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Sesc 24 de Maio apresenta a temporada de teatro ‘AQUI 1.000.000.000.000’, com direção de Elisa Ohtake

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: João Caldas.

Entre os dias 13 de junho e 14 de julho de 2024, o Sesc 24 de Maio recebe o espetáculo ‘AQUI 1.000.000.000.000’, dirigido por Elisa Ohtake. A peça explora a complexidade da natureza, seja ela viva, exuberante ou devastada, e utiliza lugares improváveis do sistema solar e a complexidade espacial do nosso planeta como pontos de partida para uma dramaturgia performática. Com o título inspirado por sóis que brilham um trilhão de vezes mais que o nosso sol, simboliza a esperança de um futuro mais brilhante e a possibilidade de grandes transformações a partir do enfrentamento das crises atuais.

Com atuação de Rodrigo Pandolfo, Mario Bortolotto, Aretha Sadick, Maria Manoella, Georgette Fadel, Paula Picarelli e Vinicius Meloni, o elenco foi escolhido com base nas personalidades únicas dos atores e o único depoimento real é de Alison Guega, um malabarista que viajou por 15 estados do Brasil e sete países da América Latina com pouco dinheiro, sobrevivendo com sua arte.

Elisa Ohtake, que trabalhou na criação da peça por três anos, desenvolveu o texto com base em pesquisas científicas e experiências pessoais. A peça não se limita a paisagens visuais, mas foca na sensação do corpo nos diferentes lugares e como esses lugares o transformam. “O teatro é radicalmente vivido a partir da complexidade dos lugares do mundo”, explica Ohtake.

Com humor e ironia, marca dos trabalhos assinados pela diretora, os atores montam o cenário e cada um relata de onde acabou de chegar e o que largou para estar aqui. A linguagem estética da peça borra os limites entre atuação e cenotecnia e inverte o que normalmente é tido como bastidor (montagem de cenário) para o centro da cena. E a riqueza da diversidade dos lugares como disparador de tudo isso. “Pensar o teatro fora do teatro. E o fora dentro do teatro, esgarçando as convenções”, diz Elisa.

Sobre Elisa Ohtake | Ohtake é uma diretora de teatro e dança conhecida por explorar a cena contemporânea até suas últimas consequências, cruzando performance e artes plásticas. Com prêmios como o APCA de melhor espetáculo de dança em 2014, ela fundou a Cia Vazia e dirigiu peças notáveis como ‘Peça Para Adultos Feita Por Crianças’ (2018) e ‘Let’s Just Kiss And Say Goodbye’ (2014).

Ficha Técnica

Concepção, texto e direção: Elisa Ohtake

Atores: Aretha Sadick, Georgette Fadel, Rodrigo Pandolfo, Mario Bortolotto, Maria Manoella, Paula Picarelli, Vinicius Meloni, Alison Guega, Tamara Stief, Michel Joelsas, Roberto Alencar e Ricardo Oliveira

Iluminação: Guilherme Bonfanti

Figurino: Juliano Lopes

Cenografia: Elisa Ohtake

Lixo espacial e catapulta: Cesar Rezende Santana

Construção do cenário: Cesar Rezende Santana

Assistente de iluminação e operador de luz: Franscico Turbiani

Sonoplastia: Elisa Ohtake

Solo de guitarra: Lucio Maia

Engenheiro de som: Tomé de Souza

Operação de som: Eduardo Alves

Microfonista: Felipe Moraes

Riggers: Wellington Silva e Dennis Inoue

A.R.T: Kenia da Cruz Moreira

Colaboração artística: Hugo Villavicenzio

Preparação vocal: Sonia Goussinsky

Fonoaudióloga: Claudia Pacheco

Contrarregras: Fernando Lemos, Caio César Teixeira e Ademir Junior

Arte gráfica: Jorge Alves

Fotos: João Caldas

Assessoria jurídica: Martha Macruz

Assistente de produção: Jorge Alves

Direção de produção: Stella Marini/Púrpura Produções Artísticas.

Serviço:

Aqui 1.000.000.000.000, com Direção de Elisa Ohtake

Datas: 13/6 a 14/7 de 2024 | quinta a sábado, às 20h; domingos e feriados, às 18h

Local: Sesc 24 de Maio – Rua 24 de Maio, 109, São Paulo – 350 metros da estação República do metrô

Classificação: 14 anos

Ingressos: sescsp.org.br/24demaio, pelo aplicativo Credencial Sesc SP e nas bilheterias das unidades Sesc SP – R$50 (inteira), R$25 (meia) e R$15 (Credencial Plena Sesc)

Duração do espetáculo: 120 min

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Sesc 24 de Maio

Rua 24 de Maio, 109, Centro, São Paulo

350 metros do metrô República

Fone: (11) 3350-6300.

(Fonte: Assessoria de imprensa – Sesc 24 de Maio)

MinC e UFCA lançam projeto Ciclo de Saberes dos Mestres e Mestras da Cultura da Chapada do Araripe – Cariri Cearense

Crato, por Kleber Patricio

Imagem: Divulgação/MinC.

Nesta quarta-feira (5), o Ministério da Cultura (MinC) e a Universidade Federal do Cariri (UFCA) lançaram o projeto Ciclo de Saberes dos Mestres e Mestras da Cultura da Chapada do Araripe – Cariri Cearense. Trata-se de uma pesquisa-ação no campo da cultura que visa promover ações formativas no ambiente da Universidade, de escolas da região e nos espaços próprios dos mestres, seja por meio de oficinas ou de ‘aulas espetáculos’. O evento, gratuito e aberto ao público, aconteceu na Vila da Música, no Crato, com as presenças da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e do secretário de formação, livro e leitura do MinC, Fabiano Piúba. “Estamos diante de uma iniciativa que, além de unir a Cultura e a Educação num propósito formativo, ainda tem o importante papel de valorizar os nossos mestres e mestras. Compreender a realidade e valorizar esses fazeres, com a possibilidade de expandir o alcance dessas tradições é um dos compromissos do MinC junto às culturas tradicionais e populares”, afirmou a chefe da Pasta.

O projeto é uma realização do MinC por meio da Secretaria de Formação Cultural, Livro e Leitura (Sefli) e da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC) com a UFCA, por meio da Pró-Reitoria de Cultura, com apoio institucional Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará). O evento também conta com os apoios do Instituto Dragão do Mar (IDM) e da Vila da Música. A iniciativa propõe estimular, promover e realizar ações em diversas linguagens artísticas, que fortaleçam a relação entre educação, ciência e cultura da Chapada do Araripe, compreendendo as artes e ofícios dos mestres da cultura como expressões e manifestações da cultura brasileira que precisam ser transmitidas em ambientes diversos de educação.

A vivência e experiência com as culturas tradicionais do Cariri cearense contribuem para a valorização de nosso patrimônio material e imaterial. Promover e valorizar essas práticas culturais a partir do diálogo entre saberes tradicionais e saberes acadêmicos estão entre as principais motivações do ‘ciclo de saberes’. “Gosto de dizer que toda casa, oficina, ateliê e terreiro de um mestre e mestra da cultura popular é um museu, uma escola e uma biblioteca ao mesmo tempo. Museu, porque é um lugar de memória e de ancestralidade; escola, porque é um lugar de transmissão de saberes e, uma biblioteca, porque estes senhores e senhoras são bibliotecas vivas. O projeto Ciclo de Saberes dos Mestres e Mestras da Cultura da Chapada do Araripe – Cariri Cearense compreende este sentido e procura conectar estes lugares de saberes dos mestres com as universidades e as escolas. Ele se insere no contexto das políticas de promoção da diversidade e da formação cultural promovidas pelo MinC em parceria com a Universidade Federal do Cariri – UFCA”, destacou Fabiano Piúba, secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura do MinC.

Para o secretário, o projeto se apresenta como piloto que ganhará escala na parceria do MinC com o MEC com outras universidades federais do país, com o propósito de promoção da diversidade e cidadania cultural em nosso país. “E nada mais legítimo e bonito do que começarmos pela Chapada do Araripe no Sertão do Cariri com a UFCA”, finaliza.

A Pró-Reitora de Cultura, da UFCA, Aglaíze Damasceno reforçou que “para ampliarmos o diálogo entre o saber popular e o científico, é necessário fomentar a liberdade de expressão por meio da criação, produção, circulação e fruição das linguagens artísticas e manifestações culturais populares e de tradição”.

O edital de chamamento dos Mestres e Mestras estará disponível a partir do dia 19 de junho/2024, no site da UFCA.

(Fonte: Ministério da Cultura/Governo do Brasil)

Junho chega trazendo as festas de São João e outros eventos por todo o país

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Pixabay.

Junho está marcado por atrações juninas em todo o país, mas também por bastante diversidade cultural nas cinco regiões brasileiras. Como de praxe, neste começo de mês, o Ministério do Turismo traz alguns dos diversos eventos cadastrados por estados e municípios no Calendário de Eventos no. Confira:

SUL – No sul do país, a agenda começa já no dia 5, em Foz do Iguaçu, no estado do Paraná, com o Festival das Cataratas. O evento anual é reconhecido como um dos principais encontros do turismo na América Latina e será realizado nos dias 5, 6 e 7 de junho. Em sua 19ª edição, o evento conta com uma programação abrangente, palestras inspiradoras, oficinas e a tradicional Feira de Turismo e Negócios, que traz um recorte do que há de melhor no setor.

No dia 7, o município de Guabiruba, em Santa Catarina, recebe a 9ª Festa da Integração. A celebração é a maior realizada pelo município, onde os visitantes e turistas têm a oportunidade de fazer uma imersão na cultura da cidade catarinense. Há atrações musicais, culturais e gastronômicas para todos os gostos. O evento gratuito acontece de 7 a 9 de junho.

Em São Miguel do Iguaçu (PR), acontece nos dias 28 e 29 de junho o Torneio Internacional de Pesca ao Tucunaré. O evento ocorre no Terminal Turístico de Balneário Ipiranga, com café da manhã, almoço, sorteio de brindes e competição entre os pescadores inscritos.

SUDESTE – Na cidade histórica de Ouro Preto, em Minas Gerais, acontece entre os dias 5 e 7 de junho o Festival Internacional de Turismo e Cultura de Ouro Preto – FESTUR. O evento tem como propósito promover, fortalecer e fomentar o desenvolvimento do turismo na cidade de Ouro Preto e no estado de Minas Gerais valorizando produtos de relevância turística – a cultura, a gastronomia, a economia criativa e os destinos – criando meios de geração de negócios do trade por meio de conexões entre a iniciativa privada, o poder público, terceiro setor e a sociedade civil.

Nos dias 7 e 8 de junho, acontece a Festa Junina Sustentável – Pinhalzinho + Verde, no município de Pinhalzinho, São Paulo. O evento busca trazer tradições antigas das festas do interior, mas com ações sustentáveis, aliando a época junina à Semana do Meio Ambiente da cidade de Pinhalzinho.

No estado do Rio de Janeiro, o município de Arraial do Cabo recebe, no dia 15 de junho, a Feira Turística e Cultural da Massambaba. O evento multicultural, voltado para o público em geral, promove a geração de renda, o fortalecimento dos pequenos empreendedores e dos arranjos familiares locais de trabalho, além de ser uma opção de lazer para os frequentadores.

CENTRO-OESTE – Brasília (DF) recebe, dos dias 7 a 16 de junho, a tradicional Expotchê. O evento é uma grande mostra da cultura, dos produtos e serviços do povo gaúcho. A atração conta com apresentações de dança e música folclórica típicas da região, shows de artistas do estado, além de apresentações de circo, teatro, humorísticos e outras vertentes da cultura sul-rio-grandense. Os 10 dias de evento também comportam exposições e venda de produtos típicos da agroindústria familiar, de confecção, calçados, móveis e moda em geral.

Nos dias 22 e 23 de junho, o município de Ladário, no Mato Grosso do Sul, promove o Banho de São João Ladário. A festa é tradicional por seus fiéis, que fazem novenas em suas residências e depois levam seus andores com a imagem de São João para banhar no Rio Paraguai, descendo a ladeira do porto. Em 2021, o Banho de São João recebeu o registro de Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan. Na festa também acontecem apresentações de quadrilhas, danças, além das barracas de comidas típicas e muito mais.

O município de Trindade, em Goiás, promove, no final de junho, a Romaria do Divino Pai Eterno. A festa, também conhecida como Festa de Trindade, é um evento cultural que acontece anualmente na cidade, que fica na região metropolitana de Goiânia, a 26 km da capital. A Romaria de Trindade, hoje, é considerada o maior evento religioso do Centro-Oeste, o segundo do Brasil e a maior festa do mundo dedicada ao Divino Pai Eterno.

NORTE – O município de Paraíso do Tocantins (TO) promove, dos dias 5 a 9 de junho, a Semana de Meio Ambiente. O evento é uma comemoração anual que visa conscientizar as pessoas sobre a importância da preservação ambiental.

Dos dias 13 a 16 de junho, acontece o Chocolat Xingu – Festival Internacional do Chocolate e Cacau da Transamazônica, no município de Altamira, no Pará. Após grande sucesso no Nordeste, o evento chegou ao Pará em 2013 e reuniu milhares de visitantes nas edições realizadas, tendo impulsionado o surgimento de mais de 350 marcas e aquecido o mercado de chocolates de origem.

Famosa pelo festival que celebra a cultura folclórica do Boi-bumbá, a cidade de Parintins, no Amazonas, recebe de 21 a 23 de junho o Festival de Quadrilhas, Danças e Bois Mirins. Realizado na semana que antecede a disputa dos tradicionais Caprichoso e Garantido, a festa acontece na área da Praça dos Bois, onde 19 grupos folclóricos se apresentam, entre quadrilhas, danças e bois mirins. São três dias de festividades em que são revividos os aspectos da cultura popular, como os folguedos, religiosidades e o imaginário amazônico, dramatizados em danças e apresentações dos bois mirins. O Festival de Quadrilhas, Danças e Bois Mirins compõem o segundo grupo do Festival Folclórico de Parintins.

NORDESTE – O município de Juazeiro, na Bahia, inicia as tradições juninas com o festejo de Santo Antônio das Tradições, dos dias 6 a 9 de junho. As comemorações de tradição junina acontecem no centro da cidade, resgatando as tradicionais festas dos anos 80.

A capital do estado do Piauí, Teresina, recebe, dos dias 25 a 27 de junho, a Feira do Turismo do Brasil (FTB). O objetivo do evento é fortalecer o turismo, promovendo seus destinos e capacitando o setor do turismo de forma sustentável e responsável, além de oferecer novos destinos, produtos, serviços e negócios da indústria do turismo.

O município de Currais, no Rio Grande do Norte, recebe pela primeira vez, dos dias 25 a 28 de junho, o Fórum de Geoparques. A 1ª edição do encontro acontece no Seridó Geoparque Mundial da Unesco. Especialistas do Brasil, de Portugal e de outros países lusófonos vão se reunir para discutir e dividir práticas, conhecimentos científicos e desenvolver uma forma sustentável de viabilizar os parques por meio do turismo.

(Fonte: Ministério do Turismo/Governo do Brasil)

Relação afetiva e ecológica com os rios inspira programa de incentivo à leitura no mês que comemoramos mundialmente o Meio Ambiente

Salesópolis, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação.

A importância afetiva e ambiental dos rios é o tema do projeto ‘O rio que nasce na minha cabeça’, que promove a leitura de obras literárias e expressões artísticas em praças, escolas e bibliotecas e terá uma próxima etapa em Salesópolis (interior paulista), de 7 a 9 de junho.

O objetivo é ativar o hábito da leitura em crianças e público em geral por meio de experiências culturais que reúnem literatura, teatro, música e outras manifestações. “O tema condutor é o rio, recurso fundamental à existência e que também faz parte da memória afetiva das pessoas”, disse a educadora Juli Codognotto, idealizadora do projeto, que foi contemplado pelo edital ProAC 24/2023 de Produção e Realização de Projeto de Incentivo à Leitura. “Queremos instigar o desejo e o prazer da leitura em infâncias de todas as idades e despertar, por meio do fluxo dos rios, o fio da memória e costurá-lo com aquele fio que guia nossa imaginação até o futuro”, completa.

As experiências culturais vão girar em torno de leituras que aproximam o público dos rios e que fazem parte de um acervo selecionado com mais de 40 livros para a infância. Entre eles, ‘Fio de Rio’, de Anita Prades (cujas ilustrações foram selecionadas para a Bienal de Bratislava); ‘Um dia, um rio’, de Leo Cunha e André Neves, ‘Meu Avô Apolinário’, de Daniel Munduruku; ‘Um Dia Feliz”, de Patricia Santana e Carol Fernandes; ‘Falo como um rio’, de Jordan Scott e Sydney Smith, e ‘A história das crianças que plantaram um rio’, de Daniel da Rocha Leite.

Obras voltadas ao público adulto, que usam os rios como tema, também fazem parte do repertório literário. Entre os autores, estão Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Gabriel García Márquez, Eduardo Galeano e Mário de Andrade. “Dessa forma, vemos e partilhamos o livro como arte, lado a lado com outras linguagens e materialidades”, argumenta Mariana Fujisawa, artista visual e uma das mediadoras do projeto.

Apresentações

O projeto estará em Salesópolis, no dia 7 de junho, onde se apresentará para os alunos da EMEF Ernesto Ardachnikoff. Nos dias 8 e 9 de junho, estão previstas mais três ações de mediação de leitura na biblioteca da cidade e em outros espaços públicos.

Serviço:

Projeto O rio que nasce na minha cabeça

Junho – Salesópolis

Ações de mediação nas praças da região – pensadas como um acontecimento inesperado, interagindo com público espontâneo nas praças, por isso datas e horários não são divulgados

7/6 – Vivências na Escola, diversos horários

Local: EMEF Ernesto Ardachnikoff

Atividades: Vivências de mediação de leitura, artes visuais e contação de histórias

Público: estudantes da EMEF Ernesto Ardachnikoff

8/6 – Vivências na Biblioteca, horário a definir

Local: Biblioteca Municipal de Salesópolis – Rua Alferes José Luis de Carvalho, 264-328

Atividades: Vivência de mediação de leitura e distribuição de livros

Público: professores, famílias e crianças

9/6 – Festa, das 15h às 17h

Local: A definir

Atividades: Festa com oficina de ilustração e distribuição de livros

Público: livre.

(Fonte: Betini Comunicação)

Falta de vagas no Norte e Nordeste revela disparidade no mercado de Tecnologia e desafio de inclusão para o setor

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Divulgação.

Apesar de as oportunidades de trabalho em Tecnologia da Informação no Brasil continuarem crescendo, o Distrito Federal, a Bahia, Pernambuco e o Ceará somam, juntos, apenas 11% das vagas, de acordo com o Panorama de Talentos em Tecnologia, do Google for Startups. De acordo com o Banco Nacional de Empregos, as vagas em TI aumentaram 79,6% de janeiro a outubro de 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, a maioria delas está no Sudeste, que abarca 62% das oportunidades, com 44% delas dentro do estado de São Paulo.

Para além da área de Tecnologia, o Norte e o Nordeste levam consigo outras particularidades: no quarto trimestre de 2023, o Norte fechou com taxa de desocupação de 7,7% e o Nordeste, 10,4%, porcentagem considerada estável para a região. Os maiores números foram registrados no Amapá (14,2%), na Bahia (12,7%) e em Pernambuco (11,9%). No entanto, em 2023, a taxa média de desemprego no Brasil foi de 7,8%, o menor número desde 2014. Além disso, as maiores taxas de informalidade estão no Maranhão (56,5%), no Pará (56,5%) e no Piauí (54,4%), sendo que a média nacional foi de 39,2% no ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Outro dado que ajuda a explicar essa disparidade é o Índice de Capital Humano, um número proposto pelo Banco Mundial que mede o potencial econômico e profissional dos cidadãos. Por meio dele, é possível perceber o quanto um país perde por não investir de maneira igualitária em educação e emprego, por exemplo. De acordo com o Relatório de Capital Humano Brasileiro, o ICH médio das regiões Norte e Nordeste em 2019 foi semelhante ao ICH médio das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste em 2007. Ou seja, existe uma lacuna regional de 12 anos a ser superada.

“Na área de Tecnologia, o principal fator que leva a esse fenômeno é o fato de que essas regiões têm menos empresas do setor, então elas não conseguem absorver toda a demanda. Além disso, a qualidade da educação de tecnologia pode variar significativamente entre as regiões do país e, quando a gente olha para o Norte e Nordeste, ainda não temos uma qualificação [que consiga abarcar a necessidade da área]. Nesse ponto, acredito que a falta de investimento em infraestrutura, tecnologia e comunicação possa dificultar o desenvolvimento e a expansão de empresas de TI nesses locais”, comenta Ana Letícia Lucca, CRO da Escola da Nuvem, uma organização sem fins lucrativos que visa capacitar e empregar pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica para carreiras em computação em nuvem a partir de certificação técnica e oportunidade de primeiro emprego por meio de empresas parceiras.

“A concentração das vagas de TI tende a estar em regiões mais desenvolvidas, como o Sudeste, e isso também leva a uma migração de talentos qualificados da região Norte para as regiões onde há mais oportunidades. Precisamos considerar ainda que pessoas em situações de vulnerabilidade social no Norte e Nordeste podem enfrentar barreiras adicionais para ingressar e progredir em carreiras de tecnologia, incluindo acesso limitado às redes profissionais, falta de apoio financeiro para educação e treinamento e discriminação no mercado de trabalho”. Segundo ela, a falta de vagas em TI nessas regiões contribui também para a perpetuação da desigualdade social e de renda, pois limita o acesso ao emprego e o desenvolvimento econômico para os residentes nesses locais.

Ela conta que, durante a pandemia, a região de residência dos candidatos não era tão decisiva para a colocação e recolocação dos profissionais, considerando a experiência obtida a partir dos alunos da Escola da Nuvem no mercado de trabalho, pois o modelo remoto era mais popular entre as empresas, o que não é mais tão comum. “Entre os motivos que levam as empresas a priorizarem o modelo presencial ou híbrido, está a necessidade de colaboração e inovação, pois as empresas acreditam que estes modelos de trabalho facilitam a criatividade, permitindo uma comunicação fácil e o compartilhamento de ideias entre as equipes. Para algumas organizações, o trabalho presencial é visto como essencial para manter o fortalecimento da cultura organizacional, para a supervisão e gestão de desempenho. Um outro ponto é em relação à segurança de dados e confidencialidade, pois as empresas se preocupam com algumas informações sensíveis no trabalho remoto, como de finanças e saúde, por exemplo”, explica Ana.

A especialista comenta também que a preferência por modelos de trabalho presenciais remotos ou híbridos pode variar significativamente entre empresas e setores. De acordo com o estudo Pesquisa de Tendências RH 2024, realizado pela Catho, 61% das empresas entrevistadas têm intenção de voltar ao trabalho presencial ao longo de 2024, porque muitos segmentos só podem atuar nessa modalidade ou porque o modelo presencial pode favorecer o engajamento e a cultura organizacional dos times. Em contrapartida, a pesquisa ‘Quais os sentimentos de quem voltou ao modelo presencial?’, mostrou que 64,4% dos entrevistados dizem sentir que a qualidade de vida piorou no retorno ao modelo presencial de trabalho.

Ana defende que, na área de Tecnologia, os modelos de trabalho remotos se estenderam por mais tempo. “As entregas tiveram resultados. E, do outro lado, principalmente nos grandes centros onde a estrutura de trânsito não é tão boa, como em São Paulo e no Rio de Janeiro, não podemos desconsiderar o desgaste que os profissionais têm ao se deslocarem. Acredito que em todas as frentes de trabalho, seja o modelo 100% online, 100% presencial ou híbrido, vamos ter ganhos e perdas, prós e contras. Então, é importante avaliar o que está alinhado com os valores da organização.”

Segundo Ana, a promoção mais equitativa de empregos em Tecnologia depende de medidas adotadas por empresas, órgãos governamentais e a sociedade em geral, como o investimento em educação e a expansão da infraestrutura de tecnologia no país. Ela comenta que, mais do que oferecer as vagas, as organizações também devem estar preparadas para receber os profissionais. “É necessário que o processo de contratação seja acessível e inclusivo para todos os candidatos, além de considerar os contextos sociais e econômicos de onde essas pessoas vêm. Ainda, investir em capacitação e desenvolvimento, porque não adianta ter um programa de diversidade e inclusão e não ter pessoas preparadas e sensibilizadas para trabalhar com esse assunto. Ao trabalhar em conjunto, podemos desempenhar um papel significativo na promoção de uma distribuição justa de emprego em tecnologia, contribuindo para reduzir as disparidades regionais e promover o desenvolvimento econômico inclusivo”, finaliza a especialista.

(Fonte: Mondoni Press)