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Marcia Milhazes Cia de Dança apresenta espetáculo “Guarde-me” (2017) em versão reduzida e bate-papo sobre “O corpo na arte contemporânea”

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Intérpretes/bailarinos Ana Amélia Vianna e Domenico Salvatore levam ao palco da Sala Maria Thereza Tápias o espetáculo de 2017 em nova versão de “Guarde-me” enfatizando o corpo na arte contemporânea. Fotos: Alex Ribeiro.

Com direção artística, concepção e coreografia de Marcia Milhazes, os intérpretes/bailarinos Ana Amélia Vianna e Domenico Salvatore levam para o palco da Sala Maria Thereza Tápias o espetáculo de 2017 em nova versão de “Guarde-me”, enfatizando o corpo na arte contemporânea. A coreografia promove reflexões sobre os processos artísticos e a vida, entendendo que a arte sinaliza saídas para os problemas contemporâneos da alma, e mergulha no campo emocional de um casal confinado entre o mundo real e dos sentidos. Os artistas travam tentativas de resgate de ligações afetivas que os movem com a força de um silêncio profundo, barulhento, solitário e íntimo.

“Nesta versão de 2023, unimos a remontagem reduzida da premiada produção ‘Guarde-me’ (APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte SP 2018 – indicada como melhor espetáculo) e conversas após os espetáculos com convidados especiais, profissionais e artistas de diversos meios de saberes. Desejamos criar braços de trocas de pensamentos sobre os laços humanos, contando com os especiais convidados”, diz Marcia.

Bate-papo após a apresentação – Dança, psicanálise, arte, Rudolf Laban e cinema | Sempre ao final de cada apresentação haverá um encontro com profissionais de diversas áreas que farão uma exposição de ideias sobre o tema “O corpo na arte contemporânea”. As psicanalistas Gilda Pitombo e Beth Bonow abordarão “O amor e a solidão através da Arte”; a diretora teatral, atriz e coreógrafa Denise Telles vai destacar “O universo labaniano” (Rudolf Laban); a cineasta e atriz Paula Braun, diretora do documentário “Ioiô de Iaiá” vai retratar as relações afetivas entre casais com 50 anos de vida em comum.

Ficha Técnica – Guarde-me

Direção Artística, Concepção e Coreografia: Marcia Milhazes

Intérpretes: Ana Amélia Vianna e Domenico Salvatore

Desenho de luz: Glauce Milhazes e Marcia Milhazes

Trilha sonora/Colagem: Marcia Milhazes

Trilha sonora/edição: Eduardo Antonello

Figurino: Marcia Milhazes

Fotografia: Ana Clara Miranda

Costureira: Eunice Martins

Produção executiva:- Marcia Milhazes Companhia de Dança

Teaser: https://youtu.be/WGUtcUb7m9g.

Serviço:

Dança: Guarde-me + conversas sobre “O corpo na arte contemporânea”

Dança, psicanálise, arte, Rudolf Laban e cinema – bate-papo ao fim da apresentação com convidados

18/11 – sábado, às 18h – convidadas: Gilda Pitombo e Beth Bonow (psicanalistas)

19/11 – domingo, às 18h – convidada: Denise Telles (atriz, diretora de cena)

25/11 – sábado, às 18h – convidada: Paula Braun (cineasta e atriz)

26/11 – domingo, às 18h – Marcia Milhazes e intérpretes

Classificação etária: Livre

Duração: 30 minutos

Ingressos: R$30 (inteira), R$15 (meia-entrada) – Sympla: https://www.sympla.com.br/produtor/espacotapias

Local: Centro Cultural Espaço Tápias (Sala Maria Thereza Tápias): Rua Armando Lombardi, 175 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro (RJ).

(Fonte: Alexandre Aquino Assessoria de Imprensa)

Clube da Esquina é tema de shows na Caixa Cultural São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Pianistas Amaro Freitas e Zé Manoel se apresentam com ingressos gratuitos. Foto: Paula Maestrali.

A CAIXA Cultural São Paulo recebe, de 23 a 26 de novembro, uma série de apresentações dos pianistas pernambucanos Amaro Freitas e Zé Manoel em homenagem ao Clube da Esquina. As apresentações contam com patrocínio da CAIXA e Governo Federal e terão ingressos gratuitos, que poderão ser retirados no local uma hora antes do evento.

Com Amaro Freitas ao piano e Zé Manoel na voz, os músicos fazem um passeio pelas canções do álbum lançado em 1972 e que reuniu grandes nomes da música mineira. Clássicos como “Tudo que você podia ser”, “Cais”, “O Trem Azul” e “Um Girassol da cor do seu cabelo” ganham uma nova roupagem com a interpretação desses dois artistas.

O Clube da Esquina foi um movimento criado pelos músicos e compositores Milton Nascimento, Toninho Horta, Wagner Tiso, Lô Borges, Beto Guedes e Márcio Borges na década de 1960, com início em Belo Horizonte (MG). O grupo deu origem a um álbum de mesmo nome lançado em 1972. A sonoridade inovadora e o talento dos músicos fizeram o disco se tornar um dos grandes sucessos da música brasileira, influenciando músicos e artistas até a atualidade.

Sobre Amaro Freitas e Zé Manoel

Amaro Freitas é um pianista nascido em Recife (PE) e tem no jazz sua grande influência musical. “Sangue negro” (2016), “Rasif” (2018) e o mais recente “Sankofa” (2021), todos gravados com seu trio, narram o amadurecimento da sua trajetória artística ao longo de oito anos. Ao lado da cantora Sandy, Amaro Freitas participou do single “Amor não testado”, composição que faz parte do EP “Nós, Voz, Eles 2”, lançado pela cantora em 2022. Neste ano, o músico concorre ao Prêmio Multishow na categoria instrumentista do ano.

Zé Manoel também é pianista, compositor e cantor pernambucano. Tem três discos e um DVD lançados no Brasil, sendo dois editados no Japão. “Delírio de um Romance a Céu Aberto” (2016), foi vencedor do Prêmio da Música Brasileira na categoria Projeto Especial. “Do Meu Coração Nu” (2020), foi indicado ao Grammy Latino na categoria melhor disco de música brasileira. Sua obra já foi gravada por artistas como Ana Carolina, Elza Soares, Fafá de Belém e Vanessa da Mata.

Serviço:

Música – Amaro Freitas e Zé Manoel apresentam Clube da Esquina

Local: CAIXA Cultural São Paulo – Praça da Sé, 111 – Centro – São Paulo/SP (próxima à estação Sé do Metrô)

Datas: 23, 24, 25 e 26 de novembro de 2023

Horários: quinta e sexta-feira às 19h, sábado e domingo às 17h

Entrada franca: os ingressos serão distribuídos 1h antes do show, limitados a um par por pessoa

Capacidade: 90 pessoas

Classificação indicativa: Livre para todos os públicos

Acesso a pessoas com deficiência

Informações: (11) 3321-4400 | ou aqui

Patrocínio: CAIXA e Governo Federal.

(Fonte: Assessoria de Imprensa da CAIXA)

Livros: “Travessias no Atlântico negro – Tráfico, biografias e diáspora (África – Brasil), séculos XVII – XIX”

São Paulo, por Kleber Patricio

Um livro inteiramente dedicado a personificar os que até recentemente seriam meros anônimos nos debates acerca do tráfico atlântico e da escravidão nas Américas entre os séculos XVII e XIX: personalidades africanas invisibilizadas, afrodescendentes ilustres renegados, trajetórias coletivas, demografias, paisagens e cenários de Áfricas e de Brasis. Esses são alguns dos aspectos da obra “Travessias no Atlântico negro – Tráfico, biografias e diáspora (África – Brasil), séculos XVII – XIX” (Selo Negro Edições, 168 p., R$74,70), organizado por Valéria Costa. O prefácio é de Flávio Gomes, pesquisador referência no Brasil.

Os artigos resgatam, identificam e nomeiam, por meio de pesquisa minuciosa, ex-escravizados que ascenderam socialmente, escravizados senhores de outros cativos, ex-escravizados que se tornam revolucionários, mulheres que compram a alforria e legam bens a seus filhos e mulheres negras que procuram a justiça brasileira em casos de violência. A obra reúne pesquisadores contemporâneos determinados a ir além do registro quantitativo conhecido atualmente, apresentando conteúdo de grande contribuição acadêmica, mas ainda de maior interesse para subsidiar professores da educação básica, ativistas dos movimentos sociais negros e a todos que reconhecem e legitimam o real legado afro-brasileiro. Esse histórico está distribuído em 10 capítulos:

1 – As duas guerras: Henrique Dias entre a guerra holandesa e a luta contra os quilombolas – Rômulo Luiz Xavier Nascimento

2 – Para além da alforria: a população negra nos registros dos tabelionatos de Salvador (1690– 1816) – Cândido Domingues

3 – Escravos donos de escravos nos mares do tráfico negreiro (Bahia, século XVIII) – Daniele Santos de Souza

4 – Os pretos e mulatos no norte da América portuguesa: tráfico de escravizados e população negra na capitania do Maranhão (1750–1810) – Antonia da Silva Mota e Reinaldo dos Santos Barroso Junior

5 – Tráfico e escravidão africana na Paraíba (séculos XVIII e XIX) – Matheus Silveira Guimarães

6 – A trajetória de Francisco da Costa: de escravizado a revolucionário republicano – Marcus J. M. de Carvalho

7 – De filho para mãe: a trajetória da “preta cabinda” – Rita Maria da Conceição (Rio de Janeiro, 1814–1846) – Juliana Barreto Farias

8 – A morte do príncipe do Congo e o fim do tráfico de escravizados na África Centro Ocidental – Roquinaldo Ferreira e Lucilene Reginaldo

9 – Diásporas, família e africanidade no Rio Grande do Sul do século XIX – Paulo Roberto Staudt Moreira

10 – Duarte José Martins da Costa: um africano nas malhas da “rede miúda” do tráfico atlântico no século XIX – Valéria Costa.

“Cada capítulo revela a riqueza de nossos arquivos e a sensibilidade dos autores, que, com base em fragmentos históricos, recompuseram com maestria a trama complexa dos laços que unem a África e o Brasil, buscando compreender como africanos e seus descendentes ultrapassaram as limitações e a violência do cativeiro desde o século XVII. O resultado é uma obra comprometida a revelar as raízes do racismo estrutural que caracteriza a sociedade brasileira e o papel da desigualdade e da violência racial na formação do país. Leitura fundamental para compreendermos a dívida histórica do Brasil para com os descendentes dos mais de 5,5 milhões de africanos escravizados que chegam aos portos brasileiros durante os mais de quatro séculos de existência do tráfico de almas.” – do texto de orelha da obra, escrito por Mariana P. Candido, Professora e pesquisadora do Departamento de História da Universidade Emory (Atlanta, Estados Unidos).

A organizadora | Valéria Costa é Professora adjunta do Departamento e do Programa de Pós Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) na área de História da África. Desenvolve pesquisas nas áreas de escravidão e diáspora africana no século XIX, religiões e cultura afro brasileira. Entre suas principais publicações, estão “Òmìnira — Mulheres e homens libertos da Costa d’África no Recife” (c.1846–c.1890), (São Paulo: Alameda, 2021) e “É do dendê! — Histórias e memórias urbanas da nação xambá no Recife” (1950–1992), (São Paulo: Annablume, 2009). Coorganizadora dos livros “Mulheres afro-atlânticas e ensino de História” (Rio de Janeiro: Malê, 2023) e “Religiões negras no Brasil — Da escravidão à pós-emancipação” (São Paulo: Selo Negro, 2016).

Título: Travessias no Atlântico negro – Tráfico, biografias e diáspora (África – Brasil), séculos XVII – XIX

Organizadora: Valéria Costa

Editora: Selo Negro Edições

Preço: R$74,70 (E-book: R$44,80)

Páginas: 168 (17 x 24 cm)

ISBN: 978-65-998837-6-7

Atendimento ao consumidor: (11) 3865-9890

Site: www.gruposummus.com.br.

(Fonte: Studio Graphico)

Galeria Nara Roesler São Paulo apresenta “Jose Dávila – Um pirata, um poeta, um peão e um rei”

São Paulo, por Kleber Patricio

Jose Dávila, “The fact of constantly returning to the same point or situation”, 2023, Silkscreen print and vinyl paint on loomstate linen, 210 x 344 x 6 cm. Foto: Agustín Arce.

A Galeria Nara Roesler apresenta “Um pirata, um poeta, um peão e um rei [A pirate, a poet, a pawn and a king]”, primeira exposição individual do artista mexicano Jose Dávila (Guadalajara, 1974) no Brasil. Marcando o início da representação do artista pela galeria, a mostra reúne trabalhos recentes de Dávila, com cerca de 20 obras, incluindo instalações, esculturas, pinturas e desenhos. Acompanhada de texto de Julieta González, a exposição revela aspectos intrínsecos da prática do artista, marcada por uma abordagem da linguagem e da tradição escultórica a partir de uma perspectiva centrada na articulação entre a “vontade construtiva” e os princípios físicos que regem a natureza.

O título da exposição faz alusão à ideia de transformação e mutação presentes na obra de Dávila e se refere ao modo como ele lida com os materiais, a partir de uma abordagem poética de uma música de Frank Sinatra (That’s Life). Segundo a afirmação do artista: “Uma pessoa pode ser um pirata, depois um poeta, também um peão e acabar sendo um rei… a mesma pessoa. […] Estou muito interessado na noção de que todas as coisas evoluem e se transmutam com o tempo: nós como pessoas, as coisas como objetos e materiais, o significado simbólico. Essa evolução constante é um campo fértil para o surgimento de novos significados, para que as mudanças sejam aceitas e para que novos começos aconteçam. Essa é uma qualidade e característica essencial da natureza da arte, a capacidade de transformação”, pontua Dávila.

Jose Dávila, “Acapulco chair stack”, 2021, metal, epoxi paint and boulders, 155,5 x 158 x 143 cm. Foto: Flavio Freire.

Embora o elemento central de sua poética seja o campo escultórico, não lhe interessam a estabilidade e o caráter muitas vezes “sólido” desse tipo de linguagem – sua atenção se dirige muito mais à impermanência e a instabilidade. “A maneira como abordo os materiais, por que os escolho e como os utilizo posteriormente está relacionada a esses conceitos, sintetizados no título da exposição, a partir de uma abordagem poética”, completa o artista. Isso fica visível em alguns trabalhos como “Esforço Compartilhado”, no qual Dávila, por meio de uma alça de catraca, une dois espelhos unilaterais de maneira oblíqua. O material responsável por puxar a alça para baixo e impedir que os espelhos caiam é um conjunto de pedras. Desse modo, o artista cria uma composição por meio de materiais completamente distintos e mesmo opostos, o que confere à mesma uma latente sensação de fragilidade e colapso iminente. O esforço dividido em cada parte, no entanto, é o que mantém os elementos unidos. Princípio semelhante se dá no trabalho “Cadeia Trófica”, cujo título remete ao processo de transferência de matéria e energia dentro de um ecossistema. Nesse conjunto, um espelho se mantém elevado de forma oblíqua e imponente, às custas da disposição de um bloco de concreto e um conjunto de pedras.

O olhar apurado para o espaço e para a análise das forças físicas, tais como massa, equilíbrio e materialidade, se faz constantemente presente no trabalho de Dávila. Os elementos de sua poética são explorados por meio dos mais diversos suportes e linguagens, indo desde a escultura e a instalação, nas quais emprega materiais rígidos como pedras, vidro e concreto até materiais flexíveis como arame, papelão e fitas e correias, até elementos pictóricos.  Um procedimento recorrente em seu trabalho são as releituras que executa das produções de figuras consagradas da História da Arte, como Donald Judd e Roy Lichtenstein. Na exposição, poderão ser vistos trabalhos da série Homage to Square, na qual Dávila transforma a série de pinturas homônima de Josef Albers em móbiles cinéticos.

Jose Dávila, “The fact of constantly returning to the same point or situation”, 2023, Silkscreen print and vinyl paint on loomstate linen, 210 x 170 x 6 cm. Foto: Agustín Arce.

A pintura também entra no radar poético do artista, igualmente embasada na busca por situações impermanentes ou tensionadas. Na série The fact of constantly returning to the same point or situation, Dávila cria um conjunto de círculos com cores e consistências distintas. Quase sempre incompletos, ou enquadrados de maneira a não se poder percebê-los como um todo, eles acabam provocando no espectador a mesma sensação, que é a de incompletude e desorientação. Orden Discontinuo, série de impressões realizadas em diferentes tipos de papel, trazem composições e provocam sensações similares, porém, incorporando também as qualidades dos suportes em que se inserem, como dobras/rasgos e texturas.

Serviço:

Jose Dávila – Um pirata, um poeta, um peão e um rei

De 11 de novembro de 2023 a 10 de fevereiro de 2024

Galeria Nara Roesler São Paulo

Av. Europa, 655 – Jardim Europa – São Paulo – SP

T 55 (11) 2039-5454

info@nararoesler.art

Seg a sex | 10h–19h; sáb | 11h–15h.

(Fonte: Pool de Comunicação)

Santuário do Caraça é contemplado em projeto de monitoramento e preservação do lobo-guará

Minas Gerais, por Kleber Patricio

Aprovado em setembro pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por meio da Plataforma Semente, trabalho tem como foco entender a dinâmica populacional da espécie no Caraça. Foto: Pe. Lauro Palú.

O Santuário do Caraça é conhecido por sua história e suas belezas naturais, mas se destaca, também, por momentos únicos e marcantes, como a Hora do Lobo, protagonizada pelo lobo-guará, que vai até a escadaria do destino turístico desde maio do ano do ano de 1982 encantando turistas e visitantes. Por esse motivo, acabou se tornando mais do que uma vista ilustre no espaço turístico, mas um amigo muito querido e especial, conforme aponta o coordenador ambiental do Caraça, Douglas Henrique. Por todo esse cuidado e carinho com o canídeo, o complexo acaba de ser contemplado, por meio da Plataforma Semente, em um projeto de monitoramento da espécie, por intermédio do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), para ajudar na preservação e cuidados com o animal.

De acordo com coordenador ambiental do Caraça, o trabalho tem como foco entender as ameaças regionais que os lobos vêm sofrendo. “O objetivo é monitorar o lobo-guará e conhecer de perto quais são os conflitos vividos pela espécie, mas de avaliar também, a possibilidade do uso da espécie em atividades turísticas, por meio de habituação, como a que o Caraça já faz há mais de 40 anos. Pretendemos diagnosticar a população, identificar as ameaças regionais, entender as áreas de uso dessa espécie e avaliar o comportamento em função dessa ambientação que acontece aqui. Esse projeto tem algumas ramificações e a principal delas é a avaliação da saúde desses animais, que são informações que carecem de pesquisas de médio a longo prazo. Alguns estudos apontam que vários lobos têm sofrido com zoonose, principalmente a sarna. Essa doença ocorre através do contato dos animais silvestres com animais domésticos doentes. O monitoramento dos lobos será realizado por meio de duas metodologias: o uso de rádio colar, que é um equipamento que vai nos mostrar quais os caminhos o animal percorre. Além disso, também serão utilizadas câmeras específicas, conhecidas como Trap – que possuem um sensor de calor e movimento, sendo disparadas automaticamente quando um animal passa na sua frente – espalhadas na natureza”, explica.

RPPN do Santuário do Caraça. Foto: Miguel Andrade.

Segundo Douglas Henrique, todo o trabalho com o Lobo-Guará será executado pelo Instituto Pró-Carnívoros. “Essa entidade é referência nos estudos de carnívoros do Brasil, especialmente o Lobo-Guará. Assim, o Santuário do Caraça contribuirá com informações cientificas sobre a espécie, já que aqui ela está dentro de uma unidade de preservação. No entanto, o seu entorno sofre constantes ameaças, seja do crescimento urbano e da monocultura de eucalipto, da mineração, das estradas e, por isso, queremos entender qual a importância dele no Caraça para a continuidade da espécie dentro do Quadrilátero Ferrífero e em Minas Gerais. Sabemos que a espécie está sempre se reproduzindo, mas queremos verificar se esses indivíduos estão sobrevivendo, para onde vão e o que acontece com eles”, completa.

Desmistificar lendas

Além disso, o coordenador ambiental do Caraça diz que o trabalho chega parar destituir qualquer tipo de narrativa a respeito da casta. “Outro aspecto muito interessante desse trabalho é de desmistificar as histórias e lendas ao redor do Lobo-Guará. Desta forma, as comunidades ao entorno serão sensibilizadas da importância dessa espécie nativa dentro do Santuário do Caraça, mas também nas proximidades. Isso porque ele é importante, já que é um dispersor de sementes e um animal que controla alguns roedores e serpentes. Ou seja, queremos mostrar a importância desse convívio equilibrado e ecológico. Assim, reforçamos que esse será um trabalho muito importante e que com certeza terá bons frutos para toda a região. Manter a espécie é preservar a nossa natureza”, conclui.

Santuário do Caraça

Santuário do Caraça.
Foto: Miguel Andrade.

O complexo é tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e Estadual. Foi escolhido como uma das Sete Maravilhas da Estrada Real. Conta com um amplo Conjunto Arquitetônico onde estão a primeira igreja de estilo neogótico do Brasil, o prédio do antigo Colégio (hoje Museu e Biblioteca), o hotel com 57 apartamentos e quartos, com capacidade para até 230 pessoas, e a Fazenda do Engenho, com 26 apartamentos. O local possui enorme diversidade de fauna e flora, com raridades de animais e plantas no meio ambiente. Na ampla diversidade de sua fauna, há 386 espécies de aves, 64 espécies de anfíbios, 54 espécies de répteis, 12 espécies de peixes e 76 espécies de mamíferos.

A Reserva Particular do Patrimônio Natural do Santuário do Caraça faz parte de duas importantes reservas ecológicas: as Reservas da Biosfera da Serra do Espinhaço Sul e a da Mata Atlântica, onde há diversas espécies de flora e fauna, algumas encontradas somente no Complexo do Santuário do Caraça, que fica na transição entre Mata Atlântica e Cerrado, onde também há campos rupestres. Em suas serras há nascentes, ribeirões e lagos que possuem águas de coloração escura, que carreiam material orgânico em suspensão. O clima tem baixas temperaturas e elevada umidade do ar, comuns em ambientes de mata. O território do Complexo do Caraça integra a Área de Proteção Ambiental ao Sul da Região Metropolitana de BH, onde começam duas grandes bacias hidrográficas, a do rio São Francisco e a do rio Doce, que abastecem aproximadamente 70% da população de Belo Horizonte e 50% da população de sua região metropolitana.

Serviço:

Santuário do Caraça

Local: Estrada do Caraça, Km 9 – entre os municípios de Catas Altas e Santa Bárbara (MG)

Fácil acesso pelas rodovias BR-381 e MG-436, além do da possibilidade de ir por trem (Estação Dois Irmãos – Barão de Cocais)

Taxa entrada: R$25 (em dias de semana)

Finais de semana, feriados e datas comemorativas: R$35 (por pessoa).

Idosos: 50% de desconto.

Moradores de Barão de Cocais, Catas Altas e Santa Bárbara possuem 50% de desconto. Entrada gratuita na 1ª quarta-feira de cada mês (mediante agendamento)

Site: www.santuariodocaraca.com.br

Reservas: centraldereservas@santuariodocaraca.com.br

Instagram: @santuariodocaraca

Facebook: www.facebook.com/santuariocaraca/.

(Fonte: Grupo Balo)