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Lei Rouanet: 33 anos de transformação da cultura brasileira

Brasília, por Kleber Patricio

Foto: Reprodução/Agência Brasil.

Na última segunda-feira (23), o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) — ou Lei Rouanet, como é mais conhecida —, principal política pública de incentivo à cultura no Brasil, celebra 33 anos. Do Hip-Hop no Rio Grande do Sul ao teatro no Ceará, passando pelo choro em Brasília e a música sinfônica em Heliópolis, são inúmeras as histórias que revelam como ela foi capaz de democratizar o acesso à cultura, preservar tradições e transformar vidas.

Em 2024, foram recepcionadas mais de 19,1 mil propostas culturais. Durante o ano vigente, já foi registrada a captação de R$1,92 bilhão em renúncia fiscal via Lei Rouanet. A expectativa é atingir a captação de recursos recorde de R$3 bilhões ainda neste ano.

Além disso, o Ministério da Cultura (MinC) lançou programas direcionados a regiões do país – historicamente menos contemplados com incentivos fiscais – e segmentos sociais com o objetivo de nacionalizar e garantir a capilaridade da Rouanet como mecanismo de fomento cultural. Entre eles, estão o Rouanet Norte, Rouanet Nordeste e Rouanet da Juventude — que formam jovens como novos agentes culturais — e, o mais recente, a ampliação da Rouanet nas Favelas. A Pasta também criou o Programa Emergencial Rouanet RS em decorrência do estado de calamidade pública decretado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul em 1º de maio de 2024.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou que a celebração dos 33 anos da Lei Rouanet neste ano, marcada por um recorde de envio de propostas, evidencia o empenho do MinC em valorizar e fortalecer o setor cultural do Brasil. “Todo brasileiro precisa se orgulhar em ver as diversas manifestações culturais que ocorrem nos quatro cantos do Brasil chegando a diferentes lugares. Seguiremos trabalhando para melhorar e ampliar o acesso à Lei Rouanet com a criação de linhas especiais como a Rouanet Norte, Rouanet nas Favelas, Rouanet da Juventude, Rouanet Territórios Criativos e Rouanet Nordeste, para que ela continue gerando emprego, renda e transformando a vida de milhares de brasileiros e brasileiras através da Cultura”, afirma.

Para o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural (Sefic), Henilton Menezes, o mecanismo de incentivo à cultura é a ponte que une a cultura com a sociedade brasileira. “O Brasil é um país de dimensões continentais e diversidade cultural inigualável. A Lei Rouanet se destaca como um mecanismo indispensável para transformar essa riqueza em oportunidade. É um instrumento que não apenas promove a cultura, mas também fortalece a cidadania ao criar pontes entre artistas, empresas e a sociedade. Em 33 anos, a Lei Rouanet demonstrou seu impacto ao democratizar o acesso à arte, resgatar tradições e impulsionar novos talentos. Cada projeto viabilizado é uma semente para um futuro cultural mais justo e inclusivo para todos as brasileiras e brasileiros”, narra.

A Lei Rouanet sofreu um severo desmonte, cortes de recursos, campanhas de desinformação e ataques à classe artística. Mesmo assim, resistiu como símbolo de resiliência cultural, mantendo seu papel fundamental no incentivo à arte e no acesso democrático à cultura. E, em seu aniversário de três décadas, reafirma sua importância no cenário de reconstrução da cultura nacional. Se ainda resta dúvidas sobre, confira alguns projetos de várias regiões do Brasil incentivados pelo mecanismo:

A valorização do Hip-Hop no Sul

O Museu da Cultura Hip-Hop RS, localizado no bairro Vila Ipiranga, em Porto Alegre, é uma instituição pioneira dedicada à preservação e promoção da cultura Hip-Hop no Brasil. Inaugurado em dezembro de 2023, é o primeiro museu voltado exclusivamente ao hip hop na América Latina. O museu abriga um acervo com aproximadamente seis mil itens, incluindo registros físicos e digitais que documentam a história e a evolução dos cinco elementos da linguagem: MCing (rap), DJing, breakdance, grafite e conhecimento.

Entre as instalações, destaca-se uma sala de grafite 3D, proporcionando uma experiência imersiva aos visitantes. Além disso, o museu conta com uma estufa agroecológica periférica chamada Flor do Guetto, que integra práticas sustentáveis ao espaço cultural.

Desde sua abertura, o Museu da Cultura Hip-Hop RS tem se consolidado como um importante centro de difusão cultural, recebendo mais de 30 mil visitantes em seu primeiro ano de funcionamento. A programação inclui exposições, eventos, oficinas e ações solidárias, fortalecendo a comunidade local e ampliando o alcance da cultura Hip-Hop. Recentemente, o museu inaugurou a exposição Nación Hip-Hop: Colombia al ritmo de una cultura, fruto de uma parceria internacional que visa promover o intercâmbio cultural entre o hip hop brasileiro e colombiano. A mostra, apresentada anteriormente no Museu Nacional da Colômbia, explora a trajetória e a influência do movimento hip hop no país andino.

Rafa Rafuagi, integrante do grupo de rap Rafuagi e fundador do museu, destaca a importância da Lei Rouanet como mecanismo de fomento essencial para o campo cultural. “É com a Lei Rouanet que conseguimos gerar trabalho e renda digna para mais de 50 pessoas diretamente e beneficiar indiretamente mais de 200 artistas que participaram da programação cultural do museu em 2024”, afirmou Rafa. Ele afirma que o impacto vai além da geração de emprego, alcançando mais de 30 mil pessoas que visitaram gratuitamente o espaço, um centro de referência para a cultura hip hop na América Latina.

Segundo Rafa, a lei tem permitido não só o fortalecimento institucional do museu, mas também a criação de condições para a continuidade dos projetos. “A partir do êxito nas captações de recursos e na prestação de contas, conseguimos moldar nossos projetos de acordo com as demandas do dia a dia, garantindo a sustentabilidade do museu e ampliando nosso alcance”, explicou.

O rapper enaltece a transparência e a acessibilidade da Lei Rouanet, que possibilita a disputa justa por orçamento entre diferentes segmentos culturais, incluindo o Hip-Hop. “A lei torna a cultura emancipatória tanto econômica quanto socialmente, impactando o público de forma crítica e transformadora. É um instrumento vital que conecta o público, o privado e a sociedade civil, criando projetos históricos e apontando para um futuro mais justo e igualitário”, finaliza.

Hoje, o Museu da Cultura Hip-Hop também oferece diversas atividades educativas, como visitas guiadas, oficinas dos cinco elementos do Hip-Hop e uma biblioteca especializada, denominada Biblioteca Divilas, que disponibiliza um acervo voltado à pesquisa e ao aprofundamento no universo dessa linguagem.

Com uma infraestrutura que inclui estúdio de gravação, café e loja de produtos temáticos, o museu se estabelece como um ponto de encontro e resistência, celebrando a diversidade e a riqueza no estado gaúcho e no Brasil.

Garantido e Caprichoso: as estrelas parintinenses do Norte

Realizado anualmente na cidade de Parintins (AM), o Festival de Parintins, também conhecido como Festa do Boi Bumbá, é uma celebração vibrante que mescla tradições portuguesas e amazônicas. Durante o evento, a população se divide em duas agremiações, Garantido — vermelho — e Caprichoso — azul —, que competem ao apresentar danças, fantasias elaboradas e alegorias que retratam lendas e temas regionais. O festival atrai milhares de visitantes e é um dos mais importantes do folclore brasileiro. Além das apresentações, o evento movimenta a economia local com o artesanato, culinária típica e a hospitalidade dos moradores que contribuem para uma experiência única no norte do País. O diretor-presidente da Maná Produções, empresa agenciadora dos bois Caprichoso e Garantido, André Guimarães, enfatiza a relevância cultural e econômica do Festival de Parintins. “O festival já se consolidou como um evento de repercussão nacional e internacional, ao lado do Carnaval, recebendo turistas do mundo inteiro”, afirma.

Foto: Filipe Araújo/MinC.

Guimarães ressalta que o festival não é apenas uma celebração artística, mas também o motor econômico de sua região. “Parintins é, talvez, o único município do país que tem na cultura sua principal fonte de sustento. Estimamos uma movimentação de R$180 milhões gerada pelo evento, valor superior à própria receita municipal”, diz. Ele menciona ainda o impacto social e a criação de empregos, que envolve desde artistas e artesãos até trabalhadores informais, como tricicleiros e soldadores.

O evento chega à sua 58ª edição em 2025; porém, possui uma tradição cultural que ultrapassa um século de história. “O festival preserva suas raízes e diversidade cultural, abrigando influências indígenas, caboclas, europeias e judaicas, sem perder sua essência folclórica”, pontua Guimarães. O diretor também enfatiza o papel da Lei Rouanet no sucesso do festival. “Sem ela, eventos desse porte teriam dificuldades para acontecer. A lei não só facilita o financiamento, mas também confere prestígio, validando a importância cultural do projeto”, afirma. O festival é realizado tradicionalmente no último fim de semana de junho, com três noites de apresentações distintas, cada uma representando a força criativa e competitiva dos bois. “É um espetáculo comparável ao Carnaval do Rio, com mega alegorias e performances impressionantes. Cada noite é única, culminando na escolha do grande campeão”.

Além do impacto cultural, Guimarães destaca a gratidão ao apoio contínuo do Ministério da Cultura e ao reconhecimento do festival como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “A parceria com o governo federal e o uso da Lei Rouanet são fundamentais para a preservação e modernização do evento, que segue firme no cenário nacional e internacional”, conclui.

Nascimento do rebento cristão no Nordeste

O Baile do Menino Deus é um espetáculo natalino que ocorre anualmente na capital pernambucana do Recife. A peça teatral-musical, com uma trajetória de 41 anos e público estimado em cerca de 80 mil pessoas por edição, reconta o nascimento de Jesus Cristo com elementos da cultura popular nordestina ao incluir músicas, danças e personagens típicos. O evento é gratuito e realizado ao ar livre, reunindo milhares de espectadores e se consolida como uma tradição natalina na região. A trilha sonora composta por grandes nomes da música brasileira e os figurinos inspirados no artesanato nordestino são marcas do espetáculo, que promove um diálogo entre a fé cristã e a cultura regional. “O espetáculo é completamente aberto ao público e, em grande parte de sua história, tem sido viabilizado pela Lei Rouanet. Essa política pública permite que realizemos um projeto que emprega diretamente cerca de 300 pessoas, entre artistas, técnicos e outros profissionais das artes”, explica Ronaldo Correia de Brito, criador e diretor do espetáculo.

Neste ano, o Baile do Menino Deus contará com 70 artistas no palco, incluindo músicos, bailarinos, atores, cantores solistas, um coro infantil com 12 crianças, um coro adulto com oito cantores e manipuladores de bonecos. “Estamos falando de um evento que envolve maquiadores, costureiras, aderecistas, contrarregras, iluminadores e muitos outros profissionais essenciais para que tudo aconteça com excelência”, destaca Correia de Brito.

Segundo o diretor, o espetáculo se consolidou como a festa natalina mais popular e sofisticada do país ao se transformar em um marco cultural de Pernambuco e do Recife, com reconhecimento nacional e internacional. Ele também enfatizou a relevância da Lei Rouanet para a manutenção do evento: “Hoje, cerca de 80% dos recursos para o financiamento do espetáculo vêm dessa lei. É ela que possibilita que o Baile do Menino Deus continue encantando públicos de dentro e fora do Brasil. Portanto, viva a Lei Rouanet”.

Teatro como motor cultural no Centro-Oeste

Fundado em 1980 na cidade de Barbacena, Minas Gerais, o Grupo Ponto de Partida é uma companhia teatral reconhecida por suas montagens inovadoras e pelo trabalho com jovens artistas. O grupo desenvolve projetos que integram teatro, música e educação, contribuindo para a formação cultural e artística de crianças e adolescentes, especialmente por meio da Bituca – Universidade de Música Popular que oferece cursos gratuitos de música. O grupo é também conhecido por suas produções que abordam temas sociais e culturais relevantes, atraindo público de todas as idades e de diferentes regiões do Brasil.

Para a diretora do grupo, Regina Bertola, a Lei Rouanet contribuiu e permitiu que o grupo Ponto de Partida, atuando a partir do interior de Minas Gerais, mantivesse durante 43 anos, um trabalho cultural inovador, contínuo e estruturante, que reconfigurou a forma e os rumos desse próprio movimento e tornou-se uma referência. “Hoje, 2024, o que acho fundamental entender na Lei Rouanet, é que ela é um instrumento de cidadania. Ela permite que qualquer pessoa que pague impostos possa escolher como parte desse tributo seja empregado. Exercer esse direito e esse privilégio nos confere um enorme poder para a organização da sociedade. Essa relação direta do cidadão comum com a produção cultural e a criação artística do seu país, tem o condão de redimensionar por completo a relação de simples consumidor a protagonista social, de artista e plateia a aliados”, destacou.
Hoje, além do núcleo de teatro permanente, é responsável direto pelo trabalho ou a formação de 323 pessoas, vindas de mais de 70 cidades brasileiras, que se dividem e se somam nos seus vários projetos e programas.

Projeções de um futuro em um espaço museal no Sudeste

Localizado no Rio de Janeiro, o Museu do Amanhã é um museu de ciências dedicado a explorar as possibilidades de construção do futuro a partir de perspectivas sustentáveis e inclusivas. Inaugurado em 2015, o museu combina arte, ciência e tecnologia em exposições interativas que abordam temas como mudanças climáticas, biodiversidade e convivência planetária. O edifício, projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, é um marco da revitalização da zona portuária carioca. O museu também realiza palestras, workshops e programas educativos que visam engajar a sociedade em debates sobre o futuro do planeta.

Segundo o diretor-geral do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG) — entidade que gere o museu — Ricardo Piquet, o Museu do Amanhã é um espaço de ciência aplicada concebido no início da década de 2010 como um ponto de diálogo entre ciência, cultura e mudanças climáticas. “O objetivo sempre foi criar um local para narrativas que dialogassem com os grandes desafios da humanidade, apoiadas em exposições, debates e encontros que dinamizam o ambiente”, explica.
Piquet também defendeu a relevância da Lei Rouanet como um mecanismo essencial para o fomento cultural. “É o melhor instrumento de incentivo à cultura que temos, mas precisa ser mais bem comunicado e defendido”, ressalta. Ele destacou que setores como a indústria de refrigerantes recebem incentivos fiscais superiores aos destinados à cultura, muitas vezes sem a mesma transparência na prestação de contas.

De acordo com Piquet, cerca de 40% a 50% dos recursos destinados à manutenção do Museu do Amanhã provêm da Lei Rouanet. O restante é oriundo de bilheteria, eventos e concessões. Ele mencionou ainda que outros projetos geridos pelo IDG, como o Museu das Favelas e o Paço do Frevo, também dependem significativamente do mecanismo. “A Lei Rouanet é fundamental não apenas para grandes instituições, mas também para pequenas iniciativas culturais. Ela precisa ser celebrada e preservada como ferramenta de desenvolvimento cultural no Brasil”, completa.

O choro musical que encanta corações no Centro-Oeste

O Clube do Choro de Brasília, fundado em 1977, é uma das mais importantes instituições dedicadas à preservação e promoção do choro, gênero musical brasileiro. Além de realizar apresentações regulares com músicos renomados, o clube mantém a Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, que oferece formação musical gratuita para jovens talentos, garantindo a continuidade e renovação desse patrimônio cultural. A escola é um celeiro de músicos que se destacam no cenário nacional e internacional e o clube promove também eventos que celebram o legado de grandes mestres do choro. Reco do Bandolim, jornalista, produtor cultural, bandolinista e presidente do Clube do Choro de Brasília, é também fundador da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, a primeira do gênero no país. Com décadas de dedicação à música e à cultura brasileira, ele destaca o papel da Lei Rouanet na preservação e promoção das tradições culturais do país.

Foto: Filipe Araújo/MinC.

“Comemoramos recentemente o reconhecimento do choro como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan e pelo Ministério da Cultura. Esse marco reflete o esforço de anos, e muito disso só foi possível graças à Lei Rouanet”, conta Reco. O presidente destaca que o incentivo permitiu implementar projetos de grande envergadura que valorizam compositores como Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Radamés Gnattali e Tom Jobim, entre outros que moldaram a música popular brasileira.

O Clube do Choro e a Escola Brasileira de Choro funcionam em um prédio projetado por Oscar Niemeyer, dedicado ao ensino, preservação e divulgação da música brasileira. Segundo Reco, “a Lei Rouanet foi essencial para que tivéssemos condições de manter vivas as expressões culturais brasileiras, descentralizando a captação de recursos e permitindo que estados menos favorecidos também preservassem sua identidade e tradições”.

Para ele, ela é mais que um instrumento de financiamento cultural: é uma ferramenta de democratização. Ele destacou que movimentos culturais como o fandango no Sul, o boi-bumbá na Amazônia, o frevo pernambucano e o próprio choro brasileiro só podem ser preservados e difundidos com o apoio da legislação. Além disso, a lei fomenta o turismo, gera empregos e movimenta setores como gastronomia, transporte e hospedagem. “Eventos culturais e festivais criados com o apoio da Lei Rouanet fortalecem a economia local e promovem o acesso à cultura para comunidades que, de outra forma, não teriam contato com esses bens culturais”, afirma. Reco também ressalta que a lei tem sido alvo de críticas infundadas. “A cultura brasileira precisa ser apoiada, difundida e valorizada. A alma do Brasil não tem cotação em bolsa; ela define quem somos como povo e nação.”

Com o Clube do Choro há 47 anos e a Escola Brasileira de Choro perto de completar 30, Reco acredita que esses projetos são exemplos do impacto positivo da Lei Rouanet. Ele reforça que a lei precisa ser constantemente avaliada e aprimorada para continuar servindo ao seu propósito. “Ela une as pontas deste país-continente, fortalece o senso de pertencimento e nos ajuda a reconhecer nossa própria identidade com alegria e orgulho”. Reco conclui: “A cultura brasileira é o nosso espelho e nosso retrato. Cabe a todos nós garantir que ela continue viva e acessível para as próximas gerações.”

Música sinfônica por adolescentes e jovens no Sudeste

O Instituto Baccarelli é uma organização sem fins lucrativos situada na comunidade de Heliópolis, em São Paulo. Fundado em 1996 pelo maestro Silvio Baccarelli, o instituto oferece educação musical e artística para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. Reconhecida por formar a Orquestra Sinfônica de Heliópolis, que já se apresentou em importantes palcos nacionais e internacionais, além das aulas, promove concertos didáticos e eventos comunitários que reforçam o papel transformador da música na vida dos jovens.

A favela, que é a maior do estado com uma população de aproximadamente 220 mil pessoas, se tornou o cenário de uma revolução cultural e educacional promovida pela instituição. Edilson Ventureli, diretor-Executivo do Instituto, destaca o impacto da Lei Rouanet para a viabilização dos projetos. “A Lei Rouanet faz parte da nossa história. Desde o ano 2000, ela tem sido essencial para a continuidade do nosso trabalho, representando hoje 90% de nossos recursos. Sem ela, não seria possível transformar a vida de tantas crianças e jovens”, fala.

O instituto atende atualmente 1.633 crianças, começando com musicalização infantil aos dois anos de idade e, aos seis, introduzindo o aprendizado de instrumentos musicais. Aos nove anos, os alunos têm a oportunidade de ingressar em uma das quatro orquestras formadas pelo projeto. Entre elas, a Orquestra Sinfônica Heliópolis, dirigida pelo renomado maestro Isaac Karabtchevsky, que, aos 90 anos, segue como referência no cenário musical brasileiro e internacional. Segundo Ventureli, o trabalho do Instituto já impactou mais de 200 mil crianças ao longo de quase três décadas. “Muitos dos nossos ex-alunos são hoje músicos profissionais atuando em grandes orquestras como a Filarmônica de Minas Gerais, a Osesp, e outras espalhadas pelo Brasil e até no exterior. Nosso projeto amplia os horizontes e o repertório dessas crianças, abrindo portas para carreiras internacionais”, conta.

Outro marco importante para a instituição é a construção, financiada pela Lei Rouanet, da primeira sala de concertos em uma comunidade de favela no mundo. O espaço, com capacidade para 533 pessoas, palco para 90 músicos e um fosso para orquestra, está previsto para ser inaugurado no primeiro semestre de 2025. “Será um ponto de luz na comunidade, reunindo não apenas música sinfônica, mas todas as linguagens culturais das favelas, como rap, funk, pagode e sertanejo”, destaca.

Além disso, o novo teatro servirá como um polo de formação profissional para o ecossistema cultural. Cursos de engenharia de som, produção audiovisual, cinegrafia e até projeção de cinema estão sendo planejados em parceria com a SpCine. “Estamos preparando uma estrutura moderna, com estúdio de áudio e ilhas de transmissão de vídeo, que permitirá formar profissionais para áreas que estão em falta no mercado”, diz Ventureli. Com o apoio da Lei Rouanet, o Instituto Baccarelli segue transformando vidas e consolidando Heliópolis como um território de referência cultural e social no Brasil. “Para nós, música é música, sem adjetivos nem preconceitos”, concluiu Ventureli.

Educação artística para jovens no Nordeste

Localizada no município de Aquiraz (CE), a 31 quilômetros da capital cearense, o projeto Tapera das Artes é uma associação cultural que, desde 1983, desenvolve projetos de educação musical e artística para crianças e adolescentes. A instituição promove oficinas, concertos e eventos culturais, contribuindo para o desenvolvimento social e cultural da região. A Tapera das Artes é reconhecida por sua atuação na formação de jovens músicos e na difusão da cultura local. Suas atividades incluem projetos de intercâmbio cultural e apresentações em festivais, fortalecendo a identidade cultural da comunidade.

Fundada há 41 anos e localizada no sítio histórico da primeira capital do Ceará, tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento humano. De acordo com Ritelza Cabral, fundadora e presidente do Conselho Administrativo da instituição, “somos protagonistas na promoção da dignidade e no despertar de sonhos em crianças, adolescentes e jovens por meio do universo das artes. Acreditamos em um mundo mais sustentável e inclusivo”. Ritelza conta com o apoio essencial do Governo Federal: “Somos profundamente gratos ao governo Lula pela reabertura do Ministério da Cultura e pela reestruturação das diretrizes da Lei Rouanet. Essa lei não apenas fomenta a liberdade de expressão e o pensamento crítico, mas também fortalece a cena cultural brasileira, consolidando o acesso democrático à arte”.

Com um modelo de gestão que integra investimentos do poder público, da iniciativa privada e do terceiro setor, a Tapera das Artes se tornou um exemplo de cidadania através da arte. “O acesso aos repertórios artísticos e culturais consolida valores éticos, estéticos e inventivos. Nosso público é composto majoritariamente por alunos de escolas e universidades públicas, com prioridade para famílias de baixa renda. Atualmente, atendemos cerca de 2.500 crianças, adolescentes e jovens por meio de 14 ateliês de musicalização, em parceria com essas escolas públicas”.

O trabalho da Tapera das Artes transcende o aspecto educativo. A instituição oferece um programa de profissionalização, com bolsas de estudo e sete ateliês dedicados a práticas artísticas como música tradicional, armorial, cerâmica e artes visuais. “Essas iniciativas geram produtos de alta qualidade estética e movimentam a economia criativa local, criando oportunidades de emprego e renda para os jovens”.
Ritelza também destacou o impacto emocional e social das atividades desenvolvidas: “Proporcionamos vivências culturais que vão além do aprendizado técnico, formando seres humanos mais sensíveis e capazes de enxergar a vida com os olhos do coração. Acreditamos que a cultura transforma, recria e inspira. Essa é a principal missão da Tapera das Artes: inspirar pessoas e revelar o potencial humano por meio da arte”.

Como funciona a Lei Rouanet

Produtores culturais, artistas e instituições que desejam promover eventos, produtos ou ações culturais podem submeter suas propostas ao MinC para aprovação. As propostas que cumprem os critérios da Lei Rouanet recebem autorização para captar recursos junto aos patrocinadores — pessoas físicas e jurídicas —, que, em contrapartida, podem obter benefícios de renúncia permitidos pela legislação.
Por meio do incentivo, o governo federal permite que parte dos tributos seja direcionada ao financiamento de atividades culturais, fortalecendo o setor e ampliando o acesso da população a bens culturais. Após a captação, a equipe do MinC, com auxílio de sistema automatizado, acompanha os projetos em execução, permitindo a adoção de medidas preventivas e corretivas oportunas. O objetivo é garantir a transparência e eficiência no uso dos recursos públicos destinados à promoção cultural.

Mais informações sobre a Lei Rouanet podem ser acessadas aqui.

(Com Sheila de Oliveira/Assessoria de Imprensa MinC)

Novos indicadores para monitorar a regeneração natural viabilizam a recuperação das florestas na Amazônia

Amazônia, por Kleber Patricio

Regeneração florestal em uma paisagem de agricultura de corte e queima na Amazônia Central. Foto: Catarina Jakovac/Acervo pesquisadores.

A regeneração natural é um método de recuperação da vegetação nativa baseada no restabelecimento espontâneo da cobertura florestal em áreas degradadas por fogo, agricultura e pastagem, por exemplo. Esse processo resulta na formação das chamadas florestas secundárias. Um estudo publicado na revista científica ‘Communications Earth & Environment’ na última sexta-feira (20) por pesquisadores de instituições como a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e o Museu Paraense Emílio Goeldi traz caminhos para garantir o sucesso da regeneração da floresta amazônica.

Segundo o artigo, a regeneração natural é mais eficiente em áreas que foram pouco usadas para agricultura ou pastagem no passado (por menos de 10 anos, aproximadamente), que possuam quantidade expressiva de floresta no entorno (mais de 50% da paisagem) e que tenham sofrido poucos eventos de corte e queima (menos de quatro).

Primeiros anos da regeneração natural após a prática de agricultura de corte e queima. Ao fundo, destaca-se uma floresta em regeneração com mais de 20 anos, evidenciando diferentes estágios sucessionais no mesmo ambiente. Foto: André Giles.

O estudo foi realizado com base em dados de 448 florestas secundárias em 24 localidades na Amazônia brasileira, considerando medidas de diversidade, função e estrutura da vegetação — referentes à riqueza de espécies nativas e ao diâmetro dos troncos das árvores, por exemplo. Com base nesses dados, a equipe propôs um conjunto de indicadores e valores de referência para avaliar se uma floresta que está regenerando está realmente sendo capaz de restaurar o ecossistema nativo.

A regeneração bem-sucedida resulta em florestas densas, diversas e com grande quantidade de biomassa. Os autores estimaram que uma floresta em regeneração com 20 anos de idade, por exemplo, deve ter no mínimo 14 metros quadrados de área basal por hectare – cálculo que considera a área ocupada pelos troncos e que indica sobre a estrutura da floresta. Essa floresta em regeneração também deve ter no mínimo 34 espécies a cada 100 indivíduos amostrados, um valor de 0,27 de índice de heterogeneidade estrutural – que é a variação no tamanho dos troncos das árvores, medida em uma escala de 0 a 1 – e pelo menos 123 toneladas de biomassa viva por hectare acima do solo. Florestas regenerantes na Amazônia que apresentem indicadores abaixo desses valores estão aquém do potencial de restauração da região, indicando a necessidade de intervenções para acelerar o processo.

Árvore remanescente da espécie Samaúma (Ceiba pentandra), inserida em uma floresta com mais de 50 anos de regeneração natural. Foto: André Giles.

Os indicadores permitem o monitoramento adequado da restauração florestal e do cumprimento de obrigações legais, como a Lei de Proteção da Vegetação Nativa e as compensações por danos ambientais. “A incerteza sobre a efetividade do processo de restauração gera insegurança para proprietários, órgãos ambientais e investidores”, destaca André L. Giles, pesquisador da UFSC e autor principal do estudo. “Nosso trabalho dá o primeiro passo para enfrentar essa subjetividade, oferecendo ferramentas claras para a tomada de decisões sobre quando atestar que a regeneração natural cumpriu seu papel como método de restauração”, complementa.

Segundo o Observatório da Restauração, o método é empregado em 67,58% dos projetos de restauração no Brasil. Na Amazônia, florestas regenerantes cobrem aproximadamente 18,9 milhões de hectares do bioma. Os autores esperam que os indicadores contribuam para um monitoramento mais preciso das iniciativas de restauração ecológica. Essa ferramenta baseada na ciência para verificar o sucesso da regeneração natural também deve permitir que o Brasil avance em direção ao cumprimento de suas metas ambientais globais, que incluem a restauração de 12 milhões de hectares até 2030, conforme o Acordo de Paris.

(Fonte: Agência Bori)

Mato Grosso está entre os piores índices de leitura do país

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Natalia Blauth/Unsplash.

Os dados divulgados pela edição 2024 da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil indicam uma queda geral do número de leitores no país de quase 7 milhões de pessoas. A Região Centro-Oeste foi a única das cinco do país onde houve aumento proporcional do número de leitores: atualmente, 47% da população local leu total ou parcialmente pelo menos um livro nos últimos três meses, um ponto percentual a mais do que na pesquisa realizada em 2019.

Mesmo assim, os dados seguem baixos, indicando que menos da metade da população lê. Mato Grosso é o destaque negativo: com apenas 36% de leitores, só perde para o Rio Grande do Norte (33%), do Nordeste, a posição de estado com menor número de leitores do Brasil.

Mato Grosso do Sul tem 40% de leitores. Goiás e Distrito Federal estão entre os poucos estados brasileiros que superaram a marca de 50%: ambos aparecem com 52% de leitores em suas populações. Goiás se destaca em livros indicados pela escola nos últimos três meses (0,60) e obras lidas por vontade própria (2,02). No quesito livros de literatura lidos por vontade própria, o Distrito Federal aparece com 0,79 contra 0,76 de Goiás, 0,46 do Mato Grosso do Sul e 0,38 Mato Grosso. No Mato Grosso e Mato Grosso do Sul 74% e 78% dos entrevistados NÃO leem literatura por vontade própria. No Distrito Federal 17% leem pelo menos uma vez por semana independente de ser em papel ou formato digital. Quando se trata de aquisição de livros, no Centro-Oeste 30% dos entrevistados compram seus livros em lojas físicas e 19% pela internet. Sobre a frequência de leitura de livros de literatura por vontade própria, Alagoas está à frente com 10%, Ceará com 8% e Piauí, com 7%.

Principais formas de acesso

A compra em livrarias físicas ou online permanece como a principal forma de acesso ao livro em todas as regiões desde as edições anteriores. O maior percentual nas regiões Sudeste (54%) e Sul (53%) aponta para o maior número de livrarias físicas nessas regiões. Já Norte e Nordeste indicam a grande carência de livrarias.

Já o acesso via bibliotecas da escola apresenta um maior percentual de indicação nas regiões Norte (18%) e Centro Oeste (19%), ficando com pior percentual a Região Sudeste (14%), apesar da maior oferta de bibliotecas.

A pesquisa

Realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL) graças ao incentivo fiscal pela Lei Rouanet e patrocinada pelo Itaú Unibanco, essa edição contou com parceria da Fundação Itaú e com apoio da Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros), da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). O levantamento foi feito pelo instituto Ipec – Inteligência em Pesquisa e Consultoria.

Nesta 6ª edição, a amostra foi de 5.504 entrevistados em 208 municípios. Realizado desde 2007, o levantamento deste ano trouxe novos indicadores. Pela primeira vez foram mensurados o número de livros infantis nas residências e os hábitos de leitura dos pais sob a ótica das crianças entre 5 e 13 anos.

A metodologia da pesquisa, que segue orientação do CERLALC (Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e o Caribe), se mantém desde 2007 para possibilitar a construção da série histórica, tão importante para o objetivo central da Retratos que é a avaliação e orientação de políticas públicas. Para identificar as mudanças que acontecem no cenário da leitura em especial, impactado pelos novos suportes e meios digitais de acesso e produção de conteúdo, o Instituto Pró-Livro busca a consultoria de especialistas para a formulação de questões voltadas a um diagnóstico mais preciso das mudanças que impactam o comportamento leitor. Como parte desse diagnóstico, a edição atual da pesquisa também contou com a reformulação de perguntas e de itens de respostas para captar as mudanças e facilitar a compreensão do entrevistado.

A coleta de dados foi realizada pelo IPEC por meio de entrevistas domiciliares face a face com registro das respostas em tablets e aconteceu entre 30 de abril de 2024 e 31 de julho de 2024.

De modo geral, a Retratos da Leitura no Brasil apresenta um raio-X da relação do brasileiro com o livro, aferindo informações sobre hábitos e motivações para a leitura; representações e valorização da leitura; leitura de literatura; preferências sobre livros, gêneros e autores; a leitura em diferentes suportes; o acesso a livros, em papel e digital, envolvendo bibliotecas e os diferentes canais de distribuição e venda; o papel das escolas, das famílias e das bibliotecas na formação de leitores e no desenvolvimento da leitura no Brasil; práticas leitoras e acesso em meio digital e fragmentado, em diferentes materiais e ambientes; a formação de leitores e a influência para o consumo ou acesso aos livros.

O objetivo da pesquisa é conhecer o comportamento leitor do brasileiro, a partir dos cinco anos de idade, medindo a intensidade, forma, limitações, motivação, condições de acesso ao livro – impresso e digital – pela população, orientado para contribuir com as políticas públicas e expandir o público leitor. “Este retrato detalhado tem sido essencial para orientar políticas públicas e inspirar ações concretas de incentivo à leitura e ao acesso ao livro envolvendo tanto a sociedade civil quanto os governos”, afirma a presidente do Instituto Pró-Livro, Sevani Matos.

A pesquisa completa pode ser consultada no site do Instituto Pró-Livro.

Sobre o Instituto Pró-Livro: O IPL (www.prolivro.org.br) é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), sem fins lucrativos, criada e mantida pelas entidades do livro – Abrelivros, CBL e SNEL – com a missão de transformar o Brasil em um país de leitores. Tem como objetivo promover pesquisas e ações de fomento à leitura. Realiza, periodicamente, a pesquisa Retratos da leitura no Brasil, maior e mais completo estudo sobre o comportamento do leitor brasileiro, a fim de avaliar impactos e orientar ações e políticas públicas em relação ao livro e à leitura, visando, assim, melhorar os indicadores de leitura e o acesso ao livro.

Sobre a Fundação Itaú: Com o intuito de inspirar e criar condições para promover o desenvolvimento de cada brasileiro como cidadão capaz de transformar a sociedade, a Fundação Itaú foi criada em 2019. A instituição dedica programas, ações e articulação com diferentes setores da sociedade para atender às urgências do Brasil contemporâneo. Estruturada em três vertentes – Itaú Cultural, Itaú Educação e Trabalho e Itaú Social –, a Fundação garante a continuidade do trabalho desenvolvido ao longo de décadas nos campos da educação e da cultura, a expansão desse legado e uma governança ainda mais robusta – sem perder a legitimidade e a autonomia que sempre marcaram suas iniciativas. Saiba mais em www.fundacaoitau.org.br.
(Com Jô Ribes/Jô Ribes Comunicação)

Férias de Verão em Curitiba: atrações para todos os gostos

Curitiba, por Kleber Patricio

Ópera de Arame. Foto: Divulgação.

Vamos animar: o verão chegou e, com ele, as famílias brasileiras estão pensando na temporada de férias. Destino cada vez mais presente nos planos dos brasileiros, Curitiba é a cidade perfeita para curtir os dias de folga conhecendo novos lugares e se deliciando com diversas opções gastronômicas que vão desde restaurantes e bares até sorveterias e cervejarias ao ar livre. São vários parques e pontos turísticos que fazem os moradores e turistas sentirem-se em casa. Programas perfeitos e seguros para compartilhar com os amigos e familiares mergulhando na cultura e na gastronomia da capital paranaense.

Dentre os parques e atrações ao ar livre, perfeitos para aproveitar os dias de folga, se destacam os parques Barigui e Tanguá, o Jardim Botânico e a Ópera de Arame. Outro ponto turístico clássico, e que vale a visita no feriado, é a Rua 24 Horas, localizada no centro da cidade. A galeria abriga uma variedade de comércios e restaurantes, como o tradicional Bávaro, com buffet no almoço e pratos à lá carte ao longo do dia; entre eles, a famosa fondue de coxinha.

Parque Barigui. Foto: Divulgação.

À tarde, que tal uma parada para um café e um lanche saboroso? Curitiba é a capital brasileira dos cafés especiais. Baristas da região transformaram a cidade em um paraíso para os amantes da bebida, que ganhou várias releituras preparadas com muita excelência em dezenas de cafeterias espalhadas pela cidade. Entre os destaques estão a Go Coffee, a Cookie Stories e a Local Pães & Cafés.

Gosta de cerveja artesanal? Marque uma visita na fábrica e bar da Maniacs Brewing Co., uma das maiores referências do mercado cervejeiro brasileiro. Ama sorvete? Então precisa conhecer a Soft Ice Cream, que trabalha com casquinhas artesanais e opções de sabores frescos. Busca uma alimentação mais saudável? A Tasty Salad Shop conta com opções veganas, vegetarianas e para dietas restritivas ou com proteínas, preparadas com alimentos frescos e integrais, com menos açúcar e conservantes.

Para quem não vive sem um delicioso hambúrguer, uma opção imperdível é o Wolfs, que acaba de ganhar o prêmio de Melhor Hambúrguer do Brasil em 2024 em ação promovida pela Seara. Na linha do churrasco, com o melhor da carne assada, três endereços imperdíveis: o Coxa Sports Bar & Parrilla, que funciona em anexo ao Estádio Couto Pereira; o clássico Chinchu Bar e Parrilla e o descolado Bar do Açougueiro, que conta com vários endereços na cidade. Pensou em carne de porco? Corra para o o Porks – Porco & Chope, maior rede de pubs especializada em carne suína do Brasil.

Museu Oscar Niemeyer. Foto: Divulgação.

Já se você prefere pizza, vale uma passada na Pizzaria da Mathilda, eleita a ‘melhor pizzaria jovem de Curitiba’ com suas opções napolitanas preparadas com insumos de altíssima qualidade, e no Madá Pizza & Vinho, um dos endereços mais badalados da capital paranaense. Na região central da cidade estão o Sambiquira, do chef Beto Madalosso, o Jataí e o Aqueces, bares que trabalham com o melhor da comida de boteco.

Na alta gastronomia, Curitiba reúne alguns dos chefs mais badalados e premiados do Brasil, entre eles Lênin Palhano, que comanda o feér, restaurante que oferece pratos criativos que unem brasilidade, preparos na brasa e toques de importantes vertentes da gastronomia internacional. Outras ótimas opções são o Nuu Nikkei, que ganhou destaque no cenário local com um cardápio inovador e sabores bem próprios, unindo referências da culinária do Peru e do Japão; o italiano Scarpetta Cucina, que traz o melhor da tradicional culinária italiana em um cardápio assinado pelo badalado chef Ronaldo Canha; e os impecáveis Ernesto Ristorante e Mercearia Avenida, comandados pelo premiadíssimo chef Dudu Sperandio.

Arte e música

Chef Ronaldo Canha. Foto: Hana Lídia.

Gosta se boas gargalhadas? Confira a programação da Dhouse, casa de comédia de Curitiba, fundada pelo humorista e precursor de shows de stand-up comedy no país Diogo Portugal. Já o Museu Oscar Niemeyer (MON), o famoso ‘Museu do Olho’, é parada obrigatória para quem ama arte em suas mais variadas vertentes. Viajou com crianças e busca um programa tranquilo? Vale conferir a programação do Shopping São José, referência da região em atrações infantis.

Para completar a programação agitada na capital paranaense, que tal curtir a melhor casa de samba da cidade? O Tal do Quintal aposta em uma programação com o melhor do samba nacional, sempre com shows ao vivo, em uma estrutura completa e confortável. Na área que dá acesso ao espaço de shows, uma escadaria homenageia a clássica Escadaria Selarón, atração turística do Rio de Janeiro.

Restaurante Scarpeta. Foto: Divulgação.

Um pulinho no litoral | Outra grande vantagem da cidade de Curitiba é a curta distância até o litoral. Para quem viaja com tempo, as praias paranaenses estão a pouco mais de 1 hora da capital. Um final de semana que une um saboroso barreado na famosa cidade de Morretes, no pé da Serra do Mar, e uma passagem pela Ilha do Mel ou por Superagui pode tornar o período de férias ainda mais especial. Para mais detalhes sobre passeios turísticos em Curitiba, acesse o site www.turismo.curitiba.pr.gov.br.

(Com Ana Victoria Costa/P + G Comunicação)

‘Alice no Seu Pequeno Grande Quarto das Maravilhas’ leva arte drag para reinventar clássico de Lewis Carroll no teatro do Sesc Bom Retiro

São Paulo, por Kleber Patricio

Crédito: Andrea Serrano.

O espetáculo ‘Alice no Seu Pequeno Grande Quarto das Maravilhas’, do Grupo Arte Simples de Teatro, com direção de Tati Rehder, faz temporada no Sesc Bom Retiro a partir do dia 5 de janeiro de 2025, com apresentações aos domingos e feriados, às 12h. Adaptada da obra literária de Lewis Caroll (1832–1898), a produção traz para a cena o poder da imaginação a partir do brincar e do faz-de-conta. No espetáculo, após um dia tumultuado, Alice se vê em seu quarto por ordem da mãe. É quando a menina decide desenhar para passar o tempo e, a partir daí, aventura-se num mundo desconhecido e imagético em meio a um teatro de sombras e a objetos que ganham vida, até se transformarem em personagens do livro, como, por exemplo, o Chapeleiro Maluco que, na trama original, a convida para um enigmático chá.

Vencedora do Prêmio APCA na categoria Melhor Elenco de 2023, a peça é estrelada por Antonia Pethit, Alexia Twister e Athena Leto, artistas que recorrem à arte drag, prática que tem a exuberância como marca performática e que remonta suas origens ao teatro japonês e a prática do Kabuki, ao teatro grego da antiguidade, e também ao teatro elisabetano do período de William Shakespeare (1564–1616).

A manipulação de bonecos e a interação com a plateia são componentes de cena elaborados para a criação do espetáculo. As transformações como marca do tempo que passa aliadas ao brincar, em contato com a realidade do mundo e sua pluralidade, são temas abordados na peça, a partir da perspectiva da diversidade e da autonomia.

Grupo Arte Simples de Teatro

Formada em 2007, a companhia realizou um projeto de residência artística na comunidade de Heliópolis, zona sul de São Paulo, entre 2008 e 2019. Em 2012 fizeram um intercâmbio em Guiné – Bissau, por meio do edital Difusão da Língua Portuguesa. Em 2016 ganharam o prêmio de melhor autor de texto adaptado no Prêmio São Paulo de Teatro Infantil com a peça A Bola: Histórias Que Rolam. A peça Alice No Seu Pequeno Grande Quarto de Maravilhas foi contemplada em 2022 com o 15º Prêmio Zé Renato de fomento para o teatro de São Paulo, tendo cumprido temporada nos teatros Municipais e em diversas unidades Centro Educacional Unificado.

Serviço:
Alice no Seu Pequeno Grande Quarto das Maravilhas, com Grupo Arte Simples de Teatro
De 5/1 a 2/2 | domingos e feriado 25/1, às 12h
Local: teatro (297 lugares). Livre. Valores: R$12 (Credencial Plena), R$20 (Meia) e R$40 (Inteira). Crianças até doze anos: Grátis.
Venda de ingressos disponíveis pelo APP Credencial Sesc SP, no site sescsp.org.br/bomretiro ou nas bilheterias.

ESTACIONAMENTO DO SESC BOM RETIRO – (Vagas Limitadas)

O estacionamento do Sesc oferece espaço para pessoas com necessidades especiais e bicicletário. A capacidade do estacionamento é limitada. Os valores são cobrados igualmente para carros e motos. Entrada: Alameda Cleveland, 529.

Valores: R$8 a primeira hora e R$3 por hora adicional (Credencial Plena). R$17 a primeira hora e R$4 por hora adicional (Outros). Horários: Terça a sexta: 9h às 20h. Sábado: 10h às 20h. Domingo: 10h às 18h. Importante: Em dias de evento à noite no teatro, o estacionamento funciona até o término da apresentação.

Sesc Bom Retiro
Alameda Nothmann, 185 – Campos Elíseos, São Paulo – SP

Telefone: (11) 3332-3600
Siga o @sescbomretiro nas redes sociais: Facebook, Instagram e Youtube 

Fique atento se for utilizar aplicativos de transporte particular para vir ao Sesc Bom Retiro: É preciso escrever o endereço completo no destino, Alameda Nothmann, 185; caso contrário, o aplicativo informará outra rota/destino.

(Com Flávio Aquistapace/Assessoria de Imprensa Sesc Bom Retiro)