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Projeto que obriga PRF a fiscalizar transporte de jumentos é essencial para garantir bem-estar dos animais, diz especialista

Curitiba, por Kleber Patricio

Foto: Divulgação/PRF.

O projeto de lei nº 3.279/2024, que tramita na Câmara dos Deputados, estabelece que a Polícia Rodoviária Federal deve fiscalizar todos os veículos que transportem asnos, jumentos ou jegues (os chamados asininos) e verificar as guias de trânsito animal (GTAs), a documentação de propriedade, compra e venda, além das condições físicas dos animais. O texto tramita na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados.

“Esse projeto é muito importante para assegurar o bem-estar animal. Isso obedeceria ao entendimento do STF por ocasião do julgamento da ADPF 640, que determina que os animais apreendidos em situação de maus-tratos não podem ser abatidos”, afirma Yuri Fernandes Lima, sócio do Bruno Boris Advogados. O advogado explica que o abate de jumentos continua sendo realizado no Brasil para a exportação da pele do animal para a China. A partir da pele é produzido o eijao, produto da medicina tradicional chinesa feito a partir do seu colágeno, com propriedades supostamente afrodisíacas e rejuvenescedoras.

“É uma atividade extrativista, pois não há cadeia produtiva de jumentos em nenhum lugar do mundo e isso os leva à extinção, contrariando o artigo 225, parágrafo primeiro, inciso VII, da Constituição Federal. O mesmo dispositivo proíbe a crueldade, característica típica do comércio internacional de jumentos, uma vez que os animais abatidos em frigoríficos sifados (com autorização para exportação) ficam sem água, comida, abrigo do sol e da chuva e sem assistência médico-veterinária. O crime de maus-tratos também é tipificado pelo Artigo 32 da Lei nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais)”, destaca o especialista.

Outro caso que tem chamado a atenção do público é o da venda dos bezerros da cidade de Cunha (SP). Em 2022, a Polícia Ambiental encontrou 302 animais em situação extrema de maus-tratos, desnutridos e agonizando. O dono da fazenda foi multado e indiciado por crime ambiental.

Recentemente, Yuri também denunciou a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que determinou a possibilidade de venda dos bezerros. Os donos da fazenda pediram a autorização imediata para a venda dos animais, mas, segundo o advogado, isso contraria a decisão do STF. “Tem que ser feita uma perícia no processo para que se comprovem os maus-tratos, mas há todo um rito a ser seguido. O acórdão autorizou a venda apenas depois da perícia, se comprovado que não há maus-tratos. Se houver a venda, haverá desrespeito à decisão do STF e um esvaziamento da própria ação”, protesta ele.

O advogado afirma que a juíza de primeira instância concordou com esse entendimento sobre a proibição da venda. O caso ainda corre nos tribunais. Yuri ressalta estar otimista. “Acreditamos que vamos comprovar no curso do processo todos esses maus-tratos e vamos evitar o abate e a venda desses animais. Importante termos o apoio de todos nesse processo”, finaliza.

(Com Renan Araújo/Agência Em Foco)

Apesar da baixa representação política, direitos das mulheres avançam no Brasil

São Paulo, por Kleber Patricio

10ª Marcha das Mulheres Negras do RJ, ocorrida em junho de 2024, reivindica direitos. Foto: Tania Rego/Agência Brasil.

Por Nina Ranieri — O reconhecimento de direitos às mulheres é recente. No Brasil, só em 1988 a igualdade entre homens e mulheres foi inscrita na Constituição. Até 2002 ainda vigia o Código Civil de 1916, no qual se previa a anulação do casamento pelo homem caso ele desconhecesse prévia defloração da mulher e a deserdação de filha desonesta que vivesse na casa paterna. Apesar de a representação das mulheres em espaços de poder ter pouco avançado nessas últimas décadas, as brasileiras vêm obtendo a aprovação de leis e políticas favoráveis às suas demandas, especialmente no campo da saúde e da proteção contra a violência.

Se o século 20 marcou o ponto de inflexão na representação política e jurídica das mulheres, foi também o período em que, lentamente, superou-se a politização das diferenças biológicas entre homens e mulheres. Durante séculos, premissas como a inferioridade feminina e sua exclusão política foram incorporadas às teorias políticas, de Aristóteles a Kant. Estratégias como a carência educacional, a doutrinação de gênero e a divisão moral entre mulheres ‘respeitáveis’ e ‘não respeitáveis’ fortaleceram o sistema patriarcal, associado a privilégios de raça e classe.

A luta pelos direitos das mulheres ganhou força na segunda metade do século 19, com a primeira onda do feminismo, que reivindicava o direito ao voto, à educação e, posteriormente, aos direitos laborais, civis e à disposição sobre o próprio corpo. Contudo, mesmo com as conquistas ao longo do século 20, desigualdades de gênero persistem, refletindo-se na democracia e na representação política.

As brasileiras, que votam desde 1932, e são a maioria da população e do eleitorado, no Executivo contam com apenas duas governadoras e 15% das prefeitas. No Legislativo, são 17% entre deputados federais e, no Judiciário, 38% dos magistrados. Nas Cortes Superiores, há somente cinco no Superior Tribunal de Justiça, uma no Supremo Tribunal Federal e sete no Tribunal Superior do Trabalho; na próxima semana, em 12 de março, a única magistrada do Superior Tribunal Militar tomará posse como presidente da corte.

Uma boa notícia é que a legislação se tornou mais especializada; os órgãos estatais dedicados à proteção e promoção das mulheres, mais estáveis. Ampliou-se a interpretação constitucional vinculada a problemas concretos e direitos das mulheres foram garantidos pelo STF em decisões inovadoras, como a do casamento homoafetivo ou a do aborto legal do feto anencefálico. Apenas no ano de 2020, a Corte decidiu 95 processos relacionados ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de número 5 (ODS 5) da ONU – igualdade de gênero.

A tendência, desde o início dos anos 2000, se deve a dois fatores principais: 1) atuação dos movimentos feministas em Conselhos e Agências dedicadas às mulheres, fazendo avançar ações estatais, atuando em litigâncias estratégicas e participando de audiências públicas, fora dos espaços de representação tradicionais e 2) transformação da postura estatal, nos três Poderes, intensificando-se sua ação em benefício da equidade de gênero.

A persistência das desigualdades, porém, requer renovados compromissos e aprimoramentos da ação estatal voltada a superá-las. Trata-se de um processo inacabado e perene, devido à extensão, complexidade e tenacidade das inequidades de gênero. Cidadania se aprende. Só desta forma se enraíza na cultura para ser vivida, reclamada, promovida, e o Dia Internacional da Mulher nos lembra disso.

Sobre a autora

Nina Ranieri é jurista e professora do departamento de Direito do Estado da Faculdade de Direito da USP; é também coordenadora da Cátedra Unesco de Direito à Educação. Já atuou como secretária-adjunta de ensino superior do Estado de São Paulo e é membro do Conselho Estadual de Educação de São Paulo

(Fonte: Agência Bori)

Le Cordon Bleu São Paulo apresenta experiências gastronômicas exclusivas para março e abril

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação/Le Cordon Bleu.

O Le Cordon Bleu São Paulo convida os apreciadores da alta gastronomia para uma série de jantares exclusivos que prometem transformar cada refeição em uma verdadeira celebração. Com menus elaborados por chefs do Instituto, harmonizações impecáveis e um toque de criatividade, os eventos trazem temáticas inspiradoras que combinam sabor, arte e cultura.

Cada jantar é uma viagem através dos sabores, com pratos que exaltam ingredientes e narrativas culinárias que envolvem e encantam. Das icônicas refeições do cinema ao requinte da coquetelaria, da gastronomia à base de plantas à tradição da Páscoa, o Le Cordon Bleu traz uma programação inesquecível.

Luz, Câmera e Ação: A magia do cinema no paladar

14 de março, às 19h

Imagine saborear o exato momento em que o cinema e a gastronomia se encontram. No jantar “Luz, Câmera e Ação”, o Le Cordon Bleu homenageia grandes clássicos da sétima arte com pratos inspirados em filmes que marcaram época. Do sofisticado Escargot Chablisienne, uma reverência a “Uma Linda Mulher”, ao aclamado Canon de Cordeiro com Ratatouille, que transporta os convidados ao universo encantador de “Ratatouille”, cada prato é um tributo às telas. Um evento que transforma a sala de jantar em um grande palco cinematográfico.

The Toast & Taste Experience: O casamento perfeito entre coquetelaria e gastronomia 

28 de março, às 19h

Sofisticação e alquimia se encontram no “The Toast & Taste Experience”, um jantar que eleva a arte da harmonização entre pratos refinados e drinks elaborados por um mixologista. Com um menu que combina ingredientes nobres e técnicas surpreendentes, a noite promete uma sinfonia de sabores e aromas. Destaques como o Wellington de Cordeiro em Massa de Broa com Cake Amazônico e a Pinã Colada Revisitée criam uma jornada gastronômica envolvente, transformando cada gole e cada garfada em uma festa.

Jantar Plant-Based: Sofisticação e criatividade em pratos 100% vegetais 

11 de abril, às 19h

A cozinha à base de plantas ganha um novo significado neste jantar exclusivo do Le Cordon Bleu. Com técnicas inovadoras e um olhar apurado para o sabor, cada prato é uma expressão de criatividade e sofisticação. Ingredientes como Brócolis Tostado com Uvas e Amendoim e Tortellini de Milho com Harissa ao Molho de Limão Caipira mostram que a gastronomia plant based pode ser intensa, complexa e absolutamente irresistível. Um convite para descobrir novos horizontes do sabor.

Jantar de Páscoa: Tradição e requinte em uma celebração especial 

16 de abril, às 19h

A Páscoa no Le Cordon Bleu é sinônimo de elegância e sabor. O “Jantar de Páscoa” apresenta um menu pensado para transformar esta celebração em um momento memorável. Desde o Carpaccio de Cordeiro com Molho de Foie Gras até a impressionante Forest Noir de Pâques, um ovo de chocolate sobre um delicado ninho de cacau, cada prato é um convite às emoções e ao prazer gastronômico.

Não perca a oportunidade de vivenciar o melhor da gastronomia francesa com um toque de criatividade e exclusividade. Cada jantar é uma experiência sensorial que promete surpreender e encantar. Reserve seu lugar e descubra um novo mundo de sabores no Le Cordon Bleu São Paulo.

Serviço:

Experiências: R$800,00 por pessoa (pagamento em até 4x sem juros no cartão).

Inclui: Bebidas e harmonizações.

Local: Le Cordon Bleu São Paulo – Rua Natingui, 862 – 1º andar – Vila Madalena, São Paulo.

Reservas: As vagas são limitadas e podem ser feitas pelo site ou Whatsapp do Le Cordon Bleu São Paulo: (11) 98348-0229

Reserve aqui.

Sobre Le Cordon Bleu

Le Cordon Bleu é a principal rede global de institutos de artes culinárias e gestão de hospitalidade, com uma herança de 130 anos. A rede mantém presença global com 35 escolas em mais de 20 países, formando cerca de 20 mil alunos de mais de 100 nacionalidades diferentes todos os anos. As técnicas culinárias tradicionais francesas permanecem no coração do Le Cordon Bleu, mas seus programas acadêmicos são constantemente adaptados para incluir novas tecnologias e as inovações necessárias para atender às necessidades crescentes da indústria. Presente no Brasil desde 2018, possui unidades no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde oferece programas de alta qualidade, como o Grand Diplôme, o Diploma de Cozinha Brasileira, o Diplôme de Wine & Spirits, Diplôme de Plant Based, entre outros. Site do Le Cordon Bleu.

(Com Guilherme Messina/Le Cordon Bleu)

Artesol documenta histórias das rendas e bordados brasileiros em livro inédito

São Paulo, por Kleber Patricio

Bordado Filé. Fotos: Nathalia Abdalla.

Em março, a Artesol, organização referência na valorização do artesanato tradicional brasileiro há mais de 25 anos, lançará o livro inédito ‘Têxteis do Brasil: Rendas e Bordados’. A obra documenta e celebra a riqueza das técnicas têxteis tradicionais do país, assim como as histórias de suas mestras e artesãs, e é fruto do trabalho colaborativo de uma equipe multidisciplinar que percorreu mais de 10 mil quilômetros em três meses para pesquisar e registrar os significados culturais dessas práticas artesanais. Mais que uma fonte de renda, elas representam um patrimônio cultural e um meio de expressão artística e afetiva.

Para comemorar o lançamento do livro e aproximar o público das rendeiras e bordadeiras retratadas no título, a Artesol promoverá uma série de atividades gratuitas em São Paulo: no dia 12 de março, a partir das 15h, o coquetel de lançamento contará com sessão de autógrafos e roda de conversa com as artesãs, além de uma feira para comercialização das peças têxteis feitas por elas no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc (CPF Sesc). As atividades se repetem no dia seguinte (13), dessa vez no Instituto Europeo di Design (IED), entre 15h e 20h, também com entrada gratuita. Uma sessão de demonstração das técnicas e o último dia da feira no IED encerram a programação no dia 14 de março, das 14h às 18h.

Bordado Redendê.

Têxteis do Brasil será lançado pelo valor de R$180, mas durante os eventos, os exemplares estarão disponíveis com o preço especial de R$75. Depois disso, a obra também será vendida em livrarias de todo o país e pelo site da Martins Fontes e das plataformas física e online do projeto Artiz, da Artesol.

Mais do que um registro técnico, a publicação é um instrumento de salvaguarda desse patrimônio e um convite para que as novas gerações possam entrar em contato com as rendas e bordados, considerados itens de destaque no cenário da moda contemporânea – presentes em coleções de marcas como Foz, Catarina Mina, Isaac Silva, Flavia Aranha e Ronaldo Fraga, por meio do olhar e das vivências das artesãs que fazem desse o seu meio de expressão e sustento há gerações. “São as mulheres as grandes protagonistas aqui. São elas que desempenham o trabalho artesanal, doméstico, de cuidado dos seus filhos, da casa e, em muitas situações, o cultivo do roçado e a criação de animais – tudo ao mesmo tempo. O ofício dessas mães e avós, além de renda, gera pertencimento e potencial criativo, muito influenciado pelos recursos e natureza locais”, comenta a pesquisadora e organizadora do projeto, Helena Kussik.

Sobre a pesquisa

Renda Singeleza.

O projeto, cuja ideia surgiu em 2018 dentro da Artesol, levou a equipe formada pelas pesquisadoras Helena Kussik e Bianca Matsusaki, pela fotógrafa Nathália Abdalla e pela ilustradora Camila do Rosário a visitar 14 municípios do Nordeste, onde realizaram entrevistas, levantamentos históricos, registros fotográficos e ilustrações detalhadas dos pontos e técnicas têxteis. Ao todo, estiveram envolvidas 340 artesãs, 17 associações e 15 colaboradoras, fazendo de Têxteis do Brasil um dos levantamentos mais abrangentes sobre o tema já realizados em território nacional.

A obra ilustrada, editorada pela Casa Rex, apresenta nove técnicas tradicionais de bordado e renda, sendo cinco delas consideradas patrimônios imateriais, com descrições detalhadas e passo a passo de seus principais pontos. São elas: Bordado Boa Noite (patrimônio imaterial de Alagoas, original da Ilha do Ferro); Bordado Redendê (natural da região de Entremontes/AL); Bordado Filé (patrimônio imaterial de Alagoas típico da região de Marechal Deodoro); Bordado Labirinto (patrimônio imaterial da Paraíba, tradicional do município de Ingá); Renda Singeleza (Paripueira/AL); Renda Renascença (original do Cariri Paraibano, considerado patrimônio imaterial da Paraíba); Renda Irlandesa (patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Iphan, natural de Divina Pastora/SE) e as Rendas de Bilro do Trairi (CE) e do Cariri (CE).

Bordado Boa Noite.

“Rendas e bordados nos ensinam sobre o tempo, entre agulhas e linhas, encontramos um outro ritmo, onde a presença se torna essencial para expressar narrativas, sentimentos e desafios, transformando-se em metáforas da vida. Essas técnicas nos ensinam sobre a conexão entre as mãos, o coração e a memória. Reconhecendo esse valor, a Artesol acreditou nesse projeto como forma de salvaguarda das técnicas têxteis tradicionais do Brasil, preservando saberes e valorizando tais práticas para garantir que cada fio continue tecendo a cultura e a vida de muitas gerações”, afirma a diretora executiva da Artesol, Josiane Masson.

Sobre as autoras

Helena Kussik é designer e antropóloga, pesquisadora e gestora de projetos no terceiro setor, com foco na valorização dos saberes tradicionais. Idealizadora da Ómana, atua no fortalecimento dos têxteis brasileiros e suas mestras. Desde 2017, atua na Artesol, onde coordena os projetos Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro e Têxteis do Brasil. Em 2025, lança seu primeiro livro, Têxteis do Brasil: Rendas e Bordados, fruto de uma extensa pesquisa sobre os ofícios tradicionais brasileiros.

Bianca Matsusaki é designer, modelista e pesquisadora com foco em sustentabilidade e têxteis artesanais, possui ampla experiência em modelagem e atua em projetos que conectam design e práticas sustentáveis. Atualmente, é professora no Centro Universitário Senac/SP, onde leciona sobre modelagem e sustentabilidade. Sua pesquisa investiga a relação entre moda, práticas artesanais e impacto ambiental, contribuindo para a valorização dos saberes têxteis tradicionais.

Nathália Abdalla é designer e fotógrafa com experiência em iniciativas socioculturais, produção editorial e comunicação visual. Desde 2018, colabora com organizações como Artesol, WWF, ICMBio, Instituto Centro de Vida (ICV) e Instituto Empodera, unindo direção de arte, fotografia e criação de publicações. Foi editora de arte da Revista Urdume (2019-2022) e cofundadora do Instituto Urdume, voltado à pesquisa e comunicação do ecossistema manual latino-americano. Em 2024, lançou a Ophicina 202, estúdio de design e laboratório gráfico dedicado a projetos autorais e comissionados.

Camila do Rosário é ilustradora e artista visual, com trajetória marcada pela interseção entre moda, artes visuais e ilustração editorial. Natural de Santa Catarina e radicada no Rio de Janeiro, trabalha há mais de quinze anos com ilustração para moda, publicidade e publicações editoriais. Sua pesquisa busca expandir linguagens e técnicas, explorando temas ligados à mulher e sua diversidade. Sua produção combina caneta esferográfica, aquarela e acrílica, criando composições delicadas e expressivas. Além de sua atuação no mercado, participou de exposições individuais e coletivas.

Serviço:  

Livro Têxteis do Brasil: Rendas e Bordados

Editora: Artesol

ISBN: 978-85-62423-02-4

Preço: R$180,00 (R$75 durante os eventos de lançamento)

Sinopse: Têxteis do Brasil: Rendas e Bordados é um mergulho na riqueza das práticas têxteis tradicionais, destacando técnicas como Renda Renascença, Renda Irlandesa, Bordado Filé, Renda Singeleza, Bordado Labirinto, Bordado Redendê, Bordado Boa Noite e Renda de Bilros. Com organização e pesquisa de Helena Kussik, textos técnicos de Bianca Matsusaki, ilustrações de Camila do Rosário e fotografias de Nathália Abdalla, o livro resulta de uma extensa pesquisa de campo em comunidades de artesãs. A obra não apenas documenta essas técnicas, mas valoriza as histórias e a resistência das mulheres que mantêm vivas essas tradições. Com um olhar antropológico e artístico, apresenta os têxteis como expressões culturais dinâmicas, conectadas à identidade, à economia criativa e à coletividade.

Roda de conversa, sessão de autógrafos e feira

Quando: 12/3, das 15h às 20h

Onde: Sesc Centro de Pesquisa e Formação – Rua Dr. Plínio Barreto, 285, 4º andar – Bela Vista, São Paulo/SP

Entrada gratuita.

Roda de conversa, sessão de autógrafos e feira

Quando: 13/3, das 15h às 20h

Onde: Instituto Europeo di Design (IED) – Rua Maranhão, 617 – Higienópolis – São Paulo/SP

Entrada gratuita.

Sessão de demonstração das técnicas e feira

Quando: 14/3, das 14h às 18h

Onde: Instituto Europeo di Design (IED) – Rua Maranhão, 617 – Higienópolis – São Paulo/SP

Entrada gratuita.

Sobre a Artesol | www.artesol.org.br

A Artesol é uma organização sem fins lucrativos fundada pela antropóloga Ruth Cardoso em 1998. Atua na salvaguarda de saberes e fazeres artesanais tradicionais e na valorização do artesanato brasileiro junto a centenas de grupos, artesãs, artesãos e artistas populares de todo o país. O foco de seus projetos visa também gerar oportunidades de trabalho e renda para comunidades artesãs através de ações de qualificação profissional e a promoção do comércio justo, como forma de criar um futuro mais próspero para esses criativos, fazedores de cultura. A Artesol também investe em projetos de pesquisa, produção de conhecimento e difusão de conteúdo para fortalecer o setor e fomentar políticas públicas. Promove a inovação da produção artesanal nacional com programas de laboratório e mentorias em negócios que estimulam a autonomia dos artesãos na comercialização com o uso de ferramentas digitais. Presta serviços para programas governamentais e iniciativa privada e realiza eventos culturais de abrangência nacional. É a idealizadora da Rede Artesol – Artesanato do Brasil, que é a maior plataforma digital de mapeamento e articulação do ecossistema do segmento no país.

(Com Bruna Janz/Suporte Comunicação)

Gomide&Co inaugura programação anual de exposições de 2025 com duo de Julia Isidrez e Maria Lira

São Paulo, por Kleber Patricio

Maria Lira Marques 1945 – Sem título [Untitled], 2019-2020 – Assinada (inferior direito) [Signed (lower right)] – Pigmentos naturais sobre papel – [Natural pigments on paper] – 16 x 24 cm [6 1/4 x 9 1/2 in.]

A Gomide&Co anuncia a mostra que inaugura seu calendário expositivo de 2025, uma exposição em duo de Julia Isidrez (Paraguai, 1967) e Maria Lira (Brasil, 1945). Com ensaios críticos inéditos de Sofia Gotti e Chus Martínez e expografia de Lucas Jimeno, a abertura será em 20 de março, às 18h, com visitação até 17 de maio de 2025.

Baseada em projeto apresentado pela galeria em Nova York no ano passado durante a feira Independent 20th Century, a exposição é uma oportunidade para o público brasileiro ter contato com o diálogo entre as obras dessas duas artistas visuais que têm muito em comum, apesar das particularidades regionais e culturais que demarcam suas produções, apresentando as afinidades que são perceptíveis entre seus contextos distantes. Ambas as artistas trabalham a partir de antigas tradições indígenas ou afro-indígenas, criando, nos dias atuais, obras que escapam do programa tradicional da arte no Ocidente. Atuam, também, como líderes comunitárias, contribuindo para a realidade sociocultural dos respectivos locais de origem. São, portanto, vozes que se encontram no âmbito de uma perspectiva do pensamento decolonial, no sentido de reconhecer a plena validade de suas práticas no panorama artístico atual e desafiar paradigmas há muito presentes no circuito oficial de arte.

Julia Isidrez 1967 – Vasija base tinója con tapa dos ranas, 2023 – Assinada [Signed] – Cerâmica [Ceramics] – 77 x 35 x 35 cm [30 1/2 x 14 x 14 in.] – (JIS-0026).

Reunindo as cerâmicas de Isidrez e as pinturas e algumas cerâmicas de Lira (parte das obras apresentadas são inéditas), a exposição oferece uma abordagem sobre os paralelos possíveis entre seus contextos de origem.

De um lado, Itá, no Paraguai, um centro de produção ceramista de caráter próprio, com sustentação na experiência indígena, mais especificamente Guarani, povo que cultiva a tradição das artes do barro, inicialmente marcada pela produção de urnas funerárias e vasos votivos. Devido aos processos de invasão e colonização europeia, permeado por séculos de domínio cultural e religioso, a região tornou-se um ambiente propício para a reinvenção da identidade indígena e mestiza, possibilitando o desenvolvimento de uma prática artística comunitária marcada pela autoria individual – caso de Julia Isidrez, entre outras expoentes do trabalho em cerâmica no país.

De outro, Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, região brasileira marcada pelo processo histórico de exploração de suas riquezas minerais, bem como pelo processo de recuperação cultural promovido entre os anos 1960 e 80 e que resultaram na valorização da cerâmica tradicional afro-indígena praticada ali há séculos pelas populações então escravizadas e de etnias locais, como Xacriabá e Maxacali. A partir dos anos 1980, a região vivencia um processo de valorização cultural que passa também pela música em diálogo com a tradição oral – meio pelo qual Maria Lira despontou no cenário cultural, através do Coral Trovadores do Vale.

Julia Isidrez aprendeu cerâmica com sua mãe, Juana Marta Rodas (1925–2013), seguindo uma tradição matrilinear da cerâmica Guarani que remonta ao período pré-colombiano. Baseando-se em técnicas de suas antepassadas, as peças esculpidas por Isidrez transcendem sua função com um vocabulário expressivo de figuras de animais fantásticos oriundos do contexto local, a cidade de Itá, próxima a Assunção e ao Lago de Ypacaraí. Expondo junto à sua mãe desde cedo, o trabalho da artista foi apresentado em individuais e coletivas na América Latina, América do Norte, Europa e Ásia.

Maria Lira Marques 1945 – Sem título [Untitled], 2021 – Assinada (inferior direito) [Signed (lower right)] – Pigmentos naturais sobre papel [Natural pigments on paper 24 x 32 cm [9 1/2 x 12 1/2 in.] (MLM-0304).

No ano passado, obras suas estiveram em exibição junto às de sua mãe na 60ª edição da Bienal de Veneza, curadoria de Adriano Pedrosa. E, a partir do final de março deste ano, também estarão presentes na 14ª edição da Bienal do Mercosul, curadoria geral de Raphael Fonseca.

A exposição na galeria é a segunda vez que Julia Isidrez é apresentada no Brasil – em especial, em São Paulo –, após uma exposição junto a Ediltrudes e Carolina Nogueira com curadoria de Aracy Amaral em 2017. “Essa exposição, a primeira em São Paulo desde 2017, nos oferece a oportunidade de aprofundar a reflexão sobre as propriedades estéticas das esculturas em exibição, com um claro conhecimento de seu papel mutável em diferentes contextos”, comenta Sofia Gotti.

Nascida e radicada em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, Maria Lira também desenvolveu um interesse precoce pelo trabalho com argila ao observar sua mãe, Odília Borges Nogueira, fazendo presépios. Desde a década de 1980, a artista tem concentrado sua prática na série ‘Meus bichos do sertão’, pinturas com pigmento mineral de animais imaginários que habitam sua mente inventiva.

Julia Isidrez 1967 – Grito de libertad, 2019 – Cerâmica [Ceramics] – 102 x ø 55 cm [40 x ø 21 1/2 in.] (JIS-0051).

Maria Lira realizou sua primeira exposição em 1975 no Sesc Pompeia e, desde então, expôs em diversas instituições nacionais e internacionais, na Bélgica, Holanda, Dinamarca, França e Estados Unidos. No começo de 2024, o Instituto Tomie Ohtake apresentou a primeira individual de caráter institucional dedicada à produção da artista: Roda dos bichos, com curadoria de Paulo Miyada e curadoria assistente de Sabrina Fontenele. Ainda no mesmo ano, a artista esteve presente com obras inéditas no 38º Panorama da Arte Brasileira, curadoria de Germano Dushá e Thiago de Paula Souza e curadoria-adjunta de Ariana Nuala. Além disso, a Gomide&Co em parceria com a Act. Editora lançou sua primeira monografia, Maria Lira, com organização de Rodrigo Moura.

Ambas as artistas também se destacam pela sua atuação no campo do ativismo. Enquanto Maria Lira é conhecida pela fundação do Museu de Araçuaí, criado com o objetivo de abrigar um acervo de objetos e documentos que registram a religiosidade e os usos, costumes e ofícios que constituem a história da cidade, Julia Isidrez se destaca pela Casa Museo Arte en Barro: Julia Isidrez e Juana Marta Rodas, espaço onde leciona para a comunidade local, além de criar suas peças e preservar exemplares da produção de sua mãe.

A exposição a ser apresentada pela Gomide&Co, portanto, procura abordar o que existe de similar ou distinto entre essas duas figuras como meio de difundir um entendimento mais amplo sobre as atuais dinâmicas que demarcam a arte contemporânea na América Latina.

Sobre as artistas

Maria Lira Marques 1945 – Sem título [Untitled], 2023 – Assinada (inferior direito) [Signed (lower right)] – Pigmentos naturais sobre papel [Natural pigments on paper] – 30 x 42 cm [12 x 16 1/2 in.] (MLM-0540).

Maria Lira Marques (Brasil, 1945) nasceu e vive em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha (MG). É ceramista, pintora e pesquisadora autodidata, além de ativista e divulgadora dos artistas e artesãos do Vale do Jequitinhonha. Na década de 1970, conheceu Frei Chico (1942-2023), missionário holandês radicado no Brasil que se tornou seu grande amigo e parceiro profissional. Com ele, esteve à frente do Coral Trovadores do Vale, cujo repertório era formado pelo cancioneiro da região. Também fundaram o Museu de Araçuaí em 2010, criado com o objetivo de abrigar um acervo de objetos e documentos que registram a religiosidade e os usos, costumes e ofícios que constituem a história de Araçuaí.

Sua obra é caracterizada pela integração de uma linguagem gráfica decorrente dos pigmentos naturais com a paisagem sertaneja. Desde a década de 1990, dedica-se ao corpo de trabalho conhecido como ‘Meus bichos do sertão’, pinturas de animais imaginários que compõem um vasto bestiário formal. Realizou sua primeira exposição em 1975 no Sesc Pompeia, em São Paulo e, desde então, expôs em diversas instituições nacionais e internacionais na Bélgica, Holanda, Dinamarca, França e Estados Unidos. No começo de 2024, o Instituto Tomie Ohtake apresentou a primeira individual de caráter institucional dedicada à produção da artista, Roda dos bichos, com curadoria de Paulo Miyada e curadoria assistente de Sabrina Fontenele. Ainda no mesmo ano, a artista participou do 38º Panorama da Arte Brasileira, curadoria de Germano Dushá e Thiago de Paula Souza e curadoria-adjunta de Ariana Nuala, e teve sua primeira monografia, Maria Lira, organização de Rodrigo Moura, publicada pela Gomide&Co em parceria com a Act. Editora.

Julia Isidrez 1961 – Mundo de Julia forma de pera, 2023 – Assinada [Signed] – Cerâmica [Ceramics] 73 x 46 x 42 cm [28 1/2 x 18 x 16 1/2 in.] (JIS-0204).

Julia Isidrez (Paraguai, 1967) aprendeu com sua mãe, Juana Marta Rodas (1925–2013), a trabalhar com o barro, ofício ao qual se dedica profissionalmente. Tanto a mãe quanto a filha honram uma tradição centenária, cujas raízes remontam ao período pré-colombiano do Paraguai, seguindo técnicas de seus antepassados Guarani. Sua cidade natal, Itá, é um centro de produção ceramista de caráter próprio, com sustentação na experiência indígena, mais especificamente Guarani, povo que cultiva a tradição das artes do barro, caracterizada inicialmente pela produção de urnas funerárias e vasos votivos. As obras de Isidrez concentram-se numa padronagem de figuras que vão além dos cântaros e vasilhas, incorporando reproduções de animais característicos de sua região. Suas peças transformam e alteram os aspectos típicos dos animais retratados, trazendo todo um vocabulário visual que desvela a história da artista, muito motivada pela sua mãe, e que tanto influencia os ceramistas de sua região.

Expondo junto à sua mãe desde cedo, o trabalho de Julia Isidrez foi apresentado em individuais e coletivas na América Latina, América do Norte, Europa e Ásia. Obras suas estiveram em exibição junto às de sua mãe na 60ª edição da Bienal de Veneza (2024), curadoria de Adriano Pedrosa, e também estarão presentes na 14ª edição da Bienal do Mercosul (2025), curadoria geral de Raphael Fonseca.

Serviço:

Julia Isidrez e Maria Lira

Local: Avenida Paulista, 2644 – São Paulo-SP

Abertura: 20 de março de 2025 – 18h

Período expositivo: De 21 de março a 17 de maio de 2025

Horários de visitação: segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, sábado das 11h às 17h

Entrada gratuita

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(Com Bernadete Druzian/A4&Holofote Comunicação)