Organização aposta em lideranças jovens para transformar pequenas comunidades
Santa Catarina
A São Paulo Companhia de Dança (SPCD), corpo artístico da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa, apresenta duas novas obras: Vai, do norte-americano Shamel Pitts, e Anthem, do espanhol Goyo Montero. Esta é a primeira vez que ambos os coreógrafos fazem criações para uma companhia brasileira. As obras fazem parte da segunda parte da Temporada 2019 da SPCD no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo. Titulada Sem Fronteiras, a temporada traz programas distintos: 31 de outubro a 03 de novembro, e 07 a 10 de novembro.
A obra Vai estreia no Sérgio Cardoso entre os dias 31 de outubro a 3 de novembro. A coreografia de Shamel Pitts traz um futuro pós-apocalíptico criado não pela necessidade ou destruição, mas pela capacidade humana de recomeçar, em uma jornada individual e coletiva baseada na euforia, excentricidade, descobrimento, encantamento e compartilhamento. Na mesma semana, acontecem as apresentações de Ngali…, obra premiada do brasileiro Jomar Mesquita que retrata diferentes relações amorosas que incluem um terceiro; e Odisseia, da francesa Joëlle Bouvier, que também estreia na temporada do Teatro Sérgio Cardoso e traz uma estrutura dramática e poética que aborda temas ligados à questão dos migrantes: mudança, transição, partida e a esperança de uma vida melhor.
No programa de 7 a 10 de novembro, a SPCD apresenta Anthem. A obra de Goyo Montero traz uma reflexão sobre o processo de construção e desconstrução de identidades coletivas, momentos que transformam canções em hinos e se convertem em algo com que nos identificamos. Além desta estreia na temporada de assinaturas, o repertório será formado por outras duas obras: Melhor Único Dia, criação premiada do brasileiro Henrique Rodovalho que procura traduzir, de alguma forma, a curta existência que se expressa através do movimento em grupo; e Supernova (2009), criação de Marco Goecke com remontagem de Giovanni Di Palma inspirada pelo fenômeno astronômico das supernovas, na qual contrastes como a morte e a vida, escuro e claro estão ligadas pela energia de cada corpo.
“Esta temporada apresenta distintos olhares para a realidade que nos cerca, abordando questões sobre barreiras, acontecimentos, expansão de fronteiras e possibilidades do surgimento de mundos criados na confiança entre artistas que se disponham a expandir as fronteiras da nossa existência. São obras que falam de amores, chegadas e partidas e da busca da felicidade”, explica Inês Bogéa, diretora artística da Companhia.
Os interessados em assistir aos espetáculos da São Paulo Companhia de Dança podem adquirir os ingressos – R$65,00 (plateia central/inteira), R$50,00 (plateia lateral/inteira) e R$40,00 (balcão/inteira) – diretamente na bilheteria do Teatro Sérgio Cardoso ou pelo site e/ou aplicativo Ingresso Rápido.
Para mais informações, acesse www.spcd.com.br.
OUTRAS ATIVIDADES
Por dentro do espetáculo
Durante toda a temporada da São Paulo Companhia de Dança, Inês Bogéa comanda o Por Dentro do Espetáculo. Neste encontro, a diretora artística da Companhia, acompanhada por dois bailarinos, conta detalhes e curiosidades sobre os bastidores do programa que o público assistirá na sequência. A conversa acontece no terceiro andar (balcão) do Teatro Sérgio Cardoso, 45 minutos antes do início das apresentações.
SPCD Convida
Desde 2014, a São Paulo promove o SPCD Convida, projeto que a cada temporada recebe diferentes grupos de dança convidados para realizar uma breve coreografia no hall do Teatro Sérgio Cardoso, 15 minutos antes do início das apresentações. A ação tem com o objetivo divulgar grupos de dança do Estado de São Paulo e sua pluralidade de estilos, expandindo a cultura da dança e terá como convidados o Núcleo Luz nos dias 2 e 3 de novembro e, também, o Solidariedança nos dias 9 e 10 de novembro.
Programas de educativos e de formação de plateia
Além das apresentações noturnas, a São Paulo apresentará dois espetáculos gratuitos para estudantes e Terceira Idade nos dias 1 e 8 de novembro, sextas-feiras, às 15h, também no Teatro Sérgio Cardoso. Na ação, o público estabelece um contato geral com o universo da dança: assiste à coreografia e aos trechos de obras do repertório da Companhia e recebe material didático com ilustrações assinadas por cartunistas brasileiros. Durante a atividade, Inês Bogéa sobe ao palco para mediar brincadeiras com os alunos, trazendo a dança para uma linguagem mais lúdica e divertida.
Ocupação SPCD
O Teatro Sérgio Cardoso torna-se a segunda casa da São Paulo. Durante a temporada, o espaço é transformado, estabelecendo uma identidade visual entre o público, o universo da dança e o da Companhia.
Serviço:
São Paulo Companhia de Dança | Temporada Novembro 2019 | Teatro Sérgio Cardoso (R. Rui Barbosa, 153)
Ficha informativa das coreografias que serão apresentadas:
Programa de 31 de outubro a 3 de novembro
Ngali… (2016)
Coreografia: Jomar Mesquita com colaboração de Rodrigo de Castro
Música: Por toda a Minha Vida, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, executada por Cibelle; Melancolia e Uma Canção pra Você (Jaqueta Amarela), de Assucena Assucena executadas por As Bahias e a Cozinha Mineira; Segunda Chance, composta e executada por Johnny Hooker; Volta, de Lupicínio Rodrigues executada por Adriana Calcanhoto; Desejo, de Celso Sim e Pepê Mata Machado; Vai Saber, de Adriana Calcanhoto executada por Marisa Monte.
Iluminação: Joyce Drummond
Figurino: Fernanda Yamamoto
Segunda criação de Jomar Mesquita para a SPCD, a obra Ngali… tem como referência a peça teatral La Ronde, de Arthur Schnitzler (1862-1931), escrita em 1897, e retrata diferentes relações amorosas que incluem um terceiro – e traz elementos da dança de salão para retratar as diferentes formas de amar. Ngali é uma palavra de origem aborígine da Austrália Ocidental, cujo significado, sem correspondente em outro idioma, é: nós dois, incluindo você. Em oposição a outro pronome da mesma língua, Ngaliju, que quer dizer nós dois, excluindo você. No ano da estreia, 2016, Ngali… conquistou o primeiro lugar como Melhor Espetáculo de Dança pelo Guia da Folha de S. Paulo na categoria voto popular.
Odisseia (2018)
Coreografia: Joëlle Bouvier
Música: trechos de Bachianas Brasileiras, de Heitor Villa Lobos, trechos de Paixão Segundo São Mateus, de Johann Sebastian Bach, Melodia Sentimental, de Villa Lobos (letra de Dora Vaconcellos) e poema Pátria Minha, de Vinícius de Moraes.
Iluminação: Renauld Lagier
Figurino: Fábio Namatame
Assistente de coreografia: Emilio Urbina e Rafael Pardillo
Odisseia é uma viagem, um reencontro consigo mesmo. Movida pela questão dos migrantes da atualidade, a coreógrafa constrói uma estrutura dramática e poética que aborda temas como mudança, transição, partida e a esperança de uma vida melhor. “Neste momento, somos todos sensíveis a esta questão, que é forte no mundo”, comenta Joelle. Bouvier explica que procurou misturar fragmentos das Bachianas Brasileiras com a composição de Bach Paixão Segundo São Mateus. Ao final, temos na voz de Maria Bethânia, a música Melodia Sentimental e o poema Pátria Minha. A obra tem coprodução com Chaillot – Théâtre National de la Danse, na França.
Vai (2019)
Coreografia: Shamel Pitts
Trilha sonora: Remix de Shamel Pitts e Dipa das músicas Into the tranquility, de Ryoji Ikeda; Spring break Anthem, de The Lonely Island; Obatalá, de Metá Metá; Spirit Caller, de Alleged Witches; Banomoya, de Prince Keybee ft. Busiswa; Freedom is a Feeling, de Nina Simone; Zion, de Fluke; Prismis, de Tim Hecker; F****t, de Arca; Ode, de Nils Frahm; Tudo Que Você Podia Ser, de Clube da Esquina.
Iluminação: Mirella Brandi
Figurino: Tushrik Fredericks
Assistente de coreografia: Mirelle Martins
Vai é a primeira criação do norte-americano Shamel Pitts para uma companhia brasileira. A obra traz um futuro pós-apocalíptico criado não pela necessidade ou destruição, mas pela capacidade humana de recomeçar. “É uma jornada individual e coletiva baseada na euforia, excentricidade, descobrimento, encantamento e compartilhamento. Após o fim, a leveza e a suavidade de ser humano são as essências para criar um novo mundo, um momento de descoberta do que está dentro de nós, entre nós e ao nosso redor”, comenta o coreógrafo.
Após esse despertar de consciência, o grupo se reúne em uma comemoração, onde a energia coletiva é aprimorada pelo potencial de cada indivíduo. O dueto final de Vai representa a humanidade em harmonia após o recomeçar, onde a suavidade do toque e da pele, a confiança e o compromisso de avançar juntos conduzem a cena. “Descobrir o outro e a si mesmo, como espelhos um do outro”.
Programa de 7 a 10 de novembro
Melhor Único Dia (2018)
Coreografia e iluminação: Henrique Rodovalho
Música: Criação original de Pupillo com voz de Céu
Figurino: Cássio Brasil
Rodovalho comenta que neste trabalho experimenta movimentos expandidos e continuados a partir da relação dos bailarinos que permanecem todo o tempo em cena. “As referências sobre esta característica vieram de grandes grupos de animais em movimento e como se desenvolvem e se relacionam”, diz o coreógrafo. A obra trata sobre ‘o que tem de acontecer’, neste breve espaço de tempo de existência deste grande grupo, relacionado principalmente a algum tipo de prazer. Por isso, o nome Melhor Único Dia. “Para tentar traduzir, de alguma forma, a curta existência que se expressa através do movimento em grupo”, completa Rodovalho. No ano da estreia, 2018, Melhor único Dias conquistou o Prêmio APCA como Melhor Estreia do Ano e o terceiro lugar como Melhor Espetáculo de Dança pelo Guia da Folha de S. Paulo na categoria voto popular.
Supernova (2009)
Coreografia e figurino: Marco Goecke
Música: Pierre Louis Garcia-Leccia (Ohimé – faixa Aka), Antony & The Johnsons (Another Word – faixa Shake That Devil)
Iluminação: Udo Haberland
Execução de Figurino: Madalena Machado (Arte & Cia.)
Remontagem: Giovanni Di Palma
Inspirado pelo fenômeno astronômico das supernovas – estrelas que explodem e brilham no espaço –, Marco Goecke criou Supernova, uma coreografia de contrastes na qual a morte e a vida, escuro e claro, estão ligadas pela energia de cada corpo. Os bailarinos aparecem e desaparecem do palco misteriosamente e a movimentação é marcada por sequências muito rápidas, precisas e controladas que fazem os corpos vibrarem. Para Goecke, cada movimento pode acontecer somente uma vez. “Você pode fazê-lo cada vez mais rápido, então dificilmente ele vai existir no final”. A São Paulo Companhia de Dança foi a primeira companhia no Brasil a dançar uma obra de Marco Goecke.
Anthem (2019)
Coreografia: Goyo Montero
Música: Owen Belton
Iluminação: Goyo Montero e Nicolas Fischtel
Figurino: Goyo Montero e Fábio Namatame
Organização: Carlos Iturrioz Mediart Producciones SL (Espanha)
Anthem é a primeira criação do espanhol Goyo Montero para uma companhia brasileira. A obra traz uma reflexão sobre o processo de construção e desconstrução de identidades coletivas. Segundo o coreógrafo, “Há ciclos que se repetem e cometemos sempre os mesmos erros, de pensar que estamos separados, que somos diferentes quando, na realidade, todo ser humano é um e, no momento em que perdemos essa unidade, os problemas começam. Este é um traço da história humana”.
A trilha é do canadense Owen Belton, com quem Goyo já criou mais de nove obras. A inspiração da música vem de canções que se tornam hinos – sejam de nações, pessoas com preferências parecidas ou indivíduos de uma mesma geração. Por isso, o nome escolhido para a obra: Anthem, hino em inglês. Para Montero, “A voz humana se converte em uma canção e esta canção se converte em algo com a qual nos identificamos”.
São Paulo Companhia de Dança
Direção Artística e Executiva | Inês Bogéa
Criada em janeiro de 2008, a São Paulo Companhia de Dança (SPCD) é um corpo artístico da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa. A São Paulo é uma Companhia de repertório, ou seja, realiza montagens de excelência artística, que incluem trabalhos dos séculos XIX, XX e XXI de grandes peças clássicas e modernas a obras contemporâneas, especialmente criadas por coreógrafos nacionais e internacionais. A difusão da dança, produção e circulação de espetáculos é o núcleo principal de seu trabalho. A SPCD apresenta espetáculos de dança no Estado de São Paulo, no Brasil e no exterior e é hoje considerada uma das mais importantes companhias de dança da América Latina pela crítica especializada. Desde sua criação, já foi assistida por um público superior a 732 mil pessoas em 17 diferentes países, passando por 142 cidades, em mais de 960 apresentações. Desde sua criação, a Companhia já acumulou 33 prêmios, nacionais e internacionais. Além da Difusão e Circulação de Espetáculos, a SPCD tem mais duas vertentes de ação: os Programas Educativos e de Formação de Plateia e Registro e Memória da Dança.
Inês Bogéa – Direção Artística e Executiva | Inês Bogéa é doutora em Artes (Unicamp, 2007), bailarina, documentarista, escritora, professora no curso de especialização Arte na Educação: Teoria e Prática da Universidade de São Paulo (USP) e autora do Por Dentro da Dança com a São Paulo Companhia de Dança na Rádio CBN. De 1989 a 2001, foi bailarina do Grupo Corpo (Belo Horizonte). Foi crítica de dança da Folha de S. Paulo de 2001 a 2007. É autora de diversos livros infantis e organizadora de vários livros. Na área de arte-educação foi consultora da Escola de Teatro e Dança Fafi (2003-2004) e consultora do Programa Fábricas de Cultura da Secretaria de Cultura do Estado (2007-2008). É autora de mais de quarenta documentários sobre dança.
O Instituto Pavão Cultural abre no próximo dia 25 de outubro sua nova mostra de artes visuais: Reproduções, uma coletiva com 22 artistas. O tema envolve obras que podem, como o nome expressa, ser reproduzidas em vários locais e suportes, sem prejuízo de seu valor artístico e cultural – pelo contrário. “Como peças únicas, as obras de arte têm garantido o seu valor. Porém, a partir de matrizes de reprodução, o que perdem em exclusividade ganham em popularidade, atingindo um número maior de pessoas e a possibilidade de estar em diferentes lugares ao mesmo tempo”, observa a arquiteta Teresa Mas, que divide a curadoria do Pavão com o também arquiteto Mário Braga.
As reproduções, consideram os curadores, são permanentemente passíveis de sofrer novas intervenções e, a cada mutação, recuperam sua condição de originalidade e aura de obra de arte. Eles chamam a atenção ainda para a importância social de reproduções, como as gravuras. “São as principais técnicas de comunicação urbana e da arte de rua, como mensageiras e expressão de cultura, principalmente por meio de cartazes que cada vez mais ‘falam’ uma linguagem internacional”.
Os expositores foram escolhidos numa convocatória pública da qual participaram artistas de várias regiões do Brasil e alguns do exterior. A diversidade das linguagens foi um dos critérios para a definição do acervo. O primeiro andar foi reservado para as colagens e instalações, como cartazes e lambes, que ocupam todas as paredes. No mezanino ficam as peças menores, como gravuras em diferentes técnicas, montadas sobre painéis.
Duas das obras são interativas; com a instalação do artista Otávio Monteiro, o público vai poder usar livremente um mimeógrafo, criando uma matriz e “rodando” cópias que podem ser tratadas ou modificadas. Já o coletivo SHN, formado pelos artistas Eduardo Saretta, Haroldo Paranhos e Marcelo Fazolin, levará uma máquina dispensadora de stickers (adesivo sobre vinil) que funciona com moedas de R$1, distribuindo aleatoriamente imagens produzidas pelo grupo.
O SHN também promoverá experiências de realidade aumentada por meio de leitura de QR Code colocado em seu painel na parede central da galeria, no formato de um grande olho, reproduzindo em outra mídia os trabalhos. Haverá diversas gravuras do coletivo à venda durante a mostra, inclusive a ave em tons de verde e rosa flúor que é símbolo do Instituto Pavão Cultural, cuja fachada é assinada pelo trio.
Também participam da mostra: Alessandro Scapinelli (arquiteto e artista plástico); Angie Niño (artista plástica); Ana Helena Grimaldi (artista e professora de Artes Visuais); Bárbara Tahira (artista plástica); Fabiano Carriero (artista plástico, gravurista, muralista e caricaturista); Mirs Monstrengo (artista plástico); Clarice Dellape (artista plástica); Diana Lanças (artista plástica); Diego Oscar Garcia, o D!NK (artista visual); Francisco José Maringelli (gravador, xilógrafo e professor de Artes); Guilherme Pilarski (artista plástico); Ingrid Ospina (artista plástica); Kiddo Fujimoto (artista plástica); Luciana Bertarelli (artista plástica); Márcio Elias (artista plástico e professor); Matheus Hofstatter (artista plástico, video maker e produtor independente); Priscila Belotti (artista plástica) e Vinícius Ribeiro da Cruz (artista plástico).
Reproduções fica em cartaz até 21 de dezembro, com entrada franca, e pode ser conferida de quarta à sábado, das 14h às 20h. A indicação etária é livre. O Pavão possui um pequeno café e bar onde são servidas bebidas e acompanhamentos nos dias de funcionamento, até as 20h. Também mantém acervo de reproduções e originais das obras dos artistas expositores, dessa e das exposições passadas.
ARTISTAS E OBRAS
Alessandro Scapinelli – o arquiteto e artista plástico brasileiro radicado na Itália leva ao Pavão o tríptico Terra Bralisis. A obra, em técnica autoral que usa fotografias sobre telas, estuco e lixas, reproduz o mapa homônimo de 1519, desenhado pelos cartógrafos Pedro Reinel e Lopo Homem (incluído no Atlas Miller, publicação portuguesa da época), com uma provocação iconográfica: as estampas de índios, paisagens e animais da nossa fauna são coloridos como azulejos portugueses.
Angie Niño – a artista plástica colombiana, mestre em Poéticas Visuais e Processos de Criação e doutoranda em Artes Visuais pela Unicamp, participa com seis gravuras inéditas em técnica de ponta seca sobre acrílico. As imagens figurativas exploram o que a artista chama de “educação corporal”, considerando o corpo humano uma representação não apenas física, mas conjunto de memórias e experiências de vida.
Ana Helena Grimaldi – artista e professora de Artes, especialista em educação em museus e centros culturais, vai expor sete gravuras em metal sobre folhas de revista (com exibição de sugestivos fragmentos de texto), utilizando a técnica da “matriz perdida”, que sofre alterações após cada tiragem. Fazem parte da série quatro monotipias em placas de off-set trabalhadas com ponta seca e solvente.
Bárbara Tahira – a artista plástica e graduanda da Unicamp terá duas obras na mostra, as monotipias (técnica de gravura em impressão única) A fuga é diária (2018) e Mas não existe fuga (2018), ambas com 30 x 42 cm.
Fabiano Carriero – o artista plástico, gravurista, muralista e caricaturista, formado em Artes Visuais pela PUC-Campinas, levará ao Pavão os lambe-lambes (impressos em papel de outdoor) de sua série João da pipa, personagem que evoca a liberdade e foi criado para um mural na Praça Arautos da Paz, em Campinas. O trabalho será exposto junto com as obras de Mirs Monstrengo, com quem Carriero tem uma parceria de ações artísticas em espaços públicos.
Mirs Monstrengo – grafiteiro que iniciou a carreira com monstros em estilo cartoon pelos muros de Campinas e posteriormente se graduou em Arte Visuais pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, o artista plástico levará ao Pavão, numa parceria com Fabiano Carriero, estêncis de sua série Amores.
Clarice Dellape – a artista visual em formação na Unicamp levará um exemplar da série Incêndio, gravura em metal sob tecido. A obra foi impressa diretamente de uma tampa de bueiro de uma rua de Barão Geraldo sobre tecido fino e transparente.
Diana Lanças – a artista plástica expõe o painel Labirinto, com 83 x 98 cm, formado por 60 água-tintas, técnica de gravura indireta no metal por meio de corrosão ácida. As impressões têm 10 matrizes diferentes, de modo que as imagens se repetem.
Diego Oscar Garcia, o D!NK – artista visual formado pela PUC-Campinas, trabalha com pirografia em madeira, estamparia, xilogravura, gravação em vidro, desenho e stencil art. Fez para a exposição um grafitti aplicado sobre estêncil ocupando toda uma parede nos fundos da galeria. A obra será incorporada ao Pavão e permanecerá no local indefinidamente.
Francisco José Maringelli – arquiteto e artista plástico formado pela USP, gravador, xilógrafo e professor universitário. Participa de Reproduções com as xilogravuras Putto (mancha gráfica) e O craque do joelho de vidro, ambas com 101 x 73 cm.
Guilherme Pilarski – o artista plástico participa da mostra com a instalação 40 bilhões de Terras, composta de 936 impressões no formato de cartões de visita (55 x 55 mm) dispostas na parede em grade, formando um grande painel. A ideia é aludir à existência de outros planetas habitáveis na Via Láctea, divulgada pela comunidade científica após a descoberta, em 2014, do Kepler-186f. A teoria é de que uma a cada cinco estrelas como o Sol podem ter em sua órbita um planeta como o nosso – o que totalizaria cerca de 40 bilhões de “Terras”.
Kiddo Fujimoto – A artista plástica leva ao Pavão Tudo seu que se ficou em mim, um livro-objeto e uma instalação. O trabalho foi construído com costura em linha vermelha sobre imagens de libélulas impressas em serigrafia sobre papel. Inspirada nos processos emocionais em relações abusivas, a obra utiliza os espaços vazios e preenchidos para tratar da despersonalização e dos traumas sofridos, utilizando a libélula, um símbolo exotérico de ilusão, num jogo de espaços preenchidos nos trechos esburacados do livro.
Luciana Bertarelli – a artista, membro do Projeto Xilomóvel Ateliê Itinerante, expõe um conjunto de 26 imagens em monotipia nos formatos A4 e A5, originalmente produzidas para o encarte de um álbum de música instrumental contemporânea, ainda em produção, do músico Rael Gimenes. Inspirada pelo trabalho, ela construiu diversas camadas de textura, buscando refletir as diferentes sonoridades das faixas.
Márcio Elias – doutor em Artes pela Unicamp, desenvolve trabalhos de pintura, gravura e objetos. Atua no Projeto Xilomóvel Ateliê Itinerante ministrando oficinas de xilogravura e monotipia. Participa com o trabalho As Partes Reprodutoras, um painel de 1,00x 2,70 m formado por 10 xilogravuras em cores, que reproduz gravura homônima de Jacob C. Le Blon do início do século XVIII, representando um pênis dissecado para estudo anatômico.
Matheus Hofstatter – o artista plástico, video maker e produtor independente mostra ao público do Pavão sua série Porous, composta de três peças de 1,50 x 2,20 m com técnica mista: fotografia digital manipulada com intervenções sobre tela com spray, pigmento e tinta acrílica e impressão em tecido por sublimação. Porous foi elaborada sobre imagens originadas na pesquisa do biólogo Rafael Migotto a respeito da evolução óssea de uma família de aves que agrupa cerca de 250 espécies.
Ingrid Ospina – a artista colombiana, mestranda em Artes Visuais pela Unicamp, expõe duas obras complementares com 100 x 70 cm cada, que utilizam a técnica waterless litho e são compostas de um compilado de imagens que buscam a humanidade na desolação.
Priscila Belotti – Fotógrafa, pesquisadora e artista gráfica, desenvolve o Projeto RUA, que fotografa a paisagem urbana e a transforma em serigrafias, cianotipias, fine art, lambes e livros-objetos. Participará da mostra com o tríptico Pele, cianotipia em papel de seda sobre o verso de lambes arrancados de muros, misturados a restos de reboco e tinta.
Otávio Monteiro – o artista plástico levará uma instalação totalmente interativa, quase uma oficina: usando um mimeógrafo a álcool, o público poderá desenhar na matriz, rodar cópias e customizar suas próprias obras.
Coletivo SHN – formado por Eduardo Saretta, Haroldo Paranhos, Marcelo Fazolin, o SHN apresenta três das icônicas imagens que tem distribuídas mundo afora, o tridente, a boca e o peixe, em diferentes formatos: lambes, gravuras em serigrafia sobre papel Rives 250g e stickers (adesivos em vinil), numa instalação nas paredes da galeria. Além disso, levará para venda gravuras de outros formatos, inclusive a do símbolo do Instituto Cultural Pavão, a ave em tons de verde e rosa flúor, no tamanho 35 x 50 cm, em cópias numeradas e assinadas. O público poderá ainda sair com exemplares dos stickers, que serão vendidos numa distribuidora automática que funciona com moedas de R$1.
Vinícius Ribeiro da Cruz – o artista apresenta a instalação Transeunte, composta de uma animação cíclica projetada na parede sobre desenhos feitos com tinta diluída sobre folhas de um dicionário ilustrado. A ideia é que as imagens estáticas, que podem ser apreciadas como obras completas por si mesmas, sejam transformadas pela dimensão temporal com sua reprodução em forma animada.
Serviço:
Mostra coletiva Reproduções
Entrada gratuita
Indicação etária: Livre
Data e horários: de 25 de outubro a 21 de dezembro de 2019, de quarta a sábado, das 14h às 20h.
Local: Instituto Pavão Cultural, Rua Maria Tereza Dias da Silva, 708, Cidade Universitária, Barão Geraldo, Campinas, SP. Telefone (19) 3397-0040 (atendimento das 14h às 20h).
A mostra contará com atividades envolvendo os artistas e relativas à temática; a programação será divulgada semanalmente nas redes sociais do Pavão: @pavão cultural no Facebook e no Instagram.
A Secretaria Municipal de Educação realiza dois espetáculos do projeto de arte circense Vidart: O Rei do Show será apresentado por 250 alunos das EMEBs Elizabeth de Lourdes Cardeal Sigrist, Maria Benedicta Guimarães e Cleonice Lemos Naressi nos dias 23 e 24 de outubro. Já os 168 alunos das EMEBs Padre Joaquim Aparecido Rocha e Wladimir Olivier encenam Korvatunturi nos dias 6 e 7 de novembro. Os eventos são gratuitos e acontecem às 19h30 no Ciaei (confira no final do texto as informações de cada peça).
Há 15 anos, o projeto Vidart vem sendo desenvolvido pela Secretaria em cinco escolas municipais de período integral. Mais de 400 alunos praticam diversas modalidades circenses, como malabares, diabolô, trapézio e monociclo, entre outras. Para fechar o ciclo da atividade, é promovido um espetáculo onde as crianças apresentam as habilidades aprendidas durante o ano letivo.
Para a secretária de Educação, Rita de Cássia Trasferetti, a prática circense reforça a importância do respeito, da disciplina, da responsabilidade e da autonomia dos alunos. “Cabe ainda destacar que as atividades do Vidart funcionam como um apoio educacional importante, pois ajudam na concentração dentro das salas de aula, além de promover a autoconfiança na criança.”
1º espetáculo – O Rei do Show
Datas: 23 e 24 de outubro
Hora: 19h30
Local: Ciaei
Entrada gratuita
Escolas participantes: 250 alunos das EMEBs Elizabeth de Lourdes Cardeal Sigrist, Maria Benedicta Guimarães e Cleonice Lemos Naressi
Professores envolvidos: Ana Bicudo, Eliane Pismel, Erica Marcelli, João Paulo de Oliveira, Lucilene Melo, Miriam Carrilho e Simone Ribeiro.
Sobre o espetáculo:
A apresentação foi inspirada no filme O Rei do Show, 2017 – direção de Michael Gracey. De origem humilde e desde a infância sonhando com um mundo mágico, P.T. Barnum desafia as barreiras sociais se casando com a filha do patrão do pai e dá o pontapé inicial na realização de seu maior desejo, abrindo uma espécie de museu de curiosidades. O empreendimento fracassa, mas ele logo vislumbra uma ousada saída: produzir um grande show estrelado por pessoas com talentos especiais, que na época eram chamadas de aberrações, bizarrices e excluídos pelos preconceitos sociais.
2º espetáculo – O Mundo Mágico de Korvatunturi
Datas: 6 e 7 de novembro
Hora: 19h30
Local: Ciaei
Entrada gratuita
Escolas participantes: 165 alunos das EMEBs Padre Joaquim Aparecido Rocha e Wladimir Olivier
Professores envolvidos: Ana Bicudo, Eliane Pismel, Erica Marcelli, João Paulo de Oliveira, Lucilene Melo, Miriam Carrilho, Simone Ribeiro.
Sobre o espetáculo:
Esta apresentação contará uma história inspirada na lenda de Korvatunturi, uma montanha localizada na Lapônia em formato de orelha onde são ouvidos os desejos do mundo inteiro. O público mergulhará em um universo mágico e sensorial sobre os verdadeiros valores da vida – um reencontro da humanidade com os sentimentos de amizade, alegria, solidariedade, amor e perdão.
O festival Comida de Herança promove a 5ª edição nos dias 26 e 27, das 10h às 19h, no Museu da Imigração, em São Paulo, com a proposta Ressignificar e mais de 50 marcas autorais confirmadas em gastronomia, drinks e artigos para casa, além de programação de curso, oficina infantil e exposição artística interativa.
Conhecido, principalmente, pela curadoria selecionada de pequenos produtores com receitas gastronômicas passadas de geração em geração, o CH retorna ao local de sua 1ª edição, no Museu da Imigração, no bairro da Mooca, com um leque variado de alimentos feitos para consumo imediato e outros to go para serem degustados em casa.
No sábado, o professor e palestrante Alessander Guerra, do blog Cuecas na Cozinha e a fotógrafa Janice Prado ministram o curso Ressignificando seu produto – Marketing digital e fotografia, destacando estratégias para redes sociais, edição de fotos e produção de conteúdo à quem deseja alavancar seus negócios. São 10 vagas e duração de 8h.
Durante os dois dias de Comida de Herança, o projeto Ser Âmica será um dos destaques na curadoria do evento. Às 14h de cada dia, adolescentes em situação de vulnerabilidade social integrantes do projeto promovem oficina de cerâmica como instrumento de arte, baseada no conceito wabi-sabi. O valor de suas criações são revertidos integralmente a cada jovem autor do produto.
A programação infantil fica por conta do Pai Alkimiko, responsável pelos brinquedos infantis sustentáveis feitos com madeira de demolição e expostos para as crianças brincarem. Por fim, a artista plástica Winny Machado pintará a história dos expositores em madeiras reaproveitadas e estarão disponíveis para uso dos visitantes.
Expositores
Café Basílio Garcia, Delícias do Zinha, Puppo, Heborá Mel do Brasil, A Table, Julice Pães, Forno Fecchio, Café Alta Paulista, Albadawi, Fazenda Bela Vista, Azeite Carioca, Agroasmussen, Cristophe e Zeide, Refúgio do Shitake, Pão de Queijo da Cidade, Pancs, Limar Comida Arabe, Casinha Bistro, La Cuisine Crepes, Artesanais, Blood Steaks Burger, Da Villar, D Farm, Los Compadres, Farfalla, Mapuche, Real Bragança, Desenrolha, Priscila França Chocolates, Cannoleria Brasil, Receitas de Familia, Sara Accioly Chocolatière, Tasty Menu, Temano Molho Artesanal, Moelleux Sucre, Oficina Urutal, Cachaça Arete Elges, Unevie, Ae Ceramica, Delborgo, Da Mila, Mel da Serra, Thoro Pimenta, Zizi, Bianca Kovac Cerâmica.
Serviço:
5º Comida de Herança
Endereço: R. Visconde de Parnaíba, 1316 — Mooca, São Paulo/SP
Datas: 26 e 27 de outubro
Horário: 10h às 19h
Telefone: (11) 2692-1866
Entrada: R$5
A Metso Cultural – 13ª Temporada de Música Instrumental Brasileira de Sorocaba promove no próximo dia 26 de outubro, sábado, a palestra As Divas da Música Brasileira: Elizeth, Elis, Bethânia, Gal e Nana com Zuza Homem de Mello no Auditório Facens (Rod. Senador José Ermínio de Moraes, 1425 – Castelinho km 1,5 – Alto da Boa Vista), em Sorocaba. A apresentação acontecerá às 15h e terá duas horas de duração.
No encontro, serão apresentadas as cinco cantoras que representam o anel de intérpretes excepcionais dos últimos anos: Elizeth Cardoso, Maria Bethânia, Gal Costa, Nana Caymmi e Elis Regina. Amigo pessoal de todas elas, Zuza Homem de Mello descortina suas carreiras e obras, ilustrando as aulas com áudios e vídeo que provocam a sensação de reviver as performances de cada uma das divas brasileiras.
As inscrições são gratuitas e podem ser efetuadas via Whatsapp (15) 3211-1360 (MdA International).
Zuza Homem de Mello
Zuza Homem de Mello é musicólogo, jornalista, radialista e produtor musical. Em 1957 e 1958, morando nos Estados Unidos, estudou na School of Jazz de Tanglewood, Massachussets, na Juilliard School of Music, em Nova York (musicologia) e na New York University (literatura inglesa) e estagiou na Atlantic Records. Há quase 60 anos dedica-se ao que há de melhor na música brasileira, o que inclui atuação como técnico de som da TV Record na sua fase dos musicais e dos festivais, idealização e comando do Programa do Zuza, diário na rádio Jovem Pan por 11 anos, atuação como crítico de O Estado de S. Paulo por 10 anos, idealização e comando da série semanal Jazz Brasil da TV Cultura, produção de espetáculos musicais e discos, curadoria de eventos e festivais, atuação como professor em cursos e palestras e autoria de diversos livros.
Informações: www.mdainternational.com.br e pelo telefone (15) 3211-1360.
Produtor responsável: Marco de Almeida marco@mdainternational.com.br.