Cientistas rebatem argumentos sobre custos de publicação e dificuldades de infraestrutura; entre pontos para tornar a ciência mais aberta estão mudanças na política de avaliação e estímulo ao compartilhamento de dados
Brasil
A Pinacoteca de São Paulo realiza a primeira edição do Festival Pina Praça, no edifício Pinacoteca Contemporânea. Em parceria com a feira de empreendedorismo criativo Cultura Circular, de 26 a 28 de julho a praça do museu recebe uma programação para adultos e crianças que reúne culinária, música, produtos de design e moda, além de oficinas de arte. A partir da temática da Terra, presente nas exposições do ano, o museu realiza também sua primeira sessão de filmes ao ar livre em parceria com a Coleção Kadist e coleções particulares.
O festival começa com atividades dedicadas ao público infantil, na sexta-feira (26). Das 14h às 15h, o educativo do museu promove o Experimenta, com atividades de experimentação artística para grupos familiares. A partir das 15h, são exibidos os curtas infantis ‘A festa dos encantados’ 13min (2015), de Masanori Ohashy, ‘Maré Braba’ 7min (2024), de Pâmela Peregrino, ‘Aurora, a rua que queria virar um Rio’ 10min (2021), de Radhi Meron, ‘Jussara’ 9min (2023), de Camila Ribeiro, ‘Konãgxeka: O diluvio maxacali’, 12:30min (2016) e ‘Jurema e a peleja do carcará e a suçuarana’, 2:05min (2023), de Bako Machado.
No fim de semana, o Experimenta! acontece às 13h30. Às 14h30, dois shows acontecem no museu: no sábado (27), a cantora e compositora Alessandra Leão faz apresentação com repertório do seu último disco MPB, ‘ACESA’. Domingo (28), a cantora Preta Archanjo traz samba para a praça da Pinacoteca com o show ‘Encantos de mulheres’, em que faz a interpretação de canções de diferentes artistas brasileiras como Beth Carvalho e Maria Rita.
Sessões de cinema ao ar livre acontecem em dois programas, a partir das 15h30. Confira a programação completa dos filmes abaixo:
PROGRAMA I – sábado, 27/7:
Coleção Kadist
Piedras Blancas | 4:53min (2014), Miguel Angel Rios (Argentina)
Há Terra | 12:37min (2014), Ana Vaz (Brasil)
Lightning Dance | 6:03min (2018), Cecília Bengolea (Argentina)
La Memoria Verde | 13min (2019), Enrique Ramirez (Chile)
Coleções particulares
A gente rio | 29:29min (2016), Carolina Caycedo (Colombia)
Flexa 2 – O Sol e a Flor | 11:46min (2021), Ailton Krenak e Anna Dantas (Brasil)
Moving Toward Us | 11:06min (2022), Jonas Van (Brasil)
Minha bateria está fraca e está ficando tarde | 27:29min (2020), Rubiane Maia e Tom Nobrega (Brasil)
PROGRAMA II – domingo, 28/7:
Coleção Kadist
Xar – Sueño de obsidiana | 13:06min (2020), Édgar Calell (Guatemala)
Resiliencia Tlacuache | 16:01min (2019), Naomi Ricón Gallardo (México)
Petrogenesis | Petra, Genetrix, 6:50min (2019), Ayoung Kim (Coréia do Sul)
El Salto (The Jump/The Waterfall) | 12:35min (2021), Juan Covelli (Colombia)
Coleção Particular
Journey to a Land Otherwise Unknown | 23min (2011), Laura Huertas (Colômbia)
Curupira e a Máquina do Destino | 25min (2021), Janaina Wagner (Brasil)
Coleção Pinacoteca
Kaapora: o chamado das matas | 20min (2020), Olinda Tupinambá (Brasil)
9493 | 11:05min (2011), Marcelvs L (Brasil)
Shows:
Alessandra Leão – Data: 27/7 – 14h30
Preta Archanjo – Data: 28/7 – 14h30.
Sobre a Pinacoteca de São Paulo
A Pinacoteca de São Paulo é um museu de artes visuais com ênfase na produção brasileira do século XIX até a contemporaneidade e em diálogo com as culturas do mundo. Museu de arte mais antigo da cidade, fundado em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo, vem realizando mostras de sua renomada coleção de arte brasileira e exposições temporárias de artistas nacionais e internacionais. A Pina também elabora e apresenta projetos públicos multidisciplinares, além de abrigar um programa educativo abrangente e inclusivo.
Sobre a Coleção Kadist | A Coleção Kadist é uma organização de arte contemporânea sem fins lucrativos que acredita que artistas fazem uma importante contribuição para uma sociedade progressista por meio do seu trabalho, abordando questões-chave muito relevantes para os dias atuais. Dedicada a exibir o trabalho de artistas – de mais de cem países – representados na coleção, a Kadist afirma o papel da arte contemporânea com um discurso social e facilita novas conexões entre culturas.
Sobre a Feira Cultura Circular | Visando ocupar e movimentar a Luz, bairro tão importante da cidade de São Paulo, a Feira Circular traz produtores autorais de moda, design, acessórios e bem-estar. O evento tem como intenção apoiar a economia criativa e o pequeno empreendedor, além de propiciar um espaço de convivência e troca com arte, música e gastronomia.
Sobre Alessandra Leão | Alessandra Leão é cantora, compositora, percussionista e produtora nascida em Pernambuco, Nordeste do Brasil. Tem 25 anos de carreira, lançou 9 discos – o último, ACESA, foi produzido e arranjado por ela e pelo produtor musical Caê Rolfsen, com quem também produziu ‘Macumbas e Catimbós’, indicado ao Grammy Latino 2019.
Sobre Preta Archanjo | Fabiola Cristina da Silva Archanjo é Paulista, cantora e compositora. Apresenta-se em bares, casas noturnas e rodas de samba. Atualmente está trabalhando na produção do seu primeiro EP. Nascida e criada no Bixiga, berço do samba paulista e filha do Vela Preta, que foi sambista, intérprete e compositor da Escola de Samba Vai-Vai.
Serviço:
Pina Praça – Pina Contemporânea
Período: 26 a 28/7/2024
Curadoria: Clarissa Ximenes
Evento gratuito
Local: Edifício Pinacoteca Contemporânea – Praça do museu
De quarta a segunda, das 10h às 18h (entrada até 17h)
Gratuitos aos sábados – R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia-entrada), ingresso único com acesso aos três edifícios – válido somente para o dia marcado no ingresso
Quintas-feiras com horário estendido B3 na Pina Luz, das 10h às 20h (gratuito a partir das 18h)
Gratuitos aos sábados – R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia-entrada), ingresso único com acesso aos três edifícios – válido somente para o dia marcado no ingresso Quintas-feiras com horário estendido B3 na Pina Luz, das 10h às 20h (gratuito a partir das 18h).
(Fonte: Pinacoteca de SP)
Em 2023, o ChildFund Brasil celebrou 57 anos de história no país, consolidando quase seis décadas de contribuição à transformação de vidas de milhares de crianças, jovens e suas famílias. Um marco importante para a organização foi a incidência política e a sanção da Lei 14.826, em março de 2024, que institui a parentalidade positiva e o direito ao brincar como estratégias prioritárias para a prevenção da violência contra crianças, inspirada no projeto Brinca e Aprende Comigo, apoiado pela organização em parceria com a The LEGO Foundation.
Impactando positivamente a vida de mais de 150 mil pessoas, incluindo mais de 73 mil crianças e adolescentes, o ChildFund Brasil atua em mais de 800 comunidades distribuídas por 60 municípios, com a colaboração de 22 organizações parceiras. Com mais de 1.300 voluntários, as ações beneficiam mais de 29 mil famílias em sete estados brasileiros (Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Piauí e São Paulo). Globalmente, a organização está presente em 23 países, impactando mais de 21 milhões de crianças e suas famílias.
“No último ano, avançamos na mobilização por direitos das crianças, fortalecemos nossa governança e ampliamos projetos socioambientais sustentáveis, como o Água é Vida. Destacamos campanhas como o Maio Laranja e apoiamos iniciativas legislativas. Em 2024, continuamos comprometidos em tornar o Brasil um país melhor para as crianças”, afirma Maurício Cunha, diretor do país do ChildFund Brasil.
Essas e todas as iniciativas realizadas no último ano pela organização estão no recém-lançado documento, que destaca conquistas e avanços em sua missão de proteger e promover os direitos das crianças e adolescentes. Cada um dos assuntos abordados no documento está alinhado com um ou mais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que compõem a Agenda 2030, totalizando 11 ODS atendidos com os programas e projetos desenvolvidos pelo ChildFund Brasil, promovendo impacto positivo na sociedade.
Principais destaques
Uma das campanhas mais importantes em 2023 para o ChildFund Brasil foi o Maio Laranja, realizado durante todo o mês de maio, que mobilizou a sociedade para combater o abuso sexual contra crianças e adolescentes no ambiente virtual. Além disso, no mesmo período, a ONG lançou, em parceria com a The LEGO Foundation, a Pesquisa Nacional de Violência Doméstica contra Crianças, destacando a necessidade urgente de combater a violência doméstica. “O estudo revelou que mais de 70% dos casos de violência ocorreram na residência compartilhada pela vítima e pelo suspeito, enquanto 16% ocorreram exclusivamente na casa da vítima. Esses dados são importantes para mapear o início da violência contra crianças em nosso país e para desenvolver estratégias eficazes de proteção”, complementa Cunha.
Outro grande destaque foi promover a responsabilidade social empresarial por meio de parcerias estratégicas. Essa abordagem não apenas fortalece o pilar de sustentabilidade das organizações colaboradoras, mas também acelera o impacto positivo nas comunidades atendidas. “O foco em ESG é central no mundo corporativo e também em nossas iniciativas. Estamos desenvolvendo novas estratégias adaptadas à realidade do país e das empresas”, comenta o diretor de país do ChildFund Brasil.
Fruto dessa frente de desenvolvimento de novos negócios aliada à responsabilidade social das empresas está o projeto Água é Vida, implementado em agosto de 2023 em parceria com a Cargill e a Global Water Challenge (GWC). A iniciativa visa oferecer acesso à água potável e promover ações educativas sobre saúde e higiene em comunidades rurais de Luís Eduardo Magalhães (BA), São Desidério (BA) e Rio Verde (GO). Com a instalação de Sistemas de Tratamento de Água e formação socioambiental nas comunidades, aproximadamente 20 mil pessoas foram beneficiadas, contribuindo para a redução de doenças transmitidas pela água, melhorando a qualidade de vida e a relação da comunidade com o meio ambiente.
O ChildFund Brasil também lançou, na capital federal, com apoio da Câmara dos Deputados, da Ordem dos Advogados de Brasília (OAB/DF), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da Frente Parlamentar Mista pela Primeira Infância a publicação 33 anos do ECA: uma análise dos avanços, conquistas e desafios para a infância brasileira, documento elaborado para contribuir com a área de direitos humanos da criança e do adolescente. Ademais, a organização aderiu ao Pacto Nacional pela Primeira Infância, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), reafirmando seu compromisso com a promoção e defesa dos direitos das crianças até seis anos de idade.
Acesse o Relato de Sustentabilidade | A publicação do Relato de Sustentabilidade 2023 segue a metodologia Global Reporting Initiative (GRI), referência mundial para relatórios de desempenho corporativo, e está disponível para consulta. Para mais informações ou para acessar o Relato completo, clique aqui.
Sobre o ChildFund Brasil | O ChildFund Brasil é uma organização que atua na promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente, para que tenham seus direitos respeitados e alcancem o seu potencial. A fundação no Brasil foi em 1966, e sua sede nacional se localiza em Belo Horizonte (MG). A organização faz parte de uma rede internacional associada ao ChildFund International, presente em 23 países e que gera impacto positivo em mais de 21 milhões de crianças e suas famílias e foi eleita a melhor ONG de assistência social em 2022 e a melhor para Crianças e Adolescentes do Brasil, por três anos (2018, 2019 e 2021), além de estar presente, também, entre as 100 melhores por seis anos consecutivos pelo Prêmio Melhores ONGs. www.childfundbrasil.org.br
(Fonte: DePropósito Comunicação de Causas)
Que criança não gosta de se debruçar sobre um livro colorido, ilustrado, divertido e que, ao mesmo tempo em que aguça a imaginação, traz a proximidade com as situações do dia a dia? Pois esse pode ser também um recurso valioso para a abordagem em sala de aula de temas essenciais na educação integral dos futuros cidadãos, como a igualdade racial e de gênero.
“Convivemos diariamente com a diversidade cultural, a desigualdade social e diferentes visões de mundo e valores às vezes conflitantes com os nossos. É na escola que crianças e jovens interagem pela primeira vez de maneira independente em sociedade, então, nada melhor do que trazer a pluralidade para essa rotina utilizando o universo lúdico dos livros como apoio nesse propósito”, destaca Taciana Begalli, coordenadora do projeto Mundo da Leitura, que já beneficiou mais de 18 mil alunos de escolas públicas de mais de 20 cidades do país com a doação livros e a capacitação de professores.
Taciana lembra que, da mesma forma que hoje já existe à disposição uma série de obras que abordam a igualdade de gênero e racial, também é preciso facilitar o acesso dos alunos a esses livros, independentemente de sua condição socioeconômica ou de outros fatores limitantes. “É com esse objetivo que o Mundo da Leitura é implementado gratuitamente pela Evoluir nas escolas da rede pública, com o apoio de patrocinadores e leis de incentivo. Ele engloba a doação de um acervo de obras e a capacitação de professores para sua utilização em sala de aula, sempre em linha com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular, a BNCC”, diz a coordenadora.
Especificamente em relação à questão racial, Taciana aponta que o foco é possibilitar que os alunos conheçam, aprendam e valorizem a diversidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como a cultura de outros povos e nações. “É assim que combatemos qualquer discriminação. Os livros ‘Gigi e sua tesoura mágica’ e ‘O Tesouro de Amina’, por exemplo, usados no projeto, têm protagonistas negras e apresentam elementos das culturas negra e quilombola, trabalhando a importância de sua representatividade”.
Outro tópico abordado com a ajuda da literatura é a desconstrução dos estereótipos de gênero, ou seja, as atitudes, comportamentos e expectativas atribuídas ao que a sociedade espera de ‘homens’ e ‘mulheres’, como reforça Taciana. “São crenças que geram preconceitos e limitam as possibilidades de papéis exercidos por ambos os gêneros. Igualdade significa que todos devem ter os mesmos direitos e deveres, mas para isso precisamos fortalecer especialmente os direitos das mulheres, que ainda são mais discriminadas que os homens na sociedade patriarcal em que vivemos”.
Nesse sentido, a coordenadora de projeto da Evoluir indica também o livro ‘Todos juntos!’, que apresenta alguns objetivos relacionados à melhoria da qualidade de vida das mulheres e ao ODS número 5, que objetiva o alcance da igualdade de gênero até 2050. “Utilizamos ainda a obra ‘Era uma vez uma menina’, que estimula o protagonismo, em especial das mulheres, incentivando que sejam donas das próprias histórias”, diz.
Taciana enfatiza o grande benefício de estratégias baseadas na literatura, como o próprio projeto Mundo da Leitura. “São iniciativas que conseguem transmitir às crianças, de forma lúdica e leve, que toda pessoa tem o direito de desfrutar das condições necessárias para o desenvolvimento de seus talentos e suas aspirações, sem ser submetida a qualquer tipo de discriminação. A educação é o principal agente transformador e é por meio dela que vamos garantir um presente e um futuro mais prósperos para todos nós, em uma sociedade com maior equidade”.
Experiência prática e reflexão em sala de aula
O arte-educador Layó, do Instituto Arthur Moreno Paro Belmonte (AMPB) de Solidariedade do Sol Nascente, em Brasília, teve a oportunidade de conferir, na prática, como o apoio da literatura aberta a temas sociais relevantes traz mudanças positivas entre os alunos. “Trabalhamos com o livro O Tesouro de Amina com turmas de diferentes faixas etárias, desde quatro até 15 anos, com a leitura em conjunto desse conteúdo e atividades que estimularam a reflexão sobre ancestralidade, identidade, pertencimento e autoestima”.
Layó relata que, a partir da narrativa do livro – em que a pequena Amina, uma criança negra que não se identifica com as demais por conta de seus dentinhos separados passa a se ver de outra forma quando descobre que essa é uma característica de seus ancestrais – foi possível abordar com os alunos a valorização de sua origem e de sua história. “Fizemos o exercício do espelho, onde pedimos para admirarem suas próprias características, e eles começaram a descobrir e pensar sobre sua própria ancestralidade e como tudo isso ajudou a construir quem elas são, incentivando sua autoestima”, diz Layó. “Também tiramos muitas dúvidas sobre outros assuntos que aparecem no livro, como os orixás e a cultura africana, que é muito rica e diversa e também está presente no nosso país, na nossa trajetória”.
Layó acredita que abordar a igualdade racial e de gênero em sala de aula é essencial. “São temas complexos que muitas vezes não são conversados em casa, não tem esse incentivo ou espaço para debate, até porque muitas vezes os pais não têm uma bagagem para lidar com isso. Precisamos trabalhar isso desde cedo para que aprendam a respeitar, conviver e valorizar o que é diverso, entender que criticar a cultura ou religião do outro fere sua existência. Trazer essas questões com transparência e honestidade é o caminho para o futuro com mais equidade”, completa.
Ficha técnica dos livros citados e doados no projeto Mundo da Leitura
Título: O tesouro de Amina
Texto: Flávia Oyátumbi. Ilustrações: Suzane Lopes. Editora Evoluir. 36 páginas. Sinopse: Amina é uma menina feliz, porém raramente sorri. Ela tem vergonha de mostrar os seus dentinhos separados. Um dia, a professora pede um trabalho sobre sua árvore genealógica e sua avó conta sobre os antepassados da família. Amina aprende, com sua história, a se orgulhar do seu sorriso.
Título: Era uma vez uma menina
Texto: Babi Dias. Ilustrações: Larissa Ribeiro. Editora Evoluir. 40 páginas. Sinopse: Era uma vez uma menina… Não é assim que as narrações começam a contar histórias? Mas essa menina não quer histórias chatas e paradas no tempo, onde nada acontece com ela. Então, resolve tomar a palavra e criar a sua própria aventura. E ali, vai ter que descobrir, dentro de si mesma, a coragem para vencer um monstro enorme que está acabando com a alegria de viver de uma cidade inteira. Será que ela consegue?
Título: Gigi e sua tesoura mágica
Texto: Marilena Flores. Ilustrações: Brunna Mancuso. Editora Evoluir. 32 páginas. Sinopse: Gigi é uma tímida menina de oito anos apaixonada pelas bonecas de pano feitas por sua Vó Nena. Quando crescer, quer compartilhar felicidade fazendo bonecas, como a vó, mas parecidas com todos os tipos de crianças. Ao conhecer uma ecobrinquedoteca com suas amigas, ela faz muitas amizades e passa a costurar com afinco. Deficiente auditiva, Gigi traz uma história de superação e crescimento que irá inspirar muitas crianças e seguirem seus sonhos.
Título: Todos Juntos!
Texto: Bia Monteiro. Ilustrações: Camila Rosa. Editora Evoluir. 32 páginas. Neste milênio, muitos são os desafios que a humanidade vem enfrentando. No ano de 2000, a ONU convidou a sociedade civil e governos a olhar com atenção alguns desses desafios e juntos estabeleceram os Objetivos do Milênio: metas a serem atingidas até o ano de 2015. Tivemos algumas melhoras, mas há ainda muito a fazer para que todos vivam com dignidade e em harmonia. Com rico conteúdo informativo sobre os Objetivos do Milênio e os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o livro é um convite a conhecer e a se mobilizar para os desafios a serem enfrentados nos próximos 15 anos.
Alinhado aos Objetivos Sustentáveis da ONU
Assim como todos os projetos da Evoluir, o Mundo da Leitura dialoga com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS), um plano de ação para melhorar o mundo em 17 frentes até 2030. Contribui especialmente para o ODS 4, que pretende assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos. Com uma proposta transdisciplinar e sistêmica, extrapola a própria temática da educação, trabalhando conteúdos e projetos articulados com os demais ODS, tais como Saúde e Bem-estar (ODS 3), Redução das Desigualdades (ODS 10) e Cidades e Comunidades Sustentáveis (ODS 11).
Sobre o Mundo da Leitura | O Mundo da Leitura, projeto idealizado e executado pela Evoluir, vai muito além do incentivo à leitura. Abre espaço para a conversa sobre quem somos nós, como podemos ser mais felizes, contribuindo, assim, para a evolução da vida e para o equilíbrio da nossa relação com o meio ambiente e o planeta que habitamos. Os livros, que são disponibilizados para bibliotecas municipais e de escolas públicas, também são a ferramenta chave para melhorar a qualidade do aprendizado, da capacidade de análise crítica e síntese, bem como o entendimento de sua própria realidade. Cerca de 18 mil crianças já foram beneficiadas em mais de 20 cidades de todo o país.
Sobre a Evoluir | A Evoluir é uma empresa que gera valor e impacto social por meio de iniciativas educacionais, culturais e socioambientais na perspectiva da Educação Integral. Possui mais de 20 anos de experiência em investimento social privado e auxilia empresas a realizarem suas ações e estratégias sociais de forma segura e eficiente. Com atuação em âmbito nacional e internacional, a empresa atua por meio de prestação de serviços, editais e leis de incentivo à cultura. Acredita na educação como força para transformação e torna esse ideal em realidade por meio de projetos especiais, assessoria pedagógica e produção de conteúdo direcionado. Em todas as suas iniciativas, busca o desenvolvimento de cinco competências necessárias para que indivíduos, organizações e comunidades prosperem em um mundo em rápida transformação.: Mergulhar em si – Autocuidado, equilíbrio emocional e atenção consciente; Voz ativa – Expressar pensamentos e sentimentos com nitidez por meio de diferentes linguagens, escuta ativa e empática, saber argumentar; Fluir em equipe – Inteligência interpessoal, aprender em grupo, propósito coletivo; Entender o mundo – Compreender a complexidade, desenvolver o pensamento sistêmico e independente, ter consciência crítica; e Agir consciente – Postura ética, liderança empática, engajamento comunitário e global. Saiba mais: www.evoluir.com.br.
(Fonte: Fibra Comunicação)
A Casa de Criadores é um dos eventos mais influentes e inovadores do calendário da moda no Brasil, estabelecendo-se como uma plataforma essencial para a promoção de novos talentos e a reinvenção da moda nacional. Serve como um ponto de encontro para designers, estilistas, estudantes, profissionais da indústria e amantes da área, oferecendo uma visão única e contemporânea. A partir da palavra Catarse, a edição de número 54 levanta um debate amplo sobre o sentido da moda como sistema em um contexto de questionamento.
Com início no dia 24 de julho, o renomado estilista Alexandre Herchcovitch realiza um desfile com sua marca Herchovitch; Alexandre, seguindo com mais apresentações entre os dias 26 e 30 de julho, sempre em locais históricos do centro da cidade de São Paulo — como o Viaduto do Chá, a Praça Ramos de Azevedo, a Biblioteca Mário de Andrade, a Galeria Prestes Maia e o Vale do Anhangabaú.
Dentre os principais destaques da edição 54, estão Nalimo, com a constância e coerência do trabalho e a abordagem da cultura indígena, Mônica Anjos, que prestará homenagem à linguista e escritora Conceição Evaristo, além de Rober Dognani, Sukeban, Le Benites, Studio Ellias Kaleb, Guma Joana, Jal Vieira Brand e Guilherme Valente. Estreantes na temporada, Lourrani Baas, N/E* Recycled e Ofegallery trazem representatividade transsexual e preta.
Ao todo, a Casa de Criadores 54 oferecerá espaço para cerca de 10 estilistas transgênero e marcas que abordam questões raciais em suas narrativas, como Studio Ellias Kaleb, Visén, NotEqual, Jal Vieira, Mockup, DCRLHS, Vouassim, Berimbau Brasil e Estúdio Cena. O evento mantém, como seu cerne, a promoção de um ambiente no qual designers de diferentes origens, identidades e estilos podem mostrar suas criações. A diversidade reflete uma ampla gama de influências culturais, estéticas e sociais, permitindo que diferentes perspectivas sejam representadas no cenário da moda.
Outro destaque entre os estilistas que tratam de questões étnicas é a marca veterana Shitsurei, que se baseia na vivência nipo-brasileira, incluindo, em todas as suas coleções, esse viés racial. Para a linha que será desfilada, máscaras do teatro Noh e Kabuki serão utilizadas como figura de linguagem. Refletindo também a influência da ascendência nipônica, tem no trabalho de Sim Sukeban, diretora criativa da Sukeban.
Assim como em anos anteriores, a Casa de Criadores 54 tem entrada gratuita para o público geral por meio da distribuição de 250 ingressos por sessões de desfiles, que poderão ser retirados via Sympla, com link disponibilizado no site da Casa de Criadores e no Instagram do Novo Anhangabaú. As cotas serão liberadas diariamente até 26 de julho, às 11h00, mesmo considerando que a área dos desfiles tem visibilidade para quem passa pelas ruas da cidade.
Fazendo jus à sua definição social, a Casa de Criadores 54 se une ao Sebrae para apresentar a oficina Crie Moda Autoral Trans-Forma, que ocorrerá entre os dias 26 e 30 de julho na Galeria Prestes Maia, em paralelo aos desfiles. Com foco em sustentabilidade e destinado exclusivamente à população trans, o curso oferece capacitação gratuita em moda, enfatizando o reuso de materiais têxteis e o desenvolvimento de projetos criativos que refletem vivências trans. A oficina, que visa fomentar a autonomia financeira e a afirmação social por meio da moda autoral, contará com a participação dos designers Alexandre dos Anjos, Jorge Feitosa e Dayony Moura e busca gerar oportunidades para 25 participantes em situação vulnerável, selecionados depois de um processo de inscrição. Confira o line up completo abaixo:
24/7 (quarta-feira)
Salão Almeida Junior
11h30 – Desfile Herchcovitch; Alexandre
26/7 (sexta-feira)
Viaduto do Chá
17h30 – Desfiles LOURRANI BAAS | VIVAO PROJECT | BERIMBAU BRASIL
19h00 – Desfiles MOCKUP – Fashion Filme | Ken-gá | Vou Assim + DCRLHS | NotEqual
27/7 (sábado)
Praça Ramos de Azevedo
16h00 – Desfile PEDRA BR
Viaduto do Chá
17h30 – Desfiles ‘a neoutopia’ – Projeto Lab | UMS 458 – LL | NALIMO
19h00 – Desfiles Fkawallyspunkculture – Fashion Filme | Estúdio Traça | SUKEBAN | Le Benites
28/7 (domingo)
Praça Ramos de Azevedo
15h00 – Desfile ARTSOUJÊ
16h00 – Leandro Castro
Galeria Prestes Maia
17h00 – Desfile Studio Ellias Kaleb
Viaduto do Chá
18h30 – Desfiles YHRA – Fashion Filme | N/E* Recycled – Projeto Lab | Visén – Projeto Lab | Estúdio CENA | GUMA JOANA | JORGE FEITOSA
29/7 (segunda-feira)
Biblioteca Mário de Andrade
16h00 – Desfile Jal Vieira Brand
Viaduto do Chá
17h30 – Desfiles Plataforma Açu – Fashion Filme | ALEXEI | DELLUM | Mônica Anjos
Praça Ramos de Azevedo
19h00 – Desfile Ofegallery
30/7 (terça-feira)
Praça Ramos de Azevedo
16h00 – Desfile Shitsurei
Viaduto do Chá
17h30 – Desfiles SHERIDA | Xyboia | Dystopic.core Lab
19h00 – Desfiles JACOBINA – Fashion Filme | Vittor Sinistra | Guilherme Valente | Rober Dognani x Felipe Fanaia.
Serviço:
Casa de Criadores – 54ª edição
Abertura: desfile Herchcovitch; Alexandre
Data: Dia 24 de julho de 2024, quarta-feira, às 11h30
Local: Galeria Prestes Maia, Salão Almeida Júnior – Pça do Patriarca, 2, Sé, São Paulo – SP
Pontos de Chegada/Acesso: Desembarque de carros, Banca Sironi; Metrô, entrada pela Estação Anhangabaú
Programação: desfiles line-up Casa de Criadores 54
Data: De 26 a 30 de julho de 2024
Local: Vale do Anhangabaú e arredores
Pontos de Chegada/Acesso: Desembarque de carros Banca Sironi. Metrô, acesso pela Estação Anhangabaú
Plataforma de ingressos: via Sympla disponível no site da Casa de Criadores e no Instagram do Novo Anhangabaú
Datas da distribuição de ingressos:
22/7 – liberação de ingressos para as sessões do dia 26/7
23/7 – liberação de ingressos para as sessões do dia 27/7
24/7 – liberação de ingressos para as sessões do dia 28/7
25/7 – liberação de ingressos para as sessões do dia 29/7
26/7 – liberação de ingressos para as sessões do dia 30/7
Horário da distribuição de ingressos: 11 h
Oficina Crie Moda Autoral Trans-Forma – Casa de Criadores 54
Data: De 26 a 30 de julho de 2024, das 10h00 às 18h00
Local: Galeria Prestes Maia (Vale do Anhangabaú)
Inscrições encerradas.
(Fonte: Agência Lema)
Com sua personalidade enigmática e uma linguagem poética e inovadora, Clarice Lispector (1920–1977) é, merecidamente, cultuada em todo o mundo como um dos maiores nomes da nossa literatura. Inspirado por suas obras, o Caminhão de Histórias – um caminhão-baú de 15 metros adaptado para receber mostras culturais interativas – apresenta a exposição ‘A Casa que anda. Que mistérios tem Clarice?’, baseada nos livros ‘A vida íntima de Laura’, ‘O mistério do coelho pensante’ e ‘A mulher que matou os peixes’. O projeto chegou a São Paulo em 22 de julho, no Parque Horto Florestal, onde ficará até 29 de julho, seguindo para a Praça Alexandre Gusmão entre os dias 1º e 8 de agosto com entrada gratuita e visa a atender ao público circulante, bem como um amplo programa para escolas públicas e privadas do Estado. Com o patrocínio do Instituto CCR, a entidade do Grupo CCR responsável pelos investimentos socioculturais que busca democratizar o acesso à cultura e à educação, o projeto visa incentivar a formação de novos jovens leitores.
Com curadoria de Eucanaã Ferraz, poeta, consultor de literatura do Instituto Moreira Salles (IMS) e professor de literatura brasileira na Faculdade de Letras da UFRJ, e com direção artística e cenografia de Daniela Thomas, cineasta, diretora teatral, dramaturga e cenógrafa, e intervenções artísticas dos artistas plásticos Maria Klabin, Marcela Cantuária, Raul Mourão e Mariana Valente, ‘A Casa que anda’ apresentará atividades e reflexões sobre o universo infantojuvenil da criação de Clarice de Lispector a partir de histórias que dialogam com seus jovens leitores, despertando curiosidades sobre sentimentos e emoções que evocam inúmeras reflexões.
Um projeto de educação gratuito, inclusivo e democrático, ‘A Casa que anda’ sucede o exitoso projeto Busão das Artes, que trouxe ‘O Mundo Invisível’, concebido no pós-pandemia, e que abordava de forma lúdica o mundo dos fungos, vírus e bactérias e é uma realização de Renata Lima, que dirige a Das Lima Produções, e da dupla Lilian Pieroni e Luciana Levacov, da Carioca DNA. “Um caminhão-baú transformado em espaço expositivo que percorre praças e parques do Brasil, ‘O Busão das Artes’ nasceu da nossa vontade de educar, humanizar e sensibilizar o público em relação a temas importantes, sempre permeando questões ambientais. Esse projeto acontece em praças e outros espaços públicos gratuitamente e está aberto a todos”, afirma Luciana Levacov, sócia da Carioca DNA.
Segundo Eucanaã Ferraz, “a obra de Clarice Lispector tem um raro poder de atração, não importando a idade e outros traços particulares de quem a lê. Sua palavra é, nesse sentido, universal. Não há dúvida de que associar a escrita com a materialidade das artes visuais e as experiências propriamente lúdicas será impactante para todos que passarem pela ‘Casa que anda’. Também é importante observar que a maior parte das narrativas de Clarice se passa nos ambientes domésticos e, desse modo, criar um ambiente de experiências sensoriais e estéticas numa ‘casa’ trará para mais perto do público o mundo mágico e atraente da autora”, ressalta o curador.
O encantamento começa com o próprio baú do caminhão, totalmente adesivado com primorosas ilustrações de autoria de Mariana Valente, neta de Clarice, que abordam vários aspectos de sua vida, com imagens de cidades e países que visitou ou onde viveu, como Recife, Rio de Janeiro, Pisa, Genebra, e Washington, intercaladas com imagens da escritora cercada de crianças, jardins e animais.
Instalações artísticas e interativas apresentam dois ambientes da casa: interno e externo. Quem guia o visitante por esse universo é a ‘própria’ Clarice, com mediadoras caracterizadas que incorporam a personagem, dando a ideia de que a autora os recebe em sua própria casa.
Daniela Thomas, que recriou o espaço interno da casa de Clarice a partir de fotos da residência da autora, reflete sobre como conduziu essa experiência: “Clarice tem a capacidade de revelar a profundidade da experiência humana nas situações mais banais e corriqueiras da vida. Com isso, nos desperta da alienação diária e somos tomados de uma hipersensibilidade para a nossa própria vida. Nosso objetivo é que os visitantes possam ter a experiência de olhar as mesmas coisas que sempre olham, só que agora com a sensibilidade renovada, surpreendendo-se com o que a literatura pode oferecer para a ampliar nossas perspectivas e nossa própria vida”.
Além da reprodução do ambiente onde viveu a escritora, que abriga inclusive sua mesa de trabalho, onde repousam manuscritos e uma máquina de escrever com um texto em andamento, o espaço inclui referências e curiosidades dos três livros abordados na exposição, como um aquário vazio – já que os peixes morreram por falta de alimento –, quadros da galinha Laura, do Coelho e do peixe, além de vídeo gravado com câmera em primeira pessoa na visão dos animais – assim como fazia a escritora, que criava as histórias a partir da perspectiva dos bichos. “Busquei replicar a experiência da leitura dessas obras recriando seu apartamento e povoando-o com suas reflexões escritas, cuidadosamente selecionadas por Eucanaã. Clarice, sentadinha em seu sofá com a máquina de escrever apoiada nos joelhos, digitava seus textos extraordinários, enquanto seu olhar não via mais do que as mesmas mobílias e animaizinhos que a cercavam, dia após dia. Uma imaginação fulgurante. Já do lado de fora, o quintal da casa foi reinterpretado por artistas contemporâneos. Também foi criado um filme, que me surgiu com furor quando li os livros pela primeira vez. Pensei: precisamos ver o mundo dos bichos como Clarice apontou, do ponto de vista deles”, ressalta Daniela.
Do lado externo, as três histórias se unem com diversas atividades de referência aos animais retratados, como o cercado do coelho – que dá algumas pistas para que as pessoas tentem descobrir como sua fuga ocorreu. A Casa do Coelho, projeto do artista Raul Mourão, é representada por uma pequena casa de aço criada para retratar o misterioso desaparecimento do coelho da ficção de Clarice. Segundo o artista, “uma gaiola/escultura sobre confinamento e fuga confeccionada com o mesmo material das grades de segurança que nos acompanham nas grandes cidades brasileiras.”
Um lindo tapete desenhado pela artista plástica Maria Klabin transmite a sensação do piso de um quintal, com caracóis, tatus-bola, folhas, restos de comida que podem ser explorados com o auxílio de lupas de aumento. “Esses três livros fazem parte das minhas melhores lembranças com meus filhos crianças”, conta Maria. “Líamos os três em série. É nítida a memória do momento em que eu abria a capa de ‘A mulher que matou os peixes’. A capa era dura, como um pequeno portão. E éramos conduzidos dos risos, gargalhadas à confusão, tristeza, ternura, apreensão, e algumas emoções cuja existência só descobrimos pelos livros da Clarice. É um privilégio visitar esse quintal pelo qual já devo ter passado muitas vezes, dessa vez olhando para o chão que deu origem a tantos voos”, completa a artista, sobre a experiência de criar o piso.
Ainda no quintal, o ovo da Galinha Laura, criado por Marcela Cantuária, leva os visitantes a uma reflexão sobre o mistério da vida e a promessa de futuro, “simbolizando de maneira lúdica a gestação e as inúmeras possibilidades que a existência nos traz”, explica Marcela. “Me senti honrada com o convite para participar da exposição, pois admiro imensamente o legado de Clarice. Uma mostra de arte circulante e interativa, como é o caso do Caminhão de Histórias, reforça o compromisso da arte com o coletivo, além de ser um movimento interessante e inovador”, completa a artista.
A experiência traz práticas educativas que remetem ao ofício da escritora, como o espaço de leitura, atividades com máquinas de escrever, oficinas criativas inspiradas nos enigmas das histórias, produção e envio de cartão postal entre outras dinâmicas a serem conduzidas por educadores formados pela equipe da Percebe – consultoria especializada em educativos de museus e exposições. Os estudantes que visitarem a exposição receberão um caderno de atividades para continuarem a experiência na escola, orientados por seus professores, ou mesmo em casa com seus familiares.
Contando de forma lúdica e participativa a história e obras de Lispector para as crianças, a exposição busca democratizar o acesso à arte e à literatura em diversas localidades do País. Em 2024, ‘A Casa que anda’ passará por São Paulo (São Paulo e Osasco), Paraná (Londrina e Curitiba), Santa Catarina (Joinville), Goiás (Goiânia), Maranhão (Imperatriz), Bahia (Salvador), Minas Gerais (Belo Horizonte) e Rio de Janeiro (Rio de Janeiro e Niterói). A expectativa é que mais de 60 mil pessoas passem pelo Caminhão de Histórias nessa temporada.
Sobre os livros infanto-juvenis de Clarice Lispector
Eucanaã Ferraz nos oferece um panorama sobre os livros de Clarice Lispector para a infância: “os livros de Clarice Lispector para a infância – como suas obras para o público adulto – são inquietantes. Se a linguagem é acessível e próxima do universo infantil, lá estão as perplexidades, as dúvidas, as perguntas, os mistérios da vida e da morte. Os textos conversam com o leitor e, assim, criam uma intimidade que desarma seu olhar e lhe possibilita viver experiências nas quais a natureza e os animais são parte fundamental. Não são, de modo algum, textos que buscam educar pelo viés da obviedade ou da complacência, como se o leitor-criança fosse imaturo ou intelectual e existencialmente despreparado. Pelo contrário, no convívio do humano com a natureza há traumas, choques, incompreensões, tristezas, mas também amor, humor, alegrias, enfim, múltiplos afetos. O resultado é o exercício estético e vital que se exige de toda e qualquer literatura. E, isso, claro, faz com que esses textos sejam atraentes também para público adulto.”
A exposição é inspirada em três livros infanto-juvenis de Clarice:
A vida íntima de Laura: conta a história de Laura, a galinha que mais bota ovos em todo o galinheiro. Compondo uma personalidade cheia de nuances para sua personagem, Clarice diverte os pequenos sem subestimar sua inteligência.
O mistério do coelho pensante: o sumiço de um simples coelhinho branco – quem diria – inspira uma das mais instigantes histórias infantojuvenis de Clarice Lispector. Nesse livro a escritora discorre sobre profundas questões existenciais, na dose certa para a apreciação dos pequenos leitores. Qual a diferença entre ‘natureza humana’ e ‘natureza de coelho’? Como a gente sai do terreno da necessidade para o da vontade e da criatividade? É possível um pensamento que seja também um sentimento e uma sensação?
A mulher que matou os peixes: aqui a sintonia com os leitores é obtida a partir do endereçamento direto e o texto anuncia-se como uma confissão da narradora (“Essa mulher que matou os peixes infelizmente sou eu”) e um pedido de perdão à humanidade. Suspenses são encontrados a partir de pequenas tramas, em que perdão e culpa se sucedem.
A união das obras busca explorar temas como mistério – o sumiço do coelho, culpa – matou o peixe, autoestima – galinha Laura que se acha feia, o mistério da vida – o ovo – e da morte – o peixe.
Por onde o Busão das Artes já passou
O Busão das Artes, que volta agora como Caminhão das Histórias, ‘saiu da garagem’ pela primeira vez em 2021. A ideia era criar um projeto itinerante de ciências e meio ambiente que mostrasse como o mundo microscópico pode ser entendido e vivenciado por meio da arte contemporânea, ampliando a compreensão do público sobre o universo, o corpo humano, as bactérias (tanto as benéficas quanto as perigosas) e a relação dos indivíduos com o meio ambiente.
A primeira mostra contou com a curadoria de Marcello Dantas em parceria com o físico Luiz Alberto Rezende de Oliveira, um dos idealizadores e ex-curador do Museu do Amanhã. A iniciativa apresentava duas vertentes: uma ambiental, que tratava das bactérias e seu papel no ecossistema e, outra, científica, abordando temas relacionados ao organismo humano. Tudo isso com instalações artísticas e interatividade, mostrando como as manifestações da vida biológica se relacionam com tudo que há no planeta.
Com obras dos artistas Jaider Esbell, Piero Manzoni, Ricardo Carvão, Ricardo Siri, Suzana Queiroga, Vik Muniz, Vivian Caccuri e Walmor Corrêa, o projeto passou por quatro Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo) e recebeu a visita de mais de 112,2 mil pessoas. “Este projeto faz parte do nosso compromisso de fomentar ações socioculturais que beneficiem as comunidades onde atuamos. Acreditamos que promover a cultura impulsiona a mobilidade social e transforma vidas”, afirma Renata Ruggiero, diretora de Sustentabilidade, Inovação e Responsabilidade Social do Grupo CCR.
Serviço:
Caminhão das Histórias em São Paulo – ‘A Casa que anda. Que mistérios tem Clarice?’
Parque Horto Florestal (Rua do Horto, 931 – Horto Florestal, São Paulo)
Horário: de 22 a 29 de julho, das 9h às 17h
*Entrada gratuita
Canais: www.busaodasartes.com.br | @busaodasartes.
(Fonte: A4&Holofote Comunicação)