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V Congresso Brasileiro dos Promotores de Eventos discute impactos da pandemia

Brasil, por Kleber Patricio

Imagem de Free-Photos por Pixabay.

Com o tema Juntos por uma retomada consciente, acontece nos dias 17 e 18 de novembro no Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer, em São Paulo, o V Congresso Brasileiro dos Promotores de Eventos. Promovido pela Associação Brasileira dos Promotores de Eventos – Abrape, o encontro será um dos primeiros presenciais a ser realizado na capital paulista e vai reunir grandes nomes do show business para discutir e debater diversos assuntos relacionados a toda a cadeia produtiva de cultura e entretenimento do Brasil, em especial como será a retomada do segmento, um dos mais impactados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

O congresso da Abrape vai abordar, também, temas como incentivos fiscais (Lei Rouanet), a experiência dos grandes promotores e marcas do setor, a importância dos eventos regionais, as relações com os consumidores e entre contratantes e contratados no segmento, entre outros assuntos. “Temos muitos desafios pela frente. Somos um dos setores mais impactados pela crise e, neste momento, precisamos estar mais unidos do que nunca para encontrar e propor soluções que permitam a retomada das atividades”, destaca o empresário e presidente da Abrape Doreni Caramori Júnior. A instituição, que representa 330 produtoras e promotoras no país, vem monitorando os impactos da pandemia e divulgou duas pesquisas com associados sobre os reflexos nos negócios e empregos e vem avaliando a expectativa da população sobre a volta aos eventos, em estudos quinzenais financiados pela Ambev e realizados em parceria com a consultoria Provokers.

Além disso, elaborou um protocolo para a retomada gradual utilizado por vários estados para embasar o retorno dos eventos das atividades e participou ativamente da elaboração do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que estabeleceu as regras para a remarcação de eventos adiados ou cancelados e da Lei nº 14.046/2020, que dispensou reembolso por cancelamento de eventos durante a pandemia.

Inscrições | As inscrições para o V Congresso Brasileiro dos Promotores de Eventos podem ser feitas em www.guicheweb.com.br/Abrape. No dia 17 de novembro, o evento é exclusivo para associados e, dia 18, será aberto ao público.

O presidente da Abrape, Doreni Caramori Júnior. Foto: divulgação.

Consolidado como o principal encontro do segmento, o Congresso da Abrape já reuniu, nas outras edições realizadas em Brasília e Belo Horizonte, lideranças governamentais como o ministro do Turismo, representantes dos legislativos federal e estadual e os principais empresários que atuam no setor para discutir temas como benefícios econômicos dos eventos para o país, legislação e transformações tecnológicas.

O setor de cultura e entretenimento abrange no país 60 mil empresas, gera cerca de 2 milhões de  empregos diretos e indiretos, mobiliza 4 milhões de trabalhadores informais e representa 4,32% do PIB. Além disso, recolhe anualmente aproximadamente R$48 bilhões em impostos.

Sobre a Abrape

Criada em 1992 com o propósito de promover o desenvolvimento e a valorização das empresas produtoras e promotoras de eventos culturais e de entretenimento no Brasil, a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos – Abrape tem, atualmente, 330 associados que são verdadeiros expoentes nacionais na oferta de empregos diretos e indiretos e na geração de renda, movimentando bilhões de reais anualmente.

Serviço:

V Congresso Brasileiro dos Promotores de Eventos

Data: 17 e 18 de novembro

Inscrições: www.guicheweb.com.br/Abrape

Local: Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer, em São Paulo/SP.

Fundação Dorina Nowill para Cegos produz 2 mil coleções com livros acessíveis para o programa ‘Leia para uma Criança’

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: website/Fundação Dorina Nowill para Cegos.

Sede da maior gráfica braile da América Latina, a Fundação Dorina Nowill para Cegos contribui com a acessibilidade de 2 mil coleções com livros acessíveis da décima edição do projeto Leia para uma Criança. Com mais de 70 anos de atuação em prol da inclusão das pessoas com deficiência, a entidade contribui para que a iniciativa do Itaú Unibanco e Itaú Social seja acessível também para crianças e pais cegos ou com baixa visão por meio das versões impressas em braile e fonte ampliada em cor.

Em 2020, o Leia para uma Criança traz para as pessoas com deficiência visual os títulos Com que roupa irei para a festa do rei?, do autor Tino Freitas e da ilustradora Ionit Zilberman e A visita, de Antje Damm. No total, foram produzidas 2 mil coleções acessíveis, contendo exemplares destes dois títulos, folheto com dicas de leitura e folheto explicativo sobre como higienizar os livros após serem entregues em casa como medida protetora contra a Covid-19. “É de extrema importância que projetos de democratização da educação e da literatura como o Leia para uma criança incluam pessoas com deficiência visual. Esse é o legado que defendemos desde Dorina de Gouvêa Nowill que, em 1946, ao perceber o quão falha era a produção brasileira em braile, criou a Fundação para o Livro do Cego – hoje, Fundação Dorina Nowill para Cegos – para mudar esse cenário”, diz Alexandre Munck, superintendente executivo da Fundação Dorina.

Munck acrescenta: “Estamos felizes de participar da décima edição do programa ao lado do Itaú Social e esperamos colaborar com mais iniciativas como essa no futuro, que, esperamos, sejam seguidas por mais empresas e instituições de todo o país”. Vale ressaltar que a Fundação Dorina oferece serviços de adaptação para braile, impressão de livros acessíveis e produção de audiolivros e livros digitais. Para saber mais sobre as soluções em acessibilidade, acesse o site. Quem tiver interesse em receber o kit da campanha deve se cadastrar pelo site do projeto para receber os livros em casa.

Sobre a Fundação Dorina Nowill para Cegos

Foto: Ora Bolas Estúdio Fotográfico.

Há mais de 70 anos, A Fundação Dorina Nowill para Cegos trabalha para que crianças, jovens, adultos e idosos cegos e com baixa visão sejam incluídos em diferentes cenários sociais. A instituição oferece serviços gratuitos e especializados de habilitação e reabilitação; dentre eles, orientação e mobilidade e clínica de visão subnormal, além de programas de inclusão educacional e profissional. Responsável por um dos maiores parques gráficos de braile no mundo, com capacidade de impressão de até 450 mil páginas no sistema por dia, a Fundação Dorina Nowill para Cegos é referência na produção e distribuição de materiais nos formatos acessíveis braile, áudio, impressão em fonte ampliada e digital acessível, incluindo o envio gratuito de livros para milhares de escolas, bibliotecas e organizações de todo o Brasil. A instituição também oferece uma gama de serviços em acessibilidade, como cursos, capacitações customizadas, sites acessíveis, audiodescrição e consultorias especializadas. Contando com o apoio fundamental de colaboradores, conselheiros, parceiros, patrocinadores e voluntários, a Fundação Dorina Nowill para Cegos é reconhecida e respeitada pela seriedade de um trabalho que atravessa décadas e busca conferir independência, autonomia e dignidade às pessoas com deficiência visual. Mais detalhes: http://www.fundacaodorina.org.br.

A retomada do mercado náutico no Brasil

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Pixabay.

A pandemia da Covid-19 congelou o mercado mundial de turismo e, agora, sete meses após o início do isolamento social, começa a retomada, após a liberação de inúmeras atividades e maior flexibilização das regras de segurança com a saúde. Com isso e com as férias de verão chegando no Brasil, curtir a bordo pode ser uma ótima alternativa para pessoas que desejam viajar em família durante alguns dias de relaxamento em um ambiente que une segurança e diversão. Exemplo disso foi o sucesso da temporada na Europa, que aconteceu nos meses de julho e agosto.

Retomando suas atividades no Brasil, a startup espanhola Nautal, plataforma que conecta proprietários de embarcações a viajantes em busca de experiências marítimas, viu um crescimento de 55% nas reservas espanholas nos meses do verão europeu (julho e agosto/2020), no comparativo com o mesmo período de 2019. “No ano passado, a maioria dos turistas náuticos que optou por sair para navegar foi com o objetivo de relaxar ou de explorar novos destinos. Nesta temporada, aproveitar o mar, o bom tempo com distanciamento social e longe das multidões têm se somado às principais motivações na hora de alugar um barco”, explica Octavi Uyà, CEO do marketplace.

A Europa foi o continente mais afetado pela pandemia e iniciou a flexibilização no final de junho. Segundo o executivo, a procura dentro da Espanha compensou o menor fluxo de navegantes estrangeiros. “Os espanhóis, que navegam todos os anos, voltaram a fazê-lo e os que viajavam para o estrangeiro preferiram alugar um barco na costa espanhola. Além disso, novos viajantes chegaram ao setor náutico atraídos pela flexibilidade das condições de reserva e pelos protocolos de segurança e higiene adotados pelo setor. Acreditamos que o Brasil seguirá esta tendência”, conta.

Pela extensão de sua costa e riqueza natural, nosso país possui um mercado com muito potencial náutico, que traz uma grande perspectiva de atuação para a empresa. “Para suprir a grande demanda que esperamos, planejamos expandir nossos serviços no país em quantidade de embarcações para aluguel por meio de captação de novos proprietários, em tamanho da equipe da Nautal e no processo de reserva – como a implementação do novo método de pagamento pela fintech brasileira Ebanx, que oferece a possibilidade de pagamento em moeda local sem cobrança de taxas extras”.

Conhecida como “Airbnb dos barcos”, a plataforma deseja fortalecer no Brasil a modalidade muito conhecida na Europa de aluguel de barcos por semana (week charter), que nada mais é do que a ideia de hospedagem em alto mar. “Essa já é uma atividade popular e habitual em países europeus, que permite ao cliente usufruir da navegação por mais tempo, vivenciado a verdadeira experiência náutica. Queremos trazer aos brasileiros o conforto e a confiança na hora de optar por hospedar-se em um barco”, finaliza o executivo.

A empresa está presente em 67 países com cerca de 30 mil barcos ao redor do mundo, como Brasil, Miami, Caribe, México, Grécia, Croácia, Espanha, Austrália, entre outros. Para alugar, basta acessar o portal http://www.nautal.com.br/ e escolher a opção desejada de acordo com as preferências de data, localização, tipo de embarcação etc.

Sobre a Nautal

Fundada na Espanha em 2013, a Nautal é um marketplace que conecta proprietários de embarcações a viajantes em busca de experiências marítimas, seja de apenas um dia ou até de uma semana, usufruindo de uma experiência completa de viagem, incluindo o serviço de um marinheiro a bordo para a condução pela rota escolhida. A plataforma já está presente em 67 países com cerca de 30 mil barcos ao redor do mundo, como Brasil, Miami, Caribe, México, Grécia, Croácia, Espanha e Austrália, entre outros. Em julho 2020, a startup espanhola foi adquirida pela empresa francesa Click & Boat com objetivo de formar o maior grupo de charter náutico.

Theatro Municipal de São Paulo lança três documentários sobre óperas canceladas pela pandemia

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagem de Guto Esmeraldo por Pixabay.

A Temporada Lírica 2020 do Theatro Municipal de São Paulo previa uma programação intensa, diversa, inquieta e multicultural, com sete óperas em seis montagens – uma produção traria dois títulos –, entre obras clássicas e contemporâneas inéditas, honrando a vocação do complexo cultural. Incluíam-se aí mais dois projetos de característica operística que iriam além da temporada principal. Até que a pandemia chegou e suspendeu toda programação presencial a quinze dias da estreia de Aída, montagem que abriria a Temporada. O cenário impôs novos desafios à direção artística da casa, que precisou se reinventar. E agora, aproveitando o Dia Mundial da Ópera, celebrado no próximo domingo, 25 de outubro, o Theatro Municipal de São Paulo lança, neste fim de semana, três documentários sobre alguns desses projetos que seriam encenados este ano.

Com roteiro e direção dos próprios diretores cênicos que assinariam as montagens em parceria com roteiristas, os filmes revelam o processo de criação e produção das óperas, com materiais inéditos, imagens de bastidores e inúmeros depoimentos dos profissionais envolvidos, entre diretores, maestros, cenógrafos, figurinistas, solistas e até mesmo da equipe da técnica, que não aparece em cena, mas ajuda a colocar o espetáculo ‘em pé’ para o público.

Na sexta-feira, 23 de outubro, o curta-metragem Quando as Óperas Param – Navalha na Carne e Homens de Papel conta como estava sendo preparada a primeira encomenda de óperas do Theatro Municipal de São Paulo em 109 anos de história. A direção é de Fernanda Maia e Zé Henrique de Paula, que compartilhariam a direção cênica do programa duplo.

No sábado, 24, é a vez de conferir Guarani em Chamas, que traz à tona o processo criativo da montagem que seria uma adaptação da ópera O Guarani, de Carlos Gomes, que este ano completa 150 anos de sua estreia na Itália. O documentário tem direção de Zeca Rodrigues e Marco Antonio Rodrigues.

E no domingo, 25 de outubro, no Dia Mundial da Ópera, o Theatro Municipal de São Paulo apresenta o documentário de Aída, de Bia Lessa, montagem que abriria a temporada lírica 2020 do Municipal.

Os filmes serão lançados neste fim de semana, todos no mesmo horário, às 18h e ficarão disponíveis no YouTube do Municipal para acesso gratuito e sem necessidade de cadastro. Serão publicadas duas versões, ambas legendadas, e uma com recurso de tradução em Libras, garantindo acessibilidade a todos os públicos.

Guarani em Chamas (Dir.: Zeca Rodrigues, Brasil, 2020, 21 min., Documentário, Livre)

A ópera Guarani em Chamas seria uma adaptação de O Guarani, de Carlos Gomes, inspirada em um romance homônimo do escritor José de Alencar e que em 2020 celebra 150 anos de sua estreia no Teatro alla Scala de Milão, na Itália, em 1870. A obra do escritor que serviu de base para a composição traça um perfil de uma suposta brasilidade que se constituiria na mistura das várias gentes que aqui estavam, como os portugueses e os indígenas. E a ópera de Carlos Gomes traz essa visão do colonizador sobre uma sociedade idílica.

A adaptação de Marco Antonio Rodrigues traria a perspectiva do colonizado, do indígena. O olhar é a partir dos povos nativos que aqui já estavam antes da chegada dos portugueses. “É um libelo em chamas pelas causas indígenas. Causas essas que são a salvaguarda da vida desta nação”, destaca Marco. A atriz principal do documentário, Sandra Nanayamma, de origem indígena, dá voz a uma mulher Aimoré, que em um trecho da ópera teria sido morta de forma casual pelo filho do colonizador português. Aqui, esta personagem narrada e citada na obra de José de Alencar, ganha vida. Assim como faria na montagem adaptada, ela é quem conduz o documentário, que ainda traz a participação dos solistas Caroline de Comi (soprano), Marcello Vannucci (tenor) e Matheus França (baixo) e integrantes do Coro Lírico Municipal. A trilha sonora tem obras de Carlos Gomes, Beethoven e Caetano Veloso, com a música Um Índio, arranjada por Rodrigo Morte.

O documentário traz alguns dos profissionais que preparavam a produção que ganharia o palco do Theatro Municipal, como a dramaturga Cláudia Barral, o cenógrafo Márcio Medina e o figurinista Cássio Brasil. O maestro Roberto Minczuk também revela detalhes da montagem.

Quando As Óperas Param (Dir.: Zé Henrique de Paula e Fernanda Maia, Brasil, 2020, 30 min., Documentário, Livre)

O título do documentário remete à suspensão e posterior cancelamento do programa duplo baseado nas peças de Plínio Marcos e adaptadas para ópera que seria apresentado no Municipal este ano – Navalha na Carne, composição de Leonardo Martinelli, e Homens de Papel, de Elodie Bouny. O curta-metragem, gravado no Municipal durante o período de isolamento social e de acordo com todos os protocolos sanitários para a segurança dos envolvidos na produção do filme, começa relembrando a ideia de montar um trabalho do dramaturgo paulista no teatro dedicado à ópera e à música de concerto.

Na sequência, a atriz, diretora musical e dramaturga Fernanda Maia, emocionada por voltar ao Municipal após cinco meses para gravar seu depoimento, comenta sobre o processo de criação, interrompido pela pandemia. O documentário também aborda quais olhares esta nova realidade trouxe para as duas obras e quais cadeias de significados a pandemia fez aflorar nas mesmas.

Quando as óperas param apresenta as bases de pesquisa e criação dos artistas envolvidos desde o surgimento da ideia inicial, criação de libretos, composição, cenário, figurino, direção cênica e musical, além de um depoimento do filho de Plínio Marcos, Ricardo Barros. Fernanda Maia compartilharia a direção cênica do Double Bill com o ator, cenógrafo e figurinista Zé Henrique de Paula. Quando as Óperas Param é uma iniciativa realmente fabulosa, visto que concretiza – mesmo que parcialmente e em outra plataforma, o vídeo – os conteúdos das óperas”, destaca Zé Henrique. “Pode-se ver com rigor o que norteou o trabalho da equipe, com acesso em primeira mão a trechos da música, trechos de duas das árias, concepção cenográfica, conceito de figurinos e, não menos importante, o olhar da direção sobre duas obras icônicas daquele que pode ser considerado o maior dramaturgo paulista do teatro contemporâneo”, completa.

Fernanda Maia destaca que, além da situação atual ter acrescentado significados às duas obras, “não há como negar que a pandemia teve um impacto emocional muito grande nos artistas envolvidos e isto também é matéria do documentário. É uma pequena amostra dos efeitos na classe artística, que forçada a interromper suas atividades, se vê privada não somente do seu ganha pão, mas de sua expressão, de sua maneira de se colocar no mundo”, enfatiza a dramaturga.

Em um trecho do documentário, Fernanda e o compositor Leonardo Martinelli conversam por videoconferência sobre Navalha na Carne, uma peça de 1967 que fala sobre os conflitos, confrontos e agressões entre três personagens marginalizados, dentro de um quarto de hotel decadente do centro da cidade: a prostituta Neusa Sueli, o cafetão Vado e o empregado do hotel, Veludo. Martinelli descreve o seu trabalho de composição. O documentário também traz depoimentos da compositora Elodie Bouny, do cenógrafo Bruno Anselmo, do figurinista João Pimenta e do maestro Roberto Minczuk.

Aída (Dir.: Bia Lessa, Brasil, 2020, 61 min., Documentário, Livre)

“Ópera é uma emoção única. Uma relação linda entre o profano e o sagrado [com a junção de] todas as mazelas humanas”, destaca Bia Lessa logo na abertura do documentário, que traz depoimentos de inúmeros profissionais que estavam envolvidos nesta superprodução que estrearia em 28 de março e imagens de bastidores da montagem. A diretora cênica e cenógrafa lembra da linguagem contemporânea, misturando o moderno com o tradicional, que procurou imprimir neste projeto ambicioso para a ópera de Verdi.

Para contar a trágica história de amor e guerra de Aída, uma trama calcada no amor impossível, na guerra, polarização e intolerância nos tempos de Egito dos faraós, em guerra com a Etiópia, Bia Lessa situava a narrativa para o momento em que vivemos, com uma visão acentuada da dominação sobre os povos negros, com reflexão crítica e menos romantizada.

Foram meses de pré-produção, que contou com a consultoria de importantes profissionais em suas diferentes áreas de atuação – do arquiteto Paulo Mendes da Rocha ao jornalista, crítico e escritor Irineu Franco Perpetuo, que traçou um panorama histórico cultural, passando por Lorenzo Mammì, graduado em música, doutor em filosofia e professor de História da Filosofia Medieval na USP, por Cássio de Araújo Duarte, doutor em arqueologia especializado em Egiptologia pelo Museu de Arqueologia e Etnologia (USP) e até mesmo pelos textos do crítico literário Edward Said, um dos mais importantes intelectuais palestinos.

Na montagem que traria uma ópera para dentro de um museu, integrantes da equipe de cenografia relatam, no documentário, os desafios técnicos de produção para colocar em pé, com o uso de traquitanas, as dezenas de caixas de papelão que comporiam o cenário. O artista plástico João Loureiro descreve as esculturas de elefantes e girafas e um esqueleto de 10 metros de comprimento e dividido em pedaços que estariam no palco. A montagem também traria imagens de corpos dilacerados que retratam as barbáries de uma guerra, feitas pelo fotógrafo Miguel Rio Branco.

Sobre as quase 500 peças que vestiriam o elenco, a figurinista Sylvie Le Blanc comenta sobre os desenhos e o processo criativo para os figurinos dos solistas, atores, bailarinos e integrantes do coro. Outra que dá o seu depoimento é Maira Himmelstein.

Na parte musical, o maestro Mário Zaccaro destaca a participação dos 87 integrantes do Coro Lírico, grupo que, logo nos primeiros ensaios, chamou a atenção do barítono norte-americano de origem afrodescendente Brian Major – que reviveria o rei Amonasro após interpretar o personagem na casa de Opera de Columbus, Ohio, Estados Unidos. O maestro Roberto Minczuk, diretor musical da montagem e regente da Orquestra Sinfônica Municipal, lembra a história de opressão e escravidão de Aída e o desafio de trazer o outro lado, o lado trágico. Uma opressão exercida pelo Egito ao povo etíope e ainda presente nos dias de hoje.

Outra que aparece no documentário é a soprano estadunidense Marsha Thompson, que teve sua estreia internacional marcada pela interpretação da personagem central da ópera no Teatro alla Scala, em Milão e convidada pelo Municipal. Ela destaca que qualquer mulher de hoje em dia que represente o tráfico humano poderia interpretar Aída, que é uma escravizada no contexto da obra. Dividindo o papel com Marsha, a soprano brasileira Marly Montoni comenta que precisou mergulhar nos estudos sobre a África e a Etiópia para incorporar a personagem.

O barítono David Marcondes, integrante do Coro Lírico Municipal e que em Aída se revezaria com Brian Major como o rei Amonasro, se emociona ao falar que pela primeira vez no Theatro Municipal de São Paulo nenhum solista de pele branca precisaria ser pintado para interpretar um papel de um afrodescendente.

Os minutos finais são dedicados à maestrina Naomi Munakata, que desde julho de 2016 ocupava o posto de regente titular do Coral Paulistano, trabalhava na montagem de Aída e nos deixou em março, em decorrência de complicações por infecção de Covid-19.

Assista: youtube.com/theatromunicipalsp.

Serviço:

23/10, sexta-feira, 18h

Quando as Óperas Param – Navalha na Carne e Homens de Papel

Direção: Zé Henrique de Paula e Fernanda Maia

Roteiro: Fernanda Maia

24/10, sábado, 18h

Guarani em Chamas

Direção: Zeca Rodrigues

Roteiro: Cláudia Barral

25/10, domingo, 18h

Aída

Direção Geral, Concepção e Roteiro: Bia Lessa.

+ Municipal Online

Enquanto o Theatro Municipal de São Paulo segue fechado por determinação da prefeitura para evitar a propagação do novo coronavírus, o território digital é o novo palco. Quem acessa as redes sociais do Theatro pode conferir apresentações de performances de câmara, a íntegra de espetáculos apresentados no palco do Municipal e ainda aproveitar os cursos livres, as gravações solo em versões reduzidas para piano e acompanhar as lives com profissionais do Theatro. Tudo isso com acesso gratuito e irrestrito nas páginas do Theatro no Instagram, Facebook ou YouTube.

No canal de vídeos, em especial, o espectador pode assistir às óperas Rigoletto, O Barbeiro de Sevilha, O Cavaleiro da Rosa e A Viúva Alegre, ver ou rever os espetáculos do Balé da Cidade e curtir dezenas de concertos sinfônicos como a série Beethoven Total, com a Orquestra Sinfônica Municipal interpretando as nove sinfonias do compositor alemão.

+ Theatro Municipal de São Paulo: theatromunicipal.org.br.

Kimberly-Clark Brasil abre vagas para Programa de Estágio Corporativo 2021

São Paulo, por Kleber Patricio

Kimberly-Clark Brasil abre vagas para Programa de Estágio Corporativo 2021. Foto: divulgação.

A Kimberly-Clark, multinacional norte-americana de produtos de higiene pessoal, anuncia as inscrições abertas para o seu Programa de Estágio Corporativo 2021 até o dia 8 de novembro de 2020. O programa oferece mais de 40 vagas em diversas áreas da empresa; entre elas, Operações, Vendas, Supply Chain, Marketing, Financeiro, Meio Ambiente, Recursos Humanos, Pesquisa e Desenvolvimento, Produção Industrial, Qualidade, ESH (Segurança e Meio Ambiente), Melhoria Contínua, Manutenção, Produção e Trade de Marketing. As oportunidades são distribuídas em unidades nos estados de São Paulo, Bahia, Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul e Paraná.

Os participantes do programa de estágio, que tem duração de dois anos, terão contato com a dinâmica de grandes marcas que fazem parte do portfólio da Kimberly-Clark, como Neve®, Huggies®, Scott®, Intimus®, Kleenex®, Plenitud® e Kimberly-Clark Professional®, além de  ajudarem a construir a cultura de inovação e agilidade que são pilares estratégicos da companhia. Os estudantes também farão parte de uma companhia que valoriza e possibilita o aprendizado e o desenvolvimento de carreira.  Entre essas oportunidades, há projetos multifuncionais, ações de desenvolvimento locais, regionais e globais disponíveis de acordo com o interesse e também o job rotation, que permite que os estagiários escolham outra área de seu interesse para atuar no segundo ano do programa como forma de ampliar conhecimento e desenvolvimento de novas competências.

Os estagiários também têm contato desde cedo com as metodologias ágeis, que fazem parte do dia a dia da multinacional. Segundo a diretora de Recursos Humanos da Kimberly-Clark, Alessandra Morrison, essas oportunidades permitem que esses jovens desenvolvam novas habilidades, atuem em temas fora da sua rotina e ampliem sua rede de relacionamento na companhia. “Essas experiências agregam muito no dia a dia, permitem que esses jovens talentos adquiram um repertório diversificado e uma visão ampla do negócio, além de absorverem nossos valores: cuidado, responsabilidade, autenticidade e inovação”, destaca a executiva.

Para participar do programa, a Kimberly-Clark busca estudantes que estejam matriculados em qualquer curso de nível superior com conclusão prevista para dezembro de 2022. O candidato também precisa ter disponibilidade para trabalhar seis horas por dia (horário flexível) e, para parte das posições, é pedido conhecimento intermediário de inglês. A empresa oferece uma bolsa auxílio compatível com o mercado e benefícios, como vale-refeição, auxílio transporte (público, fretado ou reembolso estacionamento), recesso remunerado, seguro de vida, assistência médica e programa de qualidade de vida, além de um lugar descontraído para trabalhar.

Para outras informações, os interessados podem acessar a página https://www.bettha.com/info/empresa/173-kimberly-clark. O processo seletivo será realizado de forma virtual em virtude da pandemia de Covid-19. O início do programa será em janeiro de 2021.

Diversidade e Inclusão

Pelo segundo ano seguido, a Kimberly-Clark fechou parceria com o Instituto Bold – uma aceleradora de pessoas com foco em inteligência emocional e empreendedorismo, sendo a ponte entre jovens potenciais e empresas inovadoras – para a seleção de parte dos estagiários que serão contratados. No programa realizado em 2019, a parceria foi responsável pela seleção de nove estagiários, que ingressaram na companhia em janeiro de 2020.

O principal intuito da parceria é integrar jovens de baixa renda com grande potencial no Programa de Estágio Corporativo. O Instituto Bold tem a missão de capturar candidatos de ONGs parceiras e desenvolvê-los para que cheguem preparados ao mundo corporativo, focando no autoconhecimento e nas habilidades comportamentais de cada um. Para esse processo de desenvolvimento dos jovens universitários, a instituição oferece capacitação de seis meses, baseada em uma metodologia de aprendizagem prática com tutores do mercado e ferramentas internacionais.

A Kimberly-Clark tem como visão “liderar o mundo no que é essencial para uma vida melhor” e compartilha essa essência com seus colaboradores desde o início de suas carreiras, ainda no estágio. “Construímos um ambiente de trabalho a que nossos colaboradores tenham orgulho de pertencer. A parceria com o Instituto Bold representa a nossa preocupação em desenvolver um ambiente inclusivo e inspirador para que todos queiram oferecer o seu melhor e as diferenças sejam valorizadas”, afirma Alessandra Morrison. A executiva ainda lembra que contar com talentos com origens e perspectivas diversificados também ajuda a companhia a tomar melhores decisões e a criar produtos e experiências inovadores para seus consumidores.

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