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78º Festival de Cannes: Brasil é nomeado país de honra de 2025 no Marché du Film

Cannes, por Kleber Patricio

Foto: Alex Litvin/Unsplash.

O Marché du Film – o maior mercado e encontro internacional de filmes e profissionais do cinema no mundo – tem o orgulho de anunciar o Brasil como o País de Honra oficial para sua aguardada edição de 2025, que acontecerá de 13 a 21 de maio durante o 78º Festival de Cannes. Este prestigioso reconhecimento destacará a dinâmica indústria audiovisual do Brasil, seus talentos criativos e seu compromisso de longa data com a colaboração internacional.

A participação do Brasil no Marché du Film também se alinha com a Saison Brésil-France (Temporada Brasil-França), uma iniciativa de intercâmbio cultural que celebra o 200º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países. Nesta temporada, ambas as nações sediarão uma série de eventos que visam fortalecer os laços culturais, econômicos e acadêmicos.

Organizado em parceria com o Ministério da Cultura do Brasil (MinC) e em colaboração com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), por meio do Instituto Guimarães Rosa (IGR) e da Embaixada do Brasil em Paris, além da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil); o programa País de Honra reunirá os principais cineastas, produtores e tomadores de decisão do Brasil em um grande encontro com a comunidade cinematográfica internacional em Cannes. Por meio de várias ações, o país pretende mostrar a diversidade e a força da indústria cinematográfica e audiovisual, fomentando o diálogo para aprimorar as coproduções e expandir o alcance global da narrativa brasileira.

A participação do Brasil se estenderá por toda a programação do Marché du Film e incluirá mostras de trabalhos em andamento de filmes e documentários, eventos de networking exclusivos e apresentações de novas iniciativas internacionais de coprodução. Detalhes específicos serão anunciados nos próximos meses. O Brasil também dará início ao evento Marché du Film, sendo o anfitrião da festa oficial da Noite de Abertura na icônica Plage des Palmes – o espaço conjunto do Festival de Cannes e do Marché du Film. Esta noite comemorativa mergulhará os participantes no espírito da cultura brasileira.

Durante o evento, o Brasil será representado pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, a secretária do Audiovisual do Ministério, Joelma Gonzaga, profissionais do audiovisual brasileiro e por várias instituições dentro do Palais des Festivals, que servirá como um ponto central para relacionamento, reuniões de negócios e encontros estratégicos da indústria. Além disso, o país estará no centro das atenções em vários painéis da indústria e eventos de networking, fornecendo espaços importantes para promoção e desenvolvimento de negócios para o setor audiovisual brasileiro. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destaca a importância desta ocasião: “Brasil e França compartilham há muito tempo uma parceria forte e em evolução, e isso se estende ao mundo do cinema e às indústrias criativas. Ao celebrarmos dois séculos de relações diplomáticas em 2025, esta ocasião fortalece os laços culturais e artísticos entre as duas nações”.

A secretária do Audiovisual do MinC, Joelma Gonzaga, acrescentou que o Brasil sempre teve uma forte presença no cinema internacional, especialmente em Cannes. “Isso tem sido consistentemente refletido no Marché du Film e ser o País de Honra em 2025 consolida e amplifica ainda mais essa parceria. Esta é uma oportunidade única de expandir nossas conexões, fortalecer diálogos e mostrar ao mundo a diversidade e a criatividade do cinema brasileiro. Estamos prontos para subir neste palco com toda a força da nossa indústria”, celebra.

O diretor-executivo do Marché du Film, Guillaume Esmiol, expressou sua satisfação por esta colaboração: “Estamos entusiasmados em receber o Brasil como nosso País de Honra para a edição de 2025 do Marché du Film. O Brasil é um país muito criativo, com uma indústria cinematográfica vibrante. Observamos um aumento constante no número de profissionais brasileiros em Cannes nos últimos anos, chegando a 26% somente no ano passado. Com o significado adicional da Temporada Brasil-França, esta parceria é um símbolo da força global da indústria cinematográfica brasileira e sua forte relação com Cannes”, finalizou.

O Brasil segue os passos da Suíça (2024), Espanha (2023) e Índia (2022) como o quarto país a receber o título de País de Honra. Estabelecida pelo Marché du Film, esta iniciativa celebra uma nação diferente a cada ano, reconhecendo suas contribuições para a indústria cinematográfica global. O Marché du Film e o Festival de Cannes abrem suas portas em 13 de maio de 2025, com o mercado de filmes funcionando até 21 de maio e o Festival concluindo suas atividades em 24 de maio.

Sobre Marché du Film – Festival de Cannes

O Marché du Film, o centro de negócios do Festival de Cannes, é o maior encontro internacional de profissionais de cinema do mundo, reunindo mais de 15.000 participantes de todo o mundo, incluindo agentes de vendas, produtores, distribuidores, programadores de festivais e instituições cinematográficas. A cada ano, o mercado hospeda mais de 1.500 exibições exclusivas, 4.000 projetos em desenvolvimento, 250 eventos da indústria e 80 países representados em 60 pavilhões. Por meio de seu vibrante mercado e programas importantes, como Producers Network, Cannes Docs, Cannes Next e impACT; o Marché du Film visa fornecer uma plataforma inclusiva para a comunidade cinematográfica global se conectar, acelerar seus negócios, estimular novas colaborações e explorar as últimas tendências e inovações que moldam a indústria – tudo isso no cenário prestigioso e icônico de Cannes. Site: www.marchedufilm.com.
Sobre o Ministério da Cultura do Brasil

O Ministério da Cultura (MinC) é responsável pelo planejamento e execução das políticas nacionais de cultura e artes do Brasil. A estrutura do Ministério inclui órgãos que prestam assistência direta e imediata à ministra Margareth Menezes, sete secretarias (Secretaria-Executiva; Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural; Secretaria de Direitos Autorais e Intelectuais; Secretaria de Economia Criativa e Fomento Cultural; Secretaria de Formação, Livro e Leitura; Secretaria do Audiovisual; Secretaria dos Comitês de Cultura), quatro órgãos colegiados (Conselho Nacional de Política Cultural; Comissão Nacional de Incentivo à Cultura; Comissão do Fundo Nacional da Cultura; Conselho Superior de Cinema) e Secretarias Estaduais em todos os estados da federação. O Ministério da Cultura também conta com sete entidades vinculadas (Agência Nacional do Cinema; Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico; Instituto Brasileiro de Museus; Fundação Biblioteca Nacional; Fundação Casa Rui Barbosa; Fundação Cultural Palmares e Fundação Nacional das Artes).

Site.
(Fonte: APEX Brasil)

“Canções para afastar o medo – Contos e acalantos latino-americanos” une teatro, contação de histórias, animação e música

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Rosana Reátegui e Natalia Sarante. Fotos: Renato Mangolin.

Idealizado e concebido pela narradora e atriz peruana-brasileira Rosana Reátegui, com direção de movimento da atriz brasileira Marise Nogueira, ‘Canções para afastar o medo – Contos e acalantos latino-americanos’, da Qinti Companhia, vem, desde 2022, circulando por diversas cidades brasileiras. Agora, o espetáculo, que une teatro, contação de histórias, animação e música, inicia uma nova etapa indo para as arenas culturais da zona norte e oeste do Rio de Janeiro e terá ainda apresentações fechadas na Associação Beneficente AMAR, em Vila Isabel, e na escola municipal Bárbara Ottoni, no Maracanã – tudo de graça. A montagem é realizada através do Edital Pró-Carioca Linguagens da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro dentro da cota para PCDs – em que membros do projeto são portadores de deficiência: Paty Lopes, diretora de produção, e Cido Accioly, produtor executivo. Eles estarão presentes na Areninha Cultural Herbert Viana com alunos do Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES para assistirem à apresentação.

A peça Canções para Afastar o Medo – contos e acalantos latino-americanos retrata uma viagem pela América Latina por meio das canções de ninar locais, que ajudam as mães a acalmarem os seus filhos em momentos de temor e insegurança, muito comuns na infância e que são potencializados em um contexto de migração. Mas a circulação especial pelas arenas culturais da periferia carioca traz, também, o contexto de acalantar a vida de quem tem uma rotina de privações sociais. Segundo Rosana, levar a peça para escolas públicas e territórios da periferia do Rio de Janeiro é de grande importância para a companhia, pois atende ao principal objetivo, que é o de levar cantigas e histórias para espaços onde as crianças passam por dificuldades, fragilidades e riscos. “Onde o medo se apresenta de forma constante pelas carências e vulnerabilidades. Na nossa caminhada artística constatamos que as cantigas são esperança cantada, são melodias maternas feitas de formas simples para proteger e acalentar. O medo vai embora, porque um canto de mãe é entoado para oferecer esperança. E, para nós da Qinti, isso é fazer arte latino-americana. Oferecer nas linguagens artísticas nossas potências originárias: nossos cantos, lendas, línguas e naturezas para reconhecer e valorizar nossas fortalezas, saber que mesmo com todas as dificuldades, o perigo não durará muito. E o medo pode acabar com um canto originário, um acalanto da terra. No espetáculo, trazemos cinco cantos em línguas indígenas para também apresentar e valorizar o grande continente que nos acolhe. Nossa Companhia se chama Qinti, que quer dizer ‘beija-flor’ na língua quechua, a língua das montanhas andinas. Beija-flor é mensageiro, ele sempre trará esperança aonde chegar”, explica.

Sobre as datas do espetáculo

As apresentações nas arenas culturais da zona norte e oeste serão em março, no dia 21 – Arena Cultural Chacrinha, às 10h e 15h; 27 – Arena Cultural Hermeto Pascoal (com apresentação e oficina) às 9h e 13h; dia 28 – Areninha Cultural Herbert Viana, às 10h, e dia 29 – Arena Cultural Dicró, às 10h (apresentação em Libras). As apresentações fechadas vão acontecer na Associação Beneficente AMAR, em Vila Isabel, dia 22, às 11h, e na escola municipal Bárbara Ottoni, no Maracanã, dia 20, às 10h.  

Sobre o espetáculo

O texto é resultado da pesquisa sobre a tradição oral dos povos originários latino-americanos realizada por Rosana Reátegui. Na peça são apresentadas quatro histórias de mães de diferentes territórios da América Latina. Na tentativa de afastar os medos e perigos que cercam seus filhos, elas entoam canções de ninar em suas línguas de origem. As músicas são cantadas e tocadas ao vivo por Natalia Sarante, que também assina os arranjos: ‘Takuari porá’, em guarani; ‘Gumayta puñen may’, em mapuche; ‘Punulla waway’, em quechua; ‘Duerme negrito’, da tradição oral hispânica; e ‘Macochi pitentzin’, em nahuatl.

A viagem começa em uma vila chilena, na Terra do Fogo, onde uma criança com medo chora, porque raposas rondam a sua casa. O que pode fazer a mãe para acalmá-la? Seguindo as cordilheiras do Andes, rochas ecoam o canto de uma mãe para sua filha doente, numa cantiga que se repete durante toda a noite para evanescer a dor. Longe dali, um outro canto ressoa nas areias das Antilhas: um bebê só quer dormir quando a mãe voltar do trabalho. E, por fim, chega-se ao México, onde mãe e filha cantam para se reencontrarem.

O cenário dessa viagem é criado pelas artistas no decorrer das histórias. É feito de oito metros de juta – tecido oriundo de uma planta indiana, cultivada no Brasil e em outros países da América Latina. Versátil, a juta se transforma numa grande cordilheira, se desdobrando em montanhas com cavernas, num enorme rio e em caminhos íngremes percorridos pelos personagens confeccionados em lã, por Rosana.

A peça recebeu sete indicações no 7º Prêmio CBTIJ de Teatro para Crianças 2022: melhor espetáculo, texto adaptado, cenário, figurino, formas animadas, atriz (para Rosana Reátegui) e música adaptada/trilha sonora (para Natalia Sarante) – tendo levado o troféu nas duas últimas categorias. No Festival de Teatro de Pindamonhangaba 46°FESTE recebeu o Prêmio Especial pela Pesquisa em Cultura Latina para Crianças.

Natalia Sarante e Rosana Reátegui.

A trama, um projeto cênico da Qinti Companhia, traz um universo de texturas, palavras e melodias da mãe terra para falar da imensa e potente América Latina. A história começa no sul do continente, numa vila chilena, na Terra do Fogo, onde uma criança com medo chora, com medo das raposas que rondam a casa. Seguindo as cordilheiras, nas terras altas andinas, rochas ecoam o canto de uma mãe para sua filha doente, uma cantiga que se repete durante toda a noite para desvanecer a dor. Longe dali, num outro canto, ressoa nas areias das Antilhas um bebê que só quer dormir quando a mãe voltar do trabalho. Indo além, uma montanha de juta abre um novo caminho até o México, onde mãe e filha, para se encontrar, cantam cantigas de ninar na linguagem dos povos indígenas, em Tupi e Guarani.

Em uma interação com o público, as artistas começam a contação de histórias caminhando entre a plateia como andarilhas a procura de um lugar onde as pessoas falem palavras em guarani. Depois desse encontro esperado, elas apresentam a história da juta como tecido migrante que veio da Índia para renascer no Brasil. E, abrindo um grande tecido, convidam a todos para uma viagem pelo continente latino-americano.

A obra recebeu sete indicações para o Prêmio CBTIJ de Teatro Infantil, ganhando dois deles, Melhor Atriz para Rosana Reátegui e Melhor Trilha Sonora para a cantora e musicista uruguaia Natalia Sarante, que assina a parte musical e atua juntamente com Rosana: “É um trabalho feito com muita dedicação e carinho. Colocamos muitas temáticas latino-americanas que transcendem as linguagens e conectam todo mundo, no ponto de vista humano, sobre infância e maternidade”, comemora.

Oficinas

Sobre a oficina on-line de Introdução à Acessibilidade para PCD e Neurodivergentes

Além das apresentações, o projeto contará com a oficina on-line de Introdução à Acessibilidade para PcD e neurodivergentes, com a consultora de Acessibilidade e Inclusão Chris Muñoz, dia 18 de março, às 20h. O público-alvo é direcionado à professores da rede pública de ensino, mas a oficina é aberta a simpatizantes da questão neuroatípica.

Cris Muñoz é atriz, palhaça, escritora, palestrante e consultora de acessibilidade. Faz seu pós-doutorado em Artes Cênicas, na UniRio, com pesquisa sobre cuidados artísticos para pessoas neurodivergentes em situação de vulnerabilidade. Tem formação em Direitos Humanos com ênfase em direitos culturais das pessoas com deficiência e pós-graduação em Educação. É integrante de Palhaços Sem Fronteiras-Brasil, representante brasileira da IIAN (International Inclusive Arts Network) e professora do IIP (Instituto Internacional de Psicanálise). Cris Muñoz é uma mulher com tripla excepcionalidade: autista de nível 1 de suporte, TDAH e altas habilidades/superdotação; é mãe de uma adolescente também autista, de nível 2 de suporte e não oralizada. Interessados devem acessar o Instagram @qinticompanhia.

Oficina presencial e interativa com a Qinti Companhia

Dia 27 de março a partir das 13h na Lona Cultural Hermeto Pascoal

A Cia oferecerá a oficina ‘Soy loca por tí, América’, uma aula-espetáculo para professores e público em geral interessado no repertório literário e musical de América Latina. Natalia Sarante e Rosana Reátegui, artistas pesquisadoras das expressões populares latino-americanas, oferecem um encontro em formato de aula-espetáculo para todas as idades. Serão apresentadas histórias músicas, poesias e receitas de alguns dos países da América hispano falante com dinâmicas lúdicas onde os participantes poderão conhecer e praticar os cantos, conhecer as poesias e histórias tradicionais dos povos que habitam este continente e experimentar algumas delícias de culinária típica. O objetivo é num encontro de 2 horas trazer para o público brasileiro elementos culturais dessa ‘outra’ América que às vezes é pouco conhecida, de uma forma interativa, participativa, lúdica, sensorial e divertida. No final da oficina entregaremos aos participantes material com informações e citações bibliográficas.

Interessados devem acessar o Instagram @qinticompanhia.

Ficha Técnica

Concepção e Dramaturgia: Rosana Reátegui

Direção: Rosana Reátegui

Direção de Movimento e Formas Animadas: Marise Nogueira

Produção: A4 Filmes

Artistas em cena: Rosana Reátegui e Natalia Sarante

Cantos e Arranjos Musicais: Natalia Sarante

Figurino: Francisco Leite

Costureira: Maria Brandão

Iluminação: Thiago Monte

Operação de luz e Montagem: Renato Marques

Cenário: Renato Marques e Rosana Reátegui

Bonecos de lã: Rosana Reátegui

Direção de Produção: Paty Lopes

Oficineira: Cris Muñoz

Arte, projeto de mídia, fotos e vídeos: Rodrigo Menezes

Tradutora de libras: Thamires Ferreira

Coordenação Pedagógica: Marcia Renault

Produtor Executivo: Cido Accioly

Assessoria de Imprensa: Alexandre Aquino e Cláudia Tisato

Este edital é realizado com recursos provenientes do Edital Pró-Carioca Linguagens – Programa de Fomento à Cultura Carioca, integrado à PNAB – Plano Nacional de Aldir Blanc, promovido pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura da Cidade do Rio de Janeiro.

Serviço:

Espetáculo Canções para afastar o medo – Contos e Acalantos Latino-Americanos

Duração: 50 min

Classificação: Livre (acima de 4 anos)

Entrada gratuita

Datas, locais e horários:

– 20/3- Escola Municipal Bárbara Ottoni às 10h

Rua Senador Furtado, 94 – Maracanã (fechada para estudantes)

– 21/3- Arena Cultural Chacrinha às 10h e 15h

Rua Soldado Eliseu Hipólito, 138 -Guaratiba

– 22/3- Associação Beneficente AMAR – apresentação fechada – 11h

– 27/3- Arena Cultural Hermeto Pascoal

Apresentação e oficina às 9h e 13h – Praça Primeiro de Maio, s/nº, Bangu

– 28/3 Areninha Cultural Herbert Viana às 10h

Rua Evanildo Alves, s/nº – Maré

– 29/3- Arena Cultural Dicró às 10h

Parque Ari Barroso – Entrada pela R. Flora Lôbo, s/nº – Penha Circular

*apresentação em Libras.

(Com Alexandre Aquino)

‘Paisagens imaginárias’ do cubano Alejandro Lloret são exibidas em individual de inauguração de novo espaço da Cukier Arte nos Jardins

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação.

O pintor, desenhista, gravurista e poeta cubano Alejandro Lloret inaugura a individual ‘Exílio da Noite’ no novo espaço da paulistana Galeria Cukier Arte, dia 18 de março de 2025 (terça-feira), das 18h às 22h, com um conjunto de 28 pinturas em grandes e pequenos formatos. As duas salas da galeria, do galerista e artista Diego Cukier, são ocupadas pelas obras.

Sob curadoria de Andrés Inocente Martín Hernández – também cubano, o artista reapresenta uma natureza, não como um dado do real. Explora paisagens luxuriantes, com predomínio de variações de cores vegetais, potencializadas com a força da sua imaginação poética. A fauna também está presente em seus trabalhos.

A arte de Alejandro é produto de uma formação pictórica e filosófica. As duas disciplinas foram adquiridas desde os 12 anos, quando começou sua iniciação no interior de sua província em Cuba. As paisagens se abrem como janelas de um pensar estético. “Para construir as minhas paisagens, me aproprio de livros de botânica, de livros de paisagistas, gosto muito dos jardins de Roberto Burle Marx (1909–1994), juntamente com outros autores, fotógrafos e artistas, entre tantas outras fontes de inspiração, como por exemplo, correr no Parque Ibirapuera. Enfim, é um banco de dados que venho construindo há 50 anos”, diz o artista.

A natureza que pinta, como ele observa, não é a real, não corresponde exatamente a um catálogo botânico, apesar de similaridades com a que vemos nos biomas brasileiros. Há ainda nelas, referências mescladas às florestas cubanas: como os caules de palmeiras.

Alejandro insere o espectador no amálgama de um re-plantar poético em diálogo com as ações das ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – conjunto de 17 metas globais estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas) e ESG (sigla em inglês que significa Environmental, Social and Governance, ou seja, Ambiental, Social e Governança) alinhadas a economia verde, baseada na luta contra a desertificação e descarbonização, ampliando o comprometimento com a preservação.

Natureza ficcional

Os ‘lugares’ apresentados por Alejandro têm, segundo ele, aparência de ‘ficções’. “Há uma incerteza”, resume. Na série exibida, surgem com frequência animais como girafas, cavalos e outros. A fauna inserida também não é fiel à realidade: não há girafa na fauna brasileira, por exemplo. Os bichos estão solitários e compõem o paisagismo ‘surrealista’ do artista. Eles parecem posar em densos cenários florestais.

Ver as obras frente a frente amplifica a sensibilidade do espectador para que esteja diante de uma ‘perfeita simulação’, algo que parece ser.

O trabalho exaustivo de velatura (técnica antiga na história da pintura em que as pinceladas são repetidas) realça tal sensação. Ou seja, Alejandro é um artista pensante, dialético, inquieto poeticamente, mas que se dedica a técnica de grande mestre ao consumir horas e dias para chegar aos resultados visuais e cromáticos.

Na série apresentada na Galeria Cukier Arte, há obras em que a perspectiva é voltada para nuvens que pairam e predominam na paisagem pelo tamanho. São matéricas, dominam o olhar e provocam sensação de transcendência no espectador. A totalidade dos trabalhos foi produzida desde 2023. A obra ‘Exílio da Noite’, vista na exposição, dá nome a individual.

O curador Andrés Hernández diz que “cada obra é um pixel de um mundo cheio de vida e energia, de reflexão, ação e convicções”. A obra de Alejandro, é pertinente ao incentivar o debate, a partir da arte, sobre o estágio atual da relação do homem com seu ambiente. “Suas obras retomam e atualizam a pintura de paisagem (um dos gêneros mais tradicionais da arte) de forma particular”, escreve o curador.

Destaca-se ainda o seguinte trecho do texto da exposição: “Vivenciamos na exposição verdadeiros manifestos visuais resultado de uma percepção ultrassensível, única, incomum e que se constituem como arco e referência nas conexões entre arte e ciência, natureza e sociedade, cultura e conduta”.

Sobre o artista

Alejandro Lloret nasceu em Yaguajay, na província de Sancti Spiritus, em Cuba, em 1957. De 1973 a 1977, estudou na Escola Nacional de Artes em Havana, especializando-se em pintura e desenho. Alejandro é um dos precursores da Escola de Paisagens hiper-realistas cubanas. Vive e trabalha em São Paulo, no Brasil, desde 1993. Sua produção foi diretamente afetada pelo pintor norte-americano Andrew Wyeth (1917-2009), que conheceu em Cuba e que lhe deu um olhar ‘quântico’. A literatura também é fortemente presente em sua produção, sendo influenciado pelo filósofo espanhol Miguel de Unamuno (1864–1936) e pelo poeta português Herberto Helder (1930–2015).

Realizou exposições individuais como ‘Primavera Negra’, na Almacén Galeria Gávea, no Rio de Janeiro, em 2013; na Embaixada do Brasil em Bruxelas e na Galeria de Arte Nader, em Santo Domingo, na República Dominicana, ambas em 2006 e na Ana Maria Mattei’s Gallery em Santiago, no Chile, em 2002. No período de 2001 a 2004, algumas das suas pinturas foram leiloadas em Nova York, na Rainforest Alliance e na Wildlife Trust. Em 2013, participou da SP Arte e da Art Rio com a Galeria Ipanema. Em 2017, participou da Arte Rio e da Feira da Hebraica, ambas pela Almacén Galeria; em 2016, participou da SP Foto com a Galeria Arte Hall e da Art Rio com a Almacén Thebaldi Galeria e em 2013, da Feira da Hebraica/Almacén Galeria e da Arte Rio/Galeria Ipanema.

Participou de exposições coletivas como ‘Sinfonia da Arte’ na Kovak & Vieira Galeria de Arte, em São Paulo, em 2025; no Instituto Cervantes, em São Paulo, em 2024; Bienal da Cerâmica em Jingdezhen, na China, com curadoria de Tereza de Arruda, entre 2023-2024; ‘On Water & Plants’ na Troy House em Londres, com curadoria de Tereza de Arruda, em 2023; 14a Bienal de Curitiba, em 2019; Polo Santa Catarina na mostra ‘Fronteiras em Aberto’, organizada pelo MASC – Museu de Arte de Santa Catarina, em Florianópolis, em 2019; Galeria Arte Hall em São Paulo, em 2016; Figarely’s Art Gallery em Phoenix, Arizona, em 2007; Palácio Itamaraty, através da Fundação Armando Alvares Penteado, em 2006; Rainforest Art Foundation de Nova York, exibindo no Las Vegas Art Museum, no Kaohsiung Museum of Fine Arts em Taiwan e no Centro Cultural Chinês em Nova York, entre 2001 e 2002. https://alejandrolloret.com

Sobre o curador

Andrés I. M. Hernández é pesquisador, professor, curador e crítico de arte. Pós doutor pelo IA da Unesp, Doutor em Artes Visuais, Mestre em Teoria, Crítica e Produção em Artes Visuais y graduado em Educação. Foi coordenador de exposições na Bienal de Havana (Cuba – Centro de Arte Contemporânea Wifredo Lam, 1994-1998), assistente curatorial do departamento de curadoria do Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAM-SP (1999-2005), coordenador executivo do departamento de curadoria do MAM-SP (2005-2010) e coordenador de projetos da Luciana Brito Galeria.

Em 2022 é curador do projeto Phygsionomy in Contradiction no Kirkland Lake Museum (Museum of Northern History), Ontario Canadá, que inclui palestras na Sur Gallerys (Toronto), Quest Art School + Gallery, Midland, na Novah Gallery, North Bay (com exposição) e na Temiskaming Art Gallery, Haileybury; 2023 Cartografias Visuais para uma Escrita LGBTI+ na SP Arte e no espaço do teatro da Vivo em São Paulo.

Como Pesquisador, é autor da Trilogia Obras Comentadas da coleção do Museu de Arte Moderna MAM de São Paulo (2007); doações à coleção do Museu Universitário de Arte MunA UFU (2016) e Avanti Campinas (2018); assim como A pipa projeto de ocupação (2014), Ela que não é, de Hugo Curti (2021) e Transgressões Cerâmicas (maio 2021), que é a primeira publicação com esse viés no Brasil. Tem publicações em capítulos de livros, artigos, jornais e revistas no Brasil e no estrangeiro como na revista Arteria, na Colômbia, Arte Cubano, em Cuba, e Têmpera, no Brasil.

Sobre a galeria

Galeria Cukier Arte foi fundada em 2011 por Diego Cukier, grande amante das artes, que decidiu deixar a gastronomia para seguir carreira como artista e também empreendedor, se tornando especialista em gravuras e contando com um acervo de técnicas variadas, repleto de artistas renomados, oferecendo também telas e esculturas de grande valor artístico. https://www.cukierarte.com.br/

Serviço:

O Exílio da Noite, de Alejandro Lloret

Curadoria: Andrés Inocente Martín Hernández

Abertura: 18 de março de 2025 (terça-feira), 18h às 22h

Visitação: 19 de março a 17 de maio de 2025 segunda a sexta, 10h às 19h sábado, 11h às 15h

Quanto: gratuito e livre

Galeria Cukier Arte

Rua Padre João Manuel, 176, Jardim Paulistano – São Paulo, SP

Telefones: (11) 97663-4515 | 97663-4515

Site: https://www.cukierarte.com.br/.

(Com Erico Marmiroli/Marmiroli Comunicação)

Conselho Nacional das Populações Extrativistas realiza grande mobilização para destacar legado de Chico Mendes na COP30

Belém, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação.

Considerado um dos maiores movimentos sociais em defesa das pessoas que vivem nas florestas, rios e maretórios, o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) vem realizando uma grande mobilização em preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, que acontecerá em novembro, em Belém (PA).

Junto a outros parceiros, o CNS está se organizando para levar mais de 500 lideranças ao evento, com o objetivo de debater o fortalecimento das comunidades extrativistas, a criação de novas Unidades de Conservação (UCs), a continuidade do legado de Chico Mendes, entre outros temas.

O CNS também defenderá a consolidação dos territórios de uso sustentável, a regularização fundiária e a infraestrutura para as Reservas Extrativistas, a gestão socioprodutiva e as linhas de financiamento para a economia da sociobiodiversidade, a gestão e organização social dos territórios e o fortalecimento da participação de mulheres e jovens no movimento.

Criado pelo ambientalista Chico Mendes, o movimento tem sua trajetória marcada pela luta e resistência das populações extrativistas. Em 2025, o CNS completará 40 anos e promoverá uma série de ações para celebrar a data. “O CNS chegará à COP reafirmando que essa Amazônia também pertence às comunidades tradicionais extrativistas, que desempenham um papel fundamental na proteção dos territórios e na manutenção dos seus modos de vida. Por isso, estamos organizando essa grande mobilização. Vamos promover a Marcha dos Povos da Floresta para ressaltar a importância política do CNS na construção da política socioambiental do Brasil”, declara a vice-presidente do CNS, Letícia Moraes. “Nosso legado e de Chico Mendes é a criação de um modelo diferenciado de reforma agrária para a Amazônia, baseado no uso coletivo dos territórios, como ocorre nos projetos de assentamento de reservas extrativistas. Não existe floresta sem pessoas. Somos essas pessoas e precisamos de apoio internacional para avançar cada vez mais”, completa Letícia.

Mercado de carbono

Uma das estratégias do Conselho é promover uma série de ações para disseminar conhecimento sobre como uma COP é realizada e como os movimentos sociais podem participar dos debates. Além disso, o CNS está conduzindo capacitações sobre REDD+ (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Ambiental), um importante mecanismo para mitigar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) resultantes do desmatamento e da degradação florestal.

Segundo o presidente do CNS, Júlio Barbosa, o movimento está envolvido na consolidação da Lei n.º 15.042/2024, aprovada no final do ano passado e que regulamenta o mercado de carbono no Brasil. O CNS também vem realizando consultas diretas às comunidades tradicionais para elaborar um documento que defenda os direitos das populações extrativistas no contexto da política de REDD+. “Todos os estados da Amazônia estão envolvidos na apresentação de propostas sobre REDD+ na COP30, e acreditamos que há aspectos inegociáveis nesse processo. Um deles é a salvaguarda e a proteção dos territórios, além da governança. Também estamos discutindo a importância de as comunidades criarem seus próprios projetos de crédito de carbono, de forma voluntária”, afirma Júlio. “Sabemos que os extrativistas sempre viveram da geração de renda de maneira sustentável, o que lhes permitiu coexistir harmonicamente com a floresta. Por isso, essas comunidades devem ser as verdadeiras beneficiárias de qualquer relação monetária envolvendo REDD+ e créditos de carbono”, destaca o presidente do CNS.

Ele afirmou que o Conselho está preparando um documento sobre o tema para garantir que as comunidades extrativistas tenham voz ativa na política de REDD+ e nos grandes programas de créditos de carbono gerados na Amazônia. O documento final será apresentado durante a COP30.

Ações de destaque

Entre as ações de destaque do movimento na COP30, está a realização da Marcha dos Povos da Floresta, com mais de 1000 participantes pelas ruas de Belém, todos usando na cabeça a tradicional poranga — instrumento que os seringueiros utilizam como luminária para percorrer, à noite, as florestas. Diferentemente do uso tradicional com óleo diesel, os participantes utilizarão óleos naturais, como os de coco babaçu e andiroba.

Além disso, haverá uma programação especial em homenagem ao legado de Chico Mendes e aos 40 anos do CNS. Em parceria com o Comitê Chico Mendes, será construída uma ‘Vila Extrativista’, com destaque para a criação de uma ‘colocação de seringa’, instalação que representará a casa, o roçado e as estradas de seringais utilizadas pelos seringueiros e suas famílias, bem como ressaltará a diversidade socioprodutiva das Populações Tradicionais Extrativistas.

“Um pequeno ‘spoiler’ do que vamos apresentar na COP será a instalação que faremos no Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, com diversas atividades para que aqueles que desconhecem a vida na floresta e o cotidiano de uma família extrativista possam ter uma pequena amostra dessa realidade. Também haverá uma réplica da casa de Chico Mendes, localizada no município de Xapuri (AC), um grande símbolo da resistência dos povos da floresta”, revela Ângela Mendes, filha de Chico Mendes e presidente do Comitê Chico Mendes.

Reunião do CNS | Esses e outros temas foram debatidos durante a Reunião do Conselho Deliberativo do CNS e do Memorial Chico Mendes, realizada no hotel Beira Rio, em Belém, com a participação de aproximadamente 40 pessoas, de toda a Amazônia. O evento foi fundamental para reunir os membros do Conselho e definir o planejamento estratégico para 2025, além de revisar os projetos em andamento, criar novos territórios coletivos, organizar a participação na COP30 e celebrar os 40 anos do CNS.

(Com Emanuelle Araújo Mello de Campos/UP Comunicação)

Edição 2025 da Mostra do Salão Nacional de Humor sobre Doação de Órgãos ganha espaço no Shopping 13 de Maio

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: Divulgação.

Entre os dias 8 e 22 de março, acontecerá no primeiro andar do Shopping 13 de Maio a primeira mostra de 2025 do Salão Nacional de Humor sobre Doação de Órgãos. A mostra poderá ser visitada na loja 74 do Shopping no horário de funcionamento, apresentando ao público 30 obras de seu acervo.

O Salão de Humor é um programa do Instituto GABRIEL que tem como objetivo utilizar o humor gráfico como uma ferramenta para sensibilizar sobre a importância da doação de órgãos como um gesto que salva vidas.

Criado em 2008 pelo casal fundador do Instituto, M. Inês e Valdir de Carvalho e o cartunista Mastrotti, possui um acervo com mais de 500 obras nas categorias Charge, Cartum, História em Quadrinhos e Caricatura.

Serviço:

Mostra do Salão Nacional de Humor sobre Doação de Órgãos

Local: Shopping 13 de Maio – Rua 13 de Maio, 192 – Indaiatuba – SP – Loja 74

Quando: De 8 a 22 de março de 2025

Horário: Segunda a sábado, das 9h às 19h; domingo, fechado. Mais informações pelo WhatsApp (19) 98700-0466.

(Com Vane Lopes/Instituto GABRIEL)