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Adriana da Conceição desloca objetos de suas funções e cria obras de arte

Campinas, por Kleber Patricio

Adriana da Conceição. Série Estruturas Invisíveis, fotografia, 0,10 x 0,15cm, 2017.

Um olhar atento, telas protetoras de construção, detalhes de ornamentos em escadas, restauros de prédios e até mesmo um acidente doméstico fazem parte da pesquisa da artista visual Adriana da Conceição. O resultado das observações e produção dela, com cinco obras de arte inéditas, será apresentado na exposição individual ‘Dialéticas arquitetônicas [des] construídas’, que conta com a curadoria de Andrés I. M. Hernández. A mostra abre no dia 9 de maio, quinta-feira, às 19h, no AT AL 609 – Lugar de Investigações Artísticas.

Arquiteta de profissão, Adriana divide sua rotina, desde 1998, entre a arte e os projetos de seus clientes – o que não deixa de ser um fazer artístico. Após um tombo em casa, em 2016, ela fraturou o braço e precisou fazer uma cirurgia para o implante de uma prótese de aço com 15 parafusos. Um insight no momento do curativo que estavam fazendo em seu braço lhe deu a visão do quanto sua pesquisa artística engloba suas vivências e seu entorno. “Ver aquele ‘desenho’ sendo trançado fez com que eu ‘lincasse’ tudo dentro do meu processo criativo. Ali estava a tela de proteção e a escada que ajuda a estruturar a circulação entre os pisos da arquitetura. Afinal, a cirurgia e a prótese estavam servindo para reestruturar o que havia se rompido”, declara ela.

Adriana da Conceição. Série Estruturas Invisíveis, fotografia, 0,10 x 0,15cm, 2017.

E é a partir do reconhecimento da importância da prótese de aço para sua recuperação que a artista passa a falar também sobre o corpo, além das estruturas arquitetônicas. Nesta nova mostra, ela traz obras inéditas a partir da estrutura da prótese reproduzida em argila e madeira em diversas escalas. Outras obras que ainda não participaram de nenhuma mostra também estarão lá, como os 70 pequenos degraus que Adriana retirou das várias camadas exploradas do objeto escada. A artista fará uma performance da série ‘Enraizado, em mim’ logo na abertura da mostra. Três vídeos, sendo dois da série ‘Entre o vão e o acesso’ e um da ‘Vias de passagens’ ainda inéditos também serão exibidos.

O espaço expositivo de aproximadamente 46 metros quadrados recebe a expografia criada por Hernández apresenta desde fotografias a performance, passando por pinturas, colagens, croquis, desenhos, livros de artista e instalações – e um conjunto de obras foi selecionado para dialogar com o espectador. Há objetos de diversos tamanhos e escalas, desde uma reprodução de um pequeno degrau, até uma tela em acrílico de 1,20 x 1,00 m na parede. Falando sobre seu processo artístico, a artista aponta que tudo começa com um registro fotográfico, depois passa pelo croqui em pequena escala e, ao final, pode se transformar em um objeto na escala 1:1, como ‘Carimbo’ que estará na mostra.

Adriana da Conceição. Série Estruturas Invisíveis, fotografia, 0,10 x 0,15cm, 2017.

Hernández acompanha a artista há alguns anos como curando suas exposições como ‘Estratégias visuais no site arquitetônico’, na Rabeca Cultural, em 2017. No ano seguinte, organizou duas mostras: ‘Vias de passagem’, no Subsolo-Laboratório de Arte, e ‘Estratégias visuais [em um novo] site arquitetônico’, na Sociedade Hípica de Campinas, além de ter apresentado as obras da artista no Canadá. Para ele, “a exposição em questão evidencia uma sólida evolução e maturidade na trajetória de Adriana como artista visual”.

Material de reuso

Voltando às restaurações e reformas em imóveis, Adriana diz se interessar pelas construções antigas, porque aqueles que ela observa estão sendo restaurados para serem preservados. “A tela de proteção de construção para mim significa um cuidado que estão tendo com aqueles quase ‘indivíduos’”, diz. E, ao reproduzir no desenho aquelas estruturas, percebeu que tinham volume e que ali estava a memória deles. “E é isso o que me importa”, ressalta.

Há anos a artista optou por utilizar material de reuso, explorando múltiplas modalidades artísticas – fotografia, pintura, colagem, cerâmica – e várias escalas usadas na arquitetura. E essa escolha repercute em suas obras continuamente como em um diálogo, sendo possível ver essa transmissão de uma obra para outra. Esse processo também repercutiu na residência artística que participou em 2023 do grupo internacional Broken Forest, em Paranapiacaba, quando usou as telas de proteção, tão presentes em sua pesquisa, para embrulhar os troncos das árvores mantendo seu discurso de preservação e cuidado com a natureza, com a questão do descarte, e o reuso de material.

Adriana da Conceição – Série Enraizado em mim, fotografia, 0,21 x 0,15cm,2024.

A visão certeira de Adriana faz com ela explore, por exemplo, a estrutura e forma de uma escada para deslocar o objeto de sua função literal, apresentando-a em linhas, pontos e movimento. Enquanto na arquitetura as escadas são estruturas que dão acesso a algum lugar, na arte, Adriana vê ali movimento, a subida, a descida, as linhas. Nada é trabalho como um elemento unicamente literal. “As dialéticas sensoriais exploradas e projetadas contrapõem a concretude do fazer arquitetônico em espirais artísticos onde a mutabilidade do fazer e, do feito apropriado e/ou registrado, diluem os discursos dogmáticos nas artes visuais”. Com essas palavras, Hernández analisa o fazer, o criar da artista.

Adriana da Conceição

Adriana é campineira e é formada em arquitetura e urbanismo desde 1982 pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCamp) e logo começou a trabalhar na área. Em 1998, iniciou na aquarela com Vera Ferro, quando seguiu também para a pintura em tinta acrílica. Neste mesmo ano, fez sua primeira exposição individual em Lisboa e foi selecionada para expor no Banco Central, em Brasília. De lá para cá, não parou mais e afirma que a arquitetura a alimenta para sua pesquisa artística, porque ela está sempre reproduzindo o que vê na arquitetura dos prédios, dos objetos e outros fragmentos.

Serviço:

Abertura da exposição ‘Dialéticas arquitetônicas [des]construídas’, de Adriana da Conceição Curadoria: Andrés I. M. Hernández

Dia: 9 de maio – quinta-feira – Horário: 19h

Período de visitação: os interessados devem entrar em contato pelo Instagram @609atal ou pelo e-mail lugardeinvestigacoesartisticas@gmail.com

Local: AT AL 609 – Lugar de Investigações Artísticas – Rua Antônio Lapa, 609 – Cambuí – Campinas – SP.

(Fonte: AT AL 609)

Cinco restaurantes de luxo no mundo com hortas próprias e menu “do campo para a mesa”

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Restaurante Mina, Botanique Hotel Experience. Foto: Divulgação.

Em um mundo cada vez mais consciente da importância da procedência dos alimentos, a culinária ‘farm to table’ tem ganhado destaque, unindo ingredientes frescos e sazonais diretamente do campo para a mesa. Nessa jornada gastronômica, os sabores autênticos se encontram com a excelência culinária, resultando em experiências únicas e memoráveis. Confira aqui 5 sugestões no mundo para conhecer a tendência, sendo duas delas no Brasil.

Mina, Hotel Botanique – Mantiqueira Paulista, Brasil | Localizado no coração da deslumbrante Mata Atlântica, o restaurante Mina do Hotel Botanique Hotel Experience oferece uma experiência verdadeiramente indulgente. Sob a orientação do renomado chef Cristóvao Duque, com passagens em casas internacionais estreladas, incluindo Alan Ducasse, cada prato é uma obra-prima que celebra os ingredientes frescos e sazonais, colhidos diretamente dos jardins orgânicos da propriedade, por onde se espalham mais de 300 caixas de hortas. www.botanique.com.br

L’Arpège, Paris. Foto: Julie Anseau.

L’Arpège – Paris, França | Fundado pelo renomado chef Alain Passard, o L’Arpège é um templo gastronômico onde a simplicidade e a excelência se encontram. Localizado no coração de Paris, o restaurante é famoso por sua abordagem inovadora à culinária francesa, com um foco especial em vegetais frescos e orgânicos provenientes da própria fazenda do chef. Um vegetariano luxuoso, que excede as expectativas com propostas saborosas e inventivas onde simplicidade e qualidade fazem a festa do paladar.

Food Circle, Comporta, Portugal. Foto: Divulgação.

Food Circle, Comporta, Portugal | Para uma experiência gastronômica íntima e imersiva do hotel Sublime Comporta, Portugal, 12 convidados – uma mistura de visitantes internacionais e clientes portugueses regulares – se reúnem todas as noites de verão e início de outono ao redor de um balcão em um pavilhão ao ar livre localizado no coração do jardim orgânico de 16.000 metros quadrados do hotel. O chef Tiago Santos e seus assistentes criam um menu degustação diferente a cada dia com base nas 300 variedades de vegetais e ervas do jardim que estão em seu auge, além de peixes capturados de forma sustentável e carnes criadas a pasto fornecidas por fornecedores locais confiáveis.

Simone Ristorante. Foto: Divulgação.

Simone Ristorante, São Paulo | Em um enclave quase secreto na Rua Pedroso Alvarenga, Itaim, está o Simone Ristorante, do chef Simone Parattella, de Alba, região na Itália que mais concentra restaurantes estrelados no Michelin. No topo do sobrado, a horta do chef abastece a cozinha com temperos, legumes, frutos, verduras e flores comestíveis cultivadas organicamente. Tem ambiente elegante, com dois andares, cozinha aberta, paredes de mármore verde, mesas e balcão de onde se vê a equipe soltar belos preparos como o Crudo di Tonno (atum fresco batido na faca, Citronette de limão siciliano e Caviar Mujjol) e o Gnocchi a l’Ostriche e Tartufo (Gnocchi na manteiga italiana queimada, Ostras Frescas e Tartufo Nero da Estação). Uma bela adega exibe somente rótulos italianos de produtores premiados como Angelo Gaia e Antinori, apenas citando alguns.

Geranium, Kopenhagen. Foto: Claes Bech-Poulsen.

Geranium – Copenhague, Dinamarca | Sob a liderança do visionário chef Rasmus Kofoed, o Geranium é um ícone da culinária nórdica contemporânea. Colaborando de perto com agricultores, pescadores e ‘foragers’ locais, o restaurante oferece pratos que refletem a riqueza e a diversidade dos ingredientes encontrados na região e na horta que cultivam. A especialidade é a cozinha escandinava com ingredientes da estação servida no oitavo andar do estádio da capital dinamarquesa, com uma vista para um belíssimo parque, não para o gramado da arena Parken. Alguns dos delicados pratos do menu vêm enfeitados com gerânios, que dão nome ao restaurante, e outros tipos de flores.

(Fonte: Lucia Paes de Barros Assessoria de Imprensa)

Mudanças climáticas reduziram diversidade genética de pássaros na Amazônia nos últimos 400 mil anos

Amazônia, por Kleber Patricio

Estudo foi realizado com pássaros do gênero Willisornis, conhecidos no Brasil como rendadinhos ou formigueiros. Foto: Tony Catro/Wikimedia Commons.

As mudanças climáticas ocorridas ao longo dos últimos 400 mil anos gravaram seus efeitos no genoma de pássaros da Amazônia. Um artigo publicado na última quarta (24) na revista científica “Ecology and Evolution” mostrou que as linhagens de aves do gênero Willisornis residentes no sul, sudeste e leste da Amazônia têm menor diversidade genética e padrões de flutuação populacional mais variados em relação a grupos de outras regiões do bioma. Isto indica reduções bruscas no tamanho da população e fortes eventos de migração nos últimos milênios. A pesquisa tem participação de instituições nacionais, como a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Universidade Federal do Pará (UFPA) e o Instituto Tecnológico Vale (ITV), e de instituições internacionais como a Universidade de Toronto.

O estudo foi realizado com pássaros do gênero Willisornis, conhecidos no Brasil como rendadinhos ou formigueiros. Os pesquisadores sequenciaram o genoma de nove indivíduos pertencentes a diferentes grupos encontrados na região amazônica. O processo envolveu a extração e análise de todas as informações contidas no DNA das aves. Com esses dados, modelos computacionais auxiliaram o grupo a estudar fatores como o impacto de mudanças ambientais ao longo de um determinado período histórico no tamanho das populações, relações de parentesco entre os indivíduos e diversidade genética.

Para Alexandre Aleixo, autor líder da pesquisa, o mecanismo natural de contração e expansão da cobertura vegetal da floresta amazônica tem grande papel nesse histórico. “A Amazônia é como uma sanfona que se expande e contrai dependendo do clima”, comenta o pesquisador. Ele explica que as regiões sul e sudeste estão localizadas justamente sobre a faixa de ‘sanfona’ e, lá, durante períodos secos, a floresta úmida se transforma em ambientes abertos, como cerrados. “Quando tem floresta, as populações dessa ave se instalam e, quando não tem, desaparecem ou diminuem bastante”, completa.

Cada um desses eventos de migração ou redução populacional deixa uma marca no material genético das linhagens. Grupos menores, por exemplo, tendem a apresentar taxas maiores de cruzamentos entre parentes, o que resulta em uma baixa diversidade genética e, consequentemente, menor resistência a possíveis mudanças do ambiente. O caso do estudo, no entanto, mostrou que, mesmo com baixa variabilidade genética, as populações de Willisornis foram capazes de resistir às contínuas perturbações climáticas na floresta tropical, trazendo à tona um importante questionamento. “A gente quer entender se existem genes relacionados com essa maior resistência”, pontua Aleixo.

O passado registrado no DNA desses pássaros pode estar prestes a se repetir. O artigo explica que a floresta tropical no sul e no leste da Amazônia está, atualmente, próxima de seus limites climáticos e que um aquecimento global de 3 a 4ºC poderia representar uma nova mudança para um ambiente de vegetação aberta. Nesse contexto, pesquisas genéticas também podem contribuir para estratégias de conservação. “Podemos encontrar no genoma das populações que sobreviveram às mudanças climáticas passadas características que permitam que elas resistam às mudanças futuras, assim como identificar grupos mais diversos que podem ser matrizes para reintrodução em outros locais”, diz o autor.

O estudo abre caminho para novas investigações sobre o efeito das mudanças climáticas e da cobertura vegetal na história genética dos seres vivos. “Esse foi o primeiro trabalho que aponta para uma resiliência dentro de algumas populações de espécies da Amazônia. Agora, queremos explorar isso melhor”, releva Aleixo. O pesquisador pontua que o grupo já está em contato com outras instituições de pesquisa para desenvolver trabalhos mais amplos, levando em conta espécies de répteis e plantas, por exemplo.

(Fonte: Agência Bori)

Uso noturno de telas está associado a alimentação menos saudável de crianças e adolescentes

Florianópolis, por Kleber Patricio

Foto: FreePik.

Crianças e adolescentes que usam mais celulares, videogames e televisão à noite tendem a consumir menos alimentos saudáveis nas refeições noturnas. Em vez de frutas, verduras e legumes, a dieta desses jovens pode conter mais alimentos ultraprocessados e ricos em açúcares e gorduras, como doces, hambúrguer e pizza. A conclusão está em artigo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) publicado na sexta (3) na “Revista de Nutrição”. Segundo a pesquisa, aqueles que usam até um dispositivo costumam consumir menos frutas, verduras e legumes; o uso de até dois dispositivos resulta em maior chance de ingerir doces e usar três ou mais dispositivos está associado ao consumo de mais ultraprocessados e lanches.

A análise envolveu 1.396 escolares com idades entre 7 e 14 anos, com e sem sobrepeso, de 19 escolas públicas e 11 instituições particulares, localizadas em regiões diversas de Florianópolis (SC). Informações sobre seus hábitos cotidianos foram coletadas por meio do questionário Consumo Alimentar e Atividade Física de Escolares, aplicado de forma virtual entre novembro de 2018 e dezembro de 2019 como parte do Estudo da Prevalência da Obesidade em Crianças e Adolescentes de Florianópolis.

Conduzido desde 2002 na capital catarinense, o estudo monitora sobrepeso e obesidade entre crianças e adolescentes, buscando entender fatores associados a eles. Suas edições anteriores apontaram para tendências de aumento do sobrepeso e obesidade neste público, que foi de 30%, em 2002, para quase 34% no levantamento mais recente.

O uso de telas se destaca como fator associado ao ganho de peso que pode ser modificado. “A utilização das telas pode vir acompanhada de propagandas de alimentos ultraprocessados, que estimulam sua compra e consumo e que devem ser evitados”, ressalta a pesquisadora Patricia Hinnig, pesquisadora da UFSC e uma das autoras do estudo. Ela destaca a necessidade de orientação acerca do uso de telas e da alimentação saudável. “Essas ações podem ser realizadas no ambiente escolar como parte do Programa Saúde nas Escolas ou de atividades de Educação Alimentar e Nutricional. É fundamental que alcancem também as famílias e estejam associadas a outras ações de promoção da saúde no âmbito da Atenção Primária à Saúde”, indica.

A próxima edição do estudo sobre prevalência de obesidade em crianças e adolescentes de Florianópolis está prevista para 2025, a primeira desde a pandemia de Covid-19. “Será possível avaliar o comportamento da obesidade nos escolares após a pandemia. Com dados de consumo alimentar, atividade física e uso de telas, poderemos avaliar as tendências ao longo do tempo”, explica a pesquisadora.

(Fonte: Agência Bori)

Centro Cultural Casarão será palco do Festival Arreuní! 2024

Campinas, por Kleber Patricio

João Arruda. Foto: Alik Wunder.

O Festival Arreuní! 2024 trará músicos, cantadores e compositores ao Centro Cultural Casarão, em Barão Geraldo, Campinas (SP) para uma série de apresentações a partir de 5 de maio (domingo), às 15h, com entrada gratuita. A proposta é divulgar as diferentes vertentes da música tradicional brasileira, reunindo artistas de culturas distintas para compartilhar a diversidade e versatilidade de suas composições e interpretações, valorizando a cultura interiorana em sua multiplicidade e fomentando o intercâmbio musical entre diferentes estados do país.

Cada músico, com seu estilo musical próprio, receberá um músico convidado para criar uma cantoria conjunta, apresentando composições e improvisando num clima descontraído de troca e cocriação. Entre canções e causos, o público recebe o convite para se ‘arreuní’ com músicos que apreciam e enriquecem a música tradicional e popular brasileira.

Kátya Teixeira. Foto: Fá Cabral.

Quem recebe os artistas no palco, mediando e coordenando a prosa, é João Arruda, violeiro e cantador da cidade de Campinas, idealizador, criador e curador do festival. No total, serão 8 encontros com 16 artistas de diferentes regiões do Brasil, entre maio e setembro de 2024, no Centro Cultural Casarão de Barão Geraldo. Todos os encontros se iniciarão às 15h, tendo cerca de 1h30 de duração, com entrada gratuita e livre para todos os públicos. O festival também oferecerá banheiros com acessibilidade, apoio de uma equipe de suporte para pessoas com necessidades especiais de mobilidade, e tradução em libras durante as apresentações.

O projeto Arreuní! tem o patrocínio do Governo do Estado de São Paulo, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, do Governo Federal, do Ministério da Cultura e da Lei Paulo Gustavo.

Programação e artistas

Os artistas convidados têm em comum o fato de “beberem da fonte” e criarem composições que expressam as múltiplas identidades culturais brasileiras. Arreuní! propõe a união de diferentes influências em um mesmo tempo/espaço para oferecer ao público a oportunidade de viver uma experiência única e conhecer excelentes músicos que, apesar de consagrados, têm pouca circulação nas grandes mídias.

5/5 Kátya Teixeira e Consuelo de Paula (15h)

Kátya Teixeira é cantora, instrumentista e compositora paulistana, pesquisadora da cultura popular brasileira e com oito discos lançados. Traz em seu trabalho o resultado de suas andanças pelo Brasil, garimpando saberes e sonoridades que incorpora a sua musicalidade ao longo de 30 anos de carreira.

Consuelo de Paula é cantora, compositora, poeta e diretora artística mineira, produtora musical de seus próprios trabalhos e de outros artistas. Já teve composições gravadas por nomes como Maria Bethânia, Alaíde Costa e vários artistas da nova geração.

26/5 Déa Trancoso e Wilson Dias (15h)

Déa Trancoso é cantautora, atriz, escritora e pesquisadora. Doutora em Educação pela Unicamp, articula em suas produções arte, clínica, ciência, alegria e cura.

Wilson Dias é cantador e violeiro. Sua música propõe ressonâncias entre cosmologias rurais e urbanidades contemporâneas, abrindo derivas por onde transitam os fundamentos da cultura popular brasileira. Possui oito discos lançados pelo seu selo, Picuá Discos.

9/6 Ana Paula da Silva e Sinhá Rosária (15h)

Ana Paula da Silva é compositora, cantora e instrumentista com sete discos gravados. Bisneta de negros e de caboclos, retrata em sua obra o que carrega em ancestralidade, experiências musicais e vida. Tambores entrelaçados a melodias e corpo presente compõem sua música e suas interpretações ao longo de 27 anos de carreira.

Sinhá Rosária – Aos 88 anos, a cantora e compositora popular campineira Rosária Antônia preserva e divulga cantos, ritmos e danças do samba-de-bumbo campineiro, samba-de-lenço rural paulista, jongo, coco, maracatu, samba de roda, bumba-meu-boi, baião e lundu, entre outros. Acompanhada do violeiro e percussionista João Arruda, canta as músicas que compôs e aprendeu.

7/7 Titane e Maurício Tizumba (15h)

Titane – Beirando os 40 anos de estrada e intérprete por excelência, cultiva em seu repertório híbrido clássicos da MPB, compositores contemporâneos, anônimos e influências da música do interior do país, em especial do congado mineiro, manifestação da população de ascendência negra de Minas Gerais, seu estado de origem.

Maurício Tizumba – Ator, compositor, cantor, multi-instrumentista, diretor musical e capitão de congado, estabelece diálogo entre diversas linguagens e entre a arte e as manifestações populares tradicionais da cultura afro-brasileira e afro-mineira. Formado pelo Teatro Universitário da UFMG, transita por cinema, TV e teatro, tendo atuado em 28 espetáculos.

14/7 Déo Lopes e Victor Mendes (15h)

Déo Lopes começou sua carreira em 1980 no movimento do teatro Lira Paulistana, tocando em diversas casas e teatros. Nos últimos 30 anos, viajou por MG, MA, MS, BA, GO e SP, buscando em suas composições o que sempre acreditou, anseios, crenças, seu pensamento sobre ecologia, meio ambiente e amor, e o sentido do entendimento, do encontro e do desencontro.

Victor Mendes – Natural de São José dos Campos, seu primeiro disco foi ‘Puisia’ (2014) com o grupo Trio José, trabalho sobre a obra do poeta mineiro Juca da Angélica. Em 2017, lançou seu primeiro disco solo, ‘Nossa Ciranda’, ao lado de Paulo Nunes, poeta e letrista. Déo Lopes e Victor Mendes se aproximaram, iniciando uma amizade e parceria musical no disco ‘Concerto Sentido’ (2022).

4/8 Alessandra Leão e Sapopemba (15h)

Alessandra Leão é compositora, cantora, percussionista e produtora musical indicada ao Grammy Latino, com nove discos lançados. Em 25 anos de carreira, atuou e compôs ao lado de importantes músicos. Já se apresentou em países da Europa, América Latina e América do Norte. Ministra aulas de voz e de ilu (tambor usado nos terreiros de Xangô e Jurema em PE) e é curimbeira.

Sapopemba – Natural de Penedo (AL), migrou para São Paulo aos 14 anos. É percussionista, cantor, caminhoneiro e motorista, conhecendo o Brasil de norte a sul. Passou a vida pesquisando a cultura popular afro-brasileira, tendo um profundo conhecimento de tradições do coco beiradeiro, cantigas de Candomblé e samba de roda. Seu primeiro CD solo é ‘Gbọ́’ (2020).

25/8 Manu Saggioro e Levi Ramiro (15h)

Manu Saggioro – Cantora, compositora e instrumentista paulista, natural de Jaú (SP), trilha o caminho da música desde 2001. Gravou em álbuns de Déa Trancoso e Levi Ramiro. Estreou em 2019 com seu álbum ‘Clarões’. Manu também integra o Quarteto Caipira Paulista e o duo Dama Gaia ao lado, da cantora Daísa Munhoz.

Levi Ramiro – Violeiro e artesão conhecido por tocar nas violas que ele próprio constrói feitas com cabaça. Tem 11 álbuns gravados com músicas autorais e parcerias. Entre elas, canções e instrumentais que celebram a natureza e a poesia da vida interiorana. Lançou recentemente o livro: ‘Mãos que fazem, mães que tocam (partituras, tablaturas e uma breve história)’.

1/9 Nádia Campos e Marcílio Menezes (15h)

Nádia Campos – Cantadeira, multi-instrumentista, compositora, pesquisadora, educadora e produtora de Belo Horizonte (MG). Recorreu diversos rincões pesquisando ritmos, cantos e tradições raízes brasileiras e latinas. Se apresenta em diversos espaços e encontros de música e cultura popular no Brasil e no exterior. Tem três discos gravados.

Marcílio Menezes – Artista mineiro cujas composições retratam a pluralidade cultural brasileira, valorizando manifestações regionais, memórias e saberes, com reflexões sobre proteção ambiental, preservação do território indígena, igualdade social e respeito à ancestralidade. Traz em seu repertório canções inéditas e releituras de sucessos da música popular brasileira.

Serviço:

Festival Arreuní! 2024

Local: Centro Cultural Casarão

R. Aracy de Almeida Câmara, 291 – Barão Geraldo, Campinas (SP)

Encontros de maio a setembro de 2024 nos seguintes domingos:

5/5, 26/5, 9/6, 7/7, 14/7, 4/8, 25/8 e 1/9 – Horário: das 15h00 às 16h30

Entrada gratuita. Classificação livre para todos os públicos.

(Fonte: Quanta Cultura)