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“Gratidão ou Obrigado”, por Danilo Suassuna

São Paulo, por Kleber Patricio

Sempre me senti inquieto com a palavra “gratidão”. Em uma era de hashtags e afirmações rápidas, “gratidão” muitas vezes parece uma palavra desgastada, utilizada mais como um gesto superficial do que como uma expressão de profunda apreciação. No entanto, é exatamente essa inquietação que me levou a buscar uma compreensão mais profunda e autêntica do que realmente significa ser grato.

É aqui que o pensamento de António Nóvoa, um renomado educador, historiador e filósofo da educação, oferece uma luz reveladora. Inspirado em seu estudo sobre os diferentes níveis de gratidão, proponho uma jornada de reflexão que vai além do superficial, rumo a uma responsabilidade mútua e um compromisso mais profundo.

António Nóvoa é uma figura incontornável no panorama da educação e da reflexão filosófica em Portugal e no mundo. Professor catedrático e ex-Reitor da Universidade de Lisboa, sua carreira é marcada por uma profunda dedicação à compreensão e ao aprimoramento da educação. Com uma abordagem que cruza a história, a filosofia e a prática pedagógica, Nóvoa tem sido uma voz crítica e construtiva em debates educacionais, destacando-se por suas análises sobre as políticas educativas, a formação de professores e a necessidade de uma educação que esteja em consonância com os valores humanos e sociais.

Além de sua carreira acadêmica e administrativa, Nóvoa é um prolífico escritor e pensador, cujas obras refletem uma busca constante por uma educação que não apenas informa, mas transforma. Seu pensamento é caracterizado por uma tentativa de entender a educação dentro de um contexto mais amplo de mudanças sociais, culturais e políticas, defendendo uma visão de educação como um ato profundamente humano, ético e pessoal.

A profundidade da gratidão, segundo António Nóvoa

Inspirado no Tratado de Gratidão de São Tomás de Aquino, António Nóvoa nos oferece uma rica exploração dos diferentes níveis de gratidão e como eles se manifestam cultural e linguisticamente. Essa análise não apenas destaca as nuances da gratidão como emoção e ação social, mas também serve como uma metáfora para os valores mais amplos que Nóvoa defende na educação e nas relações humanas.

1 – Nível mais superficial – reconhecimento intelectual: No primeiro nível, a gratidão é um reconhecimento intelectual, uma forma básica de reconhecer a bondade ou o benefício recebido. Nóvoa aponta como, em algumas línguas, como inglês e alemão, as expressões de agradecimento frequentemente habitam esse espaço cognitivo, indicando uma compreensão da ação, mas não necessariamente um comprometimento emocional mais profundo.

2 – Nível intermediário – agradecimento expressivo: O segundo nível é mais emotivo e comunicativo. Aqui, a gratidão envolve uma expressão mais calorosa e explícita de agradecimento. Em várias culturas, especialmente latinas, o agradecimento neste nível é mais do que um reconhecimento; é um ato de comunicação emocional que busca expressar e, muitas vezes, retribuir a bondade recebida.

3 – Nível mais profundo – vínculo e compromisso: O terceiro nível, o mais profundo, é marcado por um sentido de vínculo e compromisso. É aqui que “obrigado” em português, segundo Nóvoa, exemplifica uma compreensão mais rica da gratidão. Não é apenas sobre reconhecer ou agradecer, mas sobre sentir-se ligado, comprometido e em débito com o outro. Este nível reflete uma compreensão profunda da interdependência humana e uma disposição para manter e nutrir os laços que nos unem.

Relevância contemporânea e conclusão

António Nóvoa nos lembra que a educação e as relações humanas são profundamente entrelaçadas e que a forma como compreendemos e expressamos emoções como a gratidão tem implicações significativas para os dois campos. Seu trabalho sobre a gratidão é um exemplo da profundidade e da humanidade de seu pensamento educacional, demonstrando como a educação pode beneficiar-se de uma compreensão mais rica das emoções e das relações humanas.

Nóvoa desafia educadores, estudantes e todos os envolvidos na educação a pensar além dos currículos e das metodologias para considerar como os valores, as emoções e as relações humanas estão no coração do processo educacional. Ao fazer isso, ele não apenas contribui para o discurso educacional, mas também oferece insights valiosos sobre como viver e interagir de maneira mais consciente e gratificante em um mundo complexo e interconectado.

Refletir sobre a gratidão com a profundidade que António Nóvoa propõe nos leva a um entendimento mais rico e complexo deste sentimento tão falado e, muitas vezes, tão pouco compreendido. Ao desdobrar a gratidão em seus diversos níveis, fica evidente que mais importante que a palavra em si é a intenção por trás dela e a verdadeira relação que ela simboliza entre as pessoas.

A gratidão, no seu nível mais profundo, não é meramente retórica; é ação, comprometimento e transformação. Não basta reconhecer ou expressar agradecimento; é fundamental que exista um genuíno desejo de estabelecer um vínculo, de reconhecer a interdependência e de se comprometer com uma resposta que esteja à altura do gesto recebido. Isso implica uma disposição para entrar em uma relação de reciprocidade e cuidado mútuo, onde a gratidão não é um ponto final, mas um elo contínuo de uma cadeia de boas ações e boas vontades.

É nesse contexto que a intenção se destaca como o coração da gratidão verdadeira. A intenção é o que colore a gratidão de sinceridade, o que a torna significativa e o que a transforma em uma força capaz de aprofundar laços e enriquecer vidas. Quando a gratidão é acompanhada de uma intenção pura e de um desejo verdadeiro de retribuir e manter uma conexão significativa, ela transcende o ato de agradecer e se torna um testemunho de humanidade e solidariedade.

Da mesma forma, a relação verdadeira entre as pessoas é o solo fértil onde a gratidão autêntica floresce. Sem uma base de respeito mútuo, empatia e entendimento, a gratidão corre o risco de se tornar um gesto vazio. Portanto, é crucial cultivar relacionamentos genuínos, onde a gratidão possa ser tanto uma expressão de agradecimento quanto um compromisso de continuar a construir uma relação de apoio e cuidado.

Em última análise, a reflexão de Nóvoa nos convida a ver a gratidão não como uma obrigação social ou uma palavra da moda, mas como um convite para viver de maneira mais conectada, responsável e significativa. Que possamos todos aspirar a uma prática de gratidão que seja tão profunda quanto às relações que buscamos construir e que, através dessa prática, possamos contribuir para um mundo onde a interdependência e o cuidado mútuo sejam valores vividos e não apenas idealizados. A verdadeira gratidão, portanto, é menos sobre o que dizemos e mais sobre como vivemos e nos relacionamos uns com os outros, em todos os momentos de nossas vidas.

Sobre Danilo Suassuna | Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008), possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Autor do livro “Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico”. Professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e do Curso Lato-Sensu de Especialização em Gestalt-terapia do ITGT-GO. Coordenador do NEPEG – Núcleo de Estudos e Pesquisa em Gerontologia do ITGT. É membro do Conselho Editorial da Revista da Abordagem Gestáltica. Consultor ad-hoc da revista Psicologia na Revista PUC-Minas (2011). Para mais informações acesse o Instagram @danilosuassuna.

Sobre o Instituto Suassuna

O Instituto Suassuna realiza congressos, seminários, workshops e extensões voltadas aos profissionais da psicologia. E para isso, conta com um time de especialistas em educação. O instituto utiliza o Google for Education para transformar a maneira como os alunos e professores aprendem, trabalham e inovam juntos. A metodologia utilizada transforma o ensino em aprendizagem permitindo que os alunos evoluam no próprio ritmo, resultando em solucionadores de problemas criativos e também em colaboradores eficientes.

Tudo é pensado e entregue com o objetivo de direcionar os produtos, funcionários, programas e filantropia para um futuro em que os alunos tenham acesso à educação de qualidade que eles merecem e que com isso, possam transformar o mundo. Para mais informações, acesse o site, Instagram ou canal no YouTube.

(Fonte: Carolina Lara Comunicação)

O Bonde reflete sobre o envelhecimento dos corpos negros no espetáculo “Bom dia, Eternidade”

São Paulo, por Kleber Patricio

Em cena, uma banda de quatro músicos 60+ contracena com o elenco de O Bonde, mesclando histórias de suas vidas e ficções de um futuro outro. Foto: Júlio César Almeida.

O premiado O Bonde apresenta o espetáculo “Bom dia, Eternidade” no Teatro Anchieta, no Sesc Consolação, com temporada até 25 de fevereiro de 2024, às sextas e aos sábados, às 20h, e, aos domingos e feriados, às 18h. Haverá sessões dia 25 de janeiro (feriado do aniversário de São Paulo), às 18h, e nos dias 15 e 22 de fevereiro, às 15h.

Com a proposta de aquilombar-se, O Bonde reúne artistas periféricos – Ailton Barros, Filipe Celestino, Jhonny Salaberg e Marina Esteves – que têm investigado, nos últimos trabalhos, as experiências de quase morte do corpo negro. Mais especificamente, a ideia é refletir sobre as heranças do período escravocrata.

O espetáculo “Bom dia, Eternidade” é a última parte da Trilogia da Morte, iniciada com a peça infantil “Quando eu morrer vou contar tudo a Deus”, com dramaturgia de Maria Shu e direção de Ícaro Rodrigues; em seguida veio “Desfazenda – Me enterrem fora desse lugar”, com texto de Lucas Moura e direção de Roberta Estrela D’Alva, premiada como Melhor Espetáculo Virtual pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e indicada a Melhor Dramaturgia pelo prêmio Shell, em 2020.

A encenação

“Bom dia, Eternidade”, com dramaturgia de Jhonny Salaberg e direção de Luiz Fernando Marques Lubi, está focada na velhice. Na trama, quatro irmãos idosos que sofreram um despejo na infância recebem a restituição do terreno após quase 60 anos. Resta a eles se encontrar para decidir o que fazer. “Estamos construindo uma grande utopia em que os negros envelhecem de forma saudável e digna”, comenta o ator Filipe Celestino.

Aos poucos, conforme interagem com objetos afetivos, os personagens se descortinam para o público. Histórias reais e ficcionais se misturam e o tempo se embaralha em meio às lembranças. Toda a ação acontece no quintal da antiga moradia da família. “O cenário evoca essa atmosfera carinhosa, remetendo a uma casa de vó. Cores como bege e verde estão bastante presentes”, afirma Lubi, que também assina a cenografia e o figurino.

Para deixar a plateia ainda mais imersa nesse universo das memórias, ainda são projetados vídeos com depoimentos dos integrantes da banda, naquela mistura de real e ficcional que é a marca registrada d’O Bonde.

Tradicionalmente, O Bonde se dedica a estudar o poder das palavras e das narratividades. No infantil “Quando eu morrer vou contar tudo a Deus”, a pesquisa se deu com os griôs. Em “Desfazenda”, a poesia falada e as batalhas de rimas foram as duas grandes referências para o espetáculo. Agora, os artistas exploram as potencialidades das histórias que são contadas por gerações e as músicas antigas que dão o tom de toda a narrativa.

A importância da música

Canções de Fernando Alabê, Djavan, Tim Maia, Jorge Aragão, Roberto Mendes Barbosa, Luiz Alfredo Xavier, Jorge Ben Jor, Lupicínio Rodrigues e Johnny Alf norteiam a narrativa. “Nossa banda é formada por Cacau Batera (bateria e voz), Luiz Alfredo Xavier (violão, contrabaixo e voz), Maria Inês (voz) e Roberto Mendes Barbosa (piano e voz), todos com mais de 60 anos e com uma trajetória incrível na área. Quisemos também que eles pudessem compartilhar as suas vivências, sem ninguém falando por eles”, conta Celestino.

Partindo desse princípio, o coletivo fincou os pés no presente e revisitou as histórias das famílias e das migrações, além dos contos, dos causos, das teses, das lutas e tudo o que constitui a sociabilidade de um corpo negro e velho. Os músicos se transformam em personagens e os atores Ailton Barros, Filipe Celestino, Jhonny Salaberg e Marina Esteves são os duplos deles, em um jogo cênico carregado de simbolismo. A direção musical é assinada por Fernando Alabê.

“Dentro do que foi trazido pelo elenco, pela direção, na dramaturgia e nas encenações, a musicalidade apontou como resgate de cancioneiro e gêneros musicais difundidos entre os anos 1950 e 1980 mais elementos da cultura afrodiaspórica que, intrínsecos aos arranjos, se mostram como contornos dos sonhos de antes e de quando se puderem realizar pelos baluartes que compõem a banda e espelham o futuro dos personagens”, explica Fernando Alabê, diretor musical do espetáculo. “Nesse caminho, Iroko (orixá da ancestralidade, das forças e manifestações da natureza) inicia o caminho com seu ritmo e chegança, a ‘hamuya’, transformado em funk para anunciar esse tempo que se molda à história dos quatro irmãos”, completa o percussionista, compositor e educador.

“Quando decidimos falar sobre envelhecimento, lemos muitos livros e assistimos a muitos filmes com essa temática. O que mais nos chamou a atenção foi o longa ‘Bom dia, Eternidade’ (2010), de Rogério de Moura. Criamos uma relação afetiva com essa produção, mas dela só pegamos emprestado o nome. Nossa dramaturgia não se assemelha com o que é contado na obra audiovisual”, detalha Lubi.

Dentro deste resgate, estão canções como “Eu e A Brisa”, de Johnny Alf, “Tenha fé”, dos Originais do Samba, “Exemplo”, de Lupicínio Rodrigues, além de homenagem a Henricão, cantor, compositor, ator, primeiro Rei Momo Negro do Carnaval de São Paulo, fundador da Escola de Samba Vai-Vai, autor de gigantescos sucessos como “Está chegando a hora”, conhecida no mundo inteiro pelos estádios de futebol.

A dramaturgia

Segundo Jhonny Salaberg, este foi o primeiro trabalho com dramaturgia colaborativa d’O Bonde. “Foi um longo processo, um relicário cheio de detalhes e, a cada ponta, um mergulho. Foi preciso recortar o universo que se apresentava e propor caminhos que desse conta de tanta pesquisa. O jogo entre ficção e realidade, passado e presente, processual e documental brilhou em nossos olhos”, diz o dramaturgo.

O texto é fragmentado e cabe ao público juntar as peças. “Além dos relatos pessoais, nos debruçamos sobre notícias de jornal, referências audiovisuais e dinâmicas processuais para montar esse quebra-cabeças, e ficcionalizamos em cima de todo esse material reunido. Até porque nossa intenção é coletivizar os sujeitos do espetáculo, não estamos falando somente dessas personagens ou das oito pessoas em cena, estamos ressoando e representando muitas outras, riscando uma denúncia ampla: o não envelhecimento digno da população negra no Brasil”, acrescenta.

O Bonde | Desde 2017, O Bonde é o que nós somos. Nominalmente reverenciados a ajuntamentos negros e periféricos com o objetivo de aquilombar-se, somos também as nossas próprias singularidades em movimento conjunto, podendo nos constituir como um núcleo, um grupo, um coletivo ou um Bonde. Somos artistas negros e periféricos, formados em diferentes períodos na Escola Livre de Teatro de Santo André. Temos como pesquisa de linguagem a palavra e a narratividade como ferramenta de acesso, denúncia e ampliação de discussões afrodiaspóricas e seus desdobramentos. A abordagem épica da palavra como distanciamento dramático e aproximação narrativa é eixo fundante dos nossos pensamentos, desejos e mergulhos na étnica-criação-racial em São Paulo.

Os músicos por Fernando Alabê, diretor musical

Cacau Batera é um grande instrumentista e intérprete dos mais exímios. Desfilou sua arte do ritmo apoiando artistas como Jerry Adriani, Tim Maia, Johnny Alf e Jamelão. Seu dom expande a arte do cantar ao modo dos “crooners” de antigamente e sua voz tem a excelência e a elegância dos grandes cantores da música popular brasileira.

Luiz Alfredo Xavier é parceiro de Zé Ketti e Jamelão, assim como de tantos outros aos quais emprestou seu conhecimento teórico musical escrevendo as partituras das letras que lhe chegavam e, assim, ajustando a harmonização delas. Revisor da Editora Ricordi, responsável pelo aprendizado musical de muitas gerações ao longo de mais de sessenta anos de música como cantor, compositor, violonista e contrabaixista, sendo, deste modo, integrante da primeira banda que acompanhava os Originais do Samba quando o grupo ainda se chamava Os Sete Crioulos da Batucada.

Maria Inês é uma cantora por resistência, pois foi impedida pela família de exercer seu sonho de cantar, como fazia em programas de calouros aos 15 anos.  Abandonando a carreira artística e se dedicando à arte e ser cabeleireira por cinquenta anos, ao se aposentar, ingressou no Coral da USP, onde ficou por dez anos, todavia se ausentando deste por mais dez anos, retornando aos palcos agora para a peça “Bom dia, Eternidade”.

Roberto Mendes Barbosa é maestro, regente de coral, cantor e compositor. Formado pelo Mozarteum, se dedica a corais e liras pela cidade de São Paulo, bem como atua como músico de cena para teatro, deste modo firmando sua participação no elenco musical de “Bom dia, Eternidade”.

Sinopse | Quatro irmãos idosos que sofreram um despejo quando crianças recebem a restituição do terreno após quase 60 anos e se encontram para decidir o que fazer. O tempo se embaralha em um jogo de cortinas e um mosaico de histórias reais e ficcionais é costurado no quintal da antiga casa acompanhado de um bom café e de um velho samba. Em cena, uma banda de quatro músicos, cada qual com mais de sessenta anos, em um jogo friccional com as narrativas dos atores/atriz d’O Bonde. Um espetáculo que descortina a realidade do passado olhando para o presente.

FICHA TÉCNICA

Idealização: O Bonde

Elenco: Ailton Barros (Carlos), Filipe Celestino (Everaldo), Jhonny Salaberg (Renato) e Marina Esteves (Mercedes)

Músicos em cena: Cacau Batera (bateria e voz), Luiz Alfredo Xavier (violão, contrabaixo e voz), Maria Inês (voz) e Roberto Mendes Barbosa (piano e voz)

Dramaturgia: Jhonny Salaberg

Direção: Luiz Fernando Marques Lubi

Diretora assistente: Gabi Costa

Direção Musical: Fernando Alabê

Videografia e operação: Gabriela Miranda

Desenho de luz: Matheus Brant

Cenografia e Figurino: Luiz Fernando Marques Lubi

Acompanhamento em dramaturgia: Aiê Antônio

Música original: “Preta nina” – Fernando Alabê, Luiz Alfredo Xavier e Roberto Mendes Barbosa

Técnico de som: Hugo Bispo

Técnica de Videografia: Clara Caramez

Captação de vídeo: Fernando Solidade

Costura cenário: Edivaldo Zanotti

Cenotecnia e Contrarregragem: Helen Lucinda

Fotos: Júlio Cesar Almeida

Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques

Social Mídia (criação de conteúdo): Erica Ribeiro

Produção: Jack Santos – Corpo Rastreado

Agradecimentos: Casa DuNavô, Coletivo Tem Sentimento, Família Barros, Família Celestino, Família Esteves, Família Martins, Família Salaberg, Guilherme Diniz, Grupo XIX de Teatro, Ilu Inã, Mercedes Gonzales Martins (in memoriam), Oficina Cultural Oswald de Andrade, Otávia Cecília (in memoriam), Teatro de Contêiner, Rogério de Moura e Willem Dias.

Serviço:

Bom dia, Eternidade

De 20 de janeiro a 25 de fevereiro de 2024, às sextas e aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 18h | Sessões no feriado, dia 25 de janeiro, quinta-feira, às 18h; e nas tardes de 15 e 22 de fevereiro, quintas, às 15h.

Local: Teatro Anchieta – Sesc Consolação – R. Dr. Vila Nova, 245 – Vila Buarque – São Paulo (SP)

Ingresso: R$50 (inteira), R$25 (meia-entrada) e R$15 (credencial plena) | Compre por este link: https://centralrelacionamento.sescsp.org.br, no app Credencial Sesc SP e na bilheteria das Unidades.

Duração: 120 min

Classificação etária indicativa: 14 anos.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)

Filósofo revisita mitos e símbolos que traduzem a experiência humana

São Paulo, por Kleber Patricio

Muitas das lendas criadas para explicar fenômenos naturais e sociais vividos pela humanidade no decorrer da História seguem provando sua influência na sociedade moderna. Mitos clássicos volta e meia ressurgem na cultura pop e símbolos antigos, como a mandala, continuam ligados ao cotidiano. O filósofo João Paulo Martins explora estas manifestações no livro “Grandes Símbolos das Civilizações”, uma publicação da Hanoi Editora.

A obra faz parte da coleção Comentários sobre o Simbolismo em Grandes Obras e, além de apresentar ao leitor um repertório histórico, propõe reflexões sobre a importância de preservá-lo e revisitá-lo para formar e renovar aprendizados. Por mais antigos que sejam, interpretar mitos e os símbolos que os constituem, adaptando-os para a realidade moderna, ainda se prova uma fonte valiosa de conhecimento.

“Mas se, atualmente, temos uma ciência avançada para explicar o mundo, por que os mitos são importantes e despertam tanto interesse ainda hoje? (…) Há a transmissão de uma mensagem, mas não é uma mensagem totalmente explícita. Essas características dos símbolos parecem falar para o nosso aspecto intuitivo e possibilitam compreensões que levariam muito tempo para obtermos por meio do raciocínio.” (Grandes Símbolos das Civilizações, p. 12-13)

Muitos dos conceitos e palavras trabalhadas no livro já sofreram ressignificações ao longo do tempo – a própria palavra “mito”, por exemplo, que hoje pode representar uma mentira. É também o caso de “avatar”, termo usado atualmente como sinônimo de ‘usuário’, mas que deriva da filosofia indiana e representa uma entidade superior. A Roda da Vida budista, as mandalas e os yantras, e o simbolismo dos animais em tradições diversas, sobretudo no Egito, também são abordados.

O autor. Foto: divulgação.

Segundo a filósofa Lúcia Helena Galvão, que prefacia a obra, a forma meticulosa e didática do autor para descrever as várias histórias as torna fluidas e cativantes, não só de fácil compreensão como também agradáveis de acompanhar. “Grandes Símbolos das Civilizações” reúne explicações simples de momentos, conceitos e culturas complexos que resumem experiências universais mesmo estando distantes tanto no espaço como no tempo. Uma leitura para refletir sobre a natureza humana e aprender com as marcas que ela deixa na Terra.

Ficha técnica

Livro: Grandes Símbolos das Civilizações

Autora: João Paulo Martins

Editora: Hanoi Editora

ISBN: 978-8554823931

Páginas: 112

Preço: R$38,87

Onde encontrar: Amazon

Sobre o autor | João Paulo Martins é professor de filosofia na organização Nova Acrópole do Brasil e especialista em Gestão. Há mais de 15 anos, ministra aulas e palestras em organizações brasileiras e no exterior. Ministra, também, aulas sobre filosofia do Oriente e Ocidente no canal da Nova Acrópole Brasil no YouTube. Redes sociais do autor: YouTube.

Sobre a editora | Ideias fundamentais encontram elos que as sustentam através dos tempos. A Hanoi Editora, fundada em 2017, tem como missão fortalecer esses elos que promovem o encontro entre autores, livros e leitores. Com abordagem fundamentada no respeito, transparência e senso de pertencimento, oferece suporte a autores, sejam novos ou já reconhecidos. Tem como visão proporcionar títulos de alto valor nas áreas de filosofia, artes, espiritualidade e desenvolvimento pessoal, promovendo a reflexão ativa em um mundo em constante transformação, impulsionando a humanidade a atingir seu potencial máximo.

Conheça as redes sociais da editora: Instagram | YouTube | Facebook | LinkedIn | Site.

(Fonte: LC – Agência de Comunicação)

Paço das Artes inaugura exposição “E o palhaço, quem é!?”, reunindo obras de mais de quarenta artistas

São Paulo, por Kleber Patricio

“Bate-bola, turma Bem Feito”, 2019, do artista André Arruda.

No dia 2 de fevereiro, o Paço das Artes inaugura sua mais nova exposição, “E o palhaço, quem é!?”, que fica em cartaz até 31 de março. A mostra, que abre o calendário de 2024 da instituição, tem curadoria de Renato De Cara e reúne obras de mais de trinta artistas. São imagens icônicas de palhaços reproduzidas em fotografias históricas e anônimas, em pinturas de jovens irreverentes e contemporâneos retrabalhadas como objeto de arte por grandes nomes do campo e questionando valores e empatia.

A partir de uma pesquisa entre novos e consagrados artistas, acervos históricos e contemporâneos, a curadoria do Paço das Artes adapta um antigo refrão da música popular para reunir significativo número imagético alusivo ao tema em âmbito nacional. A exposição traz trabalhos que transitam entre uma linguagem sarcástica e infantil, incluindo pinturas, fotografias, cartazes, desenhos, objetos e ilustrações de procedências variadas, performances e outras mídias. “Essas imagens icônicas de palhaços atualizam o tema e questionam a empatia e outros valores. Sendo a figura caricata um elo entre o espetáculo e a vida, enfrentamos e extrapolamos o cotidiano. Tendo o ambiente do circo a ilusão como única realidade, os excessos e incômodos da personagem se reafirmam no contexto do grotesco”, afirma Renato De Cara, curador da exposição.

“Palhaço Ergométrico”, registro de performance, 2016 – Felipe Bittencourt.

“E o palhaço, quem é!?” – artistas | Alex Carrari, Alex Josias, André Arruda, André Bontorim, Binário Armada, Bruno Novaes, Caio Rosa, Charles Cunha, Delfina Reis, Dora Longo Bahia, Douglas de Souza, Erick Martinelli, Felipe Bittencourt, Evandro César, Guy Veloso, Jaca, Jennifer Glass, João Farkas, João Szwec, José Narciso, Juan Esteves, Laura Lima, Leo Sombra, Leonardo Perin, Liana das Neves, Luís Só, Luiz83, Marcelo Cipis, Mari Ra, Nilda Neves, Oswaldo Ruivo, Paula Scavazzini, Rico Lins, Rodrigo Andrade, Suellen Estanislau, Thiago Honório, Uberê Guelé, Ulysses Bôscolo, Véio, Vera Goulart e Vulcanica Pokaropa.

Serviço:

Abertura: 2/2, às 17h

Mostra: de 2/2 a 31/3/2024

Horários: de terça a sábado, das 11h às 19h; domingos e feriados, das 12h às 18h

Endereço: Paço das Artes – R. Albuquerque Lins, 1345 – Higienópolis – São Paulo (SP)

Ingresso: gratuito

Classificação indicativa: 14 anos.

(Fonte: Museu da Imagem e do Som)

Emovere Estúdio de Dança apresenta “Cats” no Teatro Gamaro no dia 2 de março

São Paulo, por Kleber Patricio

Cats – Emovere Estúdio de Dança – elenco em ensaio. Foto: Gabriel Luz.

O Emovere Estúdio de Dança encena a sua versão de “Cats”, musical composto por Andrew Lloyd Webber que teve sua estreia em Londres em 1981, mas que desde a sua abertura já foi apresentado em mais de vinte países, traduzido em mais de dez idiomas e tendo recebido mais de trinta prêmios. O espetáculo, com direção geral e produção de Silvana Passos e com direção artística assinada pelo bailarino, professor e coreógrafo Rafael Johnny, é uma adaptação livre do musical e acontece no Teatro Gamaro em duas sessões no dia 2 de março: às 17h e às 19h30. Os ingressos custam R$80,00 (inteira) e R$40,00 (meia-entrada e promocional) e estão disponíveis no site www.eventbrite.com/catsemovere.

O musical da Broadway conta a história de uma tribo de gatos chamada Jellicle – palavra cujo significado só eles sabem – que se reúnem uma vez por ano no Jellicle Ball para saberem quem, entre eles, será o escolhido por seu velho e sábio líder Deuteronômio para ir a um lugar mágico e poder renascer para uma nova vida Jellicle.

O espetáculo, uma adaptação livre da Emovere Estúdio de Dança, foi inspirado no musical da Broadway. A releitura mantém a história original, mas o que predomina é a linguagem da dança. São nove coreografias nos estilos jazz, contemporâneo, ballet clássico e hip hop encenadas por bailarinos e dançarinos profissionais, mas também pelos alunos de diferentes faixas etárias da Emovere – desde crianças a partir de 5 anos até adultos acima de 50.

A concepção artística é um dos destaques da produção, como por exemplo, a criatividade com que figurinos são elaborados pelas mãos de Aleh Ferrer, mas que ao mesmo tempo, dialogam e se somam aos elementos que possibilitam a transformação de seres humanos em gatos – a maquiagem, a expressão corporal e a interpretação artística – resultado de estudos de dramaturgia. Mas o cenário e a iluminação também dão o toque para permitir ao elenco atuações que representam cada um dos gatos e suas personalidades – para criá-los ao invés de imitá-los.

“Um espetáculo contagiante e misterioso do começo ao fim. Com muita dança, canto e interpretação, que farão com que o público se sinta envolvido e emocionado, até mesmo para aqueles que já vivenciaram o Cats da Broadway. O diferencial dessa montagem é a presença de diversos estilos de dança, a participação de uma faixa etária ampla e a classificação como um espetáculo de dança e não um musical. Mesmo algumas músicas sendo cantadas e textos interpretados ao longo do espetáculo, ainda se caracteriza como um espetáculo de dança, uma vez que mais de 50% do show é apenas dançado. Vamos apresentar algumas cenas faladas que ajudam na ligação do enredo, com a participação especial de uma cantora ao vivo, a Iris Bassi”, explica Silvana Passos.

A releitura pela Emovere Estúdio de Dança também traz os momentos mais memoráveis do musical. No palco, a cantora e atriz Iris Bassi canta, ao vivo, a música “Memory”, enquanto bailarinos performam em cena. Também merece destaque a interpretação da música “Jellicle Ball”, momento em que crianças, adolescentes e adultos se juntam e sobem ao palco em uma coreografia que contagia.

Serviço:

Cats com Emovere Estúdio de Dança

Data: sábado, dia 2 de março de 2024

Horário: duas sessões | às 17h e às 19h30

Local: Teatro Gamaro | Rua Dr. Almeida Lima, 1176 – Mooca – São Paulo/SP

Duração: 60 minutos (sem intervalo)

Ingressos: R$80,00 (inteira) e R$40,00 (meia-entrada e promocional)

www.eventbrite.com/catsemovere

*** Crianças até quatro anos e idosos a partir de 90 anos não pagam mediante apresentação de documento de identidade com foto na bilheteria do teatro.

**** Valor promocional: desconto de 50% no valor do ingresso (inteira) para quem levar 1kg de alimento não perecível. As doações devem ser entregues no dia do evento diretamente na bilheteria do teatro. O arrecadado será doado para moradores de rua e casas de abrigo.

Capacidade do teatro: 762 lugares

Classificação Livre

Acesso à cadeirante

Mais informações: www.emovereestudiodedanca.com/@emovereestudiodanca

Ficha Técnica

Direção Geral & Produção: Silvana Passos

Direção Artística: Rafael Johnny

Assistente de Produção: Aline Teixeira Assessoria

Coreografias: Emovere Estúdio de Dança | Ana Trevisan, Diego Branco, Gabriel Luz, Rafael Johnny e Silvana Passos

Trilha Sonora: Andrew Lloyd Webber e T. S. Eliot.

Iluminação e Sonoplastia: Terceiro Sinal – Rodrigo Sabino

Cenografia & Audiovisual: Emovere Estúdio de Dança

Figurinos: Atelier Aleh Ferrer

Fotografia & Filmagem: Alex Sandro

Assessoria de Imprensa: Marrese Assessoria

Assessoria de Palco & Bilheteria: Aline Teixeira

Elenco

Grizabella: Iris Bassi

Mistoffelees: Gabriel Luz

Rum Tum Tugger: Rafael Johnny

Macavity: Ana Paula Trevisan

Jellicle Cats: Adriana Zveibil, Alice Olo, Ana Paula Trevisan, Beatriz Ruvieri, Carolina Barcelos, Cinthia Fittipaldi, Cloe Brandão, Cristina Alves, Rodrigo Silva, Érica Giovanetti, Felippa Silva, Gabriel Luz, Gabriela Marzocchi, Iris Bassi, Isabela Mello, Isabella Azevedo, Julia Jacinto, Juliana Martins, Karina Ponzoni, Laura Travassos, Letícia Camalionte, Lia Beltran, Luciana Divizis, Maria Carolina Souza, Lu Ayala, Maria Luiza Souza, Maria Luiza Toledo, Mariana Rogers, Mônica Winik, Patrícia Marrese, Rafael Johnny, Raquel Iannarelli, Sofia Guilherme, Sofia Hong e Thais Gomes.

(Fonte: Marrese Assessoria)