Cientistas rebatem argumentos sobre custos de publicação e dificuldades de infraestrutura; entre pontos para tornar a ciência mais aberta estão mudanças na política de avaliação e estímulo ao compartilhamento de dados
Brasil
O Parque Nacional da Serra da Capivara, localizado no estado do Piauí, lançou uma novidade tecnológica que promete ampliar o acesso ao local. Em um passeio virtual que abrange toda a região, o visitante tem a sensação de estar fazendo um sobrevoo pelo local e visitando o parque sem sair de casa.
Na visita virtual, é possível ingressar no sítio arqueológico, nos mirantes e apreciar a paisagem geológica, cultural e natural. O projeto permite ver, em detalhes, as pinturas rupestres gravadas nos diversos paredões por meio de uma parceria com o Serviço Geológico do Brasil. A ideia é disponibilizar imagens e linguagem acessível para complementar a experiência dos visitantes.
O projeto é montado com dezenas de imagens em 360º de toda a paisagem. São paredões, mirantes e rochas esculpidas pelo tempo que podem ser vistas em ótima qualidade de forma gratuita neste link.
O parque
O Parque Nacional Serra da Capivara foi criado em 1979 para preservar vestígios arqueológicos da mais remota presença do homem na América do Sul. Sua demarcação foi concluída em 1990 e o parque é subordinado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Por sua importância, a Unesco o inscreveu na Lista do Patrimônio Mundial em 13 de dezembro de 1991 e também na Lista Indicativa brasileira como patrimônio misto.
Com uma área de aproximadamente 130 mil hectares, está localizado no sudeste do Estado do Piauí e ocupa parte dos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias. A distância que o separa da capital do Estado, Teresina, é de 530 quilômetros. Em seu entorno, foi criada uma Área de Preservação Permanente (APP) com dez quilômetros de raio que constitui um cinturão de proteção suplementar. Com isso, os sítios estão protegidos e íntegros no que concerne à sua preservação física e à sua compreensão.
Ecoturismo | É um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações. Na prática, o Ecoturismo pressupõe o uso sustentável dos atrativos turísticos.
(Fonte: Ministério do Turismo – Governo do Brasil)
A TV Cultura exibe no domingo (17/3), a apresentação inédita da orquestra Brasil Jazz Sinfônica com Alaíde Costa e Fernanda Takai, na Sala São Paulo. Parte da série Encontros Históricos, o concerto conta com a participação especial da harpista Cristina Braga e vai ao ar às 20h com apresentação de Chris Maksud.
Ao lado da orquestra, sob a batuta do maestro Ruriá Duprat, Alaíde Costa e Fernanda Takai cantam as músicas ‘Olha Pro Céu’ (Tom Jobim); ‘A Pobreza’ (Renato Barros); ‘Espero’ (Fernanda Takai/John Ulhoa); ‘Morrer de Amor’ (Oscar Castro-Neves/Luvercy Fiorini); ‘Absinto’ (Gilson Peranzzetta/Fátima Guedes); ‘Aos Meus Pés’ (João Bosco/Francisco Bosco); ‘Dindi’ (Tom Jobim/Aloysio de Oliveira); ‘Me Deixa Em Paz’ (Evaldo Freire); e ‘Diz Que Fui Por Aí’ (Zé Kéti/Hortencia Rocha).
(Fonte: TV Cultura)
“O Ninho, um recado da raiz”, espetáculo inédito escrito e dirigido por Newton Moreno, é uma novela cênica sobre a intolerância e o ódio em terras brasileiras, no canavial nordestino.
A peça conta a história de um rapaz que descobre ter sido deixado numa roda de enjeitados de um convento por uma família. E, quando ele quer saber que família é essa, resvala em heranças que ele não imaginava.
A encenação, conta o diretor, trabalha com um tripé formado pelo texto, o ator e a música em cena. “É no jogo entre essas três forças que a encenação se dá. A música é executada ao vivo e esses atores estão entregando essa verdade, essa busca desse menino. Só que aqui temos realmente uma história mais seca, que flerta com o trágico”, comenta Moreno.
No elenco, Paulo de Pontes, Tay Lopez, Kátia Daher, Badu Morais, Rebeca Jamir e Jorge de Paula, além dos músicos André Bedurê e Pablo Moura.
Serviço:
O Ninho, um recado da raiz
Estreia dia 15 de março – Temporada até 21 de abril
Sessão extra na sexta 19/4, às 15h – no dia 29/3, feriado, o Sesc não abre
De sexta a domingo; sextas e sábados às 20h – domingo às 18h
Valores: R$15 (Credencial Plena), R$25 (Meia) e R$50 (Inteira)
Local: teatro (297 lugares) – 16 anos
Duração: 90 minutos
Venda de ingressos disponíveis pelo APP Credencial Sesc SP, no site sescsp.org.br/bomretiro ou nas bilheterias.
Estacionamento do Sesc Bom Retiro – (vagas limitadas)
O estacionamento do Sesc oferece espaço para pessoas com necessidades especiais e bicicletário. A capacidade do estacionamento é limitada. Os valores são cobrados igualmente para carros e motos. Entrada: Alameda Cleveland, 529.
Valores: R$5,50 a primeira hora e R$2 por hora adicional (Credencial Plena). R$12 a primeira hora e R$3 por hora adicional (Outros). Valores para o público de espetáculos à noite R$7,50 (Credencial Plena). R$15 (pelo período).
Horários: terça a sexta: 9h às 20h – sábado: 10h às 20h – domingo: 10h às 18h
Importante: Em dias de evento no teatro, o estacionamento funciona até o término da apresentação.
O Sesc Bom Retiro oferece transporte gratuito circular partindo da Estação da Luz. O embarque e desembarque ocorre na saída CPTM/José Paulino/Praça da Luz. No dia de espetáculos, o serviço atende até o término da apresentação. Consulte os horários disponíveis de acordo com a programação.
Sesc Bom Retiro
Alameda Nothmann, 185 – Campos Elíseos, São Paulo – SP
Telefone: (11) 3332-3600
Siga o Sesc Bom Retiro nas redes sociais:
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Fique atento se for utilizar o Uber para vir ao Sesc Bom Retiro. É preciso escrever o endereço completo no destino, Alameda Nothmann, 185; caso contrário, o aplicativo informará outra rota/destino.
(Fonte: Sesc Bom Retiro – Assessoria de Imprensa)
O Brasil foi o primeiro país no mundo selecionado para participar de um projeto de sustentabilidade no turismo fomentado pelo governo da Alemanha. O memorando de entendimentos foi assinado no último dia 7 durante a Feira Internacional de Berlim (ITB), principal evento de turismo da Europa, e tem como partes a Embratur e a German Travel Association (DRV), principal associação do setor de viagens da Alemanha, que reúne cerca de 4.500 membros e empresas do setor no país, entre companhias aéreas, rede hoteleira e agências de viagem.
A DRV é membro do programa Plataforma Nacional Turismo do Futuro, criado pelo ministério alemão de Assuntos Econômicos e Ação Climática (BMWK), e foi designado como o principal parceiro quando se trata de cooperação com destinos internacionais. A plataforma financia ações que confiram sustentabilidade ao turismo praticado dentro do país. O projeto de que o Brasil foi selecionado para participar como “destino piloto” agora busca mitigar o impacto do turismo praticado pelo turista alemão em outros países.
O programa vai identificar iniciativas inovadoras sustentáveis em parceria com a WWF em destinos de interesse dos alemães no país, realizar visitas de inspeção nestas localidades e atuar, em parceria com o governo brasileiro e a DRV, com intercâmbio de tecnologia e boas práticas para garantir que todo o impacto do turismo nestas regiões seja positivo para o meio ambiente e para as comunidades locais, com geração de empregos e desenvolvimento social.
A terceira etapa é a promoção: o projeto prevê que os destinos qualificados serão considerados prioritários para a venda de pacotes pelas agências e empresas aéreas, o que deve impulsionar a chegada de alemães ao Brasil nos próximos anos. “O objetivo é apoiar ativamente o desenvolvimento de produtos turísticos inovadores e sustentáveis em destinos que atendam ao mercado alemão. O plano é analisar e avaliar produtos turísticos em regiões selecionadas do Brasil”, destaca trecho do memorando de entendimento assinado em Berlim.
Na parceria, caberá à Embratur, junto com South America Tours (SAT) e WWF, indicar os destinos que já possuam projetos de desenvolvimento sustentável para ofertar ao trade emissor alemão através do programa e também apontar os destinos que despertam grande interesse do mercado internacional, mas ainda precisam avançar na adaptação de suas atividades.
Inicialmente, foram indicados destinos de natureza no Pantanal e na Amazônia, que deverão ser visitados pela comitiva alemã em novembro deste ano. A Embratur também atuará no roteiro e receptivo da comitiva com 15 membros das maiores operadoras de turismo do país.
Do lado alemão, são parcerias do projeto as operadoras de turismo TUI e DER Touristik, a Ong WWF e a companhia aérea Lufthansa.
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, esteve na Alemanha para a assinatura do termo e comemorou o resultado. “Iniciamos o diálogo para que fôssemos o país escolhido para esse projeto há exatamente um ano, quando estivemos aqui na mesma feira ITB. Agora voltamos para o Brasil com essa grande notícia: a principal entidade de turismo da Alemanha, apoiada pelo governo federal, vai nos ajudar a trazer turistas para visitar os destinos sustentáveis de nosso país. Mais que isso, vão nos ajudar a acelerar nosso processo de desenvolvimento de nossos serviços turísticos com foco na sustentabilidade”, disse.
Dados | Maior emissor de turistas da Europa e 2° mundial, a Alemanha é o terceiro país europeu que mais visita o Brasil, atrás apenas de França e Portugal. Em 2023, foram 158.582 turistas alemães em território tupiniquim. O número é 31% maior que no ano anterior, quando o registro foi de 120.670. A previsão para este ano é de que os destinos brasileiros recebam 215.336 viajantes do país germânico. Os dados de visitantes do exterior são da Gerência de Dados da Embratur em parceria com o Ministério do Turismo (MTur) e a Polícia Federal (PF).
(Fonte: Embratur – Ministério do Turismo)
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está colaborando para a promoção de um novo modelo de luta pela democratização do acesso à terra que leva em conta as necessidades de adaptação geradas pela crise climática. A conclusão é de uma pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) publicado nesta sexta (15) na revista científica “Desenvolvimento & Meio Ambiente”.
Para investigar as possíveis influências das mudanças climáticas nas disputas sociais e políticas, os cientistas realizaram um estudo de caso no assentamento Mário Lago, em Ribeirão Preto, São Paulo, regulamentado como assentamento de reforma agrária desde 2008. Em abril de 2022, foram entrevistadas 16 pessoas que habitam o local ou atuam em projetos no assentamento há mais de cinco anos, além de um promotor de justiça envolvido com o processo de ocupação da área onde antes operava a Fazenda da Barra.
As perguntas envolveram motivações, experiências e pretensões dos assentados e acampados quanto à terra ocupada. “Em certos momentos, os entrevistados mobilizaram argumentos vinculando as necessidades sociais e econômicas do município à proposta de reforma agrária popular, enquanto, em outros, se colocaram como defensores da natureza, expressando formas de afeto pela terra e a necessidade de protegê-la”, pontua José Caio Quadrado Alves, pesquisador e autor do estudo.
De acordo com os relatos e documentos oficiais investigados pelos autores, as preocupações de cunho ecológico com a área que viria a se torna o assentamento estão presentes desde dos anos 1990, quando o Ministério Público constatou diversas irregularidades ambientais na área então ocupada pela Fazenda da Barra – incluindo supressão de vegetação e risco de contaminação do Aquífero Guarani, recurso importante para o abastecimento hídrico do município. Segundo o artigo, esse contexto pode ter tido papel decisivo para a concessão das terras ao MST.
O discurso de preservação ambiental foi transformado em ação desde o início das atividades do movimento social no local, com implementação de práticas agroecológicas e de proteção do Aquífero Guarani e criação de áreas de reserva legal para preservar a vegetação nativa.
Segundo Alves, casos como o estudado demonstram a relevância do MST na renovação do debate por distribuição justa de terras e direitos em tempos de crise climática. “Ao reivindicar a terra não como simples apropriador de recursos, mas como protetor dos bens naturais, preservando um bem-comum de interesse global e das populações locais, o MST instaura o debate da conservação em todo território nacional. Ele proporciona, assim, maior protagonismo às pautas ambientalistas nas diversas arenas políticas”, complementa o pesquisador, salientando o alcance nacional do MST, movimento que luta pela democratização do acesso à terra desde 1984.
O trabalho ilustra o impacto que as emergências climáticas têm tido sobre as lutas sociais e, inclusive, traz efeitos positivos na discussão política. “Ao permitir que aqueles que mais sofrem com o modelo econômico capitalista e as mudanças climáticas tenham voz, talvez possamos ver o ambientalismo ou o ecologismo se tornar central na forma como escolhemos nossos representantes, na estruturação de políticas públicas e na maneira como pensamos o futuro”, reflete Alves.
Os próximos passos da pesquisa envolvem entender a interação dos assentados e acampados com a biodiversidade local e a atuação do MST na formação de alianças e na construção de políticas municipais.
(Fonte: Agência Bori)