, passa a pintar com spray e pistola de ar comprimido. Vive em Londres, entre 1969 e 1972, e em Nova York, entre 1974 e 1975, época em que inicia suas experimentações com vídeo. Volta a morar em São Paulo em 1976. No ano seguinte, participa da 14ª Bienal Internacional de São Paulo com a instalação Circo Antropofágico Ambulante Cósmico e Latino-Americano Apresenta Esta Noite: A Transformação Permanente do Tabu em Totem, em que expõe 12 monitores de TV no palco do Teatro Ruth Escobar. Em 1981, além da Banda Performática, lança o livro A Divina Comédia Brasileira. Em 1989, realiza a performance Tomada da Bastilha, com a participação de 300 artistas e assistida por cerca de 10 mil pessoas em São Paulo. Nos anos 1990, faz pinturas em telas gigantes e esculturas em vidro e cerâmica.

Em 2002, na exposição Rio de Poemas, Aguilar realiza uma série de telas inspiradas em textos literários, como o conto A Terceira Margem do Rio, de Guimarães Rosa (1908–1967). A atração pela literatura e pela mitologia são constantes na produção do artista. Ele apropria-se da escrita e dos signos gráficos, tornando-os elementos integrantes de suas telas. Em suas pinturas, apresenta uma dinâmica multidirecional e revela a articulação de emoções. Nas telas da série Rio de Poemas, o artista diminui a gestualidade, produzindo pinturas quase diáfanas.
Sobre a DAN Interior | A DAN Interior é um espaço que abrange obras de grandes formatos e que funciona como um espaço mediador entre o interior e a capital. Sua infraestrutura conta com reserva técnica para armazenamento de seu acervo e dispõe de um heliponto. O setor educativo da instituição proporciona atividades e ações de cunho sociocultural, como visitas mediadas e debates entre artistas representados pela DAN Galeria e outros artistas da região metropolitana da região de Votorantim e Sorocaba, criando uma interface mais atrativa também para o público local.
Serviço:

DAN Galeria Interior – Amazônia Vida, de José Roberto Aguilar
Curadoria de Fabio Magalhães
Período expositivo: de 14 de setembro de 2024 à 14 de janeiro de 2025
De segunda a sexta-feira das 10h às 18h e sábados das 10h às 13h
Agendamentos no WhatsApp – (15) 99136-0301

Av. Ireno da Silva Venâncio, 199 – Protestantes, Votorantim, SP – Galpão 20 A.

(Fonte: Com Marianna Rosalles/A4&Holofote Comunicação)

Violonista Welton Nadai lança videoclipes com versão instrumental de dois clássicos da MPB

Rio Claro, por Kleber Patricio

Gravação do clipe de Insensatez. Fotos: Divulgação.

O violonista Welton Nadai acaba de lançar dois videoclipes com uma belíssima interpretação instrumental de dois grandes clássicos da Música Popular Brasileira: ‘Eu Sei Que Vou Te Amar’, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, e ‘Insensatez’ de Tom Jobim. Com uma produção impecável e interpretação particular e marcante de Welton Nadai, as versões destas duas importantes obras da música brasileira são executadas em cenário íntimo e espetacular, envolvendo o público em um momento poético e acolhedor.

O clipe de ‘Eu Sei que Vou Te Amar’ foi gravado no antiquário Vila Del Capo, em Brotas. “Foi uma escolha bem especial. O lugar tem uma arquitetura linda e está cheio de objetos antigos, com uma beleza única, que acabou trazendo toda uma atmosfera diferente para o vídeo. Aproveitamos o cenário ao máximo para dar um toque a mais no sentimento da música”, explica Welton Nadai.

Todo o processo, desde a concepção da ideia até o lançamento, durou cerca de três meses. “Foi um período intenso, mas gratificante. O áudio foi gravado no estúdio Lab Sound, em Piracicaba. Depois, a edição ficou por conta da Rede Vinil Produtora, que fez um trabalho impecável unindo tudo – som, imagem e aquela vibe especial do antiquário. O resultado ficou super harmonioso, com o visual e a música se complementando de uma forma muito natural”, comenta.

O videoclipe de ‘Insensatez’ foi gravado no teatro do Centro Cultural Roberto Palmari, em Rio Claro. O teatro possui um palco com estilo aberto, o que permitiu a criação de um efeito visual único. “A exposição das velas foi pensada para que o músico parecesse flutuar, dando um toque especial à estética do vídeo, o que combinou perfeitamente com a sutileza da música”, conta o violonista.

Com sua sensibilidade habitual, Welton Nadai traduz ao violão toda a intensidade e emoção típicas das canções de Tom Jobim, encantando tanto fãs da MPB quanto apreciadores da música instrumental.

A produção dos videoclipes é uma realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas, e Instituto Lumiarte, através do programa ProAC-ICMS. Conta com o patrocínio das empresas Eco Primos, Indústria de Urnas Bignotto, Doimo Transportadora e Sapataria Lago Azul. Toda a produção ficou sob a responsabilidade do Instituto Lumiarte, Aline Pinton Produções, Auto Reverse Produção Multimídia, Mary Favoretto Produções e Rede Vinil Produtora. Os clipes estão disponíveis no canal @WeltonNadai, no YouTube.

Sobre Welton Nadai

Welton no Lab Sound, em Piracicaba.

Welton Nadai nasceu em Rio Claro e se interessou pelo universo do violão erudito ainda na adolescência. Estudou no Conservatório Dramático e Musical de Tatuí/SP e é formado em Licenciatura em Música pela Faculdade Unincor (Universidade Vale do Rio Verde em Três Corações/MG). É Pós-Graduado em Arte e Educação pela Faculdade Integrada Claretianas de Rio Claro/SP e atualmente desenvolve diversos trabalhos com o violonista Pedro Cameron, a quem também deve boa parte da sua formação.

Em 2012, lançou o álbum ‘Violões Artes Trio’ com os violonistas Pedro Cameron e Lucas Penteado, e em 2018, como produtor, o álbum do Brasilis Guitar Duo ‘O Violão bem Temperado’, formado por Edson Lopes e Guilherme Sparrapan.

Em 2019 lançou o EP Circuito do Violão, com participação da Orquestra de Violões e Violões Artes Trio. Em 2020, produziu a web série Violão na Escola e em 2021 lançou seu primeiro álbum solo ‘Pedro Cameron’, com obras contemporâneas do violonista homenageado.

Paralelamente, Welton Nadai está à frente de diversos projetos culturais, como o Projeto Violão nas Escolas, que incentiva a música erudita e instrumental entre estudantes e professores, e a produção de conteúdo para diferentes plataformas digitais. São diversas iniciativas com o mesmo propósito: conceber e executar ações culturais no interior paulista. 

Saiba mais sobre Welton Nadai: YouTube | Instagram

Eu Sei Que Vou Te Amar: https://www.youtube.com/watch?v=vxTUBPILeDM

Insensatez: https://www.youtube.com/watch?v=XcTH7izLtlE.

(Fonte: Com Ivone Moreira/ImPauta Comunicação)

Mostra na Biblioteca Brasiliana narra história da tipografia paulistana

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Jade Piaia.

Inaugurada em agosto, a exposição Tipografia Paulistana: Os Primeiros 100 Anos de Impressão na Cidade de São Paulo apresenta uma coleção de artefatos gráficos que narra a história da tipografia na maior metrópole do país. A mostra proporciona uma visão aprofundada das práticas e técnicas tipográficas empregadas na capital paulista desde 1827, destacando a evolução do design e da produção gráfica ao longo do período de impressão com tipos móveis dos séculos 19 e 20. Definida como a arte e a técnica de criar e aplicar caracteres, estilos e arranjos visuais das palavras, a tipografia engloba desde o design de fontes até o layout e a estética de textos, sejam eles físicos ou digitais.

Em exibição na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM USP), no campus da Universidade de São Paulo, o evento também se destina a preservar a memória tipográfica material em meio à crescente digitalização do cotidiano contemporâneo e quer atrair o interesse de pesquisadores, historiadores e entusiastas da cultura gráfica pela conservação do patrimônio e da história da tipografia paulistana, documentada por meio dessas peças. Os alunos de graduação também são um público-alvo significativo, já que muitas das pesquisas que resultaram na exposição vêm de projetos de iniciação científica. A mostra oferece uma oportunidade para os públicos mais jovens conhecerem a produção mecânica anterior às tecnologias digitais, enquanto os visitantes mais experientes podem reviver memórias associadas a impressos que marcaram suas infâncias.

A exposição foi inspirada por colaborações em pesquisas realizadas entre as professoras Jade Samara Piaia, atual docente do Departamento de Design e do Programa de Pós-Graduação em Design sediados na Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design (Faac) da Unesp, e Priscila Lena Farias, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. No seu pós-doutorado, iniciado em 2019, sob supervisão de Priscila Farias, Jade Piaia investigou, com bolsa Fapesp, ‘O repertório tipográfico da Tipografia Hennies: contribuições para a memória gráfica paulistana’, o que convergiu nas balizas da atual exposição.

O tema central da exposição segue o eixo de um projeto de pesquisa liderado pela professora Priscila Farias, que se concentrou na produção das oficinas tipográficas de São Paulo entre 1827 e 1927. Os resultados desses estudos, que incluem pesquisas de iniciação científica, doutorado e pós-doutorado, revelam um valioso repertório tipográfico. Segundo Jade Piaia e Priscila Farias, que são coordenadoras e também curadoras da mostra, a exposição foi concebida como uma maneira de conectar esses resultados acadêmicos aos materiais impressos que inspiraram e sustentaram essas investigações.

A curadoria, também assinada por Fabio Pereira e Marcos Mello, foi organizada a partir do acervo da BBM, com a colaboração de instituições como o Museu Paulista, o Museu Republicano de Itu, o Arquivo Geral da USP, o Arquivo Público do Estado de São Paulo, a Oficina Tipográfica São Paulo e itens de coleções particulares.

A seleção das peças destaca obras raras, originais e fac-símiles, com enfoque em impressores e empresas pioneiras em São Paulo ativas entre 1827 e 1927, como Jorge Seckler, Viúva Sobral, Typographia Hennies Irmãos, Typographia Imparcial de Marques & Irmão e a Typographia d’O Farol Paulistano. Algumas obras que extrapolam o período destacado foram incluídas pela sua relevância, como trabalhos de Elvino Pocai e exemplares do jornal O Clarim da Alvorada. Além dos artefatos principais, os visitantes têm a oportunidade de conhecer peças raras utilizadas por tipógrafos da época, como catálogos de tipos móveis, materiais didáticos de tipografia e ferramentas de trabalho.

Entre as principais obras em exibição, a professora Jade Samara Piaia destaca os três exemplares originais do Farol Paulistano, o primeiro jornal impresso em São Paulo em 1827 como especialmente significativo para a história da tipografia paulistana. Esses exemplares são notáveis por apresentarem diferentes configurações do cabeçalho do jornal e por incluírem a assinatura da oficina tipográfica responsável. Outro destaque é o Almanaque de Jorge Seckler, cedido à exibição pelo Museu Republicano de Itu devido ao seu valor histórico. Aberta no dia 8 de agosto, a exposição contou com a presença de Waldemar Hennies, de 87 anos, o último dos proprietários da Typographia Hennies Irmãos, cujas atividades foram encerradas em 1992.

“Foi gratificante contar com a presença do senhor Waldemar Hennies, que pertence à terceira geração dos donos da Typographia Hennies, na abertura da exposição. A participação dos materiais da Typographia Hennies Irmãos é especialmente significativa para mim, pois foi o foco da minha pesquisa de pós-doutorado”, diz a docente da Unesp. A mostra ainda inclui a revista Íris, a revista Álbum Imperial, livros de poesia do século 19 e catálogos de tipos da Typographia Hennies. A exposição foi organizada para permitir aos visitantes uma visão das obras originais e da memória das oficinas tipográficas. Inclui, por exemplo, etiquetas gráficas e papéis timbrados das oficinas, extraídos do Arquivo Público do Estado de São Paulo que mostram como essas empresas se identificavam e comercializavam seus produtos.

“A exposição vai além da simples ampliação da circulação de informações pela tipografia. As pesquisas revelam um rico repertório visual que circulava em São Paulo. Não só em livros, mas também em impressos efêmeros como revistas e anúncios comerciais. Esses elementos mostram características culturais e gráficas que se refletiam até mesmo em letreiros, preservados em fotografias antigas. O estudo das oficinas tipográficas, de seus proprietários e funcionários proporciona uma visão sobre o crescimento e a diversificação da cidade, especialmente com a imigração europeia em alta no final do século 19”, analisa a professora Jade Piaia.

Disponível até 9 de outubro, a exibição apresenta produções tipográficas notáveis por seu pioneirismo e contribuição para o campo. Após o término na Cidade Universitária da USP, está previsto que uma versão reduzida e fac-similar da mostra seja exibida na biblioteca do campus de Bauru da Unesp. Por meio de um projeto de extensão, os estudantes de design da Unesp se engajaram no desenvolvimento e na divulgação da mostra, participando de forma efetiva da construção da identidade visual do evento e acompanhando a abertura da exposição na capital paulista. Durante o projeto de extensão, além de discutirem os conceitos e as teorias envolvidos na mostra, eles viajaram de Bauru a São Paulo para visitar a Oficina Tipográfica São Paulo.

O site oficial da exposição também lançará uma versão virtual permanente, assegurando que parte do acervo continue acessível de modo online após o encerramento da exposição física em São Paulo. A plataforma Tipografia Paulistana fornece detalhes sobre as oficinas, seus serviços, as pessoas envolvidas e o repertório tipográfico.

Tipografia Paulistana: os primeiros 100 anos de impressão na cidade de São Paulo

Data: até 9 de outubro de 2024
Local: Sala Multiuso, no subsolo da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, Rua da Biblioteca, 21 – Cidade Universitária, São Paulo – SP
Dias e horários: de segunda-feira a sexta-feira, das 8h30 às 18h30
Ingresso: Entrada gratuita e sem necessidade de agendamento prévio
Coordenação: Jade Samara Piaia (Faac-Unesp) e Priscila Lena Farias (FAU-USP)
Curadoria: Jade Samara Piaia, Priscila Lena Farias, Fabio Mariano Cruz Pereira e Marcos Mello
Mais informações: site https://tipografia-paulistana.bbm.usp.br/ e plataforma Tipografia Paulistana https://labvisual.fau.usp.br/tipografiapaulistana/.

(Fonte: Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp)

Centro Cultural Vale Maranhão recebe exposição ‘Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação’

São Luís, por Kleber Patricio

Foto: Lucas Santana/RedeMoinho.

São Luís, capital do Maranhão, é a terceira cidade brasileira a receber a exposição itinerante Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação sobre línguas indígenas do Brasil. Realizada pelo Museu da Língua Portuguesa, com correalização do Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM), a mostra conta com articulação e patrocínio máster do Instituto Cultural Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet. A exposição ficará em cartaz no CCVM até 22 de novembro de 2024, com uma série de novidades em relação à versão original, realizada na sede do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. A curadoria da exposição é da artista indígena e mestre em Direitos Humanos Daiara Tukano e a cocuradoria é da antropóloga Majoí Gongora.

Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação propõe um mergulho na história, memória e realidade atual das línguas dos povos indígenas do Brasil por meio de objetos etnográficos, arqueológicos, instalações audiovisuais e obras de arte. A exposição busca mostrar outros pontos de vista sobre os territórios materiais e imateriais, histórias, memórias e identidades desses povos, trazendo à tona suas trajetórias de luta e resistência, assim como os cantos e encantos de suas culturas.

Uma das novidades da itinerância em São Luís são os objetos coletados em sítios arqueológicos do Maranhão, que pertencem ao acervo do Centro de Pesquisa e História Natural e Arqueologia do Maranhão. Entre eles, uma vasilha de cerâmica de tradição tupi-guarani com decoração interna e dois machados semilunares. Haverá também artefatos dos acervos do Museu Casa de Nhozinho, como discos auriculares do povo Canela, e do próprio Centro Cultural Vale Maranhão, como maracás dos povos Guajajara, Gamela e Canela, buzinas dos povos Timbira, maruanã do povo Wayana e tembetá do povo Ka’apor.

“Nhe’ẽ Porã é uma exposição necessária e urgente. Ela possibilita, àqueles que a visitam, aprofundar-se no universo dos povos originários brasileiros: são mais de 267 povos, falantes de mais de 150 línguas diferentes. Ao articularmos e apoiarmos a realização da exposição junto ao Museu da Língua Portuguesa e à Unesco, contribuímos para significar ainda mais a Década Internacional das Línguas Indígenas. A itinerância de Nhe’ẽ Porã dá sequência à circulação da exposição em 2024, possibilitando que mais pessoas conheçam sobre os povos originários e, assim, reflitam sobre diferentes formas de criar, viver e conviver”, diz o diretor presidente do Instituto Cultural Vale, Hugo Barreto.

“É com alegria que levamos a Nhe’ẽ Porã para o Centro Cultural Vale Maranhão, em São Luís. As itinerâncias possibilitam que mais gente tenha acesso à diversidade e à urgência de preservação de mais de uma centena de línguas indígenas faladas ainda hoje no Brasil. Cada espaço cultural que recebe este projeto tem inserido peças de acervos de museus locais, chamando a atenção para essas importantes coleções. O projeto celebra a Década Internacional das Línguas Indígenas promovida pela Unesco e destaca a perspectiva multilíngue do território brasileiro, focando também na influência dos povos originários no português do Brasil”, afirma Renata Motta, diretora executiva do Museu da Língua Portuguesa.

Saiba mais sobre a exposição 

Exposição Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação, do Museu da Língua Portuguesa, está montada no Centro Cultural Vale Maranhão. Foto: Lucas Santana/RedeMoinho.

“Língua é pensamento, língua é espírito, língua é uma forma de ver o mundo e apreciar a vida”. É assim que a curadora Daiara Tukano descreve o ponto de partida de Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação. A imersão começa no próprio nome da mostra, que vem da língua Guarani – Mbya: nhe’ẽ significa espírito, sopro, vida, palavra, fala; e porã quer dizer belo, bom. Juntos, os dois vocábulos significam ‘belas palavras’, ‘boas palavras’ – ou seja, palavras sagradas que dão vida à experiência humana na terra.

Contando com a participação de cerca de 50 profissionais indígenas, a exposição tem cocuradoria da antropóloga Majoí Gongora e consultoria especial de Luciana Storto, linguista especialista no estudo de línguas indígenas, em diálogo com a curadora especial do Museu da Língua Portuguesa, Isa Grinspum Ferraz.

A mostra tem uma lógica circular guiada por um rio de palavras grafadas em diversas línguas indígenas que atravessa todo o espaço expositivo, conectando as salas em um ciclo contínuo. Em São Luís, a obra As onças e o tempo novo, de Tamikuã Txihi, dá as boas-vindas ao visitante, no hall de entrada. Seguindo o fluxo do rio, o público chega à área externa, onde se depara com uma floresta de línguas indígenas, feita em tecidos, representando a grande diversidade existente hoje no Brasil. Nessa floresta, o público poderá conhecer as famílias linguísticas e a sonoridade de várias línguas indígenas.

A sala ao lado, ‘Língua é Memória’, traz à tona históricos de contato, violência e conflito decorrentes da invasão dos territórios indígenas desde o século 16 até a contemporaneidade, problematizando o processo colonial que se autodeclara ‘civilizatório’. Neste ambiente, outras histórias serão contadas por meio de objetos arqueológicos, obras de artistas indígenas, registros documentais, recursos audiovisuais, multimídia e mapas criados especialmente para a exposição com dados sobre a distribuição da população e das línguas indígenas pelo território brasileiro.

As transformações das línguas indígenas são tratadas em conteúdos que exploram a resiliência, a riqueza e a multiplicidade das formas de expressão dos povos indígenas. “Colocamos em debate o fato de que somos descritos como povos ágrafos, sem escrita, mas nossas pinturas também são escritas – só que não alfabéticas”, explica Daiara Tukano.

Na terceira sala, o público conhecerá a pluralidade das ações e criações indígenas contemporâneas, distribuídas em nichos temáticos, a partir de seu protagonismo em diferentes espaços da sociedade, a exemplo de sua atuação no ensino, na pesquisa e nas linguagens artísticas. No espaço é possível ainda assistir a cenas da obra audiovisual Marcha dos Povos Indígenas, sob direção do cineasta Kamikia Kisêdjê.

Ao acompanhar o percurso do rio, os visitantes alcançam um quarto ambiente, noturno, uma atmosfera onírica introspectiva que permite o contato com a força presente nos cantos de mestres e mestras das belas palavras. O rio que percorria o chão da exposição agora sobe a parede como uma grande cobra até se transformar em nuvens de palavras – preparando a chuva que voltará a correr sobre o próprio rio, dando continuidade ao ciclo.

Parceiros da mostra itinerante em São Luís – MA

Obra da artista indígena Tamikuã Txihi faz parte da exposição. Foto: Gabriel Barreira.

A mostra itinerante Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação em São Luís conta com articulação e patrocínio máster do Instituto Cultural Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet e é correalizada pelo Centro Cultural Vale Maranhão. O projeto tem cooperação da Unesco no contexto da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032) e parceria do Instituto Socioambiental, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo – USP e Museu Nacional dos Povos Indígenas da Funai. São parceiros locais o Centro de Pesquisa e História Natural e Arqueologia do Maranhão e o Museu Casa de Nhozinho. A realização é do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo e do Ministério da Cultura – Governo Federal.

Sobre o Museu da Língua Portuguesa | Localizado na Estação da Luz, no centro de São Paulo, o Museu da Língua Portuguesa tem como tema o patrimônio imaterial que é a língua portuguesa e faz uso da tecnologia e de suportes interativos para construir e apresentar seu acervo. O público é convidado para uma viagem sensorial e subjetiva, apresentando a língua como uma manifestação cultural viva, rica, diversa e em constante construção.

Sobre o Centro Cultural Vale Maranhão | O Centro Cultural Vale Maranhão é um espaço cultural mantido pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com o objetivo de contribuir na democratização do acesso à cultura e valorização das mais diversas manifestações e expressões artísticas da região. Fundado em 2017, o CCVM atua como um espaço de protagonismo para povos originários, comunidades quilombolas, detentores de saberes e fazedores de cultura popular maranhense, bem como um espaço de fruição das diversas linguagens artísticas e formação educativa para públicos escolares e espontâneos.

Sobre o Instituto Cultural Vale | O Instituto Cultural Vale acredita que a cultura transforma vidas. Por isso, patrocina e fomenta projetos em parcerias que promovem conexões entre pessoas, iniciativas e territórios. Seu compromisso é contribuir com uma cultura cada vez mais acessível e plural, ao mesmo tempo em que atua para o fortalecimento da economia criativa.

Desde a sua criação, em 2020, o Instituto Cultural Vale já esteve ao lado de mais de 800 projetos em 24 estados e no Distrito Federal, contemplando as cinco regiões do país. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está.  Visite o site do Instituto Cultural Vale: institutoculturalvale.org.

Serviço:   

Exposição itinerante Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação – São Luís (MA)  

Rua Direita, 149 – Centro Histórico de São Luís

De 10 de agosto a 22 de novembro de 2024

De terça a sábado, das 10h às 19h

Grátis.

(Fonte: Com Renata Beltrão/InPress Porter Novelli)

Banda Sinfônica da Unicamp integra Mês Carlos Gomes com apresentação dia 27 no Teatro Castro Mendes

Campinas, por Kleber Patricio

Sexta-feira, 27 de setembro, a partir das 20h, a Banda Sinfônica da Unicamp se apresenta pela primeira vez na história no belo Teatro Municipal Castro Mendes, em Campinas, com performance gratuita.

Sob regência de Fernando Hehl, coordenador da Escola Livre de Música (ELM), o concerto especial da Banda Sinfônica tem a honra de integrar a programação cultural do Mês Carlos Gomes, marcando mais uma vez a história da Banda.

Segundo Hehl, o evento homenageia a “figura mais ilustre de nossa cidade, um dos maiores nomes da música erudita em nosso país e o maior compositor de ópera das Américas de todos os tempos”. Para o coordenador da ELM, motivos de sobra que “nos orgulham muito em fazer parte da programação”.

A apresentação é gratuita e os ingressos podem ser retirados na Bilheteria com uma hora de antecedência (19h).

Serviço:

Banda Sinfônica da Unicamp no Mês Carlos Gomes

Quando: 27 de setembro, às 20h

Onde: Teatro Municipal Castro Mendes – Rua Conselheiro Gomide, 62, Vila Industrial, Campinas, SP

Entrada: gratuita, com retirada de ingressos na bilheteria do Teatro uma hora antes do espetáculo.

(Fonte: Ciddic/Unicamp)