Cientistas rebatem argumentos sobre custos de publicação e dificuldades de infraestrutura; entre pontos para tornar a ciência mais aberta estão mudanças na política de avaliação e estímulo ao compartilhamento de dados
Brasil
O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand vem desenvolvendo, por meio de seu Centro de Pesquisa, um projeto de preservação de um conjunto de aproximadamente 19.000 documentos do artista Rubem Valentim, doado entre julho de 2019 e agosto de 2022, pelo Instituto Rubem Valentim no contexto da exposição “Rubem Valentim: construções afro-atlânticas”, em 2018. O museu segue assim a tendência de museus norte-americanos – como o The Metropolitan Museum of Art (Nova York), o Hammer Museum (Los Angeles) e o Cooper Hewitt Collection (Nova York) – de investir na digitalização de seu acervo.
Rubem Valentim (Salvador, BA, 1922 – São Paulo, SP, 1991) foi escultor, pintor e gravador fundamental da arte brasileira e das histórias afro‐atlânticas no século 20. Suas composições geométricas, combinadas com elementos do modernismo brasileiro, traduzem a variedade da cultura nacional e dão forma a símbolos e emblemas afro-brasileiros.
A ampla coleção documental do artista doada ao MASP é composta por correspondências de personalidades, textos, cadernos de desenhos e esboços, documentos iconográficos, itens audiovisuais (gravações de entrevistas e depoimentos), livros, jornais e catálogos de mostras individuais e coletivas. Os registros referentes às exposições e a vida acadêmica de Valentim foram acumulados pelo artista e seus familiares ao longo das últimas décadas. Destacam-se os cadernos e os dossiês das exposições nacionais e internacionais, registros ainda inéditos para estudantes e especialistas da área.
A coordenadora do Centro de Pesquisa, Adriana Villela, reflete: “é uma tendência do núcleo arquivístico do museu receber coleções de artistas por se tratar de um material valioso para pesquisadores que se propõem a realizar um estudo profundo sobre determinada personalidade, além de dialogar com o objetivo institucional do MASP de preservar a memória das artes e institucional. Com todos esses esforços, o MASP visa fomentar a pesquisa sobre arte brasileira e contribuir para uma melhor compreensão do artista e de suas obras”.
Inicialmente, devido à contaminação biológica do material e da impossibilidade de manuseio seguro da documentação pela equipe do Centro de Pesquisa, o material foi submetido à desinfecção por radiação gama no IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Universidade de São Paulo). Após esse processo, a equipe realizou os trabalhos técnicos de identificação, higienização e descrição da documentação textual e do material fotográfico.
Atualmente, o núcleo está trabalhando na digitalização dos registros fotográficos da coleção em mais uma etapa para a disponibilização da documentação para os pesquisadores, algo que já ocorre com frequência, considerando os 80 atendimentos de pesquisas de instituições nacionais e internacionais (como CUNY Graduate Center, Sorbonne Université, Unicamp e Universidade Federal da Bahia) relacionadas ao fundo Rubem Valentim realizados entre 2022 e 2023.
“Além do conjunto de fotografias, o fundo conta com uma ampla documentação que ajuda a compreender melhor a trajetória do artista, algo muito importante para a pesquisa e raro no Brasil. Há um conjunto significativo de cartas, diários e documentos que informam tanto sobre as referências artísticas e teóricas de Valentim, quanto sobre sua atuação profissional para além do pincel e das telas – como o período em que deu aulas livres na Universidade de Brasília e a proposta de criação de um centro cultural na capital federal, temas ainda muito pouco estudados e que estou abordando em minha pesquisa de mestrado”, pontua Matheus de Andrade, assistente curatorial, MASP, e pesquisador do Fundo Rubem Valentim no Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte da Universidade de São Paulo. “O arquivo permite, ainda, reposicionar a crítica sobre a obra de Valentim, rompendo definitivamente com uma ideia de autodidatismo, por exemplo, e com uma leitura de seu trabalho restrita às referências simbólicas dos terreiros de Candomblé. É preciso ampliar o debate”, conclui.
O MASP realizou, em 2018, uma grande exposição dedicada ao artista. “Rubem Valentim: construções afro-atlânticas”, integrava o programa daquele ano dedicado às Histórias afro-atlânticas. Com curadoria de Fernando Oliva, curador, MASP, a mostra apresentou, a partir de 90 obras do artista baiano, uma abordagem mais singular de sua obra, sublinhando seus aspectos políticos, religiosos e sobretudo afro‐brasileiros. “A obra de Valentim é única na história do século 20, pois desafia o cânone oficial ao oferecer resistência às conceituações simplificadoras de suas possibilidades. Não se deixa facilmente incorporar nem por uma nem por outra leitura: o ‘Valentim concretista’ não se permite apartar do ‘Valentim popular’ e do ‘Valentim religioso’, pois fazem parte de uma mesma percepção de mundo. Uma que busca a síntese das experiências e não sua divisão”, argumenta o curador Fernando Oliva.
Atualmente o Acervo do MASP também passa por um projeto de processamento da documentação digital gerada pelas atividades de gestão de seu acervo. Ao todo, mais de 20 mil imagens de obras e cerca de 30 mil documentos estão sendo identificados, classificados, descritos e armazenados em um repositório digital seguro a fim de garantir sua preservação digital a longo prazo e melhor eficiência dos processos de gestão.
O Centro de Pesquisa atende pesquisadores mediante agendamento, de segunda a sexta, das 13h às 18h. Para agendar uma visita, é necessário enviar um e-mail para centrodepesquisa@masp.org.br. Já para consultar as Obras Raras e Especiais, deve-se apresentar um documento que comprove vínculo institucional e uma carta da instituição que indique a finalidade da pesquisa.
Centro de Pesquisa | O Centro de Pesquisa possui um dos principais acervos especializados em artes do Brasil, com mais de 70 mil volumes, entre obras raras e especiais, e tem por objetivo preservar e oferecer acesso às publicações e à documentação do museu e sobre as artes. O núcleo foi criado como Biblioteca do MASP no 30º aniversário do museu em 1977, quando Lina Bo Bardi (1914–1992) e Pietro Maria Bardi (1900–1999) doaram a sua coleção de livros. Na década de 1990, o núcleo ampliou suas atividades com a incorporação da documentação produzida pelas atividades realizadas no museu. A partir de 2017, com uma nova compreensão sobre a sua atuação, passou a ser chamado de Centro de Pesquisa.
Serviço:
Projeto de preservação Fundo Rubem Valentim
Centro de Pesquisa
2º subsolo
MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista – São Paulo, SP
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: Terça e quinta grátis – terça, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas
Agendamento obrigatório pelo e-mail centrodepesquisa@masp.org.br.
Site oficial | Facebook | Instagram.
(Fonte: Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand)
Com o objetivo de empoderar a juventude da floresta por meio da educomunicação, o projeto Repórteres da Floresta, da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em parceria com o Movimento Bem Maior e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), concluiu a formação de 130 jovens ribeirinhos de 10 comunidades localizadas em Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Amazonas.
Ao todo, o projeto realizou 13 oficinas sobre diferentes técnicas de comunicação, desde entrevista até edição de vídeos, ferramentas que vão ajudar os jovens ribeirinhos a compartilharem sua realidade com o mundo, além de denunciar degradação ao meio ambiente.
As formações e atividades ocorreram nos Núcleos de Inovação e Educação para Sustentabilidade (Nieds) da FAS, localizados em comunidades das RDS do Rio Negro, Uatumã, Uacari, Juma, Mamirauá e APA do Rio Negro.
Em 2023, os Repórteres da Floresta tiveram como foco a comunicação digital, sendo dividido em um momento teórico, onde os participantes aprenderam técnicas de fotografia, vídeo, áudio, iluminação e edição, e o prático, onde eles exploraram e captaram aspectos de seu cotidiano. Como resultado, foi produzido o ‘Podcast da Floresta’, com 15 episódios com entrevistas com lideranças e personalidades das comunidades ribeirinhas. O podcast está disponível no canal da FAS no Youtube.
“O repórter da floresta é aquele jovem que mora numa comunidade ribeirinha e que recebe a missão de contar para o mundo como é sua vivência na Amazônia. Durante o projeto, os jovens participam de várias capacitações voltadas para a educomunicação: como tirar fotografia, editar um vídeo e fazer uma entrevista para que produzam materiais retratando seu dia a dia na comunidade. Para eles, é uma ação muito importante. Porque, muito melhor do que ouvir alguém falar sobre a vida deles na comunidade, é eles contarem para o mundo quem eles são”, explica Fabiana Cunha, gerente do Programa de Educação para Sustentabilidade da FAS.
Uma dessas jovens repórteres é Geovana Pule, de 16 anos, moradora da comunidade Três Unidos. Ela conta que o projeto a ensinou como se expressar com confiança e deu a oportunidade de compartilhar assuntos importantes sobre sua comunidade. “Quando comecei [no projeto] eu tinha 9 anos e foi fundamental na minha vida, saber como falar com as pessoas sem ter vergonha, me expressar, como reagir diante de uma câmera, além de ajudar muito na nossa leitura e escrita. Principalmente, foi fazer talks shows e reels da nossa realidade que vivenciamos diariamente, que boa parte das vezes não possui cobertura da mídia. É maravilhoso participar desse projeto”, relata a jovem.
Outro ‘repórter da floresta’ é Jeferson Rodrigues, 23, morador da comunidade Tumbira, no município de Iranduba. Ele conta que, graças ao que aprendeu no projeto da FAS, hoje trabalha como social media e sonha em se profissionalizar enquanto comunicador. “Sempre fui apaixonado por fotografia. Em 2022, participei de uma oficina do ‘Repórteres’, onde aprendi coisas novas como gravar e editar vídeos. O projeto veio como um empoderamento e encorajamento e, graças a ele e outros projetos da FAS, hoje trabalho como social media e futuramente pretendo trabalhar como fotógrafo e videomaker profissional. Junto com tudo que aprendi, quero levar as notícias da nossa comunidade, mostrar nossa cultura, nosso dia a dia e, principalmente, nossas dores. A comunicação nos dá voz e através dela podemos falar pela nossa gente”, afirma Jeferson.
Sobre a FAS | A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, para a melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia e valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Em 2023, a instituição completa 15 anos de atuação com números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 40% no desmatamento em áreas atendidas entre 2008 e 2021.
(Fonte: Up Comunicação Inteligente)
Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) revela uma relação entre investimentos em saúde e os índices de mortalidade por câncer de adolescentes e crianças brasileiras. As regiões com menos quantidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Sistema Único de Saúde (SUS) tiveram um índice mais alto de mortes por câncer infantil e adolescente em vinte anos. Os dados estão descritos em artigo publicado nesta sexta (26) na “Revista Brasileira de Epidemiologia”.
O estudo analisou as mudanças ocorridas nas taxas de mortalidade por câncer na infância e adolescência no país de 1996 a 2017 e sua relação com gasto público em saúde a partir de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (Siops).
No CNES, os pesquisadores obtiveram dados do número de estabelecimentos em saúde de cada estado brasileiro, o tipo de atendimento prestado, o número de profissionais cadastrados e de leitos hospitalares e, no Siops, dados sobre a despesa total com saúde de cada estado, gasto público em saúde per capita, participação da despesa com pessoal e da despesa total com saúde. Para a análise, os pesquisadores usaram a categoria de regiões intermediárias do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que respondem a serviços mais complexos nos territórios.
No período estudado, a mortalidade por câncer foi maior entre meninos na faixa etária de zero a quatro anos em todas as regiões brasileiras. A taxa de mortalidade por câncer em crianças e adolescentes no Brasil foi de 7,4 óbitos a cada 100 mil habitantes, 8 para o sexo masculino e 6,5 óbitos para o sexo feminino. Essa taxa foi mais baixa em regiões com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais alto, mais investimento público em saúde e mais leitos hospitalares de UTI.
Houve declínio na mortalidade por câncer em crianças e adolescentes entre 1996 e 2017 em 66% das regiões intermediárias brasileiras. Em 30% das regiões, as mortes se mantiveram estacionárias, ou seja, não houve mudança na tendência de mortalidade por câncer na infância e adolescência e, em 3% delas, houve crescimento desta taxa. As regiões dos municípios de Lábrea, no Amazonas, Oiapoque, no Amapá, Corrente, no Piauí, e Barra do Garças, no Mato Grosso tiveram aumento nas taxas de mortalidade no período analisado.
Kamila Tessarolo Velame, pesquisadora da USP e coautora do estudo, explica que quanto mais alto o IDH de uma região, mais altos também tendem a ser os investimentos em saúde, propiciando melhor acesso da população ao diagnóstico e tratamento precoces do câncer. “Isso faz com que as chances de cura sejam maiores, aumentando a sobrevida dos pacientes”.
Segundo os dados analisados, existe uma disparidade na distribuição de recursos destinados à saúde no Brasil, além de uma precariedade nos sistemas de informação responsáveis por registrar as mortes por câncer. “Ainda assim, ao longo dos anos, já notamos uma melhoria na qualidade dos dados e mais investimentos em saúde”, conclui Velame. Esse é o caso das regiões Norte e Nordestes que, apesar de concentrarem a maior quantidade de mortes por câncer, tiveram uma redução nas taxas de mortalidade de câncer infantil e adolescente ao longo do período analisado.
A falta de diagnóstico e de tratamento precoces, segundo Velame, é um dos graves problemas do câncer infantil e adolescente no país. Neste sentido, o trabalho mostra que investimentos na Estratégia de Saúde da Família (ESF) das Unidades de Saúde, porta de entrada do usuário ao sistema de saúde, são fundamentais para melhorar o tratamento desta doença nas faixas etárias infantis e juvenis.
(Fonte: Agência Bori)
O Instituto Anelo inicia o ano de 2024 propondo um trabalho de mobilização comunitária e em rede para buscar recursos e parcerias a fim de viabilizar iniciativas e projetos de fomento à Cultura na região do Campo Grande. A proposta é justificada pelo alto volume de procura identificado pela entidade, que ofereceu 215 novas vagas para o ano de 2024, mas recebeu 1685 inscrições em 4 dias.
Em 2023, o Anelo atendeu mil alunos. Depois do processo de rematrícula, realizado ao fim do ano passado, o levantamento interno apontou a possibilidade de abertura de 215 novas vagas para 2024.
A alta no volume de procura é recorrente. Em 2023, a procura foi de 1510 inscritos para 380 novas vagas, somando o primeiro e o segundo semestre. Em 2022, foram 502 novas vagas para 1391 inscrições; já em 2021, 242 vagas, para 293 inscrições, registrando um aumento de 475% de 2021 a 2024.
De acordo com o fundador e coordenador geral do Instituto Anelo, Luccas Soares, a saída ideal para a questão do déficit de espaços para o exercício de atividades culturais na região do Campo Grande poderia ser iniciada com a instalação de novos projetos de fomento de música no distrito. “Para nós, seria uma honra receber aqui na região projetos como o Primeira Nota e o Projeto Guri. São duas grandes referências para nós em termos de ensino de música e fomento de cultura para populações vulneráveis”, aponta Soares. “Esse resultado (das inscrições) nos propõe desafios e amplia nossa responsabilidade, mas também sugere que existe uma grande demanda por acesso ao ensino de música em nossa cidade, em especial nos bairros da periferia”, pondera.
O coordenador acrescenta que novos locais de atividade seriam muito positivos para a comunidade do distrito, no qual a entidade identifica um déficit crescente de espaços para vivência cidadã por meio da cultura. “O que as pessoas querem quando se inscrevem no Anelo é uma coisa muito simples: pertencer, sociabilizar, aprimorar e descobrir habilidades e talentos. Isto não deveria ser negado a ninguém; no entanto, entendemos que não damos conta de atender a todos e dizer não para as pessoas, principalmente as crianças que ficam de fora, é muito triste”, analisa.
Luccas afirma ainda que tem recebido convites e propostas para abrir novas unidades do Anelo em outros bairros e regiões da cidade de Campinas. O coordenador entende, no entanto, que grande parte do êxito da entidade em seu propósito é porque trata-se de um projeto que cresceu organicamente com o trabalho, empenho, cultura e perspectiva da comunidade local.
“Queremos inspirar outras pessoas em suas comunidades a colocarem seus sonhos no plano das realizações. Que estas comunidades encontrem seu jeito de fazer a diferença que transforma, seja na música, no teatro, no cinema, no esporte, no cuidado com o meio ambiente. A nossa intenção é ver florescer novos projetos, a partir de novos olhares; não queremos monopolizar a cultura ou as ações de cidadania no Campo Grande, queremos que estas iniciativas sejam diversas e de diferentes perspectivas”, reflete.
Histórias
Para Emilayne Mayara dos Santos, mãe de dois filhos com quatorze e nove anos, o ensino de música é essencial e necessário para o desenvolvimento das crianças. “Tentamos algumas vezes inscrição, mas sem sucesso. Depois de tentar algumas vezes, só meu filho de nove anos conseguiu. Minha filha de quatorze anos não conseguiu a vaga. Ela gostaria muito, pois vê na arte infinitas possibilidades; infelizmente a demanda é muito grande, então compreendemos”, aponta a mãe.
Para o aluno de violino Carlos Antônio da Silva, a espera para conseguir uma vaga no Anelo foi de quatro anos. “Esperei por quatro anos e hoje estou no Anelo já há dois anos. Esperar é muito decepcionante. Eu, que já tinha o meu violino em casa, ficava frustrado por não conseguir. Então eu acho que se tivesse mais lugares onde a gente pudesse estudar, principalmente aqui na região que a gente, além do Anelo, quase não tem nada de atividades culturais para fazer, seria melhor para todo mundo”, reflete o aluno.
Proposta | A coordenação e diretoria do Anelo está aberta para discussões, havendo interesse e disposição de outras organizações, empresas e esferas do poder público, a fim de reunir-se em prol de uma construção coletiva que atenda estas demandas.
Música que Transforma | O Instituto Anelo é uma associação civil sem fins lucrativos que desde 2000 oferece aulas gratuitas de música no Jardim Florence, bairro do distrito do Campo Grande, localizado na região noroeste da cidade de Campinas, interior de São Paulo. Ao longo dessas mais de duas décadas, o Instituto Anelo já beneficiou mais de 10 mil pessoas, entre crianças, jovens e adultos.
(Fonte: Instituto Anelo)
Uma seleção de obras de artistas que passam por diversos movimentos da arte brasileira marca a mostra “Do Acadêmico ao Contemporâneo”, em exibição na galeria de arte da Blombô. Partindo do movimento acadêmico – com artistas como Eliseu Visconti –, passando pelo moderno – com Antônio Gomide, Alfredo Volpi, Iberê Camargo e Di Cavalcanti –, pelo abstracionismo geométrico – Judith Lauand e Luiz Sacilotto –, abstracionismo informal – Manabu Mabe, Danilo di Prete – até a produção contemporânea – com nomes como Vik Muniz, Nelson Leirner, Solange Pessoa e Anna Maria Maiolino. Após a mostra, as obras serão leiloadas em pregão online no dia 30 de janeiro no site da Blombô. Até o leilão, as obras seguem em exibição gratuita na galeria, localizada no Jardim Europa, em São Paulo.
A estrela da mostra é uma tela de Alfredo Volpi que terá lance inicial no leilão de R$900 mil. Com 67 x 135,5 centímetros e datada de 1970, “Mastros e bandeiras” é uma das obras que figuram entre os trabalhos mais emblemáticos do artista, já que suas formas geométricas bem definidas trouxeram reconhecimento ao ítalo-brasileiro como um dos mais importantes no cenário das artes no Brasil. Outro grande artista, Amilcar de Castro (1920–2002), tem três trabalhos em exibição, sendo uma pintura e duas esculturas. Conhecido pela geometria empregada em obras esculturais feitas em sua maioria com aço, o artista, natural de Paraisópolis, Minas Gerais, é parte fundamental da arte contemporânea brasileira.
Raridade no mercado, a tela de Eliseu Visconti (1866–1944) é uma obra-prima do artista – considerado um mestre da arte impressionista no Brasil – que data de 1898. Trata-se de um óleo sobre tela poucas vezes visto pelo grande público, sendo exibido em 1994, durante a exposição em memória ao cinquentenário de falecimento do artista no Museu Nacional de Belas Artes. Também foi exposta em outras ocasiões: em 2011/2012, na mostra “Eliseu Visconti – A Modernidade Antecipada”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo e Museu Nacional de Belas Artes. Para o leilão, o lance inicial desta obra parte de R$40 mil.
Há, ainda, uma grande seleção de arte popular brasileira que apresenta trinta obras da ceramista Noemisa Batista, cinco esculturas de Artur Pereira, quadros de José Antonio da Silva, obras de Mirian, de Agostinho Batista de Freitas e tantos outros. No segmento contemporâneo, se destacam duas obras em tela de Solange Pessoa, artista que vem ganhando cada vez mais projeção internacional. Soma-se à seleção contemporânea uma pintura de Anna Maria Maiolino, artista ítalo-brasileira laureada com o Leão de Ouro pelo conjunto de sua obra na próxima Bienal de Veneza, que terá cerimônia de premiação no dia 20 de abril, durante a inauguração da mostra. O núcleo contemporâneo conta ainda com obras de Vik Muniz e Nelson Leirner.
Serviço:
Exposição ‘Do Acadêmico ao Contemporâneo’
Galeria Blombô – Av. Cidade Jardim, 86 – Jd. Europa – São Paulo – SP
Período expositivo: de 22 a 30 de janeiro
Horário: de segunda a sexta-feira das 10h às 18h | sábado das 10h às 16h | fecha no domingo
Leilão
Dia 30 de janeiro – terça-feira
Horário: a partir das 20h – online
Para participar do leilão, basta fazer o cadastro no site.
(Fonte: Ju Vilela Press)