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Doença de Alzheimer é tema de exposição virtual

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

“Peças em branco”, spray sobre parede de Mazola Marcnou. Foto: divulgação.

Vinte artistas brasileiros aceitaram o desafio de apresentar através da arte uma visão sobre o Alzheimer. O resultado dessa iniciativa poderá ser visto na exposição Alzheimer – 20 Artistas e uma das Maiores Crises de Saúde do nosso Tempo, que está aberta à visitação virtual desde terça-feira (21). Patrocinada pela Rede D’Or São Luiz e idealizada pelo coletivo ArtBio, a exposição propõe um diálogo com a temática do cérebro, explorando questões como memórias e o envelhecimento.

A versão presencial da exposição foi aberta no dia 5 de março na Casa da Ciência da UFRJ, mas precisou ser interrompida devido à pandemia. Como ainda não há previsão de reabertura de museus e centros de exposição, os organizadores decidiram oferecer a oportunidade da visita virtual. A exposição pode ser acessada por meio do site da ArtBio – www.artbiobrasil.org.

Associada à senilidade, a doença provoca perda de memória, dificuldade de atenção e orientação, além da perda de outras funções cognitivas. Atualmente, estima-se que haja 35,6 milhões de casos da doença no mundo e, no Brasil, o número chega a 1,2 milhão. Fundador da ArtBio, Igor Fonseca avalia que, embora a doença ainda não possa ser curada ou interrompida, ações de sensibilização e acesso à informação são fundamentais. “Acreditamos que a arte tem potência para sintetizar questões fundamentais para a humanidade. Por isso, buscamos estimular debates relevantes através da perspectiva artística”, explica.

“AL____ER”, obra digital de Diego Max. Foto: divulgação.

O painel temático Experiências e Memórias, que também aconteceu nesta terça-feira, durante o Festival do Conhecimento da UFRJ, marcou a inauguração da exposição virtual. Participaram da mesa os pesquisadores Marília Zaluar e Mychael Lourenço, os artistas Maurício Planel e Márcia Albuquerque, que estão entre os que participam da mostra sobre Alzheimer, além do professor da UFRJ e pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), Stevens Rehen.

Para Rehen, o olhar artístico humaniza a própria ciência e tanto demência quanto a doença de Alzheimer são assuntos cuja reflexão se faz oportuna devido ao envelhecimento da população. “A arte nos possibilita enxergar o mundo de uma forma mais sensível e nos ajuda a debater temas que nem sempre são fáceis. É ousada a proposta da exposição, mas é necessária. A expectativa de vida continua aumentando, acompanhada de mais casos de Alzheimer no mundo”, avalia.

Igor explica que cada artista teve total liberdade para criar a sua obra. Alguns já vivenciaram o drama da doença, seja através de casos familiares ou pelo convívio com pessoas próximas acometidas. Outros exploraram o assunto a partir de pesquisas e percepções próprias. “Reunimos artistas visuais experientes e jovens talentos que estão despontando no cenário das artes. Homens e mulheres com identidade própria, com personalidade, com diferentes histórias de vida”, conta.

“Desconstrução”, colagem de Marcel Lisboa.  Foto: divulgação.

O resultado é uma mostra de interpretações singulares que, em comum, da colagem ao grafite, da pintura a óleo ao carvão, revelam um olhar sensível e humanista sobre o tema. As obras são acompanhadas de breves textos escritos pelos artistas que complementam suas interpretações.

Participam da exposição os artistas Alberto Pereira, Gustavot Diaz, Ingrid Bittar, Marcia Albuquerque, Camile Sproesser, Diego Max, Mauricio Planel, Mazola Marcnou, Pas Schaefer, Andre Mogle, Domitila de Paulo, Marcel Lisboa, Mariana San Martin, Jesso Alves, Flavio Grão, Bárbara Malagoli, Hanna Lucatelli, Pina, Luiza de Alexandre e Apolo Torres.

Serviço:

Alzheimer – 20 Artistas e uma das Maiores Crises de Saúde do nosso Tempo

Local: www.artbiobrasil.org

A partir de 21 de julho.

Quatro meses de portas fechadas: estragos da pandemia são mais profundos para setor de bares e restaurantes

Região Metropolitana de Campinas, por Kleber Patricio

Matheus Mason, presidente da Abrasel-RMC. Foto: divulgação.

Nesta semana completamos quatro meses da eclosão da pandemia de Covid-19, a mais grave crise sanitária que o mundo vive desde a Gripe Espanhola, há 100 anos, quando estimados 600 milhões de pessoas foram infectadas no mundo. O novo coronavírus, até o dia 20 de julho, já havia contaminado mais de 14,5 milhões de pessoas, ceifando a vida de mais de 606 mil pessoas – sendo 2 milhões de infectados e 79 mil mortos no Brasil.

Enquanto não tivermos uma vacina capaz de conter o avanço do vírus e a população não se conscientizar da importância da inclusão de cuidados em sua rotina diária, aprendendo a conviver com o vírus no seu cotidiano, estes números tentem a aumentar tanto no Brasil como no mundo.

Juntamente com esta grave crise sanitária e de saúde, convivemos com outra crise: a econômica, que atinge indiscriminadamente trabalhadores, famílias e empresas. Mais de 600 mil portas já foram fechadas definitivamente e mais de 2 milhões de postos de trabalhos eliminados em um período de quatro meses, números estes que também tendem a aumentar, especialmente em setores economicamente mais vulneráveis e sofrendo maiores e mais longas restrições.

No caso do setor de Alimentação Fora do Lar – bares, restaurantes, botecos, padarias, compostos em sua grande maioria por pequenos e médios negócios, abertos por famílias, pessoas que perderam o emprego e viram no setor uma possibilidade de sustento e por milhões de informais –, a conta vai ainda mais longe. Várias cidades e capitais têm liberado o funcionamento dos estabelecimentos com restrição de horário, limitando o atendimento ao público de quatro a seis horas diárias, somente no período do almoço até o final da tarde. Mas essa abertura se mostrou mais do que economicamente inviável e teve baixa adesão dos empresários.

O Plano São Paulo, desenvolvido na melhor intenção de preservar a vida e controlar a pandemia no estado, criou condições para o isolamento social da população e o consequente retorno das atividades empresariais. Entretanto, apresenta restrições conceitualmente incorretas para o setor de bares e restaurantes, desalinhadas à realidade econômica dos negócios e desconsiderando completamente a prática e segurança sanitária que rege o setor.

A regra atual, permitindo a reabertura por seis horas limitada até às 17 horas, está causando efeito contrário ao desejado ao concentrar a volta de milhares de trabalhadores do setor em um curto espaço de tempo. E, por mais contraditório que possa parecer, estas regras estão incentivando aglomerações, promovendo a disseminação do coronavírus e piorando a crise sanitária do Estado e do País.

O setor de bares e restaurantes apresenta características muito específicas quanto ao perfil de consumo da população, variando desde o café da manhã, almoço, jantar e ceia. Este perfil de consumo impacta o desenho do modelo de negócio dos estabelecimentos, onde existem tipos especializados no atendimento para o jantar ou a ceia, como pizzarias (9%) e bares e botecos (12%), que, juntos, representam 21% dos estabelecimentos de alimentação fora do lar no Brasil, além de outros negócios com foco no atendimento aos finais de semana.

Em pesquisa realizada em 2015 pela Toledo Consultoria com 3.496 estabelecimentos, constatou-se que o consumo no período noturno representa 51% das vendas nos dias da semana e nos finais de semana este valor representa 50% do consumo.

No interior do estado, onde as cidades são menos adensadas, o perfil de consumo se intensifica nos períodos vespertinos, noturnos e aos finais de semana. Em pesquisa realizada em julho de 2020 pela Abrasel na Região Metropolitana de Campinas, constatou-se que 54% da receita dos estabelecimentos vem do período noturno e aproximadamente 50% se concentra nos dois dias do final de semana.

Quando sobrepomos as questões mercadológicas de perfil de consumo com as restrições de capacidade de ocupação, distanciamento entre mesas e cadeira, somadas à restrição de horário de consumo in loco até às 17 horas, a possibilidade de vendas dos estabelecimentos é reduzida a um teto de apenas 27% de sua capacidade instalada.

Há mais de 120 dias com restrição de venda de alimentos e bebidas para consumo no local, os estabelecimentos se reinventaram e recorreram ao delivery e take away. Dados da Abrasel mostram que as receitas geradas por estes canais de vendas representam, em média, apenas15% do faturamento antes da pandemia.

A restrição de horário até 17h será o golpe de misericórdia para os bares e restaurantes, mais do que dobrando os prejuízos mensais e criando um passivo que muitos não conseguirão absorver e sobreviver, dizimando milhões de empregos e empresas.

O que muitos empresários ainda não conseguiram colocar em números é que, quando os bares e restaurantes forem liberados para voltar ao atendimento, diversas despesas irão retornar em cheio, como aluguel, despesas com funcionários, encargos e custos com concessionárias – como energia, água e gás –, além da necessidade de quitação de despesas que foram deixadas para trás neste período.

Quando projetamos o fluxo de caixa de um restaurante com almoço executivo e cardápio ala carte no jantar e aos finais de semana, em conjunto com a receita vinda do delivery e take away, o impacto da pandemia é devastador. Ele já destruiu dois anos de valor do setor de alimentação fora do lar, segmento que mais emprega no país e um dos maiores precursores do empreendedorismo brasileiro.

Pelas estimativas mais otimistas, o setor voltaria a ter de 70% a 80% de receita somente em dezembro. Mas os prejuízos acumulados somente devem ser recuperados em meados de novembro de 2021, quando os estabelecimentos conseguirão quitar os prejuízos do período e voltar a ter lucros.

Além da questão econômica e financeira, vale lembrar a herança que esta crise vai deixar no mercado de trabalho. No Brasil, a alimentação fora do lar fechou cerca de 1 milhão de postos de trabalho, impactando 4 milhões de pessoas, quando levamos em conta que cada trabalhador é responsável por mais três dependentes, segundo a média nacional. Isso sem contarmos os postos indiretos, como prestadores de serviços, músicos, pequenos fornecedores e proprietários de imóveis desocupados, dentre tantas outros que dependem dos bares e restaurantes para sobreviver.

Por tudo isso, é preciso pensar em uma reabertura com melhores critérios, que possibilite da melhor forma possível a busca do equilíbrio econômico dos negócios e que seja viável para a continuidade da vida das empresas e, principalmente, dos postos de trabalhos. Se a conta não fechar, a situação vai ser ainda pior.

Matheus Mason é empresário no setor, proprietário de dois restaurantes e presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes da Região Metropolitana de Campinas (Abrasel RMC).

“Quando tudo isso passou”: Curta metragem de animação integra Força Tarefa Unicamp contra Covid-19

Campinas, por Kleber Patricio

Imagem do livro “Quando tudo isso passou”. Foto: divulgação.

O Instituto de Artes da Unicamp e o Núcleo de Cinema de Animação de Campinas (NCAC) se juntaram à Força Tarefa Unicamp contra a Covid-19 e produziram o curta-metragem Quando tudo isso passou, um desenho animado com reflexões sobre a pandemia do coronavírus.

O curta-metragem traz a história de uma cientista que busca o remédio para doença, mas que, além da pesquisa e das questões ligadas à saúde física e hábitos de higiene, reflete sobre como a solidariedade, compreensão e o amor são essenciais em tempos de pandemia. O filme está disponível no canal da TV Unicamp no Youtube, no link https://youtu.be/9a4QI7aTq4Y.

O texto é do próprio diretor, Wilson Lazaretti, professor do Instituto de Artes da Unicamp, com contribuições de oito ex-alunos do animador, estudantes principalmente do curso de Artes Plásticas da universidade, com cada um trabalhando remotamente de sua casa. A produção é de Maurício Squarisi, do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas. Uma das envolvidas é a jovem Isabella Brum, 20 anos, estudante do segundo ano de Artes Visuais da Unicamp. “A gente trata deste tema do coronavírus de uma forma um pouco mais lúdica. É um vídeo com um caráter mais esperançoso, para levar uma luz para as pessoas”, comenta ela, que vê no projeto também uma oportunidade de evoluir e aprender mais a técnica da animação.

Força Tarefa Unicamp contra Covid-19

A Força Tarefa Unicamp contra a Covid-19 é uma iniciativa da Universidade Estadual de Campinas que coloca a serviço da sociedade sua infraestrutura e todo o recurso humano e financeiro na luta contra um dos maiores males da história da humanidade. Hoje, a Força Tarefa Unicamp contra a Covid-19 trabalha arduamente junto aos governos municipal, estadual e federal para conseguir os recursos necessários para ampliar cada vez mais sua capacidade de atuação. Para saber mais: http://www.ftcovid19.unicamp.br/index.html.

Núcleo de Cinema de Animação de Campinas: atuação virtual reforçada durante a quarentena

Imagens do livro “Manual do Pequeno Animador”. Foto: divulgação.

Com mais de 45 anos de atuação, o Núcleo de Cinema de Animação de Campinas, dirigido por Wilson Lazaretti e Maurício Squarisi, mantém as atividades a todo vapor, respeitando o isolamento social e recorrendo ao ambiente virtual. Além do envolvimento com o curta-metragem Quando tudo isso passou, há novidades que incluem curso de animação online e lançamento de livro.

O codiretor do Núcleo, Maurício Squarisi, lançou um curso online de desenho animado autoral que permite que os alunos criem sua própria produção de animação. Disponível na plataforma da Diálogo Produções Culturais, as aulas totalizam 90 minutos, incluindo uma aula de apresentação inicial gratuita. O curso é recomendado para pessoas acima de 12 anos e não é necessário ter nenhuma experiência nem com desenho, nem com animação, porque é esse traço pessoal que será aplicado na criação de seu filme.

Esta metodologia própria desenvolvida pelo Núcleo, aliás, é a base do livro Manual do Pequeno Animador, recém lançado por Wilson Lazaretti. Após uma campanha de financiamento coletivo no início do ano, o livro, escrito pelo fundador e codiretor do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas, Wilson Lazaretti, está disponível para venda pelo site https://ncaonline.lojaintegrada.com.br/manual-do-pequeno-animador.

O Manual do Pequeno Animador traz questões da arte da animação, mais filosóficas do que propriamente técnicas, que refletem uma metodologia própria construída por Lazaretti em seu trabalho ao lado de Maurício Squarisi nos 45 anos do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas, presente tanto nas dinâmicas de suas oficinas, quanto nos trabalhos autorais de seus dois diretores. “É um manual sobre parte do que se aprende e sobre parte do que se ensina sobre animação e desenho animado”, comenta Wilson Lazaretti, que intercala na obra comentários sobre o nascimento da animação e sua evolução, a linguagem do cinema e algumas questões técnicas sobre o desenho, entre outros tópicos, com narrativas baseadas nas mais de 2500 oficinas de animação que o Núcleo de Cinema de Animação de Campinas realizou mundo afora transformadas em fábulas. O livro ganhou a importante contribuição da animadora búlgara Radostina Neykova, que fez as ilustrações.

Durante o mês de fevereiro deste ano, a campanha de financiamento coletivo para o Manual do Pequeno Animador funcionou como uma pré-venda do livro. O lançamento oficial seria no Monstra, o Festival de Animação de Lisboa, em Portugal, mas devido à pandemia, o evento foi suspenso; então, por enquanto, as vendas estão concentradas na internet.

Saiba mais sobre o Núcleo Cinema de Animação de Campinas

Maurício Squarisi e Wilson Lazaretti têm uma longa trajetória na animação. Juntos, fundaram em 1975, o Núcleo de Cinema de Animação de Campinas, entidade que dirigem até hoje e conquistou um importante lugar no cenário da animação brasileira, produzindo um gênero de animação voltado exclusivamente para a produção independente. As oficinas de animação do Núcleo já foram ministradas para crianças, jovens e adultos em quase todo o território brasileiro, além de Argentina, Portugal, Dinamarca, Suécia e Estados Unidos, entre outros países. Para saber mais, basta acessar o blog do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas, pelo link http://nucleodeanimacaodecampinas.blogspot.com/.

Confira:

Quando tudo isso passou: Animação de alunos da Unicamp sobre coronavírus: http://www.ftcovid19.unicamp.br/index.html

Livro Manual do Pequeno Animador: https://ncaonline.lojaintegrada.com.br/manual-do-pequeno-animador

Curso on-line de desenho autoral: https://dialogosproducoes.com/courses/curso-de-desenho-animado-autoral-com-mauricio-squarisi/

Blog do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas: http://nucleodeanimacaodecampinas.blogspot.com/.

“Edifício Itália”: um livro sobre urbanismo e cultura

São Paulo, por Kleber Patricio

Crédito da foto: Fábio Knoll.

Um dos arranha-céus mais importantes da cidade de São Paulo é também uma obra de arte em meio ao caos da megalópole mais conhecida do Brasil. O Edifício Circolo Italiano ganha o livro Edifício Itália, com fotos e textos inéditos, publicado pela Editora KPMO Cultura e Arte.

A ideia partiu da mudança do reconhecido escritório de arquitetura Pitá para o marco arquitetônico e, a partir da emoção de estar no gigante da arquitetura construído por Franz Heep, resolveram presentear os paulistanos com o resgate de todo o processo de consolidação urbana e aspectos da história social, legal e arquitetônica do Edifício Itália.

A publicação parte da presença da comunidade italiana em São Paulo, em um texto assinado por Keila Prado Costa (FFLCH-USP e KPMO), passando pelos meandros do concurso que elegeu o projeto como vencedor, com detalhes inéditos revelados pela pesquisa de Anat Falbel.

Capa do livro. Foto: divulgação.

O edifício, que fica em uma das esquinas mais conhecidas da cidade de São Paulo – a Avenida Ipiranga com a São Luís –, não é só mais um prédio construído na conhecida selva de pedra. O projeto é inovador e foi apresentado no contexto de um concurso para nova sede do Circolo Italiano, numa região onde outras construções contemporâneas transformaram as relações na cidade, como Galeria Metrópole, Galeria Zarvos e, claro, a Galeria do Edifício Itália.

A Diretoria retoma o antigo projeto de 13 anos de demolir o prédio e em seu lugar levantar um moderno edifício. Os desenhos, as anotações e correspondências, quase esquecidos nas gavetas e prateleiras, são desarquivados e passam a ganhar importância. A edição ilustrada proporcionará ao leitor uma viagem pela arquitetura paulista dos anos 60, conta com orelha do Prof. Dr. Paulo Bruna (FAU-USP) e tem prefácio assinado pelo Prof. Dr. José Eduardo de Assis Lefèvre (FAU-USP). As ricas narrativas ganham ainda mais significado por meio de mais de 190 fotografias, imagens, plantas de arquitetura e ilustrações que revelam múltiplas belezas e gerações.

Editora: KPMO Cultura e Arte

Patrocínio: Pitá Arquitetura

Apoio Cultural: Refúgios Urbanos

Textos: Anat Falbel e Keila Prado Costa

Orelha: Paulo Bruna

Prefácio: José Eduardo de Assis Lefèvre

Direção de arte e pesquisa iconográfica: Marcello de Oliveira

Ano: 2020

Número de páginas: 176

Medidas: 23×28 cm.

Fatos que você provavelmente desconhece sobre o Edifício Itália

– Em novembro de 1968, a rainha Elizabeth II visitou o local e registrou sua visita.

– O edifício é um marco em relação à volta da diplomacia entre o Brasil e os italianos que nele viviam.

– A dinamicidade do conjunto e a ilusão de movimento resultam da combinação do deslocamento do bloco principal na direção do cruzamento das avenidas, secundado pelo bloco menor nas franjas da laje e do volume do primeiro.

– Enquanto acontecia a reunião sobre o concurso que deu origem ao prédio, o visionário Heep desenhou em um bloquinho uma elipse gorda e dispensou o quadrado ou mesmo qualquer outra forma casual de esboço, que é exatamente o formato que ficou.

– O Restaurante [Terraço] Itália foi fruto de um presente para a cidade, do imigrante Evaristo Comolatti, fundador do grupo Comolatti, que havia ganhado muito dinheiro no Brasil.

Selo SESC promove jam sessions virtuais

São Paulo, por Kleber Patricio

Durante a pandemia de Covid-19 e com as medidas de distanciamento social, a música vem se mostrando uma forte aliada para superar o isolamento. Pesquisas têm identificado sensíveis mudanças nos hábitos de consumo dos usuários das plataformas de streaming – em meio a um ambiente cercado de informação desenfreada e picos de ansiedade, nestes novos tempos tem-se escutado mais música, uma forma de respiro diário para o cotidiano árido. Em paralelo, com a impossibilidade de se apresentar em shows ou se reunir com facilidade em estúdios, músicos, compositores e instrumentistas têm encontrado outras formas de dar vazão à criatividade, mostrando resultados inesperados e surpreendentes, seja levando seus repertórios ao público através de lives ou colaborando à distância em produções feitas em casa. Singles e álbuns feitos em quarentena provam que o talento é um valor que não se confina.

É assim que surge a série Não Repare a Bagunça, do Selo SESC, com lançamento marcado para o dia 23 de julho em seu canal do Youtube (youtube.com/seloSESC) e também no SESC Digital (SESCsp.org.br/nrb), plataforma de conteúdos digitais recém-lançada pelo SESC São Paulo. Com atualizações às quintas-feiras, sempre às 17h, o Selo promove uma série de jams virtuais envolvendo compositores e instrumentistas de diversos lugares do Brasil e de universos musicais variados.

Registrados em vídeo de maneira autônoma pelos próprios artistas em casa ou em seus estúdios particulares, a série traz temas instrumentais inéditos compostos durante a quarentena, das mais variadas vertentes; seja do carimbó à valsa, do reggae ao jazz standard ou até mesmo da música de concerto, abarcando formações variadas como duos, quartetos e até quintetos e aproximando linguagens musicais distintas, muitas vezes sem conversas, ensaios, brainstorms ou alguma troca presencial, mas nem por isso menos quentes ou vibrantes.

O vídeo que abre a série marca o encontro de quatro importantes nomes da cena musical brasileira, Manoel Cordeiro (guitarra/synths), multinstrumentista e produtor musical paraense com colaborações em mais de 1000 discos; o reverenciado trombonista Marlon Sette, figura recorrente nas fichas técnicas de discos da cena musical contemporânea do Rio de Janeiro; Pupillo (bateria), ex-Nação Zumbi, compositor de trilhas sonoras e produtor pernambucano e, fechando o time, Kassin (baixo), baixista e produtor carioca considerado um dos arquitetos do som dessa era contemporânea da música brasileira. O grupo interpreta Brazuca, composição de Manoel Cordeiro feita especialmente para o projeto. “Um carimbó ribeirinho, do Marajó, que flerta com a Bossa Nova, no pulso… e espalha sotaques da musica brasileira, com as participações de Kassin e Marlon do Rio de Janeiro e Pupillo, pernambucano mangue beat‘vertentes do mesmo rio’, define o guitarrista.

Assista: YouTube do Selo SESC e SESC Digital.

Selo SESC

Criado há 16 anos, o Selo SESC tem o objetivo de registrar a amplitude da produção artística brasileira construindo um acervo pontuado por obras de variados estilos, épocas e linguagens. Recentemente, foram lançados no mercado digital os álbuns Sessões Selo SESC #6: Rakta + Deafkids e Sessões Selo SESC #7: João Donato + Projeto Coisa Fina. O CD-livro São Paulo: paisagens sonoras (1830-1880) da pesquisadora e cantora Anna Maria Kieffer; o DVD Exército dos Metais, da série O Som da Orquestra, O Romantismo de Henrique Oswald (José Eduardo Martins e Paul Klinck) e os CDs Dança do Tempo (Teco Cardoso, Swami Jr. e BB Kramer), Espelho (Cristovão Bastos e Maury Buchala), Eduardo Gudin e Léla Simões, Recuerdos (Tetê Espíndola, Alzira E e Ney Matogrosso), Música Para Cordas (André Mehmari), Estradar (Verlucia Nogueira e Tiago Fusco), Tia Amélia Para Sempre (Hercules Gomes), Gbó (Sapopemba), Acorda Amor (Letrux, Liniker, Luedji Luna, Maria Gadú e Xênia França), Copacabana – um mergulho nos amores fracassados (Zuza Homem de Mello), Tio Gê – O Samba Paulista de Geraldo Filme (vários artistas), o tríptico Imaginário Sonoro Brasileiro, do Grupo Anima, composto pelos álbuns Donzela Guerreira, Encantaria e Mar Anterior e Nana, Tom, Vinicius, de Nana Caymmi, disponibilizados nas plataformas de streaming.

+ SESC Digital

A presença digital do SESC São Paulo vem sendo construída desde 1996, sempre pautada pela distribuição diária de informações sobre seus programas, projetos e atividades e marcada pela experimentação. O propósito de expandir o alcance de suas ações socioculturais vem do interesse institucional pela crescente universalização de seu atendimento, incluindo públicos que não têm contato com as ações presenciais oferecidas nas 40 unidades operacionais espalhadas pelo estado.

Saiba +: SESC Digital

Serviço:

Selo SESC apresenta Não Repare a Bagunça

Um vídeo novo, todas às quintas-feiras, às 17h, no canal do Selo SESC no Youtube (youtube.com/seloSESC) e também no SESC Digital (SESCsp.org.br/nrb)

23/7Estreia

Brazuca, com Manoel Cordeiro (guitarra/sintetizadores), Marlon Sette (trombone), Pupillo (bateria) e Kassin (baixo)

Não Repare a Bagunça – Próximos episódios

30/7

Juntos, porém Separados, com Nenê (piano), Carlos Ezequiel (bateria), Sizão Machado (baixo) e Letieres Leite (flauta)

6/8

Sol no quintal, com Victor Fão (trombone), Alana Ananias (bateria), Kiko Bonato (órgão/teclado), Marcos Mossi (guitarra) e Lua Bernardo (baixo)

13/8

Choro barroco, com André Mehmari (piano) e Rafael Cesário (violoncelo).