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Oficinas de adereços, cortejos, bailes e Jubileu de Ouro de bloco carnavalesco marcam o Carnaval do Sesc Casa Verde

São Paulo, por Kleber Patricio

Bloco Sovaco de Cobra. Foto: Walter Antunes.

Oficinas de adereços, cortejos, bailes e Jubileu de Ouro de bloco carnavalesco marcam o Carnaval do Sesc Casa Verde. Em mais uma edição desta festividade tão celebrada, a Unidade recebe ambientação desenvolvida pela dupla de artistas Claudio Cabrera e Aline Carcellé com os elementos carnavalescos mais emblemáticos espalhados pelo espaço e, na programação, destaque para bailes para todas as idades, oficinas de confecção de adereços e animados cortejos – tudo gratuito e aberto a todos os públicos.

O Carnavalhaço – o carnaval dos palhaços abre a programação trazendo as marchinhas carnavalescas que moram no imaginário popular em um cortejo interativo com o toque especial da palhaçaria, bom humor e uso de instrumentos excêntricos, como uma sacola plástica. Os cortejos acontecem no sábado e na segunda, dias 1 e 3, em dois horários, às 11h30 e 14h.

No domingo e na terça, dias 2 e 4, no Cortejo dos bonecões o público pode dançar com brincantes acompanhados de seus bonecões, produzidos pelo artista Paulo Farah, enquanto a Banda do Bloco dos Bonecões toca músicas com temas do cancioneiro infantil e resgate de sambas paulistas tradicionais em dois horários, às 11h30 e 14h.

Para transformar o corpo em palco de cores e movimento, a oficina Corpo em Festa celebra a criatividade do Carnaval por meio da confecção de adereços únicos, como enfeites de cabelo, máscaras e ombreiras. As oficinas acontecem em 4 ciclos, às 11h, 12h, 14h30 e 15h20, na Sala 1 – Manualidades, com acesso através de retirada de senha.

Durante os quatro dias de festividade, sempre às 16h, a Arena se transforma em verdadeiro palco para os bailes de Carnaval, como Baila Brasileira no sábado, dia 1º. Uma experiência tropical dançante conduzida pela cantora Anná e sua banda 100% feminina, celebrando cantoras e compositoras da música popular brasileira, como Carmen Miranda, Joelma, Chiquinha Gonzaga e Marília Mendonça.

Carnavalhaço. Foto: Vanessa Zanola.

No domingo, dia 2, o Baile da Samucagem, comandado por Samuel Samuca, vocalista da banda Samuca e a Selva, vem para celebrar a cultura dos bailes com releituras originais e irreverentes que vão do axé dos anos 90 aos clássicos do brega, MPB e outros estilos genuinamente brasileiros.

Diretamente de São Luiz do Paraitinga, local de tradicionais festas de Carnaval, a Banda Despirocadas, primeira banda de marchinhas da cidade formada inteiramente por mulheres, apresenta um show interativo com um repertório que propõe uma viagem pelo Carnaval luizense na segunda, dia 3.

Fechando a programação de forma especial, o bloco carnavalesco Sovaco de Cobra comemora seus 50 anos de sambas de enredo e marchinhas, trazendo a sua tradicional saída nas ruas da Casa Verde para dentro do Sesc. Fundado em 1975 por Seu Carlão do Peruche, o Sovaco é a união de pessoas de diversas entidades carnavalescas da região e de foliões de toda a cidade e um dos blocos mais antigos em atividade em São Paulo.

Serviço:

Carnavalhaço – o carnaval dos palhaços

1 e 3/3 | sábado e segunda-feira, às 11h30 e 14h

Local: Rua da Convivência

Grátis

Cortejo dos bonecões

2 e 4/3 | domingo e terça-feira, às 11h30 e 14h

Local: Rua da Convivência

Grátis

Corpo em Festa

De 1 a 4/3 | sábado a terça-feira, às 11h, 12h, 14h30 e 15h20

Local: Sala 1 – Manualidades

Grátis. Retirada de senha 15 minutos antes de cada sessão

Baila Brasileira, com Anná

1/3 | sábado, 16h

Local: Arena

Grátis

Baile da Samucagem, com Samuel Samuca e banda

2/3 | domingo, 16h

Local: Arena

Grátis

Banda Despirocadas

3/3 | segunda-feira, 16h

Local: Arena

Grátis

Bloco Sovaco de Cobra – Comemoração de Jubileu de Ouro

4/3 | terça-feira, 16h

Local: Arena

Grátis.

Sesc Casa Verde

Horários de funcionamento no Carnaval: 1 a 4/3, sábado a terça-feira, das 10h às 18h; 5/3, quarta-feira: Unidade fechada

Endereço: Avenida Casa Verde, 327, São Paulo – SP

Bilheteria: terça a sexta, 10h às 18h30; sábados, domingos e feriados, 10h às 17h30

Bicicletário: necessário uso de corrente e cadeado – 28 vagas

Estacionamento: entrada pela Rua Soror Angélica, 751. Valores: Credencial Plena: R$17,00 (primeiras 3 horas) e R$3,00 por hora a mais. Outros: R$25,00 (primeiras 3 horas) e R$4,00 por hora a mais.

Acompanhe o Sesc Casa Verde na internet:

Site: sescsp.org.br/casaverde

Facebook: facebook.com/sesccasaverde

Instagram: @sesccasaverde.

(Com Marina Borges Barroso/Assessoria de Imprensa Sesc Casa Verde)

Espetáculo ‘Os Irmãos Karamázov’ traz montagem inédita da obra prima de Dostoiévski para São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Lorena Zschaber

Um dos maiores clássicos da literatura mundial ganhou montagem teatral inédita, capaz de arrebatar diferentes as gerações. Após uma curta e celebrada passagem pelo Rio de Janeiro, o espetáculo ‘Os Irmãos Karamázov’, com adaptação de Caio Blat e Manoel Candeias para o romance do autor russo Fiódor Dostoiévski, chega aos palcos de São Paulo para uma temporada de 27 de fevereiro a 30 de março no Sesc Pompeia. Apontada por Freud como uma obra-prima da humanidade, a trama retrata uma família desestruturada marcada por paixões, disputas financeiras, dilemas existenciais e um pai perverso.

Dirigida por Marina Vianna e Caio Blat, a montagem traz diálogos ágeis, cenas intensas e um elenco diverso. “A nossa adaptação fez uma opção radical de seguir só os três dias em que a tragédia se desenvolve. A gente acreditou que, a partir da urgência e da loucura dos personagens nesses três dias, é possível conhecer a personalidade de cada um. A partir daí, o desafio foi sintetizar numa peça rápida, vertical e vertiginosa os principais temas e revelar a alma de cada um dos personagens”, acredita Caio, que acumula as funções de adaptação, direção e interpretação no projeto. 

O elenco responsável por dar vida e alma aos personagens de Dostoiévski é formado por Babu Santana, Luisa Arraes, Sol Miranda, Nina Tomsic, Pedro Henrique Muller e Lucas Andrade, além dos diretores Caio e Marina, que também atuam. Na encenação, a escolha do elenco não se ateve ao gênero dos artistas em relação aos personagens descritos. “Dostoiévski é, se não o maior, um dos maiores autores sobre a alma humana. São questões que não poderiam ser restritas a um gênero. Então a gente quis borrar essas fronteiras, mas as mulheres não estão interpretando homem e os homens não estão interpretando mulher. Aqui são atores e atrizes fazendo seres humanos. O que prevalece sobre um personagem não é se ele é homem ou mulher, mas sim o que ele está buscando, qual é sua ânsia, qual é sua fúria. São questões de cada ser humano”, explica a atriz Luisa Arraes.

Ambientado na Rússia pré-revolucionária, o espetáculo traz para o palco temas atemporais como culpa, justiça, autoritarismo e a busca por libertação de figuras opressoras, simbolizada no desejo dos filhos de destruir o pai corrupto. O espetáculo explora essas questões com linguagem acessível e popular, aproximando-se dos temas que assolam a sociedade brasileira. “Todos os aspectos sociais da Rússia czarista que estão no texto – o abismo social, o patriarcado, o autoritarismo, a religião decadente que explora e ilude o povo – podem ser perfeitamente compreendidos pelo brasileiro hoje. A gente não precisou fazer nenhuma transposição, nem nenhuma grande pesquisa sobre a Rússia czarista, todos os símbolos que estão na peça são facilmente reconhecidos por qualquer plateia”, observa Caio Blat.

Além do elenco, estarão em cena os músicos Arthur Braganti (também diretor musical do espetáculo) e Thiago Rabello, as artistas-intérpretes de libras Juliete Viana e Maria Luiza Aquino e Sofia Badim, assistente de direção que também apoia o elenco, compondo um grupo heterogêneo de 13 atores que se revezam para contar essa história, ora em coro, ora individualmente, com seus corpos e funções diversos.

A adaptação é fruto de 10 anos de estudo de Caio Blat e Manoel Candeias sobre a obra de Dostoiévski e o romance, além de quatro meses de um intenso processo criativo, com o elenco e o grupo de artistas envolvidos para a realização do espetáculo. Isabela Capeto assina a direção de arte e o figurino; Amália Lima, a direção de movimento; Arthur Braganti, a direção musical e trilha sonora original; Gustavo Hadba e Sarah Salgado, o desenho de luz; Moa Batsow, a cenografia; Raissa Couto, a acessibilidade criativa; com a direção de produção de Maria Duarte.

Embora hoje seja considerado erudito, Dostoiévski foi um escritor popular e acessível. O romance Os Irmãos Karamazov foi publicado originalmente como folhetim, uma novela em capítulos no jornal. A montagem pretende popularizar o escritor e a sua obra no Brasil. Segundo Maria Duarte, para se produzir um espetáculo para o grande público, além da proposta artística da encenação, é preciso pensar na acessibilidade de fato. “É isto o que me move nesse projeto desde o primeiro dia: realizar um espetáculo realmente acessível. Isso implica olhar para a acessibilidade não como uma contrapartida, um problema a ser resolvido, um recurso a ser inserido depois da criação. E sim uma lente a mais para os criadores, que inspira e amplia possibilidades. Essa foi a minha proposta para a direção e toda a equipe envolvida. Quis trazer intérpretes atrizes para a cena com o elenco, e não tradutores de Libras numa lateral do palco. E o que parecia no início um problema, abriu uma explosão de ideias nesse processo, emocionante de ver”, completa a diretora de produção.

A acessibilidade como pilar criativo

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), há mais de 1,3 bilhão de pessoas com deficiência em todo o mundo. “É urgente encararmos este assunto, e considerarmos a acessibilidade como premissa da criação de um espetáculo, um show, um evento, um livro, qualquer produção cultural. Não é mais possível, em pleno 2024, se cogitar produzir um espetáculo teatral ignorando essa parcela da população”, afirma Maria. A produtora propõe a criação de um projeto inovador e ousado, que pensa a acessibilidade criativamente, entrelaçada de forma orgânica com a dramaturgia e a encenação. Todos os pilares criativos do espetáculo foram convocados – do figurino à comunicação – para o desafio de criar um espetáculo para todos, de fato.

Fugindo do literal e do óbvio, a montagem inclui artistas intérpretes no elenco e o uso da língua brasileira de sinais nos diálogos e na composição do gestual da encenação, além de soluções que incluem efeitos sonoros, suportes táteis, comunicação acessível e outras iniciativas inéditas. Para esse desafio, o projeto conta com a direção de Raíssa Couto e o envolvimento de uma equipe de consultores, com e sem deficiência, envolvidos desde o início do processo criativo. “Trabalho há quase 15 anos com acessibilidade e anticapacitismo e nunca recebi um convite parecido como este para um projeto que não tem essa temática”, comenta Raíssa. A produção envolveu artistas com deficiência, que atuaram ativamente no processo criativo desde a montagem do espetáculo, como a consultora Moira Braga e a bailarina intérprete Maria Luiza Aquino.

Assim como a criação do espetáculo, a divulgação também considera a acessibilidade integrada. A proposta é que pessoas com deficiência também se sintam convocadas a ir ao teatro, engajando um público ainda mais amplo na formação de plateia. Nesse contexto, o projeto conta com a parceria de instituições como o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), o Instituto Benjamim Constant (IBC) e o Conselho da Pessoa com Deficiência do Município do Rio de Janeiro, bem como artistas influenciadores com deficiência.

Figurinos como obras de arte e uma nova forma de fazer

Isabela Capeto assina a direção de arte e figurino do espetáculo, fazendo coro à linguagem contemporânea e inovadora proposta pela direção. Reconhecida pelo maximalismo e o uso abundante de cores em suas coleções, Isabela apresenta um conjunto de figurinos brancos, produzidos artesanalmente, a partir de material de origem sustentável.

A criação dos figurinos partiu da sugestão da obra Branco sobre Branco, de Malevich, além de outras referências visuais sugeridas pelos diretores Caio Blat e Marina Vianna, e mobilizou a estilista para uma imersão sobre o romance e os personagens. “Experimentamos uma nova forma de fazer. Desde o começo, foi colocado pela Maria (Duarte) a proposta de construir junto. Estou acompanhando todo o processo criativo dos atores desde o início, nas primeiras leituras e nos ensaios diários. É diferente de uma figurinista que faz o figurino, entrega e ponto. Tem uma relação. Eu quero ir a todos os espetáculos!”, conta.

Visando a economia de recursos e considerando os impactos negativos da indústria têxtil no planeta – que, somente no Brasil, gera 175 mil toneladas de resíduos por ano – a produção do espetáculo procurou a Oficina MUDA, empresa que promove a economia circular e a gestão dos resíduos sólidos da indústria têxtil brasileira, para estabelecer uma parceria em prol dos figurinos e do cenário do espetáculo. A proposta foi acolhida com entusiasmo pela fundadora e diretora criativa Larissa Greven e o que poderia ser visto como uma dificuldade para a equipe de figurino foi o que mais entusiasmou a estilista Isabela Capeto. “Já fiz alguns figurinos, mas nunca me identifiquei tanto com um trabalho. Eles me deram liberdade para fazer o que eu queria. Me disseram, a história é essa, vamos juntos, mas eu fiquei muito livre para fazer o figurino. E ainda aconteceu essa proposta de reutilizar materiais, pensar um figurino sustentável, com restos de tecido e reaproveitamento de roupas, o que é o que eu sei fazer melhor. Quando comecei lá atrás, fazia tudo em cima da customização, está no meu DNA, eu amo fazer! O figurino é todo feito à mão, artesanal. E criamos a partir dos tecidos doados pela MUDA, sobras de materiais de coleções antigas do meu ateliê, o elenco também trouxe roupas velhas para serem aproveitadas. Todos se envolveram, isso é maravilhoso.”

A polifonia na montagem teatral

Segundo Mikhail Bakhtin, filósofo e pensador russo, teórico da cultura e das artes e pesquisador da linguagem humana, Os Irmãos Karamazov é um acontecimento literário polifônico. A imagem da polifonia, conceito originalmente desenvolvido na música, se refere às múltiplas vozes e perspectivas que colidem sem um único ponto de vista dominante, como a do narrador, tradicionalmente. Esta característica marcante da obra de Dostoiévski norteou a criação cênica e toda a direção musical do espetáculo. “A gente transformou a literatura numa peça coral, uma peça coletiva em que as vozes se sobrepõem, cada personagem que entra em cena toma a narrativa do outro, e se torna o narrador por algumas cenas, depois outro personagem toma a voz. E em algumas situações as vozes começam a se sobrepor, a ecoar: repetições de frases de personagem para o outro. Tem ainda a Libras dentro de cena, como outra voz para o mesmo texto. Até literalmente o canto polifônico que abre a peça, uma canção russa de um canto polifônico ortodoxo, voltando às origens do texto”, comenta Caio.

“E a dramaturgia da música que está em cena. As várias camadas sonoras: as palavras do texto, do Dostoiévski e as palavras de dentro de cada personagem, que ecoam, que multiplicam ruídos, murmúrios… Os gestos que também podem comunicar”, complementa a diretora Marina Vianna. De forma contemporânea e também inovadora, a montagem espera levar para os palcos a polifonia característica da obra de Dostoiévski.

Sinopse | O espetáculo se passa na Rússia pré-revolucionária e acompanha as disputas entre os irmãos Karamázov e seu pai, Fiódor, pela herança da família e pelo amor da mesma mulher. Nesse caldeirão explosivo de ressentimentos familiares, cada um dos irmãos colabora de sua maneira para o mais temido desfecho: o assassinato do pai tirano com a participação ou omissão de cada um de seus filhos.

Serviço:

Os Irmãos Karamázov 

De Fiódor Dostoiévski

Direção: Marina Vianna e Caio Blat

Dramaturgia: Caio Blat e Manoel Candeias

Direção de Produção: Maria Duarte

Produção Artística: Luisa Arraes

Elenco: Babu Santana, Caio Blat, Lucas Andrade, Luisa Arraes, Marina Vianna, Nina Tomsic, Pedro Henrique Muller, Sol Miranda

Músicos: Arthur Braganti, Thiago Rebello

Artistas intérpretes: Juliete Viana, Malu Aquino

Coro: Sofia Badim

Temporada: 27 de fevereiro a 30 de março

Dias da semana: de quinta a domingo

Horário: 20h (de quinta a sábado) e 17h (domingo)

Local: Sesc Pompéia – Teatro

Ingressos: R$70 (inteira), R$35 (meia) e R$21 para associados do SESC

Endereço: R. Clélia, 93 – Água Branca, São Paulo – SP

Telefone: (11) 3871-7700

Classificação indicativa: 16 anos

Lotação: 668 lugares

Gênero: Teatro

Prefira o transporte público:

Barra Funda – 2000m

CPTM Água Branca – 800m

ou Barra Funda – 2000m

Terminal Lapa – 2100m.

(Com Debora Almeida/Approach Comunicação)

Museus-Casas de São Paulo celebram as mulheres

São Paulo, por Kleber Patricio

A Casa Mario de Andrade. Foto: Divulgação.

A Casa das Rosas, a Casa Mário de Andrade e a Casa Guilherme de Almeida, equipamentos da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, e gerenciados pela Organização Social Poiesis, trazem em março uma programação que enaltece e reflete sobre a pluralidade das experiências femininas nas mais diversas frentes, seja nas artes e cultura, seja na política.

Entre os destaques estão mais uma edição do Ciclo ‘A Cidade das Mulheres na Casa das Rosas’ sobre os desafios e conquistas das mulheres na capital paulista, uma formação que abordará a trajetória e produções das artistas do modernismo brasileiro na Casa Guilherme de Almeida e uma visita temática à Casa Mário de Andrade pensando na presença feminina negra na ancestralidade do poeta.

Casa das Rosas

A Cidade das Mulheres será o tema da nova edição do Ciclo na Casa das Rosas. Entre os dias 8 e 9 de março, o espaço se transformará em um ponto de encontro para a troca de vivências que abordarão os desafios e conquistas de mulheres em diversas esferas da vida urbana.

Projeto Quintal. Foto: Neiliane Araújo.

“Quem foram as mulheres que habitaram a Casa das Rosas?” será a pergunta que a visita educativa Mulheres na Casa das Rosas pretende responder no dia 8/3, a partir das 11h, enfatizando as diferentes condições de vida, os espaços domésticos utilizados e o papel delas na elaboração e manutenção da memória da família e de seus trabalhadores.

No mesmo dia, a partir das 14h, a roda de conversa Mulheres e narrativas urbanas, com a Fósforo Editora, além da artista plástica e escritora Edith Derdyk, e Adriana Ferreira, escritora e jornalista, abordará a obra ‘Flâneuse: mulheres que caminham pela cidade em Paris, Nova York, Tóquio, Veneza e Londres’, de Lauren Elkin, a fim de ampliar o debate sobre como a cidade é um espaço de transformação para as mulheres, explorando a intersecção entre literatura, arte e vida urbana.

No dia 9 de março, a partir das 14h, a roda de conversa Experiências femininas na cidade reunirá mulheres de diferentes territórios, trajetórias e identidades para discutir a diversidade de experiências no contexto urbano de São Paulo. Neste bate-papo estarão presentes as representantes dos coletivos Tem Sentimento, Warmis e Ocupação Penha Pietras, Thais Cristina dos Santos, Jobana Moya e Gabi Feliciano respectivamente, e será mediado por Tatiana Waldman, Mestra e Doutora em Direitos Humanos pela USP.

Fechando a programação do mês, no dia 22, a partir das 15h, a Casa convida a todos para a roda de conversa mediada pela Editora Todavia Destino’ feminino: escolhas e imposições com a autora do livro ‘Cantagalo’ Fernanda Teixeira Ribeiro, ex-aluna do CLIPE em 2019 e vencedora do Prêmio UCCLA-Lisboa de Revelação Literária em Portugal em 2024.

Casa Guilherme de Almeida

A Casa Guilherme de Almeida. Foto: André Hoff.

No dia 8 de março, a partir das 11h, o Núcleo de Ação Educativa do Museu-Casa realizará a oficina A palavra pintada de Pagu: cartas com alma e arte, onde algumas de suas facetas, enquanto mulher no século XX no Brasil, serão abordadas em uma breve biografia.

Após a leitura de uma carta escrita por Oswald de Andrade para Guilherme de Almeida, cuja ilustração do verso foi feita por Pagu, o público será convidado a também escrever uma carta para alguma mulher importante, posteriormente trocadas entre si para complementar o conteúdo por meio de outra intervenção artística.

Na formação online Entre o visível e o invisibilizado: a arte das mulheres modernistas será explorada a trajetória e produções de artistas conhecidas como Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, bem como de artistas que tiveram papéis importantes no movimento, mas foram ofuscadas, entre elas Regina Gomide Graz e Zina Aita, destacando uma nova perspectiva sobre o modernismo brasileiro e a importância das mulheres na formação da arte nacional.

Serão três encontros nos dias 12, 19 e 27 de março, a partir das 19h, ministrados por Bruna Fernanda, pesquisadora, mestre em Filosofia, curadora e educadora, Michele Petry, historiadora e pós-doutora na Divisão de Pesquisa em Arte, Teoria e Crítica no Museu de Arte Contemporânea da USP e Somnia Carvalho, doutora em Estética pela USP, com tese sobre a pintura de Anita Malfatti.

No dia 29/3, a partir das 15h, o Núcleo de Ação Educativa convida a todos para o Mulheres modernistas no acervo Casa Guilherme de Almeida. Após uma visita ao acervo de Guilherme e Baby de Almeida totalmente focada nas artistas, haverá uma roda de conversa sobre essas mulheres, as quais tiveram marcantes atuações na Semana de 1922 e na revolução da arte moderna no Brasil, mesmo tendo sofrido tentativas de apagamento no decorrer dos anos.

Casa Mário de Andrade

Detalhes da porta de entrada da casa de Mário de Andrade com a simbologia Adinkra Sankofa. Foto: André Hoff.

A palestra que ocorrerá no dia 8 de março, às 15h, O caderno de receitas de Tia Nhanhã e o ‘não caderno’ de Bastiana, convida Viviane Aguiar, mestre em História Social pela USP e pesquisadora do pensamento de Mário de Andrade sobre a culinária brasileira, para dar destaque às mulheres que moraram e trabalharam na residência da Rua Lopes Chaves no bairro da Barra Funda, onde o museu está localizado. O bate-papo será por meio da história do caderno de receitas de Nhanhã, tia e madrinha do poeta modernista. Este único objeto remanescente será abordado como um instrumento de ação e poder das mulheres da casa no ambiente doméstico.

No dia 22 de março, a partir das 15h30, o público será convidado a refletir sobre a ancestralidade negra do escritor e o modo como a experiência do feminino negro está viva em sua morada e no território da Barra Funda na visita Morada Sankofa: o feminino negro na casa, vida e obra de Mário de Andrade. A atividade acionará a simbologia Adinkra Sankofa, presente nos portões da Casa e que representa o voltar às nossas origens e raízes.

Projeto Quintal

Neste mês, o Projeto Quintal também celebrará as mulheres das artes, sobretudo as modernistas. Por meio de um circuito de vivências sensoriais no dia 8 de março, a partir das 10h30, crianças e seus responsáveis poderão explorar a Casa Mário de Andrade como um museu brincante ao experimentar produções de mulheres modernistas a partir de brinquedos e objetos de sensibilização para a ludicidade e o fazer artístico.

E no dia 15 de março, a partir das 10h30, a biblioteca do Projeto na Casa Guilherme de Almeida terá como destaque obras escritas por mulheres ou com personagens femininas como protagonistas, a fim de estimular a leitura e a contação de histórias.

Serviço:

Programação gratuita – Mês das mulheres nos Museus-Casas de São Paulo

Casa das Rosas

CICLO – A Cidade das Mulheres

Atividade 1 – Visita educativa As mulheres da Casa das Rosas

Com Núcleo Educativo

Sábado, 8 de março, das 11h às 12h

Local: museu

Classificação indicativa: livre

Retirada de senha por ordem de chegada

Informações no site

Rodas de conversa:

Atividade 2 – Mulheres e narrativas urbanas

Com Edith Derdyk e Adriana Ferreira

Sábado, 8 de março, das 14h às 16h

Local: Sala multiuso

Classificação indicativa: livre

Atividade 3 – Experiências femininas na cidade

Com Jobana Moya, Gabi Feliciano, Thais Cristina dos Santos e mediação de Tatiana Waldman

Domingo, 9 de março, das 14h às 16h

Local: Sala multiuso

Classificação indicativa: livre

Roda de conversa – ‘Destino’ feminino: escolhas e imposições

Sábado, 22 de março, das 15h às 17h

Local: Sala multiuso

Classificação indicativa: livre.

Museu Casa das Rosas

Endereço: Avenida Paulista, 37 – Bela Vista, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3285-6986.

Funcionamento: aberto de terça a domingo, das 10h à 17h30 (permanência até as 18h)

Jardim aberto de segunda a domingo, das 7h às 22h

Visitas mediadas: públicos espontâneos podem aproveitar para conhecer o Museu nos dias e horários de funcionamento. Grupos precisam agendar previamente, entrando em contato com o Núcleo de Ação Educativa do Museu – clique aqui.

Visitas guiadas com a duração de 1h30.

Acessibilidade: rampa, pisos podotáteis, banheiros adaptados e recursos de acessibilidade no espaço expositivo.

Os contatos estão disponíveis no site.

Casa Guilherme de Almeida

Oficina – A palavra pintada de Pagu: cartas com alma e arte

Com Núcleo de Ação Educativa

Sábado, 8 de março, das 11h às 12h30

Local: museu

Classificação indicativa: livre

Saiba como participar no site

Curso – Entre o visível e o invisibilizado: a arte das mulheres modernistas

Com Bruna Fernanda Vieira, Michele Petry e Somnia Carvalho

Quartas-feiras, 12 e 19 de março, e quinta-feira, 27 de março, das 19h às 21h

Classificação indicativa: livre | Plataforma: Zoom

Informações e inscrições no site

Projeto Quintal

Sábado, 15 de março, das 10h30 às 12h

Com Núcleo de Ação Educativa

Público: 0 a 8 anos (acompanhadas de seus responsáveis)

Local: deck do museu

Informações no site

Visita – Mulheres modernistas no acervo Casa Guilherme de Almeida

Com Núcleo de Ação Educativa

Sábado, 29 de março, das 15h às 16h30

Classificação indicativa: livre

Informações no site

Casa Guilherme de Almeida

Funcionamento:

Terça-feira a domingo, inclusive feriados, das 10h às 17h30 (permanência até as 18h)

Programação gratuita

Rua Macapá, 187 – Perdizes, São Paulo-SP

Tel.: (11) 3673-1883 | Agende sua visita com o educativo: saiba mais.

Acessibilidade: rampa de acesso, elevador, piso podotátil e banheiro adaptado; videoguia em Libras e réplicas táteis.

Casa Mário de Andrade

Palestra O caderno de receitas de Tia Nhanhã e o ‘não caderno’ de Bastiana

Com Viviane Aguiar

Sábado, 8 de março, das 15h às 17h

Classificação indicativa: livre

Informações e inscrições no site

Projeto Quintal + Museu Brincante

Com Núcleo de Ação Educativa

Sábado, 8 de março, das 10h30 às 12h

Público: 0 a 8 anos (acompanhadas de seus responsáveis)

Local: área externa

Informações no site

Visita – Morada Sankofa: o feminino negro na casa, vida e obra de Mário de Andrade

Com Núcleo de Ação Educativa

Sábado, 22 de março, das 15h30 às 16h30
Classificação indicativa: livre

Informações no site

Casa Mário de Andrade

Funcionamento do museu: terça-feira a domingo, inclusive feriados, das 10h às 17h30 (permanência até as 18h)

Programação gratuita

Endereço: Rua Lopes Chaves, 546 – Barra Funda

Contato: 11 4096-9900 – ramal 9854; ou pelo e-mail disponível no site.

Acessibilidade: rampas de acesso, placas em Braille nas portas, elevador, piso podotátil e banheiros adaptados para pessoas com deficiências.

Sobre os Museus-Casas de São Paulo

Os museus Casa das Rosas, Casa Mário de Andrade e Casa Guilherme de Almeida estão localizados em pontos estratégicos e de grande movimentação da capital paulista, oferecendo programação gratuita no campo das artes, da literatura, tradução, gestão cultural e patrimônio arquitetônico.

Os Museus-Casas de São Paulo são da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, e gerenciados pela Poiesis. Os três museus desenvolvem agendas conjuntas e com as especificidades de cada um, já que têm relação com os patronos, grandes escritores que protagonizaram movimentos de vanguarda: Mário de Andrade e Guilherme de Almeida entre os mentores do Modernismo dos anos 1920; e Haroldo de Campos, um dos criadores da Poesia Concreta na década de 1950.

Sobre a Poiesis |A Poiesis é uma Organização Social de Cultura que desenvolve e gere programas e projetos, além de pesquisas e espaços culturais, museológicos e educacionais, voltados para a formação complementar de estudantes e do público em geral. A instituição trabalha com o propósito de propiciar espaços de acesso democrático ao conhecimento, de estímulo à criação artística e intelectual, e de difusão da língua e da literatura.

(Com Raquel Porto/Poiesis)

Realidade virtual leva visitantes a uma viagem imersiva pelo Parque Nacional Cavernas do Peruaçu

Minas Gerais, por Kleber Patricio

Gruta do Janelão – Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG). Foto: Maurício Andrade.

Cerca de 1480 cavernas identificadas, mais de 80 sítios arqueológicos e diversas pinturas rupestres, datadas entre 500 e até 11.000 anos atrás – quem quiser conhecer parte das riquezas e belezas naturais do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG) sem sair do lugar poderá se aventurar por meio da tecnologia imersiva. A página do projeto Vivências 3D:uma imersão em realidade virtual no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu está no ar e passa a permitir que crianças, pessoas com mobilidade reduzida ou aquelas que não têm a oportunidade de visitá-lo presencialmente vivenciem a experiência de forma virtual e interativa. A iniciativa contou com o apoio e financiamento do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav).

“A proposta dessa ação parte da ideia de desenvolver programas socioeducativos permanentes visando estimular a conscientização, implementar sustentabilidade e garantir a conservação dos ambientes cavernícolas e espécies associadas. Partimos do princípio de que as pessoas precisam conhecer para preservar e entender a importância dessas áreas permite que o meio ambiente ganhe mais aliados na luta por sua conservação”, afirmou o coordenador do ICMBio/Cecav, Jocy Cruz.
“O projeto se baseia em duas principais frentes de atuação. A primeira está voltada para a conservação: ao digitalizar áreas sensíveis com a presença de apenas uma pessoa, evita-se que múltiplos visitantes acessem esses locais, reduzindo impactos como pisoteio e a alteração do microclima das cavernas, devido à saturação de CO2, um fator crítico para esses ambientes subterrâneos”, afirmou o espeleólogo e idealizador da iniciativa, Alexandre Lobo.

Segundo Lobo, o segundo pilar do projeto é a acessibilidade. “A tecnologia permite que tanto pessoas com mobilidade reduzida quanto aquelas que não têm condições de visitar o parque possam vivenciar essa experiência imersiva e segura”.

Sobre o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu

Lapa do Boquete – Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG). Foto: Maurício Andrade.

Criado em 1999, o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu compreende os municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões, na região norte de Minas Gerais. Formado por grandes extensões de matas, cânions e cavernas, o local abrange três biomas brasileiros: a Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica. O local possui uma enorme relevância científica para diversas áreas da ciência.

A unidade de conservação federal em breve poderá se tornar Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Em dezembro de 2024, uma audiência realizada pelo comitê que está à frente da candidatura apresentou um relatório com os estudos sobre o local. O material foi traduzido para o inglês, ilustrado e protocolado junto à Unesco no dia 1º de fevereiro. Caso seja aprovado, neste ano o pleito será submetido à plenária da agência especializada do Sistema ONU para votação.

Projeto contemplará outras cavernas brasileiras

Gruta do Janelão – Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG). Foto: Jocy Cruz.

Inserido no projeto ‘Vivências 3D’, uma ação do ICMBio/Cecav, em parceria com o Laboratório de Geomorfologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), está conduzindo o trabalho de imageamento em 3D de algumas cavernas do Parque Nacional da Furna Feia (RN) e do seu entorno. A ideia é potencializar ações de pesquisa não-invasivas, de documentação de atributos de espeleotemas sensíveis e promover o turismo virtual.

Uma expedição realizada em setembro de 2024 na região do munícipio de Baraúna percorreu as cavernas Furna Feia e Furna Nova, localizadas dentro na unidade de conservação potiguar, e o Abrigo do Letreiro, uma caverna com pinturas rupestres.

(Com Lorene Lima/ICMBio)

Em 2024, Ligue 180 registra aumento de 29% nos atendimentos em São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Curated Lifestyle/Unsplash+.

Dispositivo central na estratégia de enfrentamento da violência contra a mulher no país, a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 totalizou, no ano passado, 142.889 ligações registrados em São Paulo – um aumento de 29,13% em relação a 2023, quando 110.651 ligações foram computadas. No ano passado, no estado paulista, houve aumento de 19,98% no número de denúncias, passando de 26.026 em 2023 para 31.227 em 2024. Desse total, 27.460 foram recebidas por telefone e 3.054 por WhatsApp.

Entre as denúncias no ano passado, 19.046 foram apresentadas pela própria vítima, enquanto 12.155 foram por terceiros. A casa da vítima ainda é o cenário onde mais situações de violência são registradas: 12.174 denúncias tinham este contexto. A residência compartilhada por vítima e suspeito também é local de grande parte das denúncias em São Paulo, com 10.608 casos.

Os dados apontam que há mulheres que vivenciam diariamente as situações de violências. No estado, a frequência diária foi relatada em 14.672 atendimentos, enquanto 5.452 disseram que as agressões ocorrem ocasionalmente. São as mulheres brancas as vítimas mais frequentes (14.593 casos), mas pretas e pardas somam 13.383. São 8.419 as vítimas com idades entre 35 e 44 anos.

Para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, o aumento significativo no número de atendimentos realizados pela central reflete a maior confiança da população brasileira, em especial das mulheres, no Ligue 180, que vem recebendo uma série de melhorias desde 2023, com a reestruturação prevista na retomada do Programa Mulher Viver sem Violência (Decreto nº 11.431/2023). “Temos investido na capacitação das profissionais que realizam o atendimento e o acolhimento das mulheres, tanto para a informação sobre direitos e serviços da rede, como para o correto tratamento e encaminhamento das denúncias aos órgãos competentes, aumentando a confiança no canal. Além disso, temos intensificado as campanhas para ampliar a divulgação do Ligue 180, inclusive o atendimento no WhatsApp”, explica a ministra.

Serviço:

Para fazer a ligação gratuita (ligue 180) de qualquer lugar do Brasil, 24 horas, todos os dias da semana (inclusive finais de semana e feriados). Em casos de emergência, deve ser acionada a Polícia Militar, por meio do telefone 190.
Para acionar o canal via chat no Whatsapp, clique aqui: (61) 9610-0180 ou aponte a câmera para o QRCode.

Nacional — Em 2024, a Central Ligue 180 atendeu 691.444 ligações de todo o território nacional, o que representa um aumento de 21,6% em relação a 2023. O número de atendimentos pelo WhatsApp, lançado em abril de 2023, passou de 6.689 em 2023 (743/mês) para 14.572 em 2024 (1214/mês) — salto de 63,4%.

2 mil por dia — No total, contabilizando telefonia, WhatsApp, e-mail, entre outros canais de atendimento, o Ligue 180 realizou 750.687 atendimentos em 2024 — média de 2.051 por dia. O número de denúncias feitas à Central Ligue 180 também aumentou, passando de 114.626 em 2023 para 132.084 em 2024. Desse total, 38.470 foram realizadas pela própria vítima e 86.105 foram anônimas.

Raça/cor da vítima — Dentre os registros em que foi declarada raça/cor da vítima, as mulheres negras representam a maioria (52,8%) das denúncias de 2024, somando 53.431 casos contra mulheres pardas e 16.373 contra mulheres pretas. Além disso, mulheres brancas somam 48.747 denúncias, seguidas por amarelas (779) e indígenas (620). Em 12.134 denúncias, a cor-raça das vítimas não foi identificada.

Idade — Quanto à idade, os dados apontam que as faixas etárias mais atingidas foram mulheres entre 40 e 44 anos (18.583 denúncias), de 35 a 39 anos (17.572 denúncias) e entre 30 a 34 anos (17.382 denúncias).

Tipos de violência — Ao todo, 573.131 violações foram reportadas ao Ligue 180 em 2024, uma redução de 3,9% em relação a 2023, quando 596.600 violações foram registradas. Os tipos mais recorrentes foram a violência psicológica (101.007 denúncias); seguida pela física (78.651); patrimonial (19.095); sexual (10.203), violência moral 9.180) e cárcere privado (3.027). De acordo com a metodologia utilizada pela Central, uma denúncia pode conter mais de um tipo de violação de direitos das mulheres.

Relação suspeito e vítima — Os dados de 2024 revelam a predominância de suspeitos com relação íntima e/ou familiar com a vítima: companheiros(as) atuais, com 17.915 denúncias, ou ex, com 17.083 denúncias.

Cenário das violações — Em relação ao local em que ocorreram as violações, o ambiente doméstico e familiar foi o cenário mais comum. A ‘casa da vítima’ apareceu em 53.019 denúncias, seguida pela ‘casa onde reside a vítima e o suspeito’ (43.097 denúncias) e a ‘casa do suspeito’ (7.006). Já o ambiente virtual (internet) somou 6.920 denúncias.

(Com Ana Freire/FSB Comunicação)