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Academia de Música da Osesp convida trompetista Pacho Flores no segundo concerto do ano no Teatro B32

São Paulo, por Kleber Patricio

Academia de Música da Osesp. Foto: Laura Manfredini.

No ano em que completa sete décadas de existência, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp vai novamente ao coração financeiro de São Paulo para três apresentações no moderno Teatro B32, em plena Avenida Faria Lima, que mostram um recorte da Temporada 2024 – Osesp 70 Anos. A Academia de Música da Osesp é o grupo residente nos três concertos, agendados para os dias 17/jun, 6/ago e 14/out, sempre às 19h30 – os ingressos custam de R$39,60 a R$90,00 (valores inteiros) e podem ser adquiridos neste link.

Nesta terça (6/ago), às 19h30, alunos bolsistas da Academia de Música da Osesp convidam o talentoso trompetista venezuelano Pacho Flores para o segundo concerto da série, cujo programa terá obras de Vivaldi, Piazzolla, Sarasate, Brossé e Von Paradis, além de composições do próprio Flores. A terceira – e última – apresentação do projeto neste ano será dia 14/out e terá o pianista britânico Paul Lewis como solista convidado.

Academia de Música da Osesp

A dificuldade de encontrar novos músicos para orquestras brasileiras levou à criação, no ano de 2006, da Academia de Música da Osesp. Os alunos são orientados por músicos da Osesp e, imersos no ambiente de um grupo profissional de excelência, vivenciam por dois anos uma intensa prática no seu instrumento por meio do treinamento na própria Osesp durante a Temporada de concertos da orquestra. Em 2013, a Academia ampliou sua atuação na formação profissional de jovens músicos criando o Coro Acadêmico. Em 2016, criou o curso de Regência, que oferece aulas de técnica e repertório, além de masterclasses com regentes convidados de cada Temporada Osesp e, em 2022, foi criado o curso de Redação e Crítica Musical, voltado à capacitação da escrita de textos ligados à música de concerto. A Academia de Música da Osesp alterou profundamente o cenário da música de concerto no país, com ex-alunos presentes em todas as principais orquestras brasileiras e também em algumas internacionais. No entanto, em 2021, as classes de Instrumento e Canto foram reconhecidas pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo como Curso Técnico Profissionalizante. Os alunos que concluem a formação passam então a receber um Certificado Técnico Profissionalizante, válido em todo o território nacional.

Pacho Flores trompete

Foto: Juan Martinez.

Premiado no Maurice André, o mais importante concurso de trompetistas do mundo, Pacho Flores recebeu ainda distinções no Prêmio Philip Jones, da Royal Philharmonic Society, e no Concurso Internacional Cittá di Porcia. Foi trompete principal na Sinfônica Simón Bolívar da Venezuela, na Orquestra Saito Kinen do Japão e na Sinfônica de Miami. Atuando como solista, já se apresentou em importantes casas de concerto, como o Carnegie Hall em Nova York, a Sala Pleyel em Paris e a Opera City em Tóquio. Atuou em conjunto com as Sinfônicas de Tóquio e de Düsseldorf, as Filarmônicas de Kiev, Osaka e do Ártico, a Camerata de São Petersburgo, o Conjunto Orquestral de Paris, a Orquestra da Guarda Republicana e a Orquestra NHK do Japão. Como membro fundador do Quinteto de Metais Simón Bolívar, participou de turnês pela Europa e América do Sul e pelos Estados Unidos e Japão. É diretor fundador da Academia Latino-Americana de Trompete na Venezuela. Artista da família Stomvi, toca instrumentos especialmente fabricados para ele por esta renomada firma. É artista exclusivo da Deutsche Grammophon.

A Temporada Osesp no Teatro B32 tem apoio de PwC, Scotiabank, JSL, igc, Mapfre, Iochpe-Maxion, Franklin Templeton Investimentos e BEXP, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e ProAC ICMS. Realização: Fundação Osesp, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Ministério da Cultura e Governo Federal – União e Reconstrução.

PROGRAMA

TEMPORADA OSESP NO TEATRO B32

6 AGO (TER), 19H30

ACADEMIA DE MÚSICA DA OSESP

PACHO FLORES trompete

Antonio VIVALDI | Griselda: Agitata da dua Venti [arranjo: Pacho Flores]

Dirk BROSSÉ | Prelude to a New Age

Pacho FLORES | Musas y Resuello

Maria Theresia VON PARADIS | Sicilienne [arranjo: Pacho Flores]

Pablo DE SARASATE | Gypsy airs [arranjo: Pacho Flores]

Pacho FLORES | Morocota

Astor PIAZZOLLA | Revirado [arranjo: Pacho Flores]

Pacho FLORES | Labios Vermelhos.

Serviço:

Quando: terça-feira, 6 de agosto de 2024, às 19h30

Endereço: Teatro B32 | Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.732, Itaim Bibi

Telefone: (11) 93327-6549

Taxa de ocupação limite: 490 lugares

Classificação: Livre

Ingressos: Entre R$39,60 e R$90,00, nas bilheterias e nos sites da Osesp e do teatro

Estacionamento: Acesso pela R. Lício Nogueira, 90 – Itaim Bibi. Preço (com e sem valet): R$40,00.

A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.

(Fonte: Fundação Osesp)

Mestrando do Instituto de Pesca desenvolve pesquisa sobre sanidade na piscicultura

São Paulo, por Kleber Patricio

Lucas Desidera em um dos laboratórios de pesquisa do IP. Foto: Divulgação.

No dia 28 de junho, o Instituto de Pesca (IP-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo exibiu mais um capítulo da série Pós em Ação! em suas redes sociais. Desta vez, foi apresentado o trabalho de pesquisa do mestrando Lucas Desidera, que defenderá sua dissertação de mestrado no segundo semestre deste ano. O estudante desenvolveu um estudo intitulado ‘Isolamento em cultivo celular do vírus da necrose infecciosa de baço e rim (ISKNV): uma análise comparativa utilizando inóculos virais de diferentes regiões’.

A sanidade na criação de peixes é a principal preocupação dos envolvidos na cadeia produtiva do setor, pois esta vem sendo afetada significativamente por doenças emergentes, como as causadas pela infestação do vírus ISKNV. O trabalho de Lucas tem o intuito de desenvolver estratégias de controle e prevenção desse vírus por meio do cultivo celular para mitigar o problema enfrentado por piscicultores.

O cultivo celular é usado, entre outras funções, para estudar e, potencialmente, desenvolver métodos de controle para essa doença viral que afeta peixes. O ISKNV é uma infecção que pode causar graves problemas de saúde nos animais, incluindo danos ao baço e ao rim, levando a uma alta taxa de mortalidade em algumas espécies. O cultivo celular pode ser usado para isolar e estudar o vírus, entender melhor sua patogênese e desenvolver métodos de diagnóstico e vacinas para prevenir sua propagação em populações de peixes. Especificamente na patologia de organismos aquáticos, o alto índice de doenças emergentes em pisciculturas ao redor do mundo demanda soluções eficazes com tecnologias e análises avançadas como estas.

As técnicas de cultivo celular têm se mostrado promissoras para testes de produtos agrícolas (bioinsumos), novos fármacos e para isolamento viral. Sua principal vantagem é a consistência e facilidade de reprodução. Pesquisas com cultivos celulares podem esclarecer muitas questões sobre diferentes vírus presentes nesses meios de produção. Para estudar o vírus ISKNV, que chegou recentemente ao Brasil, Lucas obteve amostras de diferentes pisciculturas, pertencentes a distintas regiões hidrográficas no estado de São Paulo. O objetivo do estudo é isolar o vírus ISKNV no cultivo para contribuir com o desenvolvimento de vacinas, testes de detecção e avançar no conhecimento sobre essa doença.

De acordo com o estudante, “quando entrei no Instituto de Pesca, eu tinha pouca experiência em laboratório. Para mim, está sendo uma experiência maravilhosa. Minha orientadora me ajudou muito e toda a nossa equipe é excelente, agregando muito à minha experiência laboratorial. Inclusive, eu não conhecia a área do cultivo celular; me apaixonei e pretendo seguir nessa linha de pesquisa”.

Segundo a pesquisadora científica, vice-coordenadora do programa de pós-graduação do IP e orientadora do Lucas, Cláudia Maris Ferreira, “o projeto de pesquisa do Lucas é desafiador não apenas pelo tema em si, mas também porque tivemos que começar praticamente do zero. Nós montamos um laboratório de pesquisa que trabalha com linhagens celulares de organismos aquáticos. No Brasil existem vários laboratórios que trabalham com células de mamíferos, mas com células de peixes são pouquíssimos e isto não é nada fácil”, finaliza.

Para saber mais sobre as pesquisas desenvolvidos nos centros de pesquisa do Instituto de Pesca, por seus estudantes, acesse o site da Pós.

Instituto de Pesca | O Instituto de Pesca é uma instituição de pesquisa científica e tecnológica vinculada à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que tem a missão de promover soluções científicas, tecnológicas e inovadoras para o desenvolvimento sustentável da cadeia de valor da Pesca e da Aquicultura.

(Fonte: Com Andressa Claudino/Instituto de Pesca – Núcleo de Comunicação Científica)

Fintechs lideradas por pessoas negras combatem racismo no mercado financeiro com algoritmos inclusivos

São Paulo, por Kleber Patricio

Fintechs negras identificam discriminações como limitação de crédito a endereços de periferia, associados à população negra. Foto: FreePik.

Ainda que informação sobre cor da pele não seja solicitada a quem requisita um empréstimo, algoritmos de análise de crédito frequentemente reproduzem a discriminação racial quando, por exemplo, limitam a concessão de crédito para certos endereços ou segmentos de negócios comumente associados à população negra. Porém, uma nova geração de fintechs comandadas por pessoas negras têm focado no desenvolvimento de algoritmos inclusivos para atender à população da periferia, predominantemente negra.

As constatações são de estudo publicado na última terça (30) por pesquisadores do Centro de Microfinanças e Inclusão Financeira da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGVcemif) na revista científica ‘Management Information Systems Quarterly’. Entre 2021 e 2022, eles estudaram três fintechs negras fundadas entre 2017 e 2020. Essas empresas utilizam a tecnologia para democratizar o acesso ao crédito no Brasil.

“A realidade de exclusão racial mobiliza a população negra, que se organiza para enfrentar a situação de racismo. No mercado financeiro acontece o mesmo”, afirma Eduardo Diniz, pesquisador líder do estudo e professor da FGV EAESP. Ele explica que as fintechs negras reconfiguram os algoritmos tradicionalmente usados no mercado a partir de investigação sobre aqueles que têm crédito negado, identificando elementos discriminatórios nesses algoritmos. “Não existe informação sobre raça, mas existe de CEP, de território e nós sabemos onde as populações negras se concentram: nas periferias. Ao analisar os dados que levaram à exclusão, é possível propor alterações nos modelos de crédito”, descreve.

Na sua análise, os pesquisadores avaliam as iniciativas das fintechs negras com base na Teoria da Justiça Social da socióloga Nancy Fraser, que se expressa com base em três conceitos. O primeiro é o da representação, que explica a liderança das pessoas negras nas iniciativas de inclusão; o segundo é o do reconhecimento da condição de minoria, ou seja, o pertencimento a uma comunidade excluída que deve atuar contra a discriminação; já o último se refere à redistribuição, ou seja, permitir que minorias excluídas tenham acesso a renda e benefícios econômicos de uma sociedade justa.

Os pesquisadores avaliam que as ações dessas fintechs aplicam os três conceitos de Fraser por meio do que descrevem como ‘experimentação afirmativa’. Ou seja, as fintechs se propõem a desenvolver algoritmos inclusivos para atingir gradativamente seus objetivos de justiça social. Na prática, as empresas enfrentam diversos desafios, como a falta de mão de obra negra especializada, exigência de retorno rápido dos investidores e o viés existente nos algoritmos disponíveis no mercado. Para baratear seus custos operacionais, “fintechs dependem de sistemas pré-existentes”, explica Diniz. “O problema é que esses algoritmos de mercado são discriminatórios, então as fintechs têm que adaptar esses produtos para modificar essas lógicas”, diz o pesquisador.

Os resultados da pesquisa sugerem que instituições financeiras comprometidas com a inclusão devem revisar e transformar seus algoritmos existentes. Este processo de transformação deve ser ancorado em três pilares fundamentais: permitir que os indivíduos socialmente marginalizados assumam a liderança no processo, direcionando esforços para sua própria inclusão; encorajar esses indivíduos a reafirmar suas identidades no combate exclusão, e integrar a inteligência e sensibilidade humanas ao uso e desenvolvimento de algoritmos para análise de crédito.

No entanto, para Diniz, ainda é cedo para analisar os resultados efetivos das técnicas aplicadas pelas fintechs negras, pois o mercado é muito dinâmico e o caminho para o desenvolvimento de algoritmos inclusivos é longo. “Analisamos estas empresas ainda recém-nascidas, mas esperamos poder relatar as consequências dessas ações daqui alguns anos novamente”, finaliza o pesquisador.

(Fonte: Agência Bori)

Pico da Neblina: a maior aventura do Brasil volta a receber viajantes em expedições junto ao povo Yanomami

Amazonas, por Kleber Patricio

Ponto alto da expedição é a ascensão final ao acampamento Base, a 2.030 metros, preparando os aventureiros para a escalada final até os 2.995 metros. Fotos: Divulgação/Vivalá.

Há muito tempo, na intocada floresta amazônica, os espíritos ancestrais dos Yanomami escolheram um lugar sagrado para residir: o Yaripo, conhecido por nós como Pico da Neblina, Serra dos Ventos ou a Casa dos Espíritos – montanha que carrega histórias que são passadas de geração em geração. Segundo as lendas, o grande Pajé Yoyoma, em uma visão espiritual, descobriu a imponente montanha, que agora abre a sua temporada de visitação para 2024 e 2025 para receber viajantes em busca de aventura e (re)conexão com a natureza.

Uma das principais crenças está relacionada ao poder de cura e proteção espiritual. “O Pico da Neblina é a casa dos espíritos, onde fazem, às vezes, as invocações para poder salvar uma pessoa quando ela está doente espiritualmente, que é diferente da dor física”, explica Renê da Cruz Pinto, Yanomami e guia da Vivalá.

É desta forma que a vida é levada no ponto mais alto do Brasil, a 2.995 metros. “A gente se salva, espiritualmente, pelos Pajés, e fisicamente, pelo posto de saúde. Nossa cultura é forte e viva e é por isso que o nosso Yaripo é sagrado”, afirma Renê.

Antes de pessoas não indígenas subirem a Serra dos Ventos, elas recebem uma proteção dos caciques e tuxauas, membros de grande respeito, espiritualidade e liderança dentro da comunidade. “A gente acredita, espiritualmente, que o Pico da Neblina é muito perigoso para a visita que as pessoas desconhecidas fazem. Então, para não acontecer algum coisa ruim para os não indígenas, os Pajés fazem uma proteção para as pessoas não ficarem doentes ou se machucarem”, destaca Érica Figueiredo, coordenadora do projeto Yaripo.

20 anos de visitação suspensa

O Pico da Neblina fica em uma sobreposição entre duas unidades de conservação, a Terra Indígena (TI) Yanomami, com quase quase 10 milhões de hectares, e o Parque Nacional Pico da Neblina, com cerca de 2,2 milhões de hectares. Por mais de 20 anos, a visitação ao Yaripo foi suspensa, sendo retomada apenas em 2021, após alguns anos de conversas e estruturações para que as vivências fossem realmente sustentáveis e positivas para os viajantes e a comunidade, que deve ser protagonista e a maior beneficiada financeiramente. Durante os próximos três anos, duas empresas que conseguiram a anuência da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o recredenciamento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), estão aptas e credenciadas a operar roteiros na região com exclusividade global. “Historicamente, desde a década de 80 acontecia a visitação desordenada ao Pico da Neblina, com a invasão de turistas sem anuência dos indígenas, desrespeito aos lugares sagrados e todo o lucro sendo levado para fora da Terra Indígena Yanomami”, destaca Daniel Assis, chefe do núcleo de gestão integrada ICMBio Pico da Neblina.

Uma das empresas credenciadas foi a Vivalá, que atualmente promove experiências de ecoturismo, turismo de aventura e de turismo de base comunitária em 26 unidades de conservação de 15 estados do país. “O povo Yanomami é um povo de contato recente, com menos de 70 anos de proximidade com a sociedade não indígena. Então, tudo foi feito com muito cuidado. Desde o ano passado, participamos do edital de lançamento feito pelo ICMBio, Funai e ISA buscando a organização ideal para tocar esse projeto em conjunto com o povo Yanomami. Foi aí que entramos nessa história e fomos escolhidos pelo governo – e, mais importante, pelo povo Yanomami – para desenvolver esse projeto em conjunto. Estamos muito felizes em iniciar agora nossa jornada ao ponto mais alto do Brasil e que ela possa gerar preservação ambiental, enaltecimento cultural e experiências inesquecíveis”, afirma Daniel Cabrera, cofundador e diretor executivo da Vivalá.

Retomada do turismo precisou ser aprovada por lideranças

O retorno dos viajantes é recente, mas a vontade é antiga. Desde 2014, os Yanomami possuíam o forte desejo de tornar realidade o plano de ecoturismo na região. Para isso, alguns parceiros estratégicos passaram a fazer parte do projeto. “ICMBio, Funai, Exército e Instituto Socioambiental (ISA) entraram na trilha aberta pelos Yanomami rumo ao Yaripo acreditando no potencial da iniciativa como atividade econômica sustentável para a comunidade”, diz Assis.

“Chamamos a ICMBio e a Funai para nos apoiar nessa luta e conseguimos fazer a parceria com a ISA, que nos ajudou a construir o plano de visitação e nos apresentou a esse mundo”, relembra Renê. O plano foi feito em quatro anos, de forma colaborativa, entre organizações governamentais, não-governamentais e os Yanomami. Um dos principais pontos era o de proteção da fronteira e da socio biodiversidade, além do bem-estar dos povos.

Retornar com as visitações no Pico não foi uma tarefa fácil, mas com certeza, já está valendo a pena. O turismo na região contribui com o desenvolvimento da comunidade, além de trazer melhorias e suporte, vindo junto com as duas empresas que chegaram na região. “Podemos chamar o Projeto Yaripo de iniciativa, para que ele não tenha fim e continue trazendo o desenvolvimento para as comunidades indígenas do povo Yanomami, mas de forma ordenada, com cautela e sempre respeitando a singularidade deste povo ancestral”, comenta Sheldon Yupuri, facilitador e agente temporário ambiental do ICMBio.

Agora, após muitos anos de planejamento e desenvolvimento do plano junto às autoridades e lideranças indígenas, a Vivalá começa a operar o roteiro para o Pico da Neblina pelos próximos três anos. A temporada 24 e 25 na Vivalá terá 12 datas de saída, nas quais mais de 120 pessoas do mundo inteiro poderão participar de experiências sustentáveis pelo Brasil. Os viajantes terão a oportunidade de conhecer comunidades indígenas e os povos originários, mas também ribeirinhos, quilombolas, sertanejos e caiçaras, entre outros grupos.

Roteiro ao ponto mais alto do Brasil dura 15 dias

A expedição ao Pico da Neblina promovida pela Vivalá é uma jornada de 15 dias, ideal para amantes de grandes aventuras de trekking. Iniciando em São Gabriel da Cachoeira (AM), os participantes se preparam na pousada e exploram a cidade antes de embarcar numa viagem que combina estradas, voadeiras e trilhas profundamente imersivas. O roteiro atravessa paisagens diversas, desde a Serra dos Ventos até a densa floresta amazônica, guiando os viajantes até Maturacá e além e colocando o povo Yanomami como protagonista da terra sagrada. “A relação do povo Yanomami com o Pico da Neblina e a região é fundamental para entendermos a profunda ligação que os povos indígenas têm com a natureza. A integração deles com o meio ambiente é muito maior do que a nossa, e eles compreendem que fazemos parte da natureza e não a dominamos. A experiência com o povo Yanomami na maior terra indígena do Brasil nos ensina muito sobre a sabedoria ancestral, a inteligência e a capacidade de viver em harmonia com a natureza, aprendizados valiosos que nos inspiram a ter uma relação mais respeitosa com o meio ambiente”, complementa Daniel Cabrera.

Os primeiros dias são marcados por experiências autênticas, como receber bênçãos dos Pajés Yanomami e acampar em locais estratégicos como Irokae e Gavião. À medida em que a jornada avança, os desafios se intensificam com elevações íngremes e trilhas exigentes até o acampamento Laje, a 1.600 metros de altitude, oferecendo vistas impressionantes do Pico da Neblina. O ponto alto da expedição é a ascensão final ao acampamento Base, a 2.030 metros, preparando os aventureiros para a escalada final até os 2.995 metros. “Os cenários são deslumbrantes e lá você encontra uma Amazônia extremamente única: cheia de serras e de endemismos da flora por conta da altitude. Todos aqueles que pretendem subir o Pico da Neblina recebem uma bênção dos caciques (os ‘tuxauas’) para proteção durante toda a jornada. Os Yanomami reverenciam a montanha, que pra eles é viva, e o caminho deve ser feito com muito respeito à natureza e aos espíritos que ali habitam”, conta Letícia Cristina, produtora de experiências da Vivalá e que realizou uma ida piloto ao Pico, onde passou nove dias e se impressionou com a tamanha diversidade, seja de culturas, línguas ou até de vistas.

Após a conquista do pico mais alto do Brasil, os viajantes desfrutam de momentos de despedida com os Yanomami, compras de artesanato local e celebrações em São Gabriel da Cachoeira.

Serão somente 12 saídas e 120 vagas na temporada 2024/2025, entre setembro deste ano e dezembro do ano que vem para aventureiros de todo o mundo. O investimento é de R$17.500, que pode ser pago à vista por boleto ou transferência, parcelado via PIX ou em até 12x com juros no cartão de crédito.

A expedição inclui também treinamentos antes da viagem, hospedagem em pousada em São Gabriel da Cachoeira por quatro noites, duas noites na sede do projeto Yaripo em Maturacá e oito noites em acampamentos na floresta, transporte terrestre e aquático, equipamentos coletivos de acampamento, alimentação, taxa de entrada nas comunidades e uma equipe capacitada para guiar a expedição com grande atenção a segurança. Ainda há vagas disponíveis para a primeira expedição, que acontecerá em 7 de setembro. Para mais detalhes sobre o roteiro e reservas em setembro ou outras datas, acesse https://www.vivala.com.br/expedicoes/yaripo-pico-da-neblina.

Sobre a Vivalá

A Vivalá atua no desenvolvimento do Turismo Sustentável no Brasil promovendo experiências que buscam ressignificar a relação que as pessoas têm com o Brasil, sua biodiversidade e comunidades tradicionais. Atualmente, a Vivalá atua em 26 unidades de conservação do país, contemplando os biomas da Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Caatinga, e trabalha em conjunto com mais de 700 pessoas de populações indígenas, ribeirinhas, quilombolas, sertanejas e caiçaras.

Com 15 prêmios e reconhecimentos nacionais e internacionais, a Vivalá tem a confiança da Organização Mundial do Turismo, ONU Meio Ambiente, Braztoa, Embratur, Aberta, Fundação do Grupo Boticário e Yunus & Youth, além de ter uma operação 100% carbono neutro e ser uma empresa B certificada, tendo a maior nota no turismo do Brasil e a 7ª maior em todo o setor de turismo no mundo. Até junho de 2024, a Vivalá já embarcou mais de 4 mil viajantes, além de ter injetado mais de R$5 milhões em economias locais por meio da compra de serviços de base comunitária e consumo direto dos viajantes. Para mais informações, acesse https://www.vivala.com.br/.

(Fonte: Com Jéssica Amaral/DePropósito Comunicação de Causas)

Unicamp abre as portas para o dascenicas

Campinas, por Kleber Patricio

Imagens: espetáculos que integram o acervo do site dascenicas.com.br. Créditos: Divulgação.

O site dascenicas.com.br, fruto de um trabalho dedicado de garimpo de imagens e relatos sobre a história e as memórias do Departamento de Artes Cênicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), será apresentado no dia 12 de agosto, a partir das 17h30, no auditório da Adunicamp. Com apoio do ProAC (Programa de Ação Cultural) 2021, o site traz um acervo com mais de mil fotos do período de 1970 a 2000, destacando o significado do Departamento para o teatro brasileiro ao formar atores e artistas por meio de estudos e prática e sua importância para todos os que passaram por lá.

Estarão presentes no evento professores que estiveram à frente dos cursos de artes cênicas desde a década de 1970 até sua consolidação no Departamento, em 1985: o físico e idealizador do Instituto de Artes, Rogério Cézar de Cerqueira Leite, atualmente com 93 anos; Celso Nunes, que projetou o curso de Artes Cênicas; a coordenadora deste projeto de resgate histórico, Neyde Venezziano, os ex-professores Paulo Betti, Regina Braga, Reinaldo Santiago, Wanderley Martins, Helô Cardoso, Marcio Aurelio e Marcio Tadeu.

Denominado AlmanAC – Memórias do Curso de Artes Cênicas da Unicamp, o projeto foi realizado ao longo de quatro anos por cinco ex-alunos do Departamento que resgataram e organizaram fotos e recortes de jornais, realizaram entrevistas com os professores e colheram depoimentos de ex-alunos. O site reúne todo esse acervo, além de artigos inéditos de artistas e diretores e um podcast.

História das Artes Cênicas

Na década de 1970, um grupo de artistas comandado pelo diretor de teatro Celso Nunes iniciou o curso de Artes Cênicas em um barracão da Unicamp. No local aconteciam discussões, ensaios, leituras e peças de teatro, que deram origem à formação de alguns dos principais atores, diretores, dramaturgos, pesquisadores e professores do país. Em 1985 foi fundado oficialmente o Departamento de Artes Cênicas.

“O objeto da pesquisa na Unicamp era a arte do Brasil, com suas músicas, danças, diversidades culturais, sincretismos religiosos, dramaturgias e seu povo, diferente de outros cursos universitários de teatro que olhavam para a Europa e discutiam formas de linguagens texto-centradas”, explica a coordenadora do projeto e diretora de teatro Neyde Veneziano.

O conceito do projeto surgiu durante o primeiro ano de pandemia, quando ex-alunos, professores e ex-professores do Departamento de Artes Cênicas se juntaram virtualmente em um grupo no WhatsApp. “Organizar o site foi uma consequência desse encontro, gerando um trabalho árduo, intenso, criativo e merecedor de aplausos. Os ex-alunos coletaram e mapearam as memórias afetivas e os aprendizados, transformando-os em matéria-prima para o dascenicas.com.br”, afirma a professora Neyde.

Além do lançamento do site, no dia 13 de agosto serão realizadas duas mesas temáticas com os ex-professores e alguns convidados para levantar questões e analisar a ressonância do Departamento, desde os primeiros cursos sem local definido nos anos 1970, até os dias de hoje. É esperada a participação de alunos, ex-alunos e da comunidade artística para refletir sobre a importância desse curso de Artes Cênicas.

Além do ProAC, o projeto contou com o apoio, em sua fase final, da Pró-Reitoria de Cursos de Extensão, Instituto de Artes, Adunicamp e SESC Campinas.

Ficha técnica

Lançamento do site dascenicas.com.br – projeto viabilizado por Edital ProAC Nº 38/2021

Local: Adunicamp – Av. Érico Veríssimo, 1479 – Cidade Universitária, Campinas (SP)

Data e horário: 12 de agosto | 17h30

Mesas Temáticas – 13 de agosto:

10h – Mesa Temática 1 – Baú de memórias, registros pessoais e afetivos da história das Artes Cênicas da Unicamp – como podem se relacionar com o Departamento hoje?

14h30 – Mesa Temática 2 – Brasilidades: características tão marcantes do curso de Artes Cênicas da Unicamp.

O site dascenicas.com.br é fruto do projeto AlmanAC – Memórias do curso de Artes Cênicas da Unicamp – levantamento de iconografia, gravação de relatos de ex-alunos e realização de entrevistas com ex-professores, sobre o processo de criação e os primeiros anos (1985–2000) do Departamento de Artes Cênicas da Unicamp.

Proposta e coordenação: Neyde Veneziano

Produção, levantamento de iconografia e depoimentos, realização de entrevistas, narrações, criação de roteiros: Ana Célia Padovan, Carla Hossri, Daniele Pimenta, João André Garboggini e Mônica Sucupira.

Produção de podcasts: Débora Lima.

Edição de vídeos entrevistas e podcasts: Augusto Spoto.

Edição minidocumentários: João Barim e Mariana Sucupira.

Projeto gráfico: João Barim/Parênteses.

Webdesign: Leandro Pereira/Parênteses.

(Fonte: Carol Silveira Assessoria de Comunicação)