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Brasil
São Paulo abriga o principal museu de história dedicado à memória política das resistências e da luta pela democracia no Brasil, que tem como missão a valorização da cidadania, da pesquisa e da educação a partir de uma perspectiva plural e diversa sobre o passado, o presente e o futuro. O Memorial da Resistência de São Paulo é um museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, aberto em 2009, e fica exatamente no mesmo prédio onde operou entre 1940 e 1983 o Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops/SP). No feriado de 7 de setembro, o museu apresenta a abertura de duas exposições concomitantes: ‘Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais’ e ‘Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA’.
A mostra argentina é uma itinerância realizada pelo Museu Sítio de Memória ESMA – ex-centro clandestino de detenção, tortura e extermínio em Buenos Aires – e explora a história do edifício desde a ocupação pelas Forças Armadas, durante a última ditadura argentina (1976–1983), até seu reconhecimento como Patrimônio Imaterial da Unesco, em 2023. As violações de direitos humanos cometidas contra mulheres no período também são revisitadas a partir dos testemunhos das sobreviventes.
Em paralelo, com curadoria do pesquisador e professor Diego Matos, a exposição Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais é dedicada à memória do projeto homônimo, responsável pela mais ampla pesquisa já realizada pela sociedade civil sobre a tortura no Brasil durante a Ditadura Civil-Militar (1964–1985).
Com as duas mostras, o Memorial explora as últimas ditaduras brasileira e argentina ao apresentar diferentes processos de luta e resistência protagonizados em ambos os países latino-americanos. A partir da história oral, coloca ambas as exposições em diálogo para a construção de uma memória coletiva sobre os períodos de repressão.
A abertura contará com a presença de Mayki Gorosito, diretora técnica do Museu Sítio de Memória ESMA, e do curador Diego Matos.
Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais
Em 400m², a mostra resgata a memória do projeto Brasil: Nunca Mais, empreendida entre 1979 e 1985. A iniciativa foi responsável por sistematizar e produzir clandestinamente cópias de mais de 1 milhão de páginas contidas em 707 processos do Superior Tribunal Militar (STM), revelando a extensão da repressão política do Brasil no período.
A história do projeto e seus desdobramentos é apresentada junto a testemunhos de advogados, jornalistas e defensores de direitos humanos envolvidos no projeto, que, por anos, tiveram seus nomes mantidos no anonimato: Paulo Vannuchi, Anivaldo Padilha, Ricardo Kotscho, Frei Betto, Carlos Lichtsztejn, Leda Corazza, Petrônio Pereira de Souza e Luiz Eduardo Greenhalgh.
O arquivo de 707 processos judiciais, expõe os depoimentos de presos políticos sobre as ações de repressão, vigilância, perseguição e tortura do aparato estatal. As cópias desse conteúdo, que por anos foram mantidas em segurança em acervos preservados na Suíça e nos EUA, tiveram repatriamento e retornaram ao Brasil em 2011, onde atualmente encontram-se sob salvaguarda do Arquivo Edgard Leuenroth/Unicamp, em Campinas.
O projeto teve apoio do Conselho Mundial de Igrejas e da Arquidiocese de São Paulo, com participação de Dom Paulo Evaristo Arns (1921–2016), arcebispo de São Paulo, e do Rev. James Wright (1927–1999), da Missão Presbiteriana do Brasil Central.
Além dos arquivos do projeto Brasil: Nunca Mais, a exposição apresenta obras da Coleção Alípio Freire, sob salvaguarda do Memorial da Resistência, realizadas por ex-presos políticos como Artur Scavone, Ângela Rocha, Rita Sipahi, Manoel Cyrillo, Sérgio Ferro, Sérgio Sister e o próprio Alípio Freire, durante a permanência em presídios de São Paulo na Ditadura.
Também compõem a mostra obras de arte de artistas como Carmela Gross, Regina Silveira, Artur Barrio, Antonio Manuel, Rubens Gerchman, Claudio Tozzi e Carlos Zílio, do Acervo da Pinacoteca de São Paulo, e obras externas de Rivane Neuenschwander, Claudio Tozzi e Carlos Zilio. Rafael Pagatini apresentará uma obra, comissionada para a exposição, ocupando um mural de 100m² na área externa do museu.
A exposição também lança luz sobre o tempo presente, oferecendo indícios da importância desse debate hoje na perpetuação das permanentes violências do Estado contra suas minorias e populações vulneráveis.
Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA
O lugar de memória, antiga sede da Escola Superior de Mecânica da Armada (ESMA), foi o maior centro clandestino da última ditadura civil-militar argentina (1976–1983), onde foram detidas ou desaparecidas cerca de 5 mil pessoas, entre militantes políticos, estudantes e artistas. Com dois eixos principais divididos em 210m², a exposição apresenta a história do edifício junto a depoimentos com diferentes histórias de luta, lançando um olhar sobre o passado e conectando-o ao tempo presente e as reinvindicações por justiça, verdade e reparação.
O núcleo Patrimonio do Nunca Mais contém um vídeo institucional sobre a ESMA e seis painéis com textos e imagens que abordam a história do edifício. Já Ser mulheres na ESMA aborda as violências específicas a quais mulheres sofreram durante seus sequestros e detenções, como a maternidade durante a prisão, a solidariedade entre as presas e os caminhos adotados para a recuperação física e psicológica das vítimas.
Também compõe o espaço expositivo uma ocupação com fotografias documentais do acervo Memoria Abierta, aliança de organizações argentinas de direitos humanos que promove a memória sobre as violações de direitos no passado recente, ações de resistência e lutas pela verdade e justiça, para refletir sobre o presente e fortalecer a democracia. A fim de apresentar ao público brasileiro a memória visual do período, a ocupação traz registros dos fotógrafos Daniel García e Eduardo Longoni e duas imagens sem autoria definida.
Além de reforçar a importância da história oral, a mostra busca valorizar a preservação e a musealização de lugares de memória difícil – em estreito diálogo com a exposição temporária dedicada ao projeto Brasil: Nunca Mais.
Sobre o museu
O Memorial da Resistência de São Paulo é o principal museu de história dedicado à memória política das resistências e da luta pela democracia no Brasil, e tem como missão a valorização da cidadania, da pesquisa e da educação a partir de uma perspectiva plural e diversa sobre o passado, o presente e o futuro.
Aberto ao público em 2009, o museu é um lugar de memória dedicado a preserva a história do prédio onde operou entre 1940 e 1983 o Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops/SP), uma das polícias políticas mais truculentas da história do país.
Por meio de exposições temáticas de grande impacto social, ações educativas, atividades para pessoas com deficiência e programações culturais gratuitas, o museu se consolidou como referência em Educação em Direitos Humanos, promovendo o pensamento crítico e desenvolvendo atividades sobre direitos humanos, repressão, resistência e patrimônio.
Serviço:
Largo General Osório, 66 – Santa Ifigênia, São Paulo, SP
Telefone: 55 (11) 3335-5910
Aberto de quarta a segunda (fechado às terças), das 10h às 18h
Entrada gratuita: os ingressos do Memorial estão disponíveis no site e na bilheteria do prédio. Todas as pessoas, inclusive menores de idade, precisam reservar seus ingressos em https://memorialdaresistenciasp.org.br/horarios-e-ingressos/
Acesso Seguro: A Pinacoteca conta com uma saída exclusiva da CPTM a Pina Estação que faz integração com a linha 4 – Amarela do metrô. O acesso exclusivo pelo Boulevard João Carlos Martins oferece segurança para os visitantes que acessam os equipamentos culturais do Complexo Júlio Prestes, onde está a Pinacoteca Estação. Para acessar este caminho, basta seguir as sinalizações da plataforma 1 da CPTM na Estação da Luz.
(Fonte: Com Juliana Victorino/Agência Jacarandá)
Liniker compartilhou algumas vezes que ela fez ‘Caju’, seu segundo trabalho solo, para se divertir. O álbum chegou como um furacão: gerou elogios, memes, engajamento, comoção e muitos plays. Foram mais de 30 milhões de streams em apenas 10 dias de lançamento (e até o boné com o título do disco teve todas as unidades colocadas à venda esgotadas em menos de 5 minutos). Após esse primeiro contato com a obra, está chegando o momento de levar a diversão proposta pela cantora e compositora araraquarense para fora do ambiente digital e exponencializar Caju por meio da catarse que só os shows e o contato ao vivo conseguem proporcionar. A turnê de Caju será resultado de uma parceria de Liniker com o Coala Music (ecossistema que tem como objetivo potencializar a música brasileira e nome responsável pelo Coala Festival), sendo que a estreia do espetáculo acontecerá em São Paulo no dia 8 de novembro no Espaço Unimed. No dia 5 de setembro, quinta-feira, os ingressos estarão disponíveis no site da Ticket360.
“Eu fiquei emocionada pela maneira que o público recepcionou Caju. É um disco longo e que não obedece às regras do mercado, com músicas e instrumentais extensos. Já estou na fase de concepção do show e acho que os fãs também serão surpreendidos pela experiência de Caju ao vivo. Não vejo a hora desse encontro”, comenta Liniker. “Cantei a faixa-título em uma apresentação na semana de lançamento do álbum e todo mundo sabia a letra inteira. Até a estreia da turnê, que vai rodar o Brasil, as músicas vão ficar ainda mais latentes na vida das pessoas. Será algo grandioso”, promete.
A parceria de Liniker com o Coala Music surge para tornar o momento do ao vivo ainda mais especial. Responsável pelo Coala Festival e pelas bem-sucedidas turnês da banda O Terno e do rapper BK’, o Coala Music é reconhecido por fortalecer a música brasileira priorizando a arte e os projetos que ajudam a delinear o que é a verdadeira cultura do país. “Estamos muito animados com essa parceria e a possibilidade de produzir a turnê de uma das maiores artistas do Brasil na atualidade, ainda mais se tratando dessa obra prima que é Caju. O Coala Music sempre teve um olhar humano e de longo prazo na relação com o público e com os artistas. A confiança da Liniker e de toda equipe no nosso trabalho mostra que estamos no caminho certo”, diz Victor Senedesi, diretor das áreas de Management e de Turnês do Coala Music.
Em breve, Liniker anunciará as primeiras datas da turnê de Caju e aí, sim, será a hora de decorar quantos shows a artista tem em sua agenda. Ouça Caju.
Serviço:
Liniker em São Paulo
Data: 8 de novembro de 2024 (sexta-feira)
Local: Espaço Unimed – R. Tagipuru, 795 – Barra Funda – São Paulo/SP
Venda de ingressos: a partir de 5 de setembro no site da Ticket360.
(Fonte: Com Carol Pascoal/Trovoa Comunicação)
Com um enorme sucesso de público e crítica no Grand Théâtre de Genève, na Suíça, ‘Nabucco’ terá temporada no Brasil em apresentação no Theatro Municipal de São Paulo. A ópera em quatro atos de Giuseppe Verdi, escrita em 1842, conta a história do rei Nabucodonosor II da Babilônia em uma narrativa com pano de fundo nacionalista e celebrada pelo coro Va, Pensiero, também conhecida como o Coro dos Escravos Hebreus, uma das grandes composições da história da música. As récitas contam com Roberto Minczuk na direção musical e Christiane Jatahy na direção cênica, com participação do Coro Lírico Municipal e Orquestra Sinfônica Municipal.
Em seu elenco de solistas, nos dias 27/9, 29/9, 2/10 e 5/10, a ópera contará com Alberto Gazale como Nabucco, Marsha Thompson como Abigaille, Savio Sperandio como Zaccaria, Enrique Bravo como Ismaele e Luisa Francesconi como Fenena. Já nos dias 28/9, 1/10 e 4/10, Brian Major como Nabucco, Marigona Qerkezi como Abigaille, Matheus França como Zaccaria, Marcello Vannucci como Ismaele, e Juliana Taino como Fenena. Em todas as datas, Lorena Pires como Anna, Rafael Thomas como Il Gran Sacerdote e Eduardo Goés como Abdallo. A ópera tem duração aproximada de 160 minutos (com intervalo) e ingresso de R$31 a R$200 (inteira).
Para Andrea Caruso Saturnino, superintendente geral do Complexo Theatro Municipal, o espetáculo é uma oportunidade para o público assistir um clássico remontado pelas mãos de uma grande artista contemporânea brasileira. “Estamos muito felizes em trazer a Christiane Jatahy para dirigir uma ópera pela primeira vez no Theatro Municipal, de modo especial por ser Nabucco, um clássico do repertório que toca em temas importantes de serem tratados, como a imigração e a opressão”, pontua.
O enredo da ópera segue a situação dos judeus exilados de sua terra natal pelo rei babilônico Nabucodonosor II. Com libreto de Temistocle Solera e baseada em passagens bíblicas do antigo testamento, Nabucco é uma trama complexa sobre as ocupações, guerras, violência política e poder. A obra foi criada durante a época da ocupação austríaca no norte da Itália e acabou sendo utilizada como hino não-oficial e símbolo cultural da luta de libertação nacional que desembocou no processo de unificação italiana.
Nabucco foi um sucesso imediato quando teve sua estreia no Teatro alla Scala, em Milão, o que estabeleceu a grandiosidade de Verdi como compositor em um momento conturbado, tanto para o autor, quanto para seu país. Musicalmente, passeia entre ritmos energéticos e propulsivos, contrastados com momentos mais líricos em um fervor musical comovente. Vários trechos da ópera ganharam bastante autonomia, sendo o principal deles o Va, Pensiero, que coloca o coro como peça fundamental da dramaticidade da obra.
Do ponto de vista da direção cênica, em Nabucco, Jatahy revigora a metáfora bíblica de Verdi ao apresentar as palavras daqueles que enfrentam tiranos e extremistas pelo mundo todo, ainda hoje. A autora é diretora de teatro e cineasta, formada em teatro, jornalismo e com pós-graduação em arte e filosofia, sendo premiada com o Leão de Ouro da Mostra de Teatro de Veneza em 2022. Seus trabalhos, desde 2003, dialogam com distintas áreas artísticas.
Sobre os temas abordados, Christiane Jatahy explica que não foi realizada qualquer alteração no texto, que por si só levanta questões inerentes à história e à liberdade humana em diversos períodos. “Não mudamos o libreto. Mas foi central para mim retratar a questão nos dias de hoje. Por isso, a montagem traz elementos como os figurantes que representam, junto com o coro, o povo exilado que será formado por pessoas refugiadas. Pessoas que fugiram das guerras de hoje e estão ali junto com o coro e os solistas para contar essa história”, explica a diretora cênica.
Entre os destaques da montagem, a relação entre teatro e cinema, típica do trabalho da diretora, que será utilizada para contar a história em outros pontos de vista. “A utilização das câmeras em cena e também da projeção tem, para mim, uma função dramatúrgica. Elas não são só imagens para mostrar de perto o que está acontecendo, elas vão possibilitando outros pontos de vistas sobre o que não está tão visível”, finaliza.
Serviço:
Nabucco
Ópera em quatro atos de Giuseppe Verdi, com libreto de Temistocle Solera. Antonino Fogliani, compositor do interlúdio final – Montagem original do Grand Théâtre de Genève
27/9/2024 • 20h
28/9/2024 • 17h
29/9/2024 • 17h
1/10/2024 • 20h
2/10/2024 • 20h
4/10/2024 • 20h
5/10/2024 • 17h
ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL
CORO LÍRICO MUNICIPAL
Roberto Minczuk, direção musical
Christiane Jatahy, direção cênica
Érica Hindrikson, regência do Coro Lírico Municipal
Antonino Fogliani, compositor do interlúdio final
Thomas Walgrave, Marcelo Lipiani e Christiane Jatahy, cenografia
An D’Huys, figurinos
Thomas Walgrave, iluminação
Batman Zavareze, vídeo
Paulo Camacho, direção de fotografia
Júlio Parente, desenvolvimento do sistema de vídeo
Pedro Vituri, designer de som
Marcelo Buscaino, assistente de direção
Henrique Mariano, coordenador de produção audiovisual.
Dias 27, 29, 2, 5
Alberto Gazale, Nabucco
Marsha Thompson, Abigaille
Savio Sperandio, Zaccaria
Enrique Bravo, Ismaele
Luisa Francesconi, Fenena
Dias 28, 1 e 4
Brian Major, Nabucco
Marigona Qerkezi, Abigaille
Matheus França, Zaccaria
Marcello Vannucci, Ismaele
Juliana Taino, Fenena
Todas as datas
Lorena Pires, Anna
Rafael Thomas, Il Gran Sacerdote
Eduardo Goés, Abdallo
Duração aproximada 160 minutos (com intervalo)
Classificação indicativa livre para todos os públicos
Ingresso de R$31 a R$200 (inteira).
(Fonte: Com André Santa Rosa/Assessoria de imprensa Theatro Municipal)
A Pinacoteca de São Paulo apresenta ‘Gabriel Massan: Terceiro Mundo – a dimensão descoberta’, projeto experimental desenvolvido em colaboração com a Serpentine Galleries, de Londres, na Galeria Praça do edifício Pina Contemporânea. A iniciativa conta com apoio do Iguatemi São Paulo.
Concebido a partir de uma perspectiva decolonial, de teorias queer e de estratégias descentralizadas em tecnologia, Gabriel Massan constrói Terceiro Mundo, um jogo de videogame ambientado em um universo fantástico que, a partir de um storytelling colaborativo, desafia o conceito colonial de ‘exploração’ e convoca o público a repensar suas ações no mundo.
O jogo é definido por Massan como “uma analogia sensível que convida o usuário e o visitante a se compreenderem enquanto agentes da colonialidade promovendo questionamentos a partir da tomada de ações em modo sobrevivência”. A galeria expositiva se transforma no universo imersivo criado pelo artista, com suas esculturas, desníveis e texturas que remetem à experiência de dentro das telas.
Ao percorrer o espaço, o visitante pode escolher entre as quatros estações de jogos para dar início a jornada pelo Terceiro Mundo ou permanecer no espaço para assistir a experiência dos jogadores em tempo real, por meio de cinco telas no espaço expositivo – como em canais dedicados ao streaming de jogos.
Serviço:
Gabriel Massan: Terceiro Mundo – a dimensão descoberta
Período: 31/8/2024 a 2/2/2025
Curadoria: Lorraine Mendes e Tamar Clarke-Brown
Iniciativa: Serpentine Arts Technologies
Pinacoteca Contemporânea (Galeria Praça)
De quarta a segunda, das 10h às 18h (entrada até 17h)
Gratuitos aos sábados – R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia-entrada), ingresso único com acesso aos três edifícios – válido somente para o dia marcado no ingresso
Quintas-feiras com horário estendido B3 na Pina Luz, das 10h às 20h (gratuito a partir das 18h).
(Fonte: Maria Clara Maruchi/Index – Estratégias de Comunicação)
A dificuldade de aceitar o que é ‘diferente’ é o ponto de partida do novo espetáculo infanto-juvenil do Grupo Caleidoscópio, ‘O Pescador e a Mulher-Esqueleto’, com dramaturgia e direção artística de João Bresser e elenco formado pelos atores-manipuladores Anderson Gangla, Cássia Carvalho, Juliana Fegoci e Liz Mantovani. Em setembro, a peça percorre mais quatro cidades do interior de São Paulo a partir do dia 15, após ter passado por 10 municípios paulistanos em agosto. A temporada é gratuita e está ocupando diversos teatros públicos da Grande São Paulo.
O espetáculo explora a linguagem do teatro de bonecos a partir da técnica japonesa milenar Bunraku, quando até três atores-manipuladores, com movimentos sincronizados, manuseiam bonecos construídos com articulações baseadas no corpo humano.
Após uma breve pausa, O Pescador e a Mulher Esqueleto volta em cartaz no dia 15 de setembro, domingo, às 16h, na Estação Cidadania e Cultura (Ferraz de Vasconcelos). No dia 17, terça-feira, às 14h, o trabalho é exibido na Arena de Eventos (Santana de Parnaíba). No dia 18 de setembro, quarta-feira, às 14h, a apresentação é na Praça dos Esportes e da Cultura Nelly Fadlo Daher (Itapecerica da Serra). Por fim, no dia 22, domingo, às 16h, a peça ocupa o Teatro Padre Bento (Guarulhos).
Oficinas
A experiência fica ainda mais completa com as oficinas de Teatro de Bonecos Bunraku, que acontecem sempre nos dias das sessões em cada uma das cidades. Nos dias de semana, as atividades vão das 9h às 11h e, aos sábados e domingos, das 13h30 às 15h30. A única exceção é em Diadema: a oficina ocorre no dia 15 de agosto das 19h às 21h. As inscrições são abertas para todos os públicos e devem ser feitas direto nos espaços culturais. Além disso, após as apresentações, o Grupo Caleidoscópio realiza bate-papos com elenco e direção do espetáculo.
Sobre a encenação
O Pescador e a Mulher-Esqueleto é baseado no conto milenar homônimo do povo Inuíte, uma nação indígena esquimó que habita as regiões árticas do Canadá, do Alasca e da Groenlândia. A história está presente no livro Mulheres que correm com os lobos: Mitos e histórias do arquétipo da Mulher Selvagem, da psicóloga Junguiana norte-americana Clarissa Pinkola Estés.
Na trama, um pescador pesca acidentalmente do fundo do mar uma mulher-esqueleto e, após terem dificuldade para se aceitar, a dupla acaba enredada em uma história de amor.
“No conto original, a mulher-esqueleto adquire carne e, em uma metáfora, arranca o coração do pescador, mas não era esse o ponto que me interessava. Eu tive a intuição de mantê-la como esqueleto para justamente unir dois seres completamente diferentes e fomentar uma discussão sobre preconceito, bullying e aceitação. Assim, o amor, que é o pilar da peça, transformará os dois personagens, mas somente em seus corações e não em suas aparências”, comenta João Bresser.
O cenário fica em cima de uma bancada de três metros de comprimento e reproduz uma casa com todos os móveis e utensílios de um pescador simples. Os espectadores veem uma cozinha com um forno à lenha, pia, mesa de madeira com duas cadeiras e alguns objetos. No quarto, há uma cama antiga de madeira, com um travesseiro e uma coberta. Ao lado da residência fica um quintal com plantas, uma árvore e um lago.
A vibrante trilha sonora de Ivan Garro contribui para a imersão da plateia. A peça também incorpora a linguagem audiovisual para garantir que o público acompanhe a história nos mínimos detalhes. Todas as cenas no interior da casa são projetadas no varal localizado no quintal do pescador. Já as cenas no lago e no quintal são vistas sem a necessidade desse recurso. Dessa forma, os dramas dos personagens ganham mais profundidade. “Nós criamos uma sincronia tão perfeita entre os atores-manipuladores, as luzes e as cenas gravadas, que o público sempre fica em dúvida se as projeções são ao vivo. Acho isso bastante enriquecedor”, fala Bresser.
Confeccionados por Anderson Gangla e Thais Larizzatti, os dois bonecos em cena medem entre 50 e 60 centímetros e, para o Grupo Caleidoscópio, é um grande desafio dar movimentos realistas a eles. “Precisamos pensar muito bem em como o nosso corpo se comporta quando fazemos ações simples, como o levantar de uma cama. Ao utilizarmos a técnica Bunrako, temos que tornar os movimentos verossímeis, como se fosse mesmo um ser humano. Inclusive, os atores-manipuladores vestem-se de preto para não terem nenhum destaque no espetáculo”, comenta o encenador.
Sobre o Grupo Caleidoscópio
O grupo paulistano dedica-se à pesquisa do Teatro de Animação desde 2003, quando começou o processo de sua primeira criação. O espetáculo O Fantástico Laboratório do Professor Percival estreou em 2004 e utiliza a técnica do Teatro de Objetos. Num segundo momento, inicia-se uma nova pesquisa, tendo como inspiração e ponto de partida a vida do curioso bicho-da-seda. Utilizando a técnica do Teatro de Bonecos com música ao vivo, nasce em 2006 o espetáculo A vida mudada de um bicho mutante.
Já em 2011, estreia o terceiro espetáculo, Andersen sem Palavras, inspirado em cinco contos de Hans Christian Andersen, que são representados por meio do Teatro de Sombras – sem palavras, tal um cinema mudo, onde imagens, figuras, silhuetas, luzes, sombras e músicas se unem para entreter e emocionar a plateia. A mais recente produção do Grupo é o espetáculo adulto Do Jeito Certo – Um ato sobre o amor, que aborda de uma maneira irreverente o machismo nas relações amorosas, utilizando a técnica do Teatro de Objetos. A montagem foi selecionada no Edital ProAC Expresso Lab 36/2020 – Produção de Teatro, com temporada online em abril de 2021.
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia e Direção Artística: João Bresser
Elenco: Anderson Gangla, Cássia Carvalho, Juliana Fegoci, Liz Mantovani
Cenário e adereços: Valter Valverde e Lourenço Amaral
Confecção dos bonecos: Anderson Gangla e Thais Larizzatti
Trilha Sonora: Ivan Garro
Iluminação: Thatiana Moraes
Imagens: Capote Filmes
Assistente de iluminação: Danilo Mora e Marcelo Pessoa
Operação de som e imagens: Gylez Batista e Paulo Higa
Fotografia: Arô Ribeiro
Figurino: Rogério Romualdo
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto
Programação Visual: Walmick de Holanda
Projeto audiodescrição: Gangorra
Oficina de Teatro de Bonecos: Grupo Caleidoscópio
Produção: Cássia Carvalho e Lucas Gonçalves
Administração: JB Produções
Coordenação: Grupo Caleidoscópio
Instagram: @opescadoreamulheresqueleto.
Serviço:
O Pescador e a Mulher-Esqueleto
Duração: 50 minutos
Classificação: livre (recomendado a partir de 7 anos)
Acessibilidade: haverá audiodescrição e intérpretes de Libras em todas as apresentações
para pessoas cegas ou deficientes visuais, a reserva de equipamento é feita pelo telefone (11) 99737-8785
Estação Cidadania e Cultura
Data: 15 de setembro, domingo, às 16h
Endereço: Rua Francisco Sperandio, 200 – Cidade Kemel – Ferraz de Vasconcelos
Ingresso: gratuito – retirada de ingressos na bilheteria com uma hora de antecedência
*Haverá bate-papo após o espetáculo
*Oficina de Teatro de Bonecos Bunkaru das 13h30 às 15h30
Arena de Eventos
Data: 17 de setembro, terça-feira, às 14h
Endereço: Av. Esperança, 450 – Campo da Vila – Santana de Parnaíba
Ingresso: gratuito – retirada de ingressos na bilheteria com uma hora de antecedência
*Haverá bate-papo após o espetáculo
*Oficina de Teatro de Bonecos Bunkaru das 9h às 11h
PEC – Praça dos Esportes e da Cultura Nelly Fadlo Daher
Data: 18 de setembro, quarta-feira, às 14h
Endereço: Rua Álvaro de Almeida Leme, 499 – Itapecerica da Serra
Ingresso: gratuito – retirada de ingressos na bilheteria com uma hora de antecedência
*Haverá bate-papo após o espetáculo
*Oficina de Teatro de Bonecos Bunkaru das 9h às 11h
Teatro Padre Bento
Data: 22 de setembro, domingo, às 16h
Endereço: Rua Francisco Foot, 3 – Jardim Tranquilidade – Guarulhos
Ingresso: gratuito – retirada de ingressos na bilheteria com uma hora de antecedência
*Haverá bate-papo após o espetáculo
*Oficina de Teatro de Bonecos Bunkaru das 13h30 às 15h30.
(Fonte: Com Daniele Valério/Canal Aberto Assessoria de Imprensa)