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Filmes, palestras, exposições e shows integram programação da Semana da Consciência Negra em Indaiatuba

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Exibição e debate de “Mussum – O Filmis”, workshop com DJ Erick Jay e show com Kamau são destaques. Foto: Desirée do Valle.

A Prefeitura de Indaiatuba, promove, por meio da Secretaria de Cultura, a edição 2023 da Semana da Consciência Negra entre os dias 20 e 26 de novembro, com exposições, sessão de cinema, shows, batalhas de rima, break e slam, palestras e workshop, tudo com entrada franca. Destaque para o show de encerramento com o rapper Kamau, na concha acústica do Parque Ecológico. “A edição 2023 da Semana da Consciência Negra chega com uma programação completa, para que possamos debater e ressaltar a importância do tema, seja por meio da música, exposições, cinema e palestras”, destaca a secretária municipal de Cultura, Tânia Castanho. “Estão todos convidados”.

A programação tem início na segunda-feira, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, com a exibição de “Mussum – O Filmis”, às 14h, no Topázio Cinemas do Shopping Jaraguá, seguido de debate com a presença de Wagner Guenon, atual presidente da Coni – Comunidade Negra de Indaiatuba. Os ingressos devem ser trocados no dia da sessão por um livro em boa condição – com exceção de didáticos, pedagógicos ou de religião e espiritualidade – e serão doados à Biblioteca Municipal ‘Antonio Modanesi’.

Rapper, produtor e skatista, Kamau continua influenciando gerações do rap brasileiro. Foto: Renato Nascimento.

A programação segue com palestras, o Sarau Todas Palavras com o tema ‘Vozes Negras’ e workshop com o DJ Erick Jay, que em setembro venceu o DMC All Vinyl Championship 2023, uma das mais importantes competições do mundo, e garantiu o quinto título internacional de sua carreira.

Destaque ainda para a segunda edição da Mostra de Hip Hop CorAção, que acontece dia 26, das 15h às 22h, com diversas atrações na concha acústica do Parque Ecológico. Entre elas, estão as batalhas de Slam, Rima, Break e TAG, quando dois artistas recebem uma palavra e desenvolvem uma assinatura. Todas as disputas contarão com jurados e troféus para os três primeiros colocados.

O vencedor da Batalha de Slam garante vaga para competição estadual. As batalhas serão comandadas pelo grupo Indaiá Batalhas, com curadoria do Coletivo Bats, Vini Alceu, DJ Scratchiador, Grampo e Nathan. O show de encerramento da Mostra fica por conta do rapper Kamau.

No sábado, dia 25, diversos artistas farão um novo grafite no paredão da concha. Confira abaixo a programação completa da Semana da Consciência Negra 2023.

20 de novembro – 14h

Exibição de Mussum – O Filmis, seguido por debate

Local: Topázio Cinemas do Shopping Jaraguá Indaiatuba

Classificação indicativa: 12 anos

Trailer do filme: www.youtube.com/watch?v=L62FXQklykE

A cinebiografia dirigida por Sílvio Guindane narra a trajetória de vida de Antônio Carlos Bernardes Gomes, indo muito além do Mussum que o grande público conhece: a infância pobre, a carreira militar, a relação com a Mangueira e o sucesso com os Originais do Samba, além de bastidores dos Trapalhões. Com Ailton Graça, Cacau Protásio, Thawan Lucas, Yuri Marçal, Neusa Borges e Gero Camilo. Após a exibição do filme, o público será convidado a participar de debate com a presença de Wagner Guenon, presidente da Coni – Comunidade Negra de Indaiatuba.

21 de novembro – 19h30

Palestra Racismo, com a Dra. Claudenice Souza e a pedagoga Joseni da Silva Cunha

Local: Casarão Pau Preto

Palestra com o tema Racismo contará com a participação da advogada Dra. Claudenice S. Souza, membro da Diretoria da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Indaiatuba, presidente do Conselho de Promoção de Igualdade Racial (Compir) e presidente da Comissão de Igualdade Racial pela OAB de Indaiatuba.

Participa também a professora e pedagoga Joseni da Silva Cunha, coordenadora da Comissão de Educação para Relações Étnico-Raciais Coordenadora Geral do PROFA (Programa de Formação de Professores Alfabetizadores) do Ministério da Educação. Graduada em pedagogia e pós-graduada em psicopedagogia e neuropsicopedagogia, é membro da Coni e também do Compir.

22 de novembro – 19h30

Palestra Feminismo Negro, com Nadia Cristina Nogueira, Doutora em História

Local: Casarão Pau Preto

Palestra com o tema Feminismo Negro comandada pela professora Nadia Cristina Nogueira, Doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

23 de novembro – 19h30

Pontos MIS apresenta Triunfo

Local: Casarão Pau Preto

Entrada franca

Com direção de Caue Angeli e participações de Thaíde e Sandra de Sá, entre outros, o documentário faz uma pergunta: o que seria do hip hop no Brasil sem Nelson Triunfo? Ativista e dançarino, este pernambucano se encantou com a música negra e a luta pelos direitos civis nos Estados Unidos e tratou de colocar suas ideias em prática, influenciando DJs, MCs, grafiteiros, b-boys e músicos.

24 de novembro – 19h30–22h

Sarau Todas Palavras: Vozes Negras

Local: Centro de Artes e Esportes Unificado (CEU) do Jardim São Conrado

Esta edição do Sarau Todas Palavras terá como tema Vozes Negras e a participação é livre. O sarau é um evento cultural que acontece toda a última sexta-feira de cada mês onde as pessoas se encontram para se expressar ou manifestar artisticamente. Sob comando de Daniel Vieira, de 24 anos, que atua na cultura de Batalha de Rima há oito e escreve poesia desde os 10 anos de idade, o evento terá como convidados o poeta e slammaster Vini Alceu e o DJ Smith, além da exposição de dez obras do artista Alisson Filho, todas em tinta a óleo, que ficará disponível para visitação até sábado, dia 25.

25 de novembro – 10 h

Circuito Percussivo, com Fagner Oliveira

Local: Praça Rui Barbosa

A oficina é promovida em parceria com o Grupo de Jongo Filhos da Semente, do qual Fagner é membro e batuqueiro. Consiste em uma breve introdução teórica para uma vivência prática de instrumentos percussivos (tambores de couro e agogô). Serão tocados ritmos afro-brasileiros voltados a religiões de matriz africana por meio da apresentação de suas células rítmicas.

Haverá um número limitado de instrumentos disponíveis; sendo assim, pede-se que os participantes com um ou mais tambores levem seus acessórios. A participação é livre e gratuita. A oficina foi contemplada pela Lei Paulo Gustavo por meio do edital LPG 11/2023.

25 de novembro – 15h–18h

Workshop Segredo de um Campeão, com o DJ Erick Jay

Local: CEU do Jardim São Conrado

Inscrições: (19) 3816-6961

Vencedor de cinco títulos internacionais, venceu cinco vezes a edição nacional do DMC, sendo considerado o melhor DJ da América Latina. Já se apresentou em diversas casas de show no Brasil e em países como Inglaterra e Polônia. Em 2008, assumiu o posto de DJ residente do programa Manos e Minas da TV Cultura. Já ministrou aulas de discotecagem no Senac, Sesc e escolas para DJ. Atualmente, é DJ dos rappers Black Alien. Acompanhado do DJ RM, Jay ministra workshop de Turntablism, a arte de manipular sons e criar músicas usando toca-discos e um mixer de DJ. Os profissionais que dominam a técnica são considerados os mais completos, pois dominam as técnicas básicas de tempo e mixagem.

No programa do workshop estão técnicas de discotecagem, equalização, mixagem e ajuste de BPM; scratches básicos; back to back; contratempos; colagens; beat juggling e preparação para campeonatos.

26 de novembro – 10h

Jardim das Letras: Especial Cartola

Local: Casarão Pau Preto

O projeto Jardim das Letras mistura música e literatura e nesta edição especial para a Semana da Consciência Negra homenageia o cantor, compositor, poeta e violinista Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, considerado por muitos como o maior sambista da história da música brasileira. O poeta Vini Alceu traz poemas e versos de Cartola, enquanto o repertório musical fica por conta da cantora Juliana Alves e do grupo 4Samba.

26 de novembro – 15–22h

2ª Mostra de Hip Hop CorAção

Local: Concha Acústica do Parque Ecológico

15h – DJ Scratchiador

15h30 – Denis do Rap

16h – Batalha de Slam

17h – DJ Scratchiador

17h30 – Batalhas de Break e TAG

18h30 – Nunes

19h – Batalha de Rima

20h – Piter, Jovem Brown e Rocha

20h30 – Xavier

21h – Kamau

Paulistano do bairro do Tucuruvi, Zona Norte de São Paulo, Kamau tem papel essencial na história do rap brasileiro e continua relevante com seus mais de 20 anos de carreira, mesmo com tantas mudanças no mercado musical. Rapper, produtor e skatista, continua influenciando gerações. Seja produzindo ou nos bastidores, Kamau é um importante elo entre a velha e nova escola do ritmo e poesia.

Participações e parcerias são uma constante na carreira do rapper. No final de 2019, Kamau participou do encerramento da consagrada série Poetas no Topo 3.3, da Pineapple, sendo o primeiro a produzir o próprio beat, no qual declamou versos quase proféticos dos tempos vindouros.

Em 2020, no início do período de quarentena, lançou a quarta edição da série Avulso com a música e o clipe de Beat Torto, Papo Reto, convocando Nego Max e Zudizilla nas rimas e Erick Jay e Nyack nos scratches, sobre um beat do Mestre Xim. Ainda no período de isolamento social, Kamau se dedicou aos beats em encontros semanais como Beat Brasilis e Session In.

Em uma dessas sessões nasceu o single Sem Promessa, que mais tarde deu nome ao vídeo de skate da marca Future, da qual é um dos fundadores. Também produziu a faixa 4ª as 20h do novo álbum do Marcelo D2, além de demais projetos pessoais e de parceiros.

Mesmo com mais de duas décadas de carreira, Kamau mantém a essência e não segue fórmulas prontas. Fora do padrão tradicional que o mercado musical exige, o rapper resiste e continua fazendo música com propósito e identidade.

21–26 de novembro

Exposição Personalidades Negras, do artista Roberto Carlos

Local: Casarão Pau Preto.

Endereços:

Casarão Cultural Pau Preto – Rua Pedro Gonçalves, 477, Centro

Topázio Cinemas do Shopping Jaraguá – Rua 15 de Novembro, 1.200, Centro

CEU do Jardim São Conrado – Rua Jordalino Pietrobom, 1.300

Concha Acústica do Parque Ecológico – Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, altura do número 418.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Grupo de Teatro Estrada representa Indaiatuba em livro histórico

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Capa do livro. Foto: Comunicação ADAAP.

No último dia 4 de outubro, foi lançado o livro Teatro de grupo em tempos de ressignificação: criações coletivas, sentidos e manifestações cênicas no Estado de São Paulo, fruto de três anos de pesquisa iniciadas em fevereiro de 2021 por uma rede de 50 pesquisadores de todo o estado com foco em retratar história e processos criativos de 335 coletivos em atuação no interior e litoral desde os anos 1940 até dias de hoje.

O Grupo de Teatro Estrada, mais antigo dos grupos em atividade na cidade de Indaiatuba desde sua fundação, em 1996, representa a cidade na publicação, organizada por Ivam Cabral, diretor executivo da SP Escola de Teatro, ao lado de Alexandre Mate, Elen Londero e Marcio Aquiles, que traz um pedaço significativo da história das Artes Cênicas no estado compilada em um volume de quase 900 páginas ricamente ilustradas com exemplos e fotos, trazendo um levantamento inédito e de impacto para pesquisadores e entusiastas do teatro, dando sequência ao volume anterior, “Teatro de grupo na cidade de São Paulo e na Grande São Paulo”, que mapeou a metrópole paulistana e foi contemplado com o Prêmio APCA em 2021.

Para Paloma Dourado, dramaturga, diretora e fundadora do grupo, “É muito importante esse olhar para o trabalho dos grupos que existem, produzem e pesquisam fora da capital, pois fomenta a possibilidade de trocas e união entre os artistas do interior como parte da engrenagem que move a criação artística das artes da cena”. Publicado pelo Selo Lucias, o livro físico pode ser encontrado nas melhores livrarias e a versão digital se encontra disponível para baixar pelo link https://www.spescoladeteatro.org.br/wp-content/uploads/2023/10/TEATRO_DE_GRUPO_2023_compressed.pdf.

(Fonte: Grupo de Teatro Estrada)

Além do esporte: organização Mempodera transforma vida de meninas no âmbito social

Brasil, por Kleber Patricio

Mikaelly em pé, vestindo uniforme na cor preta e auxiliando as alunas. Fotos: Dayse Pacifico.

Um projeto muda vidas. Pessoas alegram vidas. Um propósito transforma vidas – é isso que a Mempodera e equipe fazem na vida de centenas de meninas. A organização possui atuação em Cubatão (SP) e em São Luís (MA) e oferece aulas de wrestling e inglês para meninas e meninos buscando promover a igualdade de gênero por meio do esporte e da educação. Grande parte das jovens atendidas pela iniciativa vivem em situação de vulnerabilidade social.

Para mudar essa realidade, a equipe trabalha arduamente e busca levar informação, educação, esporte e dignidade para essas meninas e suas famílias. Muitas histórias surgem em meio às atividades e conversas informais com as atendidas. Em uma dessas, foi possível conhecer Mikaelly Lima, uma jovem de 20 anos moradora de Cubatão e que, após cinco anos participando do projeto, passou a ser a primeira ex-aluna contratada da organização e hoje atua como monitora.

Caminhos de Mikaelly se cruzaram com a Mempodera em 2017

Para entendermos a jornada da Mikaelly na Mempodera, é preciso voltar lá atrás. “Minha infância foi cheia de brincadeiras. Eu brincava bastante na rua de pega-pega, de futebol com os meninos e também de roubar bandeira. Eu conheci a Mempodera com 14 anos. Um dia o projeto foi ao meu colégio, pensei em participar e acabei gostando”, relembra.

Apesar de ser bem engajada no projeto atualmente, a rotina para participar das atividades nem sempre foi tão fácil, como conta a coordenadora Mayara Amália. “A Mikaelly está no projeto desde o início, quando começamos a atender no colégio que ela estudava, que foi a primeira escola em que nós atuamos. Ela começou como aluna e passou por todas as dificuldades. A turma foi tendo evasão e ela continuou, mesmo tendo que cuidar dos irmãos. Ela ‘levava eles’ para as aulas e a gente revezava, pegava e ficava olhando. Teve uma irmãzinha recém-nascida também, de quem ela tinha a responsabilidade de cuidar”.

A luta ensinada no projeto não é tão tradicional no Brasil e muitas das meninas possuem o primeiro contato com ela quando fazem parte da organização. Esse também é o caso da Mikaelly, que conheceu o wrestling na Mempodera. O esporte é um dos mais antigos e até hoje possui modalidade proibida para mulheres, a Greco-romana. Apesar de ser um esporte de contato, no qual dois atletas têm o objetivo de deixar o adversário com as escápulas no solo, os benefícios para quem o pratica estão na força, desenvolvimento de habilidades pessoais e inteligência para lidar com conflitos e desafios.

“O projeto é minha segunda família. Eles têm um sentimento enorme pela minha família de sangue e por mim, especialmente a Mayara, Aline e a Lídia (fundadora e presidente da Mempodera). Eu sou grata por ter essas três mulheres na minha vida. Elas são muito importantes para mim, são minhas amigas, me dão conselhos e puxam minha orelha se faço algo de errado, mas eu sei que é para o meu bem”, destaca.

A mudança de chave após o projeto

Após alguns anos sendo aluna, surgiu a oportunidade de Mikaelly passar a integrar o time de colaboradores da organização. “Quando abriu a possibilidade de contratar alguém, eu acho que por merecimento, por todo esforço e por todos os motivos que ela teve para desistir e ela continuou, então a gente viu ali uma potência para poder trabalhar conosco. Não ter desistido foi uma coisa que a gente observou muito, mas também a questão de dar oportunidade de mudança e talvez uma possibilidade de mudança para a vida”, explica Mayara.

O começo como monitora das professoras de wrestling foi um período de difícil adaptação. “A Mayara já tinha falado que eu ia ser contratada e ela, Aline e Lídia conversaram comigo. No começo foi bem difícil para mim, porque não gosto de pedir ajuda para ninguém, então eu ficava quieta e na minha. Agora não, está muito diferente, agora se eu não sei de algo, peço ajuda para as meninas”, conta Mikaelly, que agora também auxilia nas demandas das aulas de inglês.

A parceria da jovem com a organização vai além do laço de contratação. Foi lá que Mikaelly começou a entender questões maiores sobre si mesma e sobre a vida, além de poder aprender sobre temas que, talvez, longe da Mempodera, não teria a chance. “As mudanças dela foram muito positivas, principalmente em se expressar. Ela é uma menina que não chega atrasada e é super comprometida. Mesmo com as limitações que teve e tem, ela se esforça para conseguir entregar e tem um lado muito responsável, principalmente de organizar e acompanhar as meninas. Percebo que ela está se tornando mais empoderada”, descreve Mayara.

Mikaelly afirma que o sentimento de ensinar o que um dia já aprendeu é de alegria. “Eu sou o espelho delas, né? Eu já fui aluna do projeto e agora eu tenho que ensinar o que passaram para mim e o que aprendi. A sensação é boa e de alegria imensa, porque nunca imaginei ser uma monitora do projeto em que eu já fui aluna. As meninas me chamam de tia e eu penso que já chamei a minha professora de tia. A sensação de chegar na escola e uma aluna falar: ‘tia, está tudo bem com você?’ não tem preço. Elas tiram um sorriso do rosto quando você não está bem e é uma alegria ser tia dessas meninas”.

Sobre a Mempodera | A Mempodera é uma organização que oferece aulas de wrestling e inglês para meninos e meninas de seis a 17 anos de forma gratuita desde 2017. O projeto busca a igualdade de gênero por meio do esporte, da educação e do fortalecimento de vínculos. Sua atuação é em Cubatão (SP) e São Luís (MA) e mais de 600 jovens já passaram pelo pela organização e tiveram suas vidas transformadas. Para mais informações, acesse https://www.mempodera.com/.

(Fonte: DePropósito Comunicação de Causas)

Sete em cada dez brasileiros que reduzem o consumo de carne são mulheres de alta renda e escolaridade

Brasil, por Kleber Patricio

Chamada de flexitarianismo, dieta que reduz o consumo de carne é trampolim para veganismo e vegetarianimo. Foto: Bulbfish/Pexels.

Mulheres de alta renda e de alta escolaridade que vivem em centros urbanos são a maioria (76%) das pessoas que escolhe diminuir o consumo de carne na sua alimentação. A constatação é de um estudo inédito de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) publicado no último dia 8 na revista científica “Appetite”.

A investigação teve como objetivo caracterizar o perfil socioeconômico, demográfico e motivações dos chamados flexitarianos, que restringem o consumo de carne. Os pesquisadores analisaram dados coletados por uma pesquisa online com 1029 pessoas que se autodeclararam como flexitarianos. Esse padrão alimentar é caracterizado pelo consumo de carne bovina pelo menos duas vezes por semana e frango até três vezes por semana, sendo complementado por fontes de proteína de origem vegetal e ovos como os principais substitutos da carne.

Mais da metade (56%) das pessoas escolhem uma dieta com baixo consumo de carne por causa de preocupações ambientais e de bem-estar animal. “As preocupações com a degradação ambiental e a forma como os animais são tratados para fins de consumo parecem estar conectadas com o perfil político, de renda e nível educacional destas pessoas”, analisa Carla Djaine, cientista social pesquisadora da UFRN e principal autora do estudo. Em seguida, estão as preocupações com a saúde individual.

O estudo revela que os flexitarianos consultados têm um salário médio relativamente mais alto em comparação à renda média da população brasileira: eles ganham 3,6 vezes mais, ou seja, R$9.050,92, enquanto a renda média é de R$2.533, segundo dados do IBGE.

“Isso mostra que o poder de compra pode não ser o principal motivador da redução do consumo de carne, sendo importante diferenciar flexitarianos daqueles que limitam o consumo por questões financeiras”, afirma Djaine. Entretanto, o aumento de gastos com a alimentação é um fator relevante. A pesquisadora comenta que a dieta flexitariana pode custar até 60% a mais do que dietas convencionais, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

A escolha pelo flexitarianismo pode ter uma relação de gênero que precisa ser mais investigada. “É preciso entender os motivos de as mulheres serem uma maioria tão expressiva. Acredito que elas têm uma maior preocupação com o outro, seja em relação ao meio ambiente, aos animais ou à saúde própria e da família”, afirma Djaine.

Outro ponto levantado pela pesquisa é que o flexitarianismo é considerado uma transição para o veganismo e vegetarianismo. Assim, a prática pode servir como trampolim para sistemas alimentares mais sustentáveis. “Mas é preciso que existam políticas públicas e campanhas que incentivem uma alimentação diversa, com o uso de alimentos subutilizados da biodiversidade brasileira, como as plantas alimentícias não convencionais (PANCs), que são ótimos substitutos para a carne animal”, conclui a pesquisadora.

(Fonte: Agência Bori)

“La Traviata” volta ao Theatro Municipal RJ após mais de 20 anos

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

As solistas Michele Menezes, Ludmila Bauerfeldt e Laura Pisani. Foto: Daniel Ebendinger.

Depois de mais de duas décadas ausente, com o Patrocínio Oficial Petrobras, “La Traviata”, de Giuseppe Verdi, está de volta ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A ópera, baseada em “A Dama das Camélias”, romance e peça teatral de Alexandre Dumas Filho, narra a história de Violetta Valery, famosa cortesã parisiense que se apaixona por um jovem estudante. É uma das óperas mais queridas do público e chega a partir de 17 de novembro, às 19h, para a alegria do público.

Nos principais papéis estão os cantores Ludmilla Bauerfeldt, Laura Pisani e Michele Menezes (Violetta), Matheus Pompeu, Ricardo Gaio e Ivan Jorgensen (Alfredo), Lício Bruno e Vinicius Atique (Germont). As récitas contarão com a participação do Coro e da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal. A concepção e direção cênica são de André Heller-Lopes e a direção musical e regência ficam a cargo do maestro Luiz Fernando Malheiro.

“São 22 anos de espera para recebermos novamente esse grande espetáculo no palco do Municipal. Desde 1974, nenhum brasileiro dirigiu essa ópera e agora temos a oportunidade de receber uma nova versão de André Heller-Lopes. O TMRJ, com o Patrocínio Oficial Petrobras, mais uma vez abre suas portas para que você possa se emocionar junto com a gente”, convida Clara Paulino, presidente da Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

“É uma alegria programar La Traviata, um título tão querido e pedido pelo público e artistas da casa, que ficou tanto tempo fora das temporadas do TMRJ. Com uma equipe de primeiríssima, poderemos oferecer sete apresentações com três elencos distintos. Com Traviata fechamos um ciclo de seis títulos operísticos neste ano – um em concerto e cinco montagens. Que este número cresça bastante em 2024″, complementa o diretor artístico do Theatro Municipal, Eric Herrero.

“Interessa-me o fato de a ópera tratar do universo da alta prostituição e seus conflitos com uma moral religiosa; no entanto, é na cortesã que está o amor, enquanto que a morte vem pelas mãos das imposições de uma sociedade moralista que pretende tomar para si a palavra divina. Ambos os temas permanecem atuais em nosso mundo — e arrisco dizer que assim continuarão por muitos anos futuros, infelizmente. Seja no século XIX ou num futuro distópico, La Traviata mantém-se contemporânea”, ressalta o diretor cênico da ópera, André Heller- Lopes.

Na concepção de Heller, não se trata de um acaso que o título inicialmente previsto por Verdi e Piave para a ópera La Traviata seja “Amore e morte”. Para o diretor cênico, esses dois elementos permeiam toda concepção do espetáculo, enlaçados pelo tema onipresente: o curso inexorável do tempo.

A montagem de La Traviata está cheia de novidades. O cenário, por exemplo, será representado por um espaço dominado por estruturas em ferro fundido, remetendo à influência francesa, muito presente na arquitetura do Rio. Isso é apenas um spoiler do que vai ser apresentado. As récitas acontecerão nos dias 17, 19, 23, 24, 25 e 26.

No dia 23, haverá uma atividade educativa voltada para 260 pessoas, entre refugiados da Cáritas Brasileira, estudantes da UERJ, Faetec e idosos, que serão convidados para assistir à récita.

Antes de cada apresentação, será realizada uma palestra gratuita no Salão Assyrio, com presença de um intérprete de Libras. Lugares especiais para portadores de deficiência física e idosos, rampas de acesso, elevadores e banheiros adaptados. Legendagem e audiodescrição.

Ficha Técnica:

Ludmilla Bauerfeldt, Laura Pisani e Michele Menezes, Matheus Pompeu, Ricardo Gaio e Ivan Jorgensen, Lício Bruno e Vinicius Atique

Cenário: Renato Theobaldo

Figurinos: Marcelo Marques

Iluminação: Gonzalo Córdova

Coreografias: Bruno Fernandes e Mateus Dutra

Concepção e direção cênica: André Heller-Lopes

Direção musical e regência: Luiz Fernando Malheiro

Diretor Artístico do TMRJ: Eric Herrero.

Serviço:

La Traviata, de Giuseppe Verdi

Com Coro e Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Datas e horários:

17, 23, 24 e 25/11 – 19h

19 e 26/11 – 17h

Duração: Total de 3h10 com dois intervalos de 20 minutos e uma pequena pausa técnica.

Classificação: 14 anos

Ingressos:

Frisas e Camarotes – R$80,00 (ingresso individual)

Plateia e Balcão Nobre – R$60,00

Balcão Superior – R$40,00

Galeria – R$20,00

Os ingressos podem ser adquiridos através do site theatromunicipal.rj.gov.br ou na bilheteria do Theatro

Patrocinador Oficial: Petrobras. Apoio: Livraria da Travessa, Rádio MEC, Rádio Paradiso Rio FM, Rádio Roquette Pinto – 94.1 FM. Realização Institucional: Fundação Teatro Municipal, Associação dos Amigos do Teatro Municipal

Lei de Incentivo à Cultura

Realização: Ministério da Cultura e Governo Federal, União e Reconstrução.

(Fonte: Assessoria de Imprensa TMRJ)