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[Artigo] Você sabia que o urbanismo verde pode ser um aliado ao combate às enchentes?

Curitiba, por Kleber Patricio

O Parque Barigui de Curitiba. Foto: Prefeitura Municipal de Curitiba.

Para além dos piscinões – reservatórios que captam o excesso de água das chuvas nos bairros – existem soluções urbanísticas multifuncionais e integradas ao meio ambiente que as cidades podem adotar para evitar os alagamentos que acontecem com bastante frequência na estação chuvosa, entre outubro a março, no Brasil. Os sistemas integrados de drenagem de água com jardins, canteiros de chuva, parques e lagoas artificiais são alguns exemplos para se resolver a questão do escoamento de chuva e, ao mesmo tempo, importantes para se entregar um equipamento de lazer para a comunidade.

A ampla funcionalidade das soluções verdes integradas foi comprovada em Curitiba. No final de outubro, a capital paranaense foi castigada por fortes chuvas e o Parque Barigui (um dos cartões-postais da cidade) foi severamente atingido pela enchente. Mas o sistema de drenagem do Barigui foi projetado para receber o excesso de água do rio de mesmo nome e evitar o fluxo para as áreas residenciais. Por isso, alguns dias depois da enchente, o local estava praticamente “recuperado” e voltando a receber pessoas.

Outros parques curitibanos também foram projetados em áreas estratégicas para receber o excedente de água das chuvas. A solução curitibana está dentro do conceito de “cidade-esponja”, que consiste no uso de equipamentos verdes, como jardins e canteiros que cumprem a função de micro drenagem da água, e parques com lagoas para formar o ecossistema de macrodrenagem, que atuam como canalizadores da água excedente da chuva.

Todo o sistema é um mosaico verde que atua com macro e micro drenagem integrados à paisagem. E a multifuncionalidade se reflete na melhora da saúde preventiva e qualidade de vida da população. Então, pensar em uma solução verde integrada cria resultados multifuncionais.

A diferença entre um piscinão de concreto enterrado e um parque aberto para as pessoas é poder oferecer uma solução funcional que proporciona lazer e integração ambiental gastando muito menos. O investimento em um sistema de drenagem integrado é infinitamente menor.

Novas infraestruturas verdes podem ser construídas em bairros prontos. As soluções sustentáveis também devem estar vinculadas ao bioma local. Em um projeto verde integrado, pode-se incluir uma ou outra planta exótica, mas é importante que a flora seja do bioma local para ser resiliente e permitir que pássaros e outros animais coexistam e circulem melhor.

Felipe Guerra. Foto: divulgação.

Sobre a Jaime Lerner Arquitetos Associados | A Jaime Lerner Arquitetos Associados (JLAA) é uma empresa de arquitetura e planejamento urbanístico fundada pelo arquiteto Jaime Lerner (1937–2021). A JLAA tem como filosofia construir soluções urbanísticas para as cidades com aplicação prática e conceitual de princípios urbanos de desenvolvimento sustentável, transporte público acessível, preservação e valorização da identidade local e da memória urbana, valorização dos espaços públicos, paisagens urbanas e naturais e desenvolvimento das vocações econômicas locais e atração de negócios.

Os autores Felipe Guerra e Débora Ciociola são arquitetos do Jaime Lerner Arquitetos Associados (JLAA).

Sobre Felipe Guerra | Felipe Guerra é sócio da Jaime Lerner Arquitetos Associados. É arquiteto e urbanista formado pela Universidade Positivo, além de cenógrafo, diretor de arte, carnavalesco e designer de joias. Possui experiência em concepção, desenvolvimento e implementação de projetos em escalas que vão do urbano ao design.

Debora Ciociola. Foto: divulgação.

Sobre Débora Ciociola | Débora Ciociola é arquiteta sênior da Jaime Lerner Arquitetos Associados. É arquiteta e urbanista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, mestra em Leisure, Tourism and Environments pela WUR-Holanda e Doutoranda em Gestão Urbana na PUC-Paraná. Integrou a equipe técnica do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba – IPPUC por oito anos. Desde 2010 na JLAA, participa da criação e coordenação de projetos em diversas escalas e localidades, especialmente desenvolvimento e desenho urbano, arquitetura e paisagismo e bairros planejados. É urban sketcher e aquarelista.

(Fonte: Betini Comunicação)

“Bossa Nova Cabaret Bar” reestreia em janeiro no Teatro do Sesi-SP com sessões gratuitas

São Paulo, por Kleber Patricio

Elenco do espetáculo. Fotos: Karim Kahn.

Depois de uma temporada em 2023 com plateia lotada em todas as sessões – e tendo alcançado mais de 15 mil espectadores nesta jornada – a comédia musical “Bossa Nova Cabaret Bar” reestreia no Teatro do Sesi-SP, no Centro Cultural Fiesp (Av. Paulista, 1313, São Paulo, SP) no dia 11 de janeiro e fica em cartaz até 4 de fevereiro de 2024. Os ingressos são gratuitos. O espetáculo é composto por números cênico-musicais que trazem histórias livremente inspiradas em personagens, fatos e canções da Bossa Nova.

No elenco da montagem, estão Helen Helene, Rachel Ripani, Luciano Schwab, Conrado Caputo, Danilo Martho, Diego Gazin, Efraim Ribeiro, Flávia Teixeira, João Pedro Attuy, Larissa Garcia, Naiara de Castro e Paloma Rodrigues, além de Rosi Campos. O texto e a direção geral são de Helen Helene e Pedro Paulo Bogossian.

“Bossa Nova Cabaret Bar” é um espetáculo que tem cenas inspiradas em canções do período inicial da Bossa Nova – principalmente entre o final de 1958 e 1963 – justamente os anos que marcam os primeiros álbuns de João Gilberto. Cada cena traz um elemento teatral, circense ou de cabaré, misturando a linguagem sofisticada da bossa nova com o escracho, a poesia, as cores e a alegria do carnaval, se comunicando com públicos de diferentes idades e situações de vida. Esta nova montagem está calcada no estilo da comédia musical e no texto e arranjos musicais inéditos, com uma carnavalização do icônico movimento musical carioca, sob o filtro do humor e do lirismo.

A ação se passa no fictício espaço do “Copacabana Cabaret Bar”, em cenário criado por Attilio Martiñs, onde uma trupe de comediantes, atores e cantores faz um show sobre a Bossa Nova. A banda é composta por piano (Pedro Paulo Bogossian), Contrabaixo (Giullia Assmann), Bateria (Rodrigo Mardegan), Percussão (Jesum Biasin), Sax e Flauta (Ana Eliza Colomar).

Sobre o Teatro do Sesi-SP

O Teatro do Sesi-SP, do Centro Cultural Fiesp, um importante equipamento cultural de São Paulo, completa este ano 60 anos de atividades. Oferece ao seu público uma programação diversa, contundente e gratuita, alinhada com os aspectos sociais e artísticos da contemporaneidade.

Com curadoria da equipe do Sesi-SP, os espetáculos apresentados, assim como toda a programação cultural da instituição, são captados por meio dos editais de chamamento lançados periodicamente, onde são selecionados projetos artísticos de todo o território nacional.  “Em Bossa Nova Cabaret Bar o Sesi-SP” traz mais uma vez para o seu palco o genuíno teatro musical brasileiro, um resgate à nossa memória afetiva. É um agradável passeio ao universo da música popular brasileira, datada na memória de todos os que acompanharam este movimento artístico.

Sinopse | “Bossa Nova Cabaret Bar” é uma comédia de variedades retratada em formato de um show, no fictício Copacabana Cabaret Bar, conduzido por uma trupe de comediantes cantores. Livremente inspirado em fatos, personagens e músicas da Bossa Nova, o espetáculo apresenta as canções emblemáticas do movimento em forma de números de mágica, quadro de bonecos, números de cortina com vedetes, paródias e números de plateia, bem como variadas performances musicais com o rearranjo das composições. O espetáculo busca, além de entreter e divertir por meio de um humor refinado, cumprir a função social de mostrar ao público uma comédia musical brasileira, seja por seu conteúdo temático, estilo ou construção composicional, em oposição a fórmulas importadas de entretenimento cultural.

Ficha técnica

Texto e Direção Geral: Helen Helene e Pedro Paulo Bogossian

Direção de atores: Helen Helene

Direção Musical: Pedro Paulo Bogossian

Elenco: Rosi Campos, Helen Helene, Rachel Ripani, Luciano Schwab, Conrado Caputo, Danilo Martho, Diego Gazin, Efraim Ribeiro, Flávia Teixeira, João Pedro Attuy, Larissa Garcia, Naiara de Castro, Paloma Rodrigues

Músicos: Pedro Paulo Bogossian – Piano

Ana Eliza Colomar – Sax/Flauta

Giullia Assmann – Contrabaixo

Jesum Biasin – Percussão

Rodrigo Mardegan – Bateria

Assistência de Direção: Sandra Mantovani

Assistência de Direção Musical: Pedro Ascaleta

Visualidades

Cenografia e Figurinos: Attilio Martiñs

Visagismo: Anderson Bueno

Adereços de Cenário e Figurino: Sidnei Caria

Design de Bonecos: Sidnei Caria

Fotografia: Ary Brandi

Corpo

Direção de movimento e coreografia: JC Violla

Assistência de coreografia: Nelly Guedes

Preparação e tradução de LIBRAS: Mirian Caxilé

Iluminação

Design de Luz: Guilherme Bonfanti

Assistência e Operação de Luz: Francisco Turbiani

Operação de Seguidor: Lays Ventura

Sonorização

Design de Som: Luciano Monson, Gabriel Bocutti e Tocko Michelazzo

Operador de Mesa: Gilbel Silva

Microfonista: Adriana Lima e Káthia Akemi

Técnicos de Palco

Coordenador de Palco: Flávio Rodriguez

Camareiros: Ana Lúcia Arruda e Wellington Oliveira

Contrarregras: Flores Ayra e Sérgio Sasso

Roadie: Roupa Nova

Comunicação

Assessoria de Comunicação: Canal Aberto – Márcia Marques, Carol Zeferino e Daniele Valério

Produção

Direção de Planejamento e Produção: Fá Almeida

Coordenação de Produção: Karina Cardoso

Produção Executiva: Daniel Aureliano

Assistência de Produção: Eduardo Barros

Assessoria Jurídica: F&R Advogados

Realização: Bogossian & Helen Helene e Diorama Casa de Produção

Bossa Nova Cabaret Bar

Reestreia dia 11 de janeiro, com sessões até 4 de fevereiro de 2024

Quinta a sábado, 20h; domingos, às 19h

Local: Teatro do Sesi-SP, no Centro Cultural Fiesp

Endereço: Avenida Paulista, 1313 – Jardins – São Paulo (SP)

Ingressos: Os ingressos gratuitos são liberados a cada segunda-feira, a partir das 8h. Podem ser reservados no site www.sesisp.org.br/eventos

Duração: 100 minutos

Classificação indicativa: 12 anos

Acessibilidade: Sessões com Libras e Audiodescrição em 28 de janeiro de 2024.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)

Museu da Vida Marinha em Ubatuba/SP tem programação especial para férias de verão

Ubatuba, por Kleber Patricio

Museu convida o público para uma viagem no tempo – aprender mais sobre como surgiu a vida nos oceanos. Foto: Felipe Domingos/Museu da Vida Marinha

Chegou quem estava faltando: as tão esperadas férias de verão. E é claro que o Museu da Vida Marinha, em Ubatuba/SP, tem uma programação recheada de atrações especiais para você e sua família. Durante todos os dias, das 10h às 18h, exceto nos horários especiais de fim de ano, os visitantes poderão se encantar com os acervos e réplicas de animais marinhos que habitaram e ainda habitam os nossos oceanos.

De acordo com informações da bióloga Catherina Monteiro, que integra a equipe do Museu, a programação especial da temporada de verão, que teve início no dia 21 de dezembro e se encerra no último dia de janeiro (31), inclui oficinas de fantoche de sombras de animais marinhos, dobradura (marcador de página de animais marinhos), imãs sustentáveis de geladeira sob a temática de animais marinhos confeccionados com materiais reaproveitados, confecção de máscaras de animais marinhos, confecção de adereço de cabeça de pinguim ou tubarão e sessão de filmes educativos. “Também terão muitos jogos educativos com o tema de educação ambiental para toda a família”, ressalta a bióloga.

As oficinas serão realizadas diariamente às 11h e 14h durante o funcionamento do Museu da Vida Marinha, que segue aberto normalmente para visitação de segunda a domingo, das 10h às 18h.

Todas as atividades inseridas na programação especial das férias de verão estão totalmente inclusas no valor do ingresso para entrada no Museu. “Ao comprar o ingresso ou algum produto da loja do Museu, todo dinheiro é revertido para manutenção das atividades do Instituto Argonauta”, acrescenta Catherina.

Sobre o Museu

Oficinas da programação de férias de verão do Museu serão realizadas diariamente às 11h e 14h. Foto: divulgação.

O Museu da Vida Marinha convida o público para uma viagem no tempo – aprender mais sobre como surgiu a vida nos oceanos –, com réplicas em tamanho natural de répteis marinhos gigantes que habitaram os mares pré-históricos, até esqueletos de animais marinhos atuais. Seu objetivo é sensibilizar seus visitantes lembrando-os de onde viemos e da importância da preservação destes ambientes para a humanidade.

Além de todo o conhecimento adquirido durante o circuito no Museu, a estrutura ainda fica localizada em frente à praia do Perequê-Açú, propiciando ao público um contato direto com o ambiente marinho; potencializando a sensação de “estar” no mar durante o trajeto nos acervos. O circuito é guiado pela equipe do Museu, composta por biólogos que compartilham saberes oceânicos aos visitantes durante a visitação.

Segundo o oceanógrafo Hugo Gallo Neto, Diretor do Aquário de Ubatuba e Presidente do Instituto Argonauta, o objetivo do Museu é o de sempre conectar o público ao universo marinho. “Os visitantes poderão conhecer e aprender sobre a evolução de algumas espécies e a importância da conservação da biodiversidade marinha”.

Atrações do Museu

Toda a venda obtida pelas vendas do ingresso do Museu da Vida Marinha é revertida para manutenção das atividades do Instituto Argonauta. Foto: Felipe Domingos/Instituto Argonauta.

Além das atividades oferecidas durante a programação especial do feriado, o Museu ainda proporciona outras atrações para os visitantes: a remontagem da exposição “Gigantes Marinhos”, que dispõe de diversas réplicas de animais pré-históricos que habitaram os oceanos, esqueletos reais de animais da atualidade – como da baleia jubarte, taxidermia em tempo real que pode ser acompanhada pelos visitantes, um espaço temático de impactos, que conta com uma exposição sobre os impactos da atividade humana no ambiente marinho e uma parede de ossos de animais mortos, um espaço temático com informações dos trabalhos que são realizados pelo Instituto Argonauta em prol dos ambientes costeiros e marinhos e uma casa sustentável com exemplos de energias renováveis que podem ser replicadas por qualquer um para otimizar os recursos naturais. Os visitantes também podem acompanhar em tempo real os animais em reabilitação no Instituto Argonauta, por meio dos monitores disponibilizados no interior do Museu.

Serviço:

O Museu tem entrada gratuita para os moradores de Ubatuba, mediante cadastro que deve ser realizado presencialmente na bilheteria, com a apresentação de documento pessoal com foto, endereço de residência, comprovante de moradia fixa – no qual será aceito um dos seguintes documentos: RG de Ubatuba, Título eleitoral de Ubatuba, CNH de Ubatuba, Carteira de trabalho ou holerite de Ubatuba, Carteira Profissional de Classe de Ubatuba, documento escolar dos filhos, como carteirinha da escola, boletim ou comprovante de matrícula.

Maiores de 60 anos e crianças até 6 anos acompanhadas de um adulto pagante também terão acesso livre, mediante apresentação de documento de identidade.

Atualmente, funciona diariamente (de segunda a domingo), das 10h às 18h. O valor do ingresso é R$21,00, com meia entrada (R$10,50) para estudantes até 17 anos com carteirinha, estudantes universitários com documento, professores com carteirinha e menores de 12 anos. Para agendamento de escolas e grupos especiais, basta entrar em contato pelo telefone: (12) 3832-7976 ou pelo e-mail museu@institutoargonauta.org.

O Museu da Vida Marinha @museudavidamarinha está localizado na Avenida Governador Abreu Sodré, 1067 – Perequê-Açu, Ubatuba/SP. Para saber mais, consulte https://institutoargonauta.org/projetos/museu-da-vida-marinha/.

Sobre o Instituto Argonauta

O @institutoargonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba @aquariodeubatuba.oficial e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O Instituto tem como objetivo a conservação do Meio Ambiente, em especial a conservação dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, entre outras atividades. O Instituto Argonauta também é uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). Seja um Argonauta.

Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800-642-3341 (horário comercial) ou diretamente para o Instituto Argonauta: (12) 3833-4863 – 3833-5789/ (12) 3834-1382 (Aquário de Ubatuba) / (12) 3833-5753/ (12) 99705-6506 e (12) 99785-3615 – WhatsApp.

Também é possível baixar gratuitamente o aplicativo Argonauta, disponível para os sistemas operacionais iOS (APP Store) e Android (Play Store). No aplicativo, o internauta pode informar ocorrências de animais marinhos debilitados ou mortos em sua região, bem como informar ainda problemas ambientais nas praias para que a equipe do Argonauta encaminhe a denúncia para os órgãos competentes. Conheça mais sobre o trabalho em www.institutoargonauta.org, www.facebook.com/InstitutoArgonauta e Instagram: @institutoargonauta.

(Fonte: Instituto Argonauta)

João Bosco lança single “O Canto da Terra por Um Fio”

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Capa do single. Crédito: André Rola.

“Quando me dei por satisfeito ao chegar no fim dessa canção (fonemas, sonoridades, ainda despidos de tradução e sentido) disse pra mim mesmo: é uma canção que vem do chão, da terra, do suor, do barro do chão, da fauna, da flora, do Poço Fundo…” – assim começa o texto escrito por João Bosco sobre a música “O Canto da Terra por um Fio”, que chegou às plataformas digitais pela Som Livre no dia 15 de dezembro – ouça aqui. Como em um ritual que invoca os espíritos da floresta, o single é cercado pelos sons dos pássaros, faz exaltação à Omama, divindade criadora dos Yanomamis e versos que falam sobre a luta dos povos originários.

O lançamento marca o início do novo projeto de um dos artistas mais consagrados da Música Popular Brasileira e corresponde à primeira faixa do próximo álbum de inéditas de Bosco, que será lançado em 2024 pela MPB/Som Livre, seis anos após o premiado disco “Mano que Zuera”. A faixa tem letra fruto de parceria entre João Bosco e Francisco Bosco, com arranjo do violoncelista Jaques Morelenbaum.

João Bosco e Francisco Bosco. Crédito: Julia Bosco.

Para Jaques Morelenbaum, fazer parte desse lançamento é uma grande honra: “João Bosco é um dos grandes criadores da nossa música, tem uma obra vastíssima com parceiros geniais, como Aldir Blanc, e agora vem o Chico Bosco com uma enorme força dramática para fechar o ciclo. A parceria entre pai e filho é uma coisa muito bonita. Então, ser parte desse evento na música brasileira é uma honra gigantesca pra mim. Muito obrigado, João Bosco, e que esse single seja o primeiro de muitos”. Jaques destaca também sobre o significado da canção: “A música fala de criação e destruição, sobre a criação do mundo, sobre a mitologia Yanomami, sobre a asfixia dos rios, a relação do homem com a natureza, sobre aqueles que preservam e os que destroem a natureza e os outros seres humanos”.

Confira o texto de João Bosco, que apresenta o lançamento ao público:

O canto da Terra por um fio – por João Bosco

Quando me dei por satisfeito ao chegar no fim dessa canção (fonemas, sonoridades, ainda despidos de tradução e sentido) disse pra mim mesmo: é uma canção que vem do chão, da terra, do suor, do barro do chão, da fauna, da flora, do Poço Fundo… onde as pessoas vivem, trabalham, preparam a terra para semear, cantam em louvor ao que virá. É uma canção que eu diria Afro-Indígena, ou seja, tem a pegada rítmica/harmônica Afro e uma melodia que remete ao canto da floresta, ao campo, aos bichos, ao chão da terra e àqueles que a habitam… Estamos então numa paisagem de florescimento, pois é o que tudo indica. Conversando informalmente como sempre faço com os meus parceiros, nesse caso, com Francisco Bosco, ficamos horas a fio a falar sobre tudo isso. Talvez o Brasil seja um dos raros países do mundo onde se pode discutir a Nação por meio de sua música popular. Foi exatamente nessa encruzilhada que o meu parceiro pensando alto disse que nesse momento, de passado bem recente, devíamos interpretar essa situação de uma maneira mais contemporânea: Queimadas, em vez de Florescimento. Distopia em vez de utopia e por aí ia… Será que essa interferência em nossas descontraídas reflexões estaria sendo influenciada por “Omama”, a quem é atribuída a origem das regras da sociedade e da cultura Yanomami? Teria um Xapiri (espíritos auxiliares dos pajés) assentado em meu parceiro? O Brasil foi inteiramente afetado de maneira cruel por esse passado recente e que nesse momento estamos a nos deparar com a apuração desses acontecimentos, mas a nossa mata, nossa fauna e nossos indígenas tão exaltados pelos escritores, compositores, poetas e pela própria história ardem em lava que mata tudo que sonhamos. Não é o Poço Fundo, mas o fundo do poço. O canto da Terra por um fio é uma canção que dá a partida para um álbum que será lançado em meados de 2024. Estamos interpretando essa canção: violoncelista e arranjador Jaques Morelenbaum e eu, de violão e vozes. Gravação realizada no Estúdio Visom Digital, no dia e graça de Cosme e Damião (27 de setembro de 2023).

“O Canto da Terra por um Fio” – João Bosco

Lançamento Som Livre – 15 de dezembro/2023

Ficha técnica:

Composição: João Bosco e Francisco Bosco

Arranjo: Jaques Morelenbaum

Voz e violão: João Bosco

Violoncelo: Jaques Morelenbaum

Engenheiro de gravação: Guido Pera

Gravado no Studio Visom Digital

Mixado por: Marcio Gama

Masterizado por: Carlos Freitas.

Sobre a Som Livre | A Som Livre é uma empresa de música que faz parte da Sony Music Entertainment. Com sua capacidade única de entender e antecipar tendências, lançou e desenvolveu inúmeros dos maiores artistas e músicas de sucesso do Brasil nas últimas décadas. Também atua em diversos eventos, como Festeja e Samba Demais. Acompanhe a Som Livre nas redes: Instagram | Facebook | YouTube | LinkedIn.

(Fonte: InPress Porter Novelli)

Desmatamento zero e infraestrutura sustentável são prioridades para a Amazônia, indicam pesquisadores na COP28

Amazônia, por Kleber Patricio

Documento alerta para riscos do desmatamento, dadegradação florestal e de grandes projetos que geram conflitos. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Parar o desmatamento, prevenir a degradação florestal e investir em novas infraestruturas conectadas às demandas da população amazônida são algumas das principais medidas para combater o agravamento de crises sociais e ambientais na Amazônia. É o que apontam pesquisadores brasileiros e estrangeiros que compõem o Painel Científico para a Amazônia (SPA, na sigla em inglês) em cinco policy briefs lançados no último dia 9. Os documentos com recomendações a tomadores de decisão foram divulgados durante a 28ª Conferência das Partes realizada pela Organização das Nações Unidas, a COP28, nos Emirados Árabes Unidos. Os cientistas alertam que as mudanças no clima e no uso do solo reduzem a resiliência de regiões centrais e periféricas da Amazônia, aumentando o risco de o bioma chegar a um ponto de não retorno.

Além de frear as emissões, investir em programa de armazenamento de carbono e priorizar as soluções locais e sustentáveis nos projetos de desenvolvimento regional, os especialistas mencionam outros dois eixos de prioridades: coibir ilegalidades, sobretudo a apropriação de terras públicas florestadas, e assegurar a recuperação das reservas de madeira, investindo em alternativas como o manejo florestal de base comunitária, que pode garantir renda e direito legal à terra para a população local.

Os documentos mencionam a importância de ações como a regeneração natural e o reflorestamento em grande escala. Medidas políticas de valorização dos arranjos locais da Amazônia também são citadas, como a governança voltada ao fortalecimento de órgãos ambientais e indígenas, assim como de lideranças de povos e comunidades tradicionais da região.

Em relação à infraestrutura, os pesquisadores recomendam priorizar o transporte com baixa emissão de carbono, principalmente barcos e pequenos aviões elétricos. Também é importante evitar a dependência do transporte por rodovias, visto que a construção de novas estradas pode estimular o desmatamento e a degradação florestal.

Todos os projetos devem considerar as diferentes realidades da Amazônia, avalia Ana Carolina Fiorini, pesquisadora vinculada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e uma das autoras do policy brief sobre o tema. “A infraestrutura deve ser planejada e implementada por e pelos amazônidas”, diz a cientista.

Já as soluções energéticas devem ser baseadas em recursos renováveis e evitar grandes projetos como barragens, que geram conflitos socioambientais. “Soluções energéticas para as comunidades que não têm acesso à eletricidade, por exemplo, devem ser descentralizadas de pequena escala com fontes renováveis locais, como o uso da solar fotovoltaica ou de resíduos locais”, explica Fiorini. A pesquisadora acrescenta: “A Amazônia já sente o efeito das mudanças climáticas, então toda infraestrutura deve ser pensada para ser resiliente a essas mudanças, além de ser adaptada para a variação sazonal da região”.

O investimento em saneamento básico em toda a região amazônica é outra medida fundamental para preservar a saúde das populações humanas e a biota aquática, cita o documento. “Características e necessidades específicas de cada comunidade devem ser levadas em consideração, e a população local deve ser empoderada para participar do desenvolvimento de novos projetos”, frisam os pesquisadores.

(Fonte: Agência Bori)