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Museu da Imigração realiza 28ª Festa do Imigrante, com mais de 100 atrações artísticas, gastronômicas e artesanato de 55 nacionalidades

São Paulo, por Kleber Patricio

Refugiados, migrantes e descendentes protagonizam a festa e mostram a riqueza da diversidade cultural no evento. Créditos: Chris Ceneviva e Victor Herege/Divulgação Museu da Imigração.

O Museu da Imigração (MI) realiza, em 17, 18, 19 e 20 de novembro, das 10h às 17h, a 28ª Festa do Imigrante. O evento, que, em 2022, reuniu mais de 30 mil pessoas e tem refugiados, migrantes e descendentes como protagonistas, acontece no complexo da antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás. Serão 36 horas de programação cultural com muita música, dança, gastronomia e artesanato de diferentes comunidades que representam mais de 55 países. O público ainda poderá vivenciar tradições de diversas partes do mundo em oficinas e visitas guiadas conduzidas por representantes de várias nacionalidades. Inédito na festa, o FamilySearch – maior banco de dados de genealogia do mundo – possibilitará aos presentes descobrirem mais sobre a história de suas famílias. Os ingressos antecipados, já disponíveis para compra, têm desconto e dão direito à fila de acesso exclusiva para entrada na festa.

O palco, localizado no jardim do Museu, receberá, a cada dia, cerca de 15 grupos de música e dança, totalizando mais de 60 apresentações de 34 países. Entre as atrações, estão o grupo Kiendaiko, com seus tradicionais tambores japoneses, e as cantoras Mah Mooni (Irã) e Vesna Bankovic (Sérvia), que é cantora lírica da Osesp. Outros destaques são o grupo de dança coreana Abradaco, com seus leques e tambores, e representantes de diversos países africanos, como os músicos Hélio Ramalho (Cabo Verde) e Otis Selimane (Moçambique) e o grupo de instrumentistas do Centro de Estudos de Cultura da Guiné, conduzido por Aboubacar Sidibé, suplente do Conselho de Imigração de São Paulo. Na área gastronômica, com 43 expositores no total, será possível saborear pratos típicos de 37 países, como Peru, Itália, Afeganistão, Japão, Índia, Alemanha, Síria e Dinamarca, entre outros. A festa também terá um setor reservado ao empório, com itens que refletem a mistura de referências culturais e gastronômicas dos migrantes. Os produtos, que são resultado do modo de fazer e de ingredientes de várias origens, mostram como receitas cotidianas são repassadas por gerações. O público poderá adquirir e levar para casa especialidades, como doces, queijos, cervejas de diversas partes do mundo, geleias, missô e saquês japoneses, entre outras. Este ano, um destaque inédito na seção de empório será o tradicional Café Girondino, mais antigo da cidade, que irá comercializar algumas de suas sobremesas mais queridas pelos paulistanos, como o seu tradicional pudim, a panna cotta e o arroz doce.

A festa também irá promover uma feira de artesanato multicultural com 25 expositores de mais de 20 países e regiões, como Armênia, Sudão, Colômbia, Coreia do Sul, Rússia, Lituânia, Afeganistão, Bolívia e Portugal. No local, o público poderá conhecer e comprar peças que representam culturas e costumes ali representados.

As cerca de 50 oficinas experienciais programadas acontecerão de hora em hora em todos os dias da festa e contemplarão atividades de dança e movimento, artesanato e gastronomia. Entre os destaques deste ano, estão as oficinas de dança e gravuras do Nuristão (Afeganistão); ikebana e oshibana (Japão); snaigės – recortes de papel em formato de neve (Lituânia); highland dance (Escócia); K-dance e taekwondo (Coreia do Sul); tai chi (China) e pizza para crianças (Itália).

Em 20 de novembro, reafirmando a importância das celebrações do Dia da Consciência Negra, a festa ressalta um conjunto de atividades que tem correlação com o tema. O artista plástico angolano Paulo Chavonga irá guiar o público por sua exposição “Onde o arco-íris se esconde”, que está atualmente em cartaz no MI e aborda temas como xenofobia, racismo e migração reversa. No palco, comunidades africanas estarão representadas por grupos de Moçambique e Costa do Marfim, entre outros. As oficinas como a de turbantes africanos, da Costa do Marfim, e de percussão e dança da Guiné e as tendas gastronômicas de países como Congo e Camarões completam a programação ao redor do tema.

Ainda como parte da programação, o Centro de Preservação, Pesquisa e Referência (CPPR) do Museu da Imigração preparou uma programação especial para os dias do evento. A palestra “Objetos Raros na Coleção do Museu da Imigração” aproximará o grande público da museologia, enquanto a visita “Segredos da Hospedaria de Imigrantes do Brás” abordará a história do local que marcou a questão das migrações no Brasil. Por fim, as contações de histórias promovidas pelo Educativo do MI proporcionarão momentos compartilhados de imaginação e diversão às famílias, ao passo que a visita especial à Festa do Imigrante faz uma volta ao mundo pelas culturas e tradições presentes no evento.

Por fim, durante a festa, acontecerão visitas guiadas ao Arsenal da Esperança – projeto que é iniciativa da Sermig – Fraternidade da Esperança, organização nascida na Itália na década de 1960 que, desde 1996, coordena, na Hospedaria dos Imigrantes, a acolhida diária de 1.200 homens em situação de vulnerabilidade. Durante as visitas, o público irá conhecer as instalações, as histórias e as ações desenvolvidas no local.

A exposição de longa duração do MI “Migrar: experiências, memórias e identidades” e as temporárias em vigência no Museu também poderão ser visitadas respeitando a lotação máxima de cada ambiente. Outros atrativos, como o passeio de maria-fumaça e fotografias de época, estarão em funcionamento durante o evento.

A festa contará com medidas de acessibilidade, como audiodescrição do ambiente e do folder de programação, facilitando a inclusão de pessoas cegas ou com baixa visão. Além disso, monitores preparados para receber esse público irão conduzir visitas guiadas à festa em todo o período do evento. Também haverá intérpretes de Libras para tradução de conteúdos no palco principal e nas oficinas.

A programação está sujeita a alterações sem aviso prévio e o evento está sujeito à lotação.

Serviço:

28ª Festa do Imigrante

Datas: 17, 18, 19 e 20 de novembro

Horário: das 10h às 18h (bilheteria até as 17h)

Entrada: Antecipado: R$16 (inteira) ou R$8 (meia) | Bilheteria: R$20 (inteira) ou R$10 (meia)

Local: Museu da Imigração

Recursos de acessibilidade: audiodescrição, monitores para pessoas cegas ou com baixa visão e intérprete de Libras

Programação e ingressos.

Museu da Imigração

Rua Visconde de Parnaíba, 1.316 – Mooca – São Paulo/SP

Tel.: (11) 2692-1866

Acessibilidade no local – Não possui estacionamento

Site do Museu da Imigração.

(Fonte: Locomotiva Cultural)

Quinta edição do Festival de Música Instrumental tem inscrições abertas até 13 de novembro

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Femusin – Salomão Soares, Diego Garbin e Fabricia Mikaela foram os jurados do Femusin 2022. Imagens: divulgação.

A Secretaria de Cultura de Indaiatuba abre o Edital de Participação para o 5º Festival de Música Instrumental (Femusin). Os interessados, que devem ser residentes ou com atuação comprovada em Indaiatuba, podem participar nas categorias Coletivos Eruditos, Coletivos Populares, Solistas Eruditos ou Solistas Populares. As inscrições são online e seguem até 13 de novembro.

A música instrumental se destaca pela importância dentro do cenário musical mundial, seja dentro de salas de concerto e bares de jazz ou em filmes, entre atos de óperas e afins. Sua importância para o desenvolvimento da música e dos músicos como um todo é de grande importância histórica e pedagógica. A voz também pode ser englobada no estilo, desde que seja executada como um instrumento musical.

Edição 2022 do Femusin voltou aos palcos depois de dois anos realizado de forma virtual.

Os gêneros para o estilo são amplos e podem ir desde a música de concerto, que abrange diversos períodos da história da música (barroco, clássico, romântico, contemporâneo) ou de gêneros mais recentes, como jazz, soul, blues, rock e new age, entre outros.

“A cada ano, vemos o surgimento de novos talentos na música instrumental, muitos deles criados dentro de nossas oficinas e do trabalho de formação executado pelas OSCs (Organizações da Sociedade Civil) com quem mantemos parcerias, como a Associação Mantenedora da Orquestra Jovem de Indaiatuba (Amoji), a Associação Camerata Filarmônica de Indaiatuba (Acafi) e a Corporação Musical Villa-Lobos (CMVL)”, destaca a secretária municipal de Cultura, Tânia Castanho. “O Femusin chega para dar oportunidade a esses músicos de apresentarem seus trabalhos em diversas categorias. Estão todos convidados”.

Inscrições

Podem participar do Festival de Música Instrumental de Indaiatuba coletivos eruditos, coletivos populares, solistas eruditos e solistas populares compostos por participantes residentes ou atuantes na área musical com comprovação documental em Indaiatuba.

As inscrições acontecem por meio de formulário online disponível no site da Prefeitura de Indaiatuba. Além dos documentos necessários, os proponentes devem enviar um vídeo, que será analisado pela Comissão Julgadora na fase eliminatória. Por isso, é importante ler com atenção com os detalhes do Edital de Participação. Os finalistas serão divulgados no dia 21 de novembro.

A reunião para sorteio da ordem das apresentações na final acontece no dia 22 e a audição final será no dia 25. O anúncio dos vencedores está programado para o dia 26. A Comissão Julgadora será composta por três profissionais ligados à música, que avaliarão os seguintes critérios: interpretação, que engloba expressão musical, afinação e contextualização estilística da obra; composição executada, que envolve nível de dificuldade técnica e qualidade de execução; e desempenho musical, em que serão analisados criatividade, técnica e entrosamento.

Os prêmios serão de R$4.840 para coletivos eruditos e populares, de R$2.420 para solistas eruditos e populares e de R$1.210 para destaque geral do festival.

Os vencedores da quarta edição do Festival de Música Instrumental de Indaiatuba foram Caio Fernando (Melhor Solo Popular), Retrato Brasileiro (Melhor Coletivo Erudito), Trio Ainda me Recordo (Melhor Coletivo Popular), Carlos Vogt (Melhor Solo Erudito), Guilherme Sander (Menção Honrosa) e Angela Seiler (Prêmio Destaque).

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (19) 3834-6961 ou pelo e-mail cultura.editais@indaiatuba.sp.gov.br.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Casa de Vidro do Museu da Cidade recebe exposição fotográfica que retrata a vida urbana vista através da janela

Campinas, por Kleber Patricio

Fotos: Juliana Engler.

A Casa de Vidro do Museu da Cidade, localizada no Lago do Café, em Campinas, abre suas portas para a exposição fotográfica “Construções Poéticas”, da fotógrafa campineira Juliana Engler. A exposição oferece um olhar único sobre a vida urbana, vista através da janela de sua casa e registrada pela lente do seu celular a partir de março 2020, em um momento em que o mundo se recolheu devido à pandemia de Covid-19. A abertura da exposição será celebrada dia 10 de novembro, às 19h, e as visitas seguirão até 9 de dezembro.

A mostra conta com 14 imagens de 50cm x 50cm impressas em painéis de acrílico, uma vez que este material traz um diálogo interessante com o conceito do trabalho pelos reflexos e transparências possíveis. Com curadoria de Ana Helena Grimaldi e Carolina Engler, além das fotos registradas no período pandêmico, foram incluídas também novas imagens da artista, inéditas e confeccionadas especialmente para a exposição.

Conexões por meio da fotografia

A exposição mergulha na experiência humana durante tempos desafiadores. Juliana Engler, ao se deparar com a contingência da pandemia, transformou sua janela em um espelho-lente para explorar as complexas relações entre o dentro e o fora. Capturou a solidão e o silêncio que permeavam a vida cotidiana, revelando reflexos que se ampliaram, modificaram e multiplicaram preenchendo as ruas da cidade. “A exposição é um convite para questionar como habitar e criar novas realidades a partir das imagens que enxergamos.  As fotos retratam como a janela se tornou um ponto de encontro e intersecção entre o eu e o mundo exterior, transformando superfícies distantes em experiências íntimas e poéticas. Essa experiência também mostrou as possibilidades da fotografia por celular, democratizando a arte”, destaca a artista.

Depois da temporada na Casa de Vidro, a exposição irá percorrer por mais locais de Campinas. Uma parte do acervo vai para o Museu da Imagem e do Som (MIS) entre 12 de dezembro e 11 de janeiro. As outras fotos irão para e Casa da Cultura Fundação Cultural de Itajaí e ficarão expostas de 11 de dezembro a 11 de janeiro.

Oficina “Fotografia Autoral e Celular”

A oficina “Fotografia Autoral e Celular” também faz parte do projeto e será realizada gratuitamente nos dias 11, 13 e 15 de dezembro na Casa da Cultura Fundação Cultural de Itajaí. A estrutura do curso foi projetada para abordar não apenas aspectos técnicos, mas também para incentivar os participantes a desenvolverem uma visão autoral e artística. A oficina introduz o conceito de mobgraphia, que explora a criação de arte fotográfica por meio do celular, e oferece atividades práticas e análises de imagens para ajudar os participantes a aprimorar suas habilidades. Destinada ao público jovem e adulto, serão oferecidas 20 vagas.

O projeto Construções Poéticas foi contemplado e patrocinado pelo Fundo de Investimentos Culturais de Campinas – FICC 2022, pertencente à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo da Prefeitura Municipal de Campinas. O FICC tem como finalidade fomentar a produção artística local.

Juliana Engler

Juliana Engler é fotógrafa e designer de moda formada pela Faculdade Santa Marcelina. Em 1998, fundou o Ateliê Cromo na cidade de Campinas junto com sua irmã, também fotógrafa, atuando desde então tanto na área pedagógica, comercial e artística do ramo fotográfico.

Já participou de inúmeras exposições e recebeu diversos prêmios em importantes salões brasileiros, como o Salão de Arte Contemporânea de Santo André, Salão Nacional de Fotografia de Sorocaba, Prêmio Revelação de Artes Plásticas de Americana, Mapa Cultural Paulista, Fundo de Investimento de Cultura de Campinas – FICC e ProAC, dentre outros.

Além das aulas no Ateliê Cromo, tem lecionado em projetos do SESC, da Prefeitura Municipal de Campinas, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, do Senac e do Sesi.

Serviço:

Exposição Construções Poéticas, de Juliana Engler

Abertura: 10 de novembro, 19h

Onde: Casa de Vidro – Museu da Cidade

Rua Heitor Penteado, 2145 – Taquaral – Campinas (SP)

Visitações: de 11 de novembro a 9 de dezembro

Horários: de terça a sexta, das 10h ao 12h e das 14h às 17h; e sábados, das 10h às 14h

Entrada: gratuita.

(Fonte: Boas Histórias Comunicação)

“Petit Pays”, canção cabo-verdiana imortalizada na voz de Cesária Évora, ganha leitura brasileira e afro-latina na voz do gaúcho Udi Fagundes, radicado em Portugal

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Capa do single ‘Petit Pays’ produzida pelo designer português Finnecti.

Udi Fagundes, artista brasileiro de Porto Alegre radicado em Portugal, brinda o público com o single da canção ‘Petit Pays’, clássico cabo-verdiano imortalizado na voz de Cesária Évora, que será lançado no dia 17 de novembro simultaneamente na Europa e no Brasil.

A música traz uma junção de leituras brasileira e afro-latina com elementos do samba e milonga. O single, produzido por Celso Rangel e UDi Fagundes, sai pelo selo Amplifica Music e fará parte de um EP com músicas da comunidade PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), com previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2024. Nesta mesma data, UDi lançará também um videoclipe da música e fará uma live no seu canal do YouTube – o pocket show on-line terá transmissão em um telão do palco principal da Semana da Restinga, festival que acontece há mais de 40 anos em Porto Alegre. O lançamento do single também vai ao encontro da semana, que culmina no dia da consciência negra (20 de novembro).

A escolha do single vem de alguns anos em que o cantor tem pesquisado o repertório de Cesária Évora, depois de uma viagem feita a Cabo Verde para acompanhar (como guitarrista) o rapper Gabriel O Pensador, em 2014. Amor à primeira vista, UDi Fagundes escutou semelhanças rítmicas entre a Morna (gênero musical e de dança de Cabo Verde proclamado Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco) e o Samba, e com uma visão cosmopolita encontrou uma costura latina para engrossar o caldo sonoro com suas influências fronteiriças do sul do Brasil. “A ideia veio tomando corpo por conta de um show que já apresento em Portugal e que já passou por Londres, onde faço um tributo à cantora com as músicas tocadas em Samba. A ideia deste single é dar continuidade ao tributo”, explica.

A gravação de ‘Petit Pays’ aconteceu no estúdio Session LX e no estúdio do produtor Celso Rangel (ambos em Portugal), mixado em Miami por Gui Tettamanti no Studio 94 e masterizado em Los Angeles por Carlos Freias no Classic Master. E conta com as percussões de Nenén do Chalé e And Roge, o violão do gaúcho Gabriel Selvage, o acordeon da mineira Vitoria Faria e o toque do baixo acústico do português Theo Pascal – que dão o tom para propor um imaginário de como seria um samba cabo-verdiano. A capa do single, produzida pelo designer português Finnecti, é o mapa do Brasil e de Cabo Verde, misturando as cores de cada país.

Sobre Udi Fagundes

Udi Fagundes em Portugal, onde gravou ‘Petit Pays’. Crédito da foto: Di Barros.

Udi Fagundes é cantor, compositor e guitarrista oriundo da periferia de Porto Alegre, bairro Restinga, zona sul da capital. Suas influências passam pelas Áfricas do mundo, como diz o artista, “Em cada canto dessa terra tem um pouco de África”, e assim, constrói suas Áfricas em cada trabalho musical que faz. Gravou seus primeiros trabalhos no final dos anos 90 em coletâneas com a banda de Reggae Rastamen, um álbum em 2007 com a banda A Geral e em 2008, mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 2011, entra para banda de Gabriel O Pensador como guitarrista e grava seu primeiro trabalho solo, Cabeça de GPS em que propõe uma reflexão das relações sócio tecnológicas presentes nas músicas ‘Sou Mais que Máquina’ e ‘Cabeça de GPS’. Em 2014, lança um vídeo EP ao vivo e começa a produzir concertos de artistas independentes da cena carioca.

Udi Fagundes já levou sua música para diferentes lugares da América do Sul, África, Oceania e Europa. Em 2020, lança seu terceiro EP, “Udi”, tendo nele uma releitura para música ‘Alfama’ do grupo Madredeus. Seu último trabalho lançado em 2022 é o Single “Poder Poder”, um mashup com músicas de Mestre Verdelinho e Manu Chao.

Lançamento – Single “Petit Pays”

Artista: Udi

Selo: Amplifica Music

Dia 17 de novembro nas plataformas musicais

Pré-Save: https://bfan.link/petit-pays.

(Fonte: Alexandre Aquino Assessoria de Imprensa)

Sesc Consolação recebe espetáculo de teatro-dança “O Poço da Mulher Falcão”, inspirado na obra de W.B. Yeats

São Paulo, por Kleber Patricio

Toshi Tanaka (Velho) e Emilie Sugai (Mulher-Falcão). Foto: Danilo Cava.

Desde 1º de novembro, o Centro de Pesquisa Teatral do Sesc São Paulo (CPT_SESC) foi transformado em um cenário místico e poético com o espetáculo de teatro-dança “O Poço da Mulher-Falcão”. A temporada se estende até 14 de dezembro, às quartas e quintas-feiras, às 20h, e feriados, às 18h, no Sesc Consolação.

A montagem é inspirada na obra “At the Hawk’s Well”, do poeta e dramaturgo irlandês William Butler Yeats. Com direção e dramaturgia de Emilie Sugai e Fabio Mazzoni, participação do performer Toshi Tanaka e figurinos de Telumi Hellen, a peça aborda a eterna busca da natureza humana pela transcendência e a procura pelo inacessível.

Três personagens principais compõem a ação dramática original: a guardiã do poço, que ora se transmuta em Mulher-Falcão, ora se manifesta como a feiticeira da floresta; o velho homem que há cinquenta anos vive ao lado do poço com o desejo de encontrar a sabedoria interior divina e alcançar a imortalidade e o jovem Cuchullain, herói da mitologia celta que subitamente surge em cena ávido por beber da mesma fonte milagrosa. No entanto, esse local é protegido pela enigmática guardiã que se transmuta em um falcão e dança de forma mágica, movendo-se como uma ave de rapina bela e ousada.

A dança é o “instinto de vida”, que aspira em reencontrar a unidade entre o corpo e a alma numa busca pela libertação alcançada no êxtase. De acordo com os xamãs, é pela dança que se consuma a ascensão para o mundo dos espíritos. Com seus movimentos mágicos, a Mulher-Falcão revela seus poderes sobrenaturais trazendo o velho e o jovem para a realidade da vida terrena. Yeats exprime, pelo poder de sedução da dança, a necessidade do homem de livrar-se do perecível. O falcão é a perseguição do abstrato, o jovem é a natureza contraditória do sacrifício e o velho, a amargura, solidão e egoísmo.

Além dos personagens da peça, a encenação dá vida a ‘seres imaginários’, numa referência à obra “O Livro dos Seres Imaginários”, de Jorge Luis Borges, desempenhando um papel central na representação da conexão entre corpo e alma, e que emergem da escuridão ligando-se às histórias pessoais dos artistas e evocando mestres e ancestrais. A narrativa é conduzida por uma coreografia que busca conectar o corpo individual ao coletivo com influências do Suriashi japonês (deslizar com os pés) para trazer o mundo poético do corpo performativo e uma aproximação com o butô pelo aspecto da leveza e do luminoso.

Com poucos elementos cênicos, a produção concentra-se na força do corpo, na sonoridade das vozes e em uma trilha sonora envolvente. O espaço é vazio, em um ambiente de pouca luz onde sons de pássaros ecoam e uma atmosfera de obscuridade e magia se desvela. Esta ausência de cenário inspirada pelo minimalismo do Teatro Nô japonês reflete a busca de Yeats por uma simplicidade que pudesse expressar a harmoniosa síntese de ideias, sentimentos e imagens. Por outro lado, o figurino, apesar de parecer disforme à luz, ganha sentido quando explorado o conceito de sombra e luz, tornando-se um elemento estético, inspirado por artistas como Bosch e Caravaggio. ‘O Poço da Mulher-Falcão’ é o resultado desse experimento, uma obra que transcende fronteiras culturais, unindo de maneira única a tradição oriental com a interpretação ocidental.

O espetáculo é uma celebração da dança conduzida por Emilie Sugai, expoente da dança butô no Brasil e enaltecida pela participação do performer Toshi Tanaka. Além disso, é marcada pelo trabalho de encenação concebido pelo diretor Fabio Mazzoni, inspirado pela forma de dirigir do encenador Antunes Filho, que o influenciou em sua formação durante a trajetória no CPT. Mazzoni cria imagens poéticas a partir dos elementos cênicos e objetos do próprio cenário, como o uso dos “panelões” de luz, que se integram perfeitamente à performance dos atores e atrizes, conferindo dinamismo à narrativa dramatúrgica e convidando o público a mergulhar no universo lúdico proposto pela interpretação e encenação.

O fundamento do CPT_SESC  

O CPT_Sesc tem sua base na formação, experimentação e ato criativo, proporcionando um espaço de acolhimento profundo para artistas se dedicarem a processos de imersão e estudo. Desta forma, o Sesc, comprometido com a pesquisa da linguagem teatral, apoia artistas em busca de aprimoramento técnico e estético nas artes cênicas. Em alguns momentos, estas iniciativas se diferenciam do legado de Antunes Filho, que esteve à frente do CPT por quase 40 anos, e, em outros momentos, aproximam-se do caminho estético e de pesquisa que ele havia vislumbrado. Neste último exemplo, “O Poço da Mulher-Falcão” está em comunhão com o propósito de formação e pesquisa do espaço, uma vez que Fabio Mazzoni, Emilie Sugai e Telumi Hellen trazem elementos desse método desenvolvido nas pesquisas do CPT. Sandra-X, por sua vez, contribui para o projeto com experimentos vocais, de uma maneira diferente da abordagem de Antunes, que costumava trabalhar com a ressonância da voz.

Em sua maioria, eles têm uma história de experiências, formação e trocas artísticas e estéticas dentro do CPT_Sesc. Fabio começou como ator no espetáculo “Drácula e Outros Vampiros”, e chegou a cuidar da DVDteca do espaço. Emilie foi convidada a participar do espetáculo “Foi Carmen” como performance em homenagem a Kazuo Ono, com a dança butoh. Telumi, por sua vez, trabalhou com figurinos no CPT_SESC, em colaboração com Serroni.

Residência Artística e sua contribuição para o espetáculo

A montagem é o resultado de uma série de experimentações e vivências envolvendo técnicas corporais, vocais, direção cênica, iluminação, performance e a elaboração de figurinos e adereços. Todas essas atividades foram conduzidas durante a Residência Artística, no CPT_Sesc, sob a orientação de Emilie Sugai, Fabio Mazzoni, Sandra-X e Telumi Hellen, culminando na criação deste espetáculo de teatro-dança, “O Poço da Mulher-Falcão”, inspirado na atmosfera do Nô.

Ao longo de dois meses, 30 residentes participaram, divididos em quatro núcleos (interpretação e performance, direção coreográfica e cênica, iluminação, figurinos e objetos cênicos). Do grupo, dez foram selecionados para integrar o elenco, que conta com mais um assistente de figurino, um assistente de iluminação e operadora de luz, e um assistente de direção, totalizando treze pessoas.

Sinopse | “O Poço da Mulher-Falcão”, do poeta, dramaturgo e místico irlandês William Butler Yeats, com montagem de Emilie Sugai e Fabio Mazzoni, participação do performer Toshi Tanaka e figurinos de Telumi Hellen. Aborda a eterna busca da natureza humana pela imortalidade e a procura pelo inacessível. No enredo da peça, um velho homem e um jovem herói da mitologia celta querem beber a água que brota de um poço encantado, com intuito de encontrar a sabedoria interior divina e alcançar a imortalidade. Mas o local é protegido por uma guardiã, que, possuída por um falcão, dança de forma mágica, movendo-se como uma ave de rapina bela e ousada, frustrando o desejo dos homens.

Ficha Técnica

O Poço da Mulher-Falcão

Inspirado na obra “At the Hawk’s Well”, de William Butler Yeats

Idealização, Concepção Geral, Direção e Dramaturgia: Emilie Sugai e Fabio Mazzoni

Coreografia: Emilie Sugai

Desenho de Luz e Sonoplastia: Fabio Mazzoni

Figurinos: Telumi Hellen

Preparação Vocal: Sandra-X

Assistente de Direção:  Guilherme Marin

Assistente de Iluminação/Operação de Luz: Mafe Wagapoff

Assistente de Figurinos: Luciana Colucci

Elenco: Diego Brito | Driélly Moyanno | Duda Esteves | Emilie Sugai (Mulher-Falcão) | Emily Kimura | Jon Marquez | Lenise Oliveira | Lucas Sabatini | Natália Ueda | Suellen Leal | Thiago Sgambato

Participação especial: Toshi Tanaka (Velho)

Produção: ABX Produções

Realização: Sesc São Paulo.

Serviço:  

Espetáculo de teatro-dança “O Poço da Mulher-Falcão”

Inspirado na obra “At the Hawk’s Well”, de William Butler Yeats

Idealização, Concepção Geral, Direção e Dramaturgia, de Emilie Sugai e Fabio Mazzoni

Temporada: 1º de novembro a 14 de dezembro de 2023.

Horários: quartas e quintas, 20h; feriados (2 e 15 de novembro), 18h

Local: Sesc Consolação – Espaço CPT_SESC (7º andar)

Rua Dr. Vila Nova, 245, São Paulo – SP

Informações: (11) 3234-3000

Lotação do espaço: 60 lugares

Duração: 50 min.

Classificação indicativa: 12 anos

Valor dos ingressos: R$40 (inteira), R$20 (meia entrada) e R$12 (credencial plena)

Vendas online no site e no Aplicativo Credencial Sesc SP, e presencialmente, mas bilheterias das Unidades do Sesc.

Sesc Consolação

Rua Doutor Vila Nova, 245, São Paulo – SP

Metrô Higienópolis-Mackenzie

Telefone: (11) 3234-3000

Facebook e Instagram: /sescconsolacao

Site  Sesc Consolação

Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 21h30; sábados, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 18h.

(Fonte: Assessoria de Imprensa Sesc Consolação)