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Gretta Sarfaty apresenta panorama de sua obra em mostras no IAB e na Central Galeria

São Paulo, por Kleber Patricio

‘Mãe Impersonificação’ (2019), Gretta Sarfaty. Foto: divulgação.

Intimidade familiar, trivialidades e reconexão após um longo período de afastamento – é deste enredo que nasce a produção recente da artista greco-brasileira Gretta Sarfaty. Ela extrai da banalidade dos dias uma perspectiva existencial de continuidade, reflete sobre sua origem e sobre o lugar que ocupa no seio familiar. O desfecho da história pode ser visto na exposição Reconciliações, individual que a artista exibe até 25 de janeiro, no IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), com realização de Luli Hunt.

Após mais de três décadas fora do Brasil – período em que Gretta viveu entre Nova York e Londres – o resgate familiar revela a intimidade de um convívio marcado por encontros e turbulências, principalmente na relação da artista com sua mãe. Do mergulho no passado, Sarfaty emergiu com séries de fotos antigas de sua família – principalmente as que registram a mãe –, como numa tentativa de lidar com suas próprias cicatrizes. “Nesses trabalhos emergem o afeto, expressão relevante e substantiva de sua poética atual”, pontua Fábio Magalhães, curador da mostra. É a forma que artista encontrou para ressignificar suas memórias, ideia recorrente na série Mãe Impersonificação (2019), que traz registros de gerações em volta da mesa e Reconciliações (2019), conjunto homônimo à mostra, que traz imagens fotografadas no dia a dia, retiradas do esquecimento e da brevidade do cotidiano. Fotografias retrabalhadas pelo artista no computador e transportadas para tela com acréscimos de pintura, grafismos e colagens.

A exposição reúne também The Myth of Womanhood (2001), composta por autorretratos em momentos íntimos triviais, como no ritual de se maquiar e Youth Versus Gravity (2005), que traz registros de férias em família: a artista fotografa seu neto, expondo as particularidades familiares e a convivência das relações.

Em ambas, Gretta desenvolve sequências e desdobramentos de uma única imagem fotográfica que, ao ser repetida em série, cria efeito caleidoscópio. “Ela retrabalhou conceitos de criação digital estabelecidos pelo filósofo norte-americano Timothy Binkley e, partir disto, explorou possibilidades de espelhamentos a fim de ampliar o campo de visão das imagens nas matrizes fotografadas e tirou proveito dos efeitos de contraste e de densidades cromáticas para acentuar o efeito caleidoscópico”, explica o curador.

‘Reconciliações II’ (2019), Gretta Sarfaty. Foto: divulgação.

A intimidade é uma constante na obra de Gretta Sarfaty. A contragosto de sua família, ela iniciou ainda muito jovem no circuito das artes plásticas e logo se destacou como artista de vanguarda, com trabalhos em que usava o corpo como suporte e linguagem. No início da década de 1970, já mãe de três filhos, em um Brasil que atravessava as represálias da ditadura militar e via crescer movimentos pela libertação sexual e lutas de gênero, Sarfaty dava vida à uma obra intensa, disruptiva e singular, associada principalmente à Body Art e ao feminismo. Conviveu com Cildo Meirelles, Artur Barrio e Rubens Gerchman (1942-2008), entre outros expoentes da arte contemporânea, propôs novos suportes e formatos para expor seu trabalho e buscou a emancipação de amarras sexistas impregnadas na época.

Em meados de 1980, em meio à sua ascensão artística – e às desavenças familiares –, a artista muda-se para Nova York e intensifica os experimentos que tomam o corpo como suporte e a intimidade como linguagem. É nessa fase que seu trabalho ganha espaços em instituições mundo afora, a exemplo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris, a portuguesa Fundação Calouste Gulbenkia, o Palazzo Dei Dei Diamanti, Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) e outros.

Mas se antes o corpo e sua intimidade eram atrelados às suas questões individuais, agora, revelam-se espaços de reconstrução de laços, têm necessidade do outro, já não se expressam sozinhos.

Sobre a artista

Nascida em 1947 em Atenas, na Grécia, Gretta Sarfaty atualmente vive e trabalha em São Paulo. Também conhecida como Gretta Alegre Sarfaty, Gretta Grzywacz e Greta Sarfaty Marchant, é pintora, desenhista, gravadora, fotógrafa e artista multimídia que ganhou reconhecimento internacional no final dos anos 1970, a partir de seus trabalhos artísticos relacionados à body art e ao Feminismo.

Na mesma década, cursou a escola PanAmericana de Arte em São Paulo e foi aluna de Ivald Granato e Walter Lewy. Em 1973, inicia-se em gravura em metal sob orientação de Mário Gruber e edita suas próprias gravuras. Cursa a escola de Arte Documenta, em 1973 e, a partir deste período, participa de exposições envolvendo vídeo e performance em diversos países, como Itália, França, Bélgica e Alemanha. Em meados de 1980, a artista muda-se para Nova York e depois para Londres e é nessa fase que seus trabalhos ganham espaço em instituições como o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo(MAC/USP), Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), Museu de Arte de São Paulo (MASP), Pinacoteca do Estado de São Paulo, Instituto Moreira Salles (SP/RJ), Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, Fundação Calouste Gulbenkian, Centre Georges Pompidou, Le Bal Musée d’Art Paris, Museum of Modern Art of New York (MoMa), The Art Institute of Chicago e Palazzo Dei Diamanti, entre outros.

Gretta Sarfaty apresenta experimentações com o corpo em mostra da Central Galeria

‘Body Works’ (1976), Gretta Sarfaty. Foto: divulgação.

Disruptiva e multidisciplinar, a artista Gretta Sarfaty faz de seu corpo espaço para experimentação artística, política, campo de transformação. Em sua obra, o corpo feminino é território tanto para questionamentos internos quanto sociais. Expoente da body art no Brasil, a artista traz ao público séries de trabalhos emblemáticos na mostra Dos nossos espaços vazios internos, individual em cartaz até 2 de fevereiro na Central Galeria. “A obra de Gretta Sarfaty transborda as narrativas da subjetividade do ser mulher enquanto sujeito político coletivo, inventado para atravessar problemáticas identitárias e ampliar os limites daquilo que se espera da nossa existência”, reflete Catarina Duncan, curadora da mostra.

O corpo artístico de Gretta é livre, não se limita a paredes ou a um único espaço. A série A woman’s diary (1977), um dos destaques da exposição, é apresentada agora em lambe-lambes que vão para além do espaço expositivo da Galeria e se expandem para as ruas do Centro da cidade de São Paulo. São autorretratos preto e branco nos quais ela convida o público a adentrar um diário de seu próprio corpo. “A ação desenvolve um novo sentido do que é público e transforma assim o significado da arte na sociedade”, pontua Duncan.

Os trabalhos eleitos pela curadoria datam de 1973 a 1981 e são documentações de performances e autorretratos, fotografias nas quais a artista divaga sobre a representação do feminino na arte e traz ao público experimentos artísticos com o próprio corpo, a exemplo das séries Body Works (1976) e da notória Evocative Recollections (1979), que traz registros da performance em que a artista colocava seu corpo nu em atrito ao de um gato em alusão à sensualidade feminina.

‘Body Works I’, Gretta Sarfaty. Foto: divulgação.

O título da mostra surge de uma citação da crítica e historiadora de arte americana Linda Nochlin, em análise sobre o motivo pelo qual obras de tantas mulheres artistas se mantiveram anos a fio sem reconhecimento. “As coisas como estão e como foram antes, nas artes e em centenas de outras áreas, são estupidificantes, opressivas e desestimulantes para todos aqueles que, como as mulheres, não tiveram a boa sorte de nascer brancos, preferencialmente de classe média e, sobretudo, homens. A culpa não é dos astros, dos nossos hormônios, dos nossos ciclos menstruais, dos nossos espaços internos vazios, mas das instituições e da nossa educação”, afirmou Nochlin.

Sarfaty passou mais de três décadas longe do Brasil e do circuito de arte do País e, agora, a atual mostra resgata sua obra e busca sua reinserção no contexto artístico atual. “Trazer para a atualidade a quebra de um regime de controle sobre o corpo da mulher, onde não mais se permite a servidão ao outro e sim a si mesma promove uma nova visualidade de prazer. Nas palavras da artista, o que interessa é ‘ser obra aberta aos avessos’ e isso já é uma estratégia revolucionária”, afirma a curadora.

Serviço:

Dos nossos espaços vazios internos, individual de Gretta Sarfaty

Local: Central Galeria

Curadoria: Catarina Duncan

Período expositivo: até 2 de fevereiro

Endereço: Rua Bento Freitas, 306, Vila Buarque – São Paulo/SP

www.centralgaleria.com.

Reconciliações, individual de Gretta Sarfaty

Local: IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil

Curadoria: Fábio Magalhães

Período expositivo: até 25 de janeiro

Endereço: Rua Bento Freitas, 306, 4º andar, Vila Buarque – São Paulo/SP

Visitação: segunda a sexta-feira, das 11h às 19h e sábado, das 11h às 17h

http://www.iabsp.org.br/.

Polo Astronômico de Amparo tem programação especial de férias

Amparo, por Kleber Patricio

Observação com o telescópio é uma das atividades da programação. Crédito da foto: divulgação.

Observação do Sol por meio de telescópios, atividades no planetário digital, teatro e um curso de difusão científica são as atrações do mês de janeiro no Polo Astronômico de Amparo, no interior de São Paulo. A programação especial de férias acontece no sábado (18) e no domingo (19) e termina no sábado seguinte, dia 25, com o curso Visão para o Universo. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo site www.poloastronomicoamparo.com.br.

As sessões do primeiro final de semana do projeto Férias no Polo unem astronomia e cultura em duas manhãs e tardes de conhecimento, interação e entretenimento. O público tem a oportunidade de escolher entre dois horários: das 10h às 12h ou das 14h30 às 16h30, tanto no sábado (18) quanto no domingo (19).

Entre os atrativos está a observação do Sol com telescópios devidamente preparados para esse tipo de atividade, além de explicações feitas por especialistas sobre a origem e o funcionamento do astro-rei. Na sala de projeções hemisféricas do planetário digital, acontecem sessões imersivas e didáticas com o tema Da Terra aos Planetas, uma chance única para que os visitantes conheçam virtualmente o céu do Verão e participem de uma “viagem” que explora o Sistema Solar.

Telescópio Refrator de 150 mm para observação do Sol. Foto: Andreia Pereira.

A programação de férias no complexo astronômico de Amparo ainda prevê para os dias 18 e 19 de janeiro a apresentação do espetáculo infantil O Pequeno Príncipe, uma produção da Cia. Lázaro de Teatro, com sede na Casa do Teatro, em Amparo. A peça é baseada na mundialmente conhecida obra do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry e conta a história da amizade entre um homem que tem seus desenhos incompreendidos pelo mundo e um príncipe que habita um asteroide. Um espetáculo que promete encantar crianças e adultos. A classificação é livre.

Os ingressos para as sessões especiais com direito à programação completa podem ser comprados pelo site www.poloasstronomicoamparo.com.br. Os valores são R$60 (inteira) e R$30 para estudantes, professores, idosos e portadores de necessidades especiais. Crianças até 3 anos não pagam. O limite máximo é de 100 pessoas por sessão. Durante a programação de férias, o Restaurante Galileu, nas dependências do Polo Astronômico, funciona com completo serviço de lanchonete e almoço.

Curso Visão para o Universo oferece 50 vagas

Ainda como parte da programação de férias, o Polo Astronômico de Amparo promove no sábado (25) o curso de difusão científica Visão para o Universo. A atividade é voltada para pessoas a partir de 13 anos sem a necessidade prévia de qualquer conhecimento sobre astronomia. Ao todo, são oferecidas 50 vagas e o investimento é de R$130 (sem café e almoço) ou R$180, com café e almoço inclusos. A inscrição pode ser feita pelo site www.poloastronomicoamparo.com.br ou pelos telefones (19) 3326-8264 e (19) 99295-9586 (WhatsApp). O curso terá oito horas de duração, das 9h às 18h, com intervalos para a alimentação.

O programa inclui aulas teóricas em sala de aula, simulações práticas no planetário digital, uso da Semiesfera Armilar e observação do Sol através de telescópios apropriados. O conteúdo aborda temas como a evolução do conhecimento sobre o universo, observação do céu, distâncias astronômicas, Lua, objetos do Sistema Solar, Sol e as estrelas, galáxias e origem do universo. Todos os participantes recebem diploma ao final do curso.

Sobre o Polo Astronômico de Amparo

Polo Astronômico de Amparo. Foto: Andreia Pereira.

O Polo Astronômico, construído em 60 mil metros quadrados às margens da Serra da Mantiqueira, foi inaugurado em setembro de 2015 em uma área privilegiada a cerca de 1.000 metros de altitude. A região é livre de qualquer tipo de poluição luminosa direta. Por meio de uma lei municipal, todo o arredor do complexo foi declarado Sítio para Observações Astronômicas. A intenção é coibir a presença de luz artificial que possa atrapalhar as atividades. É nesse complexo que está em operação desde julho de 2019 o maior telescópio refletor do Brasil aberto para o uso público.

O observatório está localizado a 15 minutos do perímetro urbano de Amparo, com acesso no km 29 da Rodovia Benevenuto Moretto (SP-95), que liga Amparo a Bragança Paulista, bairro do Sertãozinho.

Serviço:

Polo Astronômico de Amparo

Endereço – Rodovia Benevenuto Moretto (SP-95), Amparo-Bragança Paulista, Km 29, bairro do Sertãozinho, Amparo/SP

Informações – www.poloastronomicoamparo.com.br

Telefone – (19) 3326-8264

WhatsApp – (19) 99295-9586 ou (19) 99412-1902

Programação de Férias

Dias 18 e 19 de janeiro, sábado e domingo

Horários das sessões:

10h às 12h ou das 14h30 às 16h30

Atividades:

– Sessões no planetário digital com o tema Da Terra aos Planetas

– Observação do Sol por meio de telescópios apropriados

– Espetáculo infantil O Pequeno Príncipe, com a Cia. Lázara de Teatro

Ingresso – R$60 (inteira) e R$30 (meia-entrada) para estudantes, professores, idosos e portadores de necessidades especiais. Crianças até 3 anos não pagam.

Alimentação – O Restaurante Galileu, nas dependências do Polo Astronômico, funciona com completo serviço de lanchonete e almoço.

Dia – 25 de janeiro, sábado

Curso Visão para o Universo

Horário – 9h às 18h (com intervalos para almoço e café)

Idade mínima – 13 anos

Valores – R$130 (sem almoço e café); R$180 (com almoço e café inclusos).

São Paulo Companhia de Dança anuncia Temporada 2020

São Paulo, por Kleber Patricio

Cena de “O Lago dos Cisnes”, de Mario Galizzi: obra volta na Temporada 2020 | Crédito da foto: Sílvia Machado.

A São Paulo Companhia de Dança (SPCD), corpo artístico da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo gerido pela Associação Pró-Dança e dirigido por Inês Bogéa, anuncia a Temporada 2020, titulada Permanência e Inovação. Serão quatro programas ao longo do ano com três estreias, totalizando 10 coreografias de grandes coreógrafos brasileiros e internacionais que serão exibidas no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo. “Há possibilidade do convívio entre permanência e inovação. […] A cada vez que dançamos, vivemos uma experiência singular, seja pelo bailarino ou pela plateia. O que permanece e o que se modifica? A essência dos movimentos e da criação permanece, mas sempre será diferente no corpo de cada um que vier a integrar a obra e na percepção de quem vê. Toda dança é feita de mudança – integrando novas qualidades sem perder a essência”, explica Inês Bogéa, diretora artística da companhia.

A venda de novas assinaturas segue até 31 de março. Dentre os benefícios de se tornar um assinante da SPCD, estão a possibilidade de obter os ingressos com desconto, escolher antecipadamente o lugar onde deseja se sentar no teatro, ter direito a visitas à sede da SPCD (mediante agendamento prévio) para assistir aos ensaios da companhia, além de outras vantagens.

A assinatura para os 4 programas custa a partir de R$136,00. As compras podem ser realizadas por meio do site da Companhia (www.spcd.com.br) ou pelo telefone (11) 3224-1383.

Temporada 2020

O primeiro programa, em junho, terá a volta do grande clássico O Lago dos Cisnes, uma criação de Mario Galizzi especialmente para a São Paulo Companhia de Dança a partir do original de Marius Petipa e Lev Ivanov. A obra contará com todo o corpo artístico da Companhia, bem como solistas e figurantes convidados. As apresentações acontecem ao longo de três semanas e meia no mês de junho (6 a 7, 10 a 14, 17 a 21 e 24 a 28).

Em setembro, serão três programas distintos. De 11 a 13, estreia a primeira obra do coreógrafo residente da SPCD, Stephen Shropshire. Rococo Variation investiga a relação da dança contemporânea com o virtuosismo da dança clássica, em uma relação direta com a música de Tchaikovsky. Na mesma semana, serão apresentadas obras já pertencentes ao repertório da Companhia com características marcantes: a intensa e premiada Agora, de Cassi Abranches; a vibrante Vai, de Shamel Pitts e a clássica A Morte do Cisne, de Lars Van Cauwnbergh, inspirada na obra de Michel Fokine.

Na semana seguinte, de 17 a 20 de setembro, acontece a estreia da obra de Henrique Rodovalho Só Tinha de Ser com Você, uma sensível e singular releitura coreográfica do álbum Elis & Tom, clássico da música brasileira. Trick Cell Play, criação premiada de Édouard Lock, coprodução com o Festival Movimentos em Wolfsburg, na Alemanha, completa o programa.

Encerrando a Temporada 2020 da SPCD, o repertório de 24 a 27 de setembro trará a estreia da criação de Ana Catarina Vieira, uma obra que mistura as linguagens das danças populares brasileiras com o balé clássico e a dança contemporânea. Além da novidade, a semana terá a instigante Gnawa, de Nacho Duato e a intensa Anthem, de Goyo Montero.

SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA

Direção Artística e Executiva | Inês Bogéa

Criada em janeiro de 2008, a São Paulo Companhia de Dança (SPCD) é um corpo artístico da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa. A São Paulo é uma Companhia de repertório, ou seja, realiza montagens de excelência artística que incluem trabalhos dos séculos XIX, XX e XXI de grandes peças clássicas e modernas a obras contemporâneas especialmente criadas por coreógrafos nacionais e internacionais. A difusão da dança, produção e circulação de espetáculos é o núcleo principal de seu trabalho. A SPCD apresenta espetáculos de dança no Estado de São Paulo, no Brasil e no exterior e é hoje considerada uma das mais importantes companhias de dança da América Latina pela crítica especializada. Desde sua criação, já foi assistida por um público superior a 732 mil pessoas em 17 diferentes países, passando por aproximadamente 145 cidades, em mais de 960 apresentações. Desde sua criação, a Companhia já acumulou mais de 30 prêmios nacionais e internacionais. Além da difusão e circulação de espetáculos, a SPCD tem mais duas vertentes de ação: os programas educativos e de formação de plateia e registro e memória da dança.

Crédito da foto: Willian Aguiar.

INÊS BOGÉA – Direção Artística e Executiva | Inês Bogéa é doutora em Artes (Unicamp, 2007), bailarina, documentarista, escritora, professora no curso de especialização Arte na Educação: Teoria e Prática da Universidade de São Paulo (USP) e autora do Por Dentro da Dança com a São Paulo Companhia de Dança na Rádio CBN. De 1989 a 2001, foi bailarina do Grupo Corpo (Belo Horizonte). Foi crítica de dança da Folha de S. Paulo de 2001 a 2007. É autora de diversos livros infantis e organizadora de vários livros. Na área de arte-educação, foi consultora da Escola de Teatro e Dança Fafi (2003-2004) e consultora do Programa Fábricas de Cultura da Secretaria de Cultura do Estado (2007-2008). É autora de mais de quarenta documentários sobre dança.

Ficha informativa das coreografias que serão apresentadas:

PROGRAMA DE 6 A 28 DE JUNHO DE 2020

O Lago dos Cisnes (2018)

Coreografia: Mario Galizzi, a partir de Marius Petipa (1818-1910) e Lev Ivanov (1834-1901)

Música: Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) com partitura revisada por Riccardo Drigo (1846-1930)

Iluminação: Wagner Freire

Figurino: Fábio Namatame | 1ª e 3ª cenas, todos | 2ª cena, homens Tânia Agra | 2ª e 4ª cenas, tutus e bruxo | 3ª cena, Odille

Cenografia: Marco Lima

Adereços: Robson Rui (bestas), Américo Corrêa (machados, trompetas e cetro)

Assistente de Coreografia: Sabrina Streiff

Assistente de Cenografia: César Bento

Visagismo: Augusto Sargo

Professora de Dramaturgia: Vivien Buckup

O Lago dos Cisnes é um balé com música especialmente composta por Tchaikovsky que estreou em 1877 no Teatro Bolshoi, mas somente em 1895, com nova coreografia de Marius Petipa e Lev Ivanov, para o teatro Mariinsky, em São Petersburgo, se tornou um enorme sucesso. O Lago dos Cisnes da São Paulo Companhia de Dança é feito sob medida para os artistas da casa. A coreografia de Galizzi dialoga com a tradição e se renova nas relações dos personagens, no detalhe das pantomimas, nos desenhos das cenas, em sintonia fina com a música emblemática de Tchaikovsky e coloca todos os artistas em cena.

PROGRAMA DE 10 A 13 DE SETEMBRO DE 2020

Agora (2019)

Coreografia: Cassi Abranches

Música: Sebastian Piracés

Iluminação: Gabriel Pederneiras

Figurino: Janaina de Castro

A terceira criação de Cassi Abranches para a SPCD explora a palavra tempo em seus possíveis significados: musical com dinâmicas e sonoridades; cronológico com lembranças e expectativas, temperatura com diferentes graus e intensidades. A coreógrafa esculpe os movimentos no corpo de cada bailarino a partir dos ritmos musicais da trilha composta por Sebastián Piracés, que utiliza bateria e elementos de percussão afro-brasileiras misturados ao rock contemporâneo e canto. A obra recebeu o Prêmio APCA de Melhor Coreografia de 2019.

Vai (2019)

Coreografia: Shamel Pitts

Trilha Sonora: Remix de Shamel Pitts e DiPa das músicas Into the tranquility, de Ryoji Ikeda; Spring break Anthem, de The Lonely Island; Obatalá, de Metá Metá; Spirit Caller, de Alleged Witches; Banomoya, de Prince Keybee ft. Busiswa; Freedom is a Feeling, de Nina Simone; Zion, de Fluke; Prismis, de Tim Hecker; F****t, de Arca; Ode, de Nils Frahm e Tudo Que Você Podia Ser, de Clube da Esquina

Iluminação: Mirella Brandi

Figurino: Tushrik Fredericks

Assistente de Coreografia: Mirelle Martins

Vai é a primeira criação do norte-americano Shamel Pitts para uma companhia brasileira. A obra traz um futuro pós-apocalíptico criado não pela necessidade ou destruição, mas pela capacidade humana de recomeçar. “É uma jornada individual e coletiva baseada na euforia, excentricidade, descobrimento, encantamento e compartilhamento. Após o fim, a leveza e a suavidade de ser humano são as essências para criar um novo mundo, um momento de descoberta do que está dentro de nós, entre nós e ao nosso redor”, comenta o coreógrafo.

A Morte do Cisne (2019)

Coreografia: Lars Van Cauwenbergh inspirado na obra de Michel Fokine (1880-1942)

Música: Camile Saint-Saens, O Cisne, extrato de Carnaval dos Animais (1866)

Iluminação: Wagner Freire

Figurino: Marilda Fontes

O balé criado em 1907 por Fokine para Anna Pavlova é um solo emocionante, que dialoga com as sonoridades da harpa e do violoncelo, inspirado no poema de Alfred Tennyson (1809-1892) e nos movimentos dos cisnes em seus últimos instantes de vida. Esse solo é interpretado por grandes estrelas da dança e agora ganha novos acentos e dinâmicas no corpo de uma bailarina da São Paulo Companhia de Dança.

Rococco Variations (2020)

Coreografia: Stephen Shropshire*

Trilha Sonora: Variations on a Rococco Theme, de Piotr Ilitch Tchaikovski

Iluminação: Wagner Freire

* Uma parceria com The Dutch Performing Arts program of the Performing Arts Fund NL

Stephen Shropshire estreia no repertório da São Paulo Companhia de Dança com Rococco Variations, conduzido pela música de Tchaikovsky Variations in a Rococco Theme. Na obra, ele investiga a relação da dança contemporânea com o virtuosismo da dança clássica, com uma relação direta com a música.

PROGRAMA DE 17 A 20 DE SETEMBRO DE 2020

Trick Cell Play (2019)

Coreografia: Édouard Lock*

Composição Musical: Gavin Bryars, interpretado pelo Percorso Ensemble

Diretor Musical do Percorso: Ricardo Bologna

Músicos: Adriana Holtz (violoncelo), Douglas Kier (violoncelo), Horácio Gouveia (piano), Joana Queiroz (clarone), Pedro Gadelha (contrabaixo)

Iluminação: Édouard Lock

Assistente de Figurino: Edmeia Evaristo (corsets)

* Uma coprodução com Movimentos Festwochen der Autostad, em Wolfsburg, na Alemanha.

Movimentos ligados a óperas icônicas e suas memórias coletivas e desconstruídas, a suavidade abandonada gradualmente para a entrada em um terreno niilista, refletindo tanto uma visão mais sombria das paixões expressas nessas árias quanto a fragmentação da utopia social que lhes deu origem. Uma dança como o vento na grama entre o crepúsculo e a noite. Trick Cell Play é a segunda obra do coreógrafo para a São Paulo.

Só Tinha de Ser com Você (2020)

Coreografia e Iluminação: Henrique Rodovalho

Música: álbum Elis & Tom

Iluminação: Wagner Freire

Figurino: Cássio Brasil

Assistente de Coreografia: Vivian Navega

“Esta primeira remontagem de um espetáculo da Quasar Cia de Dança só tinha que ser com a SPCD”. Uma sensível e singular releitura coreográfica do álbum Elis & Tom, clássico da música brasileira. “É um belo encontro do estilo Quasar/Rodovalho de dançar com todo o aprimoramento técnico e primoroso da São Paulo Companhia de Dança”, comenta Rodovalho.

PROGRAMA DE 24 A 27 DE SETEMBRO DE 2020

Gnawa (2009)

Coreografia: Nacho Duato

Música: Hassan Hakmoun, Adam Rudolph, Juan Alberto Arteche, Javier Paxariño, Rabih Abou-Khalil, Velez, Kusur e Sarkissian

Iluminação: Nicolás Fischtel

Figurino: Luis Devota e Modesto Lomba

Remontagem: Hilde Koch e Tony Fabre (1964-2013)

Organização e Produção Original: Carlos Iturrioz Mediart Producciones SL (Espanha)

Gnawa é uma peça que utiliza os quatro elementos fundamentais – água, terra, fogo e ar – para tratar da relação do ser humano com o universo. A obra apresenta o reiterado interesse de Nacho Duato pela gravidade e pelo uso do solo na constituição de sua dança. Os gnawas são uma confraria mística adepta ao islamismo, descendentes de ex-escravos e comerciantes do Sul e do centro da África que se instalaram ao longo dos séculos no norte daquele continente.

Anthem (2019)

Coreografia: Goyo Montero

Música: Owen Belton

Iluminação: Nicolas Fischtel e Goyo Montero

Figurino: Goyo Montero e Fábio Namatame

Organização: Carlos Iturrioz Mediart Producciones SL (Espanha)

Anthem é a primeira criação do espanhol Goyo Montero para uma companhia brasileira. A obra traz uma reflexão sobre o processo de construção e desconstrução de identidades coletivas. Segundo o coreógrafo: “Há ciclos em que repetimos os mesmos erros, de pensar que estamos separados, que somos diferentes quando, na realidade, todos somos um só grupo, a humanidade e, no momento em que perdemos essa unidade, os problemas começam. Este é um traço da história humana”.

Estreia de Ana Catarina Vieira (2020)

Coreografia: Ana Catarina Vieira*

Música: Guerra Peixe: Suíte Pernambucana e Ponteio, versão com Regência de Cláudio Cruz e Orquestra Jovem do Estado de São Paulo

Iluminação: Wagner Freire

Cenografia, Bonecos e Figurino: Marco Lima

* Uma coprodução com Santa Marcelina Cultura

A nova criação de Ana Catarina reúne os seus 20 anos de trabalho dedicados à dança, onde as linguagens das danças populares brasileiras, do balé clássico e da dança contemporânea se misturaram. O resultado deste percurso está presente na coreografia inédita criada especialmente para a São Paulo Companhia de Dança.

“A Melhor Juventude” estreia no dia 16 de janeiro

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Cena do filme. Crédito: reprodução/divulgação.

A Melhor Juventude estreou nos cinemas italianos em 2003, ano em que ganhou o prêmio da mostra Um Certo Olhar, em Cannes. A grande repercussão levou o filme de seis horas para os cinemas, com exibição em duas partes. Em seguida, estreou como série em vários países, incluindo o Brasil. A estreia da cópia restaurada (o filme não foi lançado comercialmente no Brasil), nos cinemas brasileiros a partir do dia 16 de janeiro, também será dividida em dois programas. O longa narra a saga de uma família italiana de 1960 até os anos 2000.

Premiado internacionalmente mais de 30 vezes, A Melhor Juventude segue a trajetória dos irmãos Nicola e Matteo Carati, que dividem os mesmos sonhos, esperanças, leituras e amizades até o dia em que conhecem Giorgia, uma garota com distúrbios psíquicos. Nicola começa a militar no movimento estudantil e mais tarde se torna um psiquiatra, enquanto Matteo abandona os estudos e entra na polícia. O percurso dos dois e do resto da família é apresentado paralelamente a acontecimentos importantes da história da Itália: a inundação de Florença, a luta contra a máfia, os grandes jogos de futebol da seleção nacional. O título do filme evoca uma antologia de poemas de Pier Paolo Pasolini e uma antiga canção italiana.

A Melhor Juventude fez parte da seleção da 27ª Mostra Internacional de Cinema e da recente Festa do Cinema Italiano.

Marco Tulio Giordana nasceu em Milão em 1950 e iniciou sua carreira no cinema em 1977, como assistente de produção de Força Itália!, de Roberto Faenza. Dois anos depois, estreou na direção com Maledetti Vi Ameró, com o qual ganhou o Leopardo de Ouro em Locarno (Suíça). Dirigiu 19 filmes, entre eles Os Cem Passos (2000), La Cadutta degli Angeli Ribelli (1981), Notti e Nebbie (1983), Appuntamento a Liverpool (1991) e Pasolini, Um Crime Italiano (1995).

 

A MELHOR JUVENTUDE

La Meglio Gioventù | The Best of Youth

Itália, 2003. 375 min.

Direção: Marco Tullio Giordana

Roteiro: Sandro Petraglia e Stefano Rulli

Fotografia: Roberto Forza

Produtor: Angelo Barbagallo

Edição: Roberto Missiroli

Direção de arte: Jörg Baumgarten e Tony Reading

Distribuição: Arteplex Filmes

Sinopse:

Quarenta anos da história italiana contada através da vida de dois irmãos, um psiquiatra que viaja o mundo e um idealista que se alista na polícia com a esperança de consertar alguns dos erros do planeta.

PRÊMIOS

Melhor Filme da Mostra Um Certo Olhar / Festival de Cannes

Melhor direção, roteiro e especial do júri no Globo de Ouro Italiano

Prêmio do público no Festival Internacional de Rotterdam

Melhor filme estrangeiro pela Associação Argentina de Críticos de Cinema

Prêmio do público no Bastia Italian Film Festival

Melhor filme, roteiro e elenco no Chlotrudis Awards

Melhor filme, direção, roteiro, produção e edição de som no David di Donatello Awards

Prêmio do público no Denver International Film Festival

Melhor ator, atriz coadjuvante, direção, figurino e produção no Golden Ciak Awards

Vencedor do Grand Prix de l’UCC

Melhor filme no Italian Film Festival USA

Melhor direção, roteiro, produção, ator, atriz, som e edição no Italian National Syndicate of Film Journalists

Prêmio NBR – melhor filme estrangeiro no National Board of Review, USA

Prêmio NYFCO – melhor filme do ano do New York Film Critics Online

Prêmio do público de melhor ficção no Palm Springs International Film Festival

Prêmio do público no Santa Barbara International Film Festival

Melhor diretor no Seattle International Film Festival.

ESPM SP recebe programa de verão da Stanford Pre-Collegiate Studies voltado a estudantes do Fundamental II e Ensino Médio

São Paulo, por Kleber Patricio

Crédito da foto: Henri Taniguti.

A ESPM, escola referência em marketing, comunicação e negócios, receberá, pela primeira vez no Brasil, o programa Stanford Honors Academies, desenvolvido pela Stanford Pre-Collegiate Studies, que é parte da Stanford University. O programa, voltado para estudantes de alto desempenho do Fundamental II e do Ensino Médio, será ministrado de 13 a 24 de janeiro de 2020 por instrutores de Stanford no campus São Paulo da ESPM. “Estamos muito felizes por sediar o programa Stanford Honors Academies no Brasil”, diz Jane de Freitas, Head de Marketing Institucional e Relacionamento Estratégico da ESPM. “A excelência acadêmica de Stanford está totalmente alinhada com a excelência e com os valores da ESPM.”

Alunos de 14 escolas do ensino médio e fundamental da cidade de São Paulo participaram do processo seletivo. A Eduexplora, colaboradora operacional local da Stanford Pre-Collegiate Studies, é a responsável pela organização e logística do programa. Os estudantes do Fundamental II e Ensino Médio selecionados por essas escolas também terão a oportunidade de participar do Stanford Pre-Collegiate International Institutes, que acontecerá no campus da Stanford nos Estados Unidos durante os meses de julho e agosto, juntamente com estudantes de outros países.

Confira os cursos que acontecerão na ESPM em 2020:

– Bioscience

– Artificial Intelligence

– Leadership

– Business & Entrepreneurship

– Creative Writing

– Game Design

– Mathematic and Logic

Design Thinking

Sobre a ESPM

A ESPM é uma escola de negócios inovadora, referência brasileira no ensino superior nas áreas de Comunicação, Marketing, Consumo, Administração e Economia Criativa. Seus 15.000 alunos dos cursos de graduação e de pós-graduação e mais de 1.200 funcionários estão distribuídos em sete campi – quatro em São Paulo, um no Rio de Janeiro, um em Porto Alegre e um em Florianópolis. O Lifelong learning, aprendizagem ao longo da vida profissional, o ensino de excelência e o foco no mercado são as bases da ESPM. Para isso, a instituição investe constantemente em novas metodologias de aprendizagem, tecnologias e infraestrutura.