Cientistas rebatem argumentos sobre custos de publicação e dificuldades de infraestrutura; entre pontos para tornar a ciência mais aberta estão mudanças na política de avaliação e estímulo ao compartilhamento de dados
Brasil
Nos próximos dias 4 e 5 de novembro, a cidade de Morretes, no litoral paranaense, será mais uma vez transformada na capital nacional do blues. Durante o final de semana, o município vai sediar a segunda edição do Morretes Blues Festival, festival multicultural que reuniu milhares de pessoas em 2022 e, agora, volta a agitar o calendário de eventos da região em 2023. Promovido pela Planeta Brasil Entretenimento em parceria com a rede Porks – Porco & Chope e com o Bar Crossroads, o evento, que une música e gastronomia em espaços ao ar livre, promete ser a principal atração cultural do mês de novembro no litoral paranaense, ocupando diversos pontos do centro histórico da tradicional e encantadora cidade.
A segunda edição do Morretes Blues Festival, que tem apoio institucional da Prefeitura de Morretes, contará com apresentações de grandes nomes do gênero no Paraná, além de trazer, pela primeira vez, atrações musicais nacionais. O evento vai oferecer, também, gastronomia diversa e atividades para toda a família, movimentando a economia local e levando uma nova opção de entretenimento para os moradores da região e turistas. Durante os dois dias do evento, o público poderá acompanhar vários shows que prometem conectar o cenário paradisíaco com o blues em um fim de semana repleto de experiências únicas e inesquecíveis.
Com uma curadoria musical de excelência, a programação de shows vai oferecer o melhor do blues em dois palcos montados no icônico centro histórico da cidade. No palco principal, se apresentam Gralha Blues Trio, Jamy’s Quartet, Gui Tosin, Grumpy Groovers, Crooked Trio, Emerson Caruso Trio, Bernardo Manita Quarteto, Sonora Blus e Tony Caster & The Black Mouth Dogs. Já o coreto recebe os shows de Lonesome Captain, Maracujinas, Marina Costa, Duo Famiglia, Lely Duo, Julio Mallaguthi (Rock Nomad) e Mamba Blues Trio.
“Morretes nos recebeu tão bem e o sucesso da primeira edição foi o aval que precisávamos para transformar o Morretes Blues Festival em uma tradição da cidade. Em sua primeira edição, o evento já chegou como o maior festival multicultural do litoral paranaense. Agora, queremos aumentar os nossos números e alcance. Temos certeza que a edição de 2023 será ainda maior e melhor”, comenta Patrik Cornelsen, diretor da Planeta Brasil Entretenimento e um dos idealizadores do Morretes Blues Festival.
Além de muita música de qualidade, o evento contará com opções de chopes artesanais, drinks especiais e muita gastronomia. Serão diversas operações gastronômicas temporárias que irão se unir aos bares e restaurantes tradicionais da cidade para oferecer diversos preparos saborosos. “Estamos montando uma programação incrível para o público aproveitar muito. Além da curadoria musical, estamos selecionando com muito carinho as opções gastronômicas que irão potencializar a experiência do Morretes Blues Festival”, completa Patrik Cornelsen.
A segunda edição do Morretes Blues Festival vai acontecer nos dias 4 e 5 de novembro, sábado e domingo, em palcos e espaços espalhados pelo centro histórico da cidade de Morretes (PR). Mais informações no perfil oficial do evento no Instagram: @morretesbluesfestival.
(Fonte: P+G Comunicação)
Nas últimas décadas, pesquisas realizadas por historiadores da arte, acadêmicos, artistas e curadores apresentaram análises renovadas das obras de Monet abordando as inter-relações dos campos da arte, da cultura e da natureza.
O objetivo deste seminário é levar ao público essas novas perspectivas, que incluem temas como os impactos das transformações ocorridas nos meios de produção e nas dinâmicas sociais na construção do imaginário impressionistas, a percepção do mundo natural como uma economia complexa e interdependente e o princípio de uma consciência ecológica que pode se referir tanto à biologia quanto à fenomenologia.
As duas obras mais importantes do artista na América Latina – “A canoa sobre o Epte” (c. 1890) e “A ponte japonesa sobre a lagoa das ninféias em Giverny” (1920-24) – integram o acervo do MASP. Ambas as pinturas dialogam com os temas apresentados no seminário.
O encontro será transmitido por meio do perfil do MASP no YouTube com tradução simultânea para Libras, português e inglês. Para receber o certificado de participação, é necessário realizar um cadastro por meio de um link que será fornecido durante o seminário.A iniciativa tem a organização de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Fernando Oliva, curador, MASP.
PROGRAMAÇÃO
10h30—10h40: Introdução – Fernando Oliva, curador, MASP
10h40—12h: Mesa-redonda – Caroline Shields – “A ecologia industrial de Monet” | Enquanto vivia em Argenteuil, Monet retratou fábricas, pontes ferroviárias e o rio Sena com um cuidadoso equilíbrio entre a natureza, as atividades humanas e a indústria. Seria essa harmonia uma visão do que atualmente chamamos de “ecologia industrial”? Sabemos que o Sena, imaculado e cintilante nas mãos de Monet, na verdade era muito poluído nos anos em que ele viveu em Argenteuil — o sonho que ele imaginou já estava se esvaindo. Em suas pinturas do terminal rodoviário de Paris Gare Saint-Lazare, a relação entre a humanidade e a indústria não é vista à distância, mas encarnada — essas pinturas afetivas e carregadas em termos sensoriais tensionam a experiência do corpo humano em meio a máquinas enormes. Após isso, Monet abandonou o tema da indústria por décadas, voltando a ele apenas em Londres, onde os subprodutos da indústria impregnam o ar. A observação das pinturas de Monet em Argenteuil, Paris e Londres através das lentes da ecologia industrial permite analisar as diferenças na relação do artista com a natureza e com a indústria entre esses trabalhos.
Caroline Shields é curadora de Arte Europeia na Art Gallery of Ontario (AGO), em Toronto. Possui doutorado em História da Arte pela Universidade de Maryland, tendo analisado em sua tese as naturezas-mortas de Paul Gauguin e a história da memória.
Marianne Mathieu – Monet jardineiro e paisagista: a visão da Arcádia e o romantismo da poluição | A figura de Monet — pintor e jardineiro — líder do impressionismo por um lado e criador do famoso jardim de Giverny, por outro, tornou-se um símbolo da ecologia no contexto cada vez mais grave da crise climática mundial. Por meio da evocação de seu trabalho como jardineiro e pintor, a palestra propõe lançar luz sobre a relação de Monet com a natureza como um todo — e com a paisagem em particular — a fim de destacar dois elementos antagônicos de sua abordagem: a celebração de uma natureza árcade e a atração por certos aspectos poluentes do “mundo moderno” em uma abordagem que poderia ser descrita como romântica.
Marianne Mathieu é historiadora de arte que criou o Departamento de Relações Internacionais do Musée d’Orsay. É também autora de ensaios e livros sobre Claude Monet e o impressionismo.
Mediação: Fernando Oliva, curador, MASP
12h—13h: Intervalo
13h30—15h: Mesa-redonda – Nicholas Mirzoeff – Mudança para o vermelho: o anestésico de Monet para o Antropoceno (1870–1877) | Nos sete anos que se seguiram a seu retorno da fumaça de Londres, onde havia se abrigado durante a Guerra Franco-Prussiana e a Comuna de Paris (1870-1871), Claude Monet transformou a arte moderna. Suas paisagens urbanas de Le Havre, Paris e Argenteuil foram criadas por meio de uma combinação de pontos de vista elevados e estáticos com o que a curadora Anne Roquebert denominou “escrita automática”. Monet encontrou uma nova realidade para além do que havia sido conhecido ou percebido anteriormente. Em 1877, Monet viu vapor azul e branco na Gare Saint-Lazare, em vez de fumaça preta. A tarefa proposta pela palestra consiste em desfazer e desaprender os anestésicos automáticos de Monet para recuperar a mudança para o vermelho.
Nicholas Mirzoeff é professor de Mídia, Cultura e Comunicação na Universidade de Nova York.
Stephen Eisenman – Pinturas em série: Monet e a imagem da mudança climática | As pinturas de Monet são um verdadeiro livro didático da natureza, cujo significado se altera conforme a relação de cada geração com o mundo geofísico e sociopolítico. Para o público que vivia em uma França cada vez mais industrializada, poluída e instável em termos políticos e econômicos no final do século 19, a série de pinturas deve ter correspondido ao tão desejado alívio das pressões sociais e do mercado. Atualmente, entretanto, as pinturas de Monet sugerem uma crise diferente: o desafio existencial do aquecimento global. Elas não se referem propriamente às mudanças climáticas — o artista poderia ter apenas uma compreensão mínima sobre o fenômeno —, mas Monet era uma espécie de cientista natural, e sua arte, uma investigação sobre o caráter material e óptico do mundo geofísico. Assim, suas pinturas sugerem duração, transformação, deterioração e intervenção humana nos sistemas ecológicos. Além disso, incentivam os espectadores da atualidade a considerarem as causas e os impactos catastróficos das mudanças ambientais e do aquecimento global, assim como as ações que podem ser tomadas para impedi-los.
Stephen Eisenman é professor emérito de História da Arte na Northwestern University e autor de diversos livros.
Mediação: Laura Cosendey, curadora assistente, MASP.
15h—16h30 – Mesa-redonda – Géraldine Lefebvre – Monet: primeiras explorações do território normando
“São tão belos, o mar e o céu, os animais, as pessoas e as árvores da forma como a natureza os criou” – Boudin a Monet. Ecologia, um termo cunhado em 1866 pelo biólogo darwinista Ernst Haeckel, estuda as relações de todos os seres vivos entre si e com o ambiente em que vivem. Em seus primeiros anos, Claude Monet prestou muita atenção ao ambiente natural no qual cresceu. Juntamente com Eugène Boudin, ele aprendeu a trabalhar “no campo”. Para o jovem caricaturista, isso foi uma revelação. Ele entendeu a natureza e passou a analisá-la de uma maneira quase científica, “com um lápis em suas formas”. Por meio do estudo do primeiro caderno de esboços, desenhado no verão de 1856, a conversa se concentra na cartografia da Normandia produzida pelo artista (de Sainte-Adresse à Ingouville, de Montivilliers à Harfleur). Em seguida, por meio da análise de suas primeiras pinturas, será analisado como ele reuniu os elementos que constituem seu cenário natural, ao desenvolver sua própria forma de consciência ecológica.
Géraldine Lefebvre é formada pela École du Louvre, em Paris, e doutora em História da Arte pela Universidade Paris Nanterre.
Maria Grazia Messina – Uma ecologia da visão: as pinturas de Monet na Normandia | As campanhas de pintura ao ar livre promovidas por Claude Monet na costa da Normandia entre 1881 e 1885, frutos de suas caminhadas e aventuras nos penhascos de Étretat, foram vistas como os primeiros sinais de uma consciência ecológica. Monet oferece uma visão intocada desses locais que ele vivencia como uma espécie de reserva natural e paisagística não contaminada, retirando de maneira sistemática todos os aspectos da indústria pesqueira e do turismo contemporâneos em expansão. Essa abordagem supostamente ecológica deve ser vista de modo mais pertinente, não tanto em termos da comum percepção de uma relação orgânica e desejável com a natureza, mas em termos de uma ecologia estrutural e efetiva da visão. No caso de Monet, isso pode ser comprovado por uma nova abordagem de suas obras, assim como por fontes escritas e documentação crítica. As pinturas de Monet testemunham uma forma complexa de ver, na qual um enérgico fluxo de informações é compilado por meio do movimento e com a participação de todo o sistema psicomotor, em sua adaptação e orientação em um contexto ambiental envolvente.
Maria Grazia Messina tem como principal área de pesquisa as ligações entre artes, crítica e literatura nos séculos 19 e 20.
Mediação: Isabela Ferreira Loures, assistente curatorial, MASP.
16h30—18h: Mesa-redonda
Michael J. Call – A ciência de Darwin e a evolução da estética de Monet | A técnica artística madura de Monet, assim como a teoria de Darwin, enfatiza a relação de parentesco da humanidade com todos os seres vivos. No mundo de Darwin, a humanidade compartilha uma origem comum com todos os outros organismos; como deles descendemos, estamos então ligados a eles em uma espécie de parentesco biológico. Em oposição à arte pós-renascentista, que prioriza a presença humana tanto na representação quanto no ato de ver, a arte de Monet cria um senso de igualdade virtual e visual, de unidade e uniformidade entre todos os fenômenos observáveis. Portanto, o ser humano — e, por extensão, o espectador — não é representado de forma separada da natureza, como um observador desinteressado ou uma criação única, nem como se fosse superior a ela, mas, sim, incorporado a ela e em condição de igualdade em relação a todas as outras formas de vida orgânica que o cercam. Essa abordagem, ao mesmo tempo em que reflete a admiração quase reverencial que Darwin exprime em seus escritos sobre a natureza e suas leis, também relembra a humanidade de sua própria fragilidade e das difíceis escolhas que devem ser feitas para evitar a extinção.
Michael J. Call é professor emérito de Ciências Humanas Interdisciplinares na Brigham Young University (BYU) em Provo, Utah (EUA).
Ana Gonçalves Magalhães – “Um jardim de cores, mais do que de flores”: Monet em Giverny e suas pinturas do MASP | O estabelecimento de Monet e sua família em Giverny inaugurou um novo período na sua produção artística que culminou com suas famosas séries de pintura e seu projeto decorativo das ninfeias, hoje instalado no Musée de l’Orangerie. Ao comprar uma propriedade ali, às margens de um pequeno afluente do rio Sena, o pintor projetou um jardim com plantas exóticas, empregou vários jardineiros e desviou o curso do afluente, moldando a natureza no seu entorno à sua vontade de artista. Neste sentido, Magalhães abordará as duas obras de Monet no acervo do MASP, no contexto desse “paraíso artificial” que ele criou para si, tomando por modelo aquilo que os europeus do século 19 entendiam como um povo e um território intactos, isto é, o Japão — plasmado nas imagens da coleção de estampas japonesas do artista. A partir dessas premissas, a fala pretende problematizar a noção de ecologia que circulava naquele momento — algo que as várias sociedades indígenas do mundo hoje compreendem como característico de uma cultura branca e colonialista.
Ana Gonçalves Magalhães é historiadora da arte, Professora Livre-docente, curadora e, atualmente, diretora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.
Mediação: David Ribeiro, assistente curatorial, MASP.
Serviço:
Seminário A ecologia de Monet
Organização: MASP
Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP e Fernando Oliva, curador, MASP
9.11.23
10h30—18h
Canal de YouTube do MASP
Gratuito
Site oficial | Facebook | Instagram.
(Fonte: Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand)
Em grande produção, “Der Fliegende Hollander” (“O Navio Fantasma”), clássico em três atos com composição musical e libreto de Richard Wagner, terá nova montagem no Theatro Municipal de São Paulo em uma bela mistura entre o enredo que vai do realismo à ficção fantástica e inspiração nas graphic novels e na Escandinávia do século XX em sua concepção visual. No palco, a tecnologia multimídia das projeções ajudarão a contar a história do marinheiro amaldiçoado. Com direção cênica do argentino Pablo Maritano, responsável pela montagem de “O Cavaleiro da Rosa” no Theatro Municipal em 2022, a ópera terá direção musical de Roberto Minczuk com a Orquestra Sinfônica Municipal, Mário Zaccaro como regente do Coro Lírico e Desirée Bastos na cenografia e figurino.
Com dois elencos, nos dias 17, 19, 22 e 25, as apresentações incluem os solistas: Hernán Iturralde no papel d’O Holandês, Carla Filipcic como Senta e Kristian Benedikt interpretando Erik. Enquanto nos dias 18, 21 e 24, o espetáculo terá Rodrigo Esteves no papel d’O Holandês, Eiko Senda desempenhando o papel de Sent e Ewandro Stenzowski interpretando Erik. E, em todas as datas, Luiz-Ottavio Faria como Daland, Giovanni Tristacci no papel de Timoneiro e Regina Mesquita interpretando Mary. A apresentação tem uma duração total de aproximadamente 140 minutos, sem intervalo. Os ingressos variam de R$12 a R$158 (inteira).
A ópera “O Navio Fantasma” se passa em uma aldeia pesqueira na Noruega, onde um navegador holandês amaldiçoado por blasfemar contra Deus é condenado a vagar pelo mar eternamente, a menos que encontre uma mulher que lhe dedique o amor eterno. Ao chegar ao porto, o holandês oferece uma fortuna em ouro e joias a Daland, outro navegador, em troca da mão de sua filha, Senta. A garota já conhecia a lenda do marinheiro amaldiçoado, mas é cortejada por Erik, um caçador, que fica enciumado toda vez que ela faz referência ao holandês, seja admirando seu retrato ou cantando a famosa Balada do Holandês.
Em sua autobiografia “Mein Leben” (“Minha Vida”), lançada em 1839, Wagner conta que, pela Noruega em uma viagem de navio com sua esposa, a atriz Wilhelmina Planner, motivada por uma fuga do compositor por conta de um grande acúmulo de dívidas, o músico e sua esposa enfrentaram uma tempestade a bordo, remetendo o alemão a lenda do navegador amaldiçoado. Anos depois, admitiu que conheceu essa história através da versão do poeta alemão Heinrich Heine. De toda maneira, “O Navio Fantasma” foi para Wagner uma obra divisora de águas em sua carreira. “A partir de agora se inicia minha carreira como poeta, dou a adeus a mera posição de construtor de textos para ópera”, escreveu no texto “Eine Mitteilung an meine Freunde” (“Uma mensagem para meus amigos”), em 1851.
É entendendo a importância desta ópera para o compositor e para a música ocidental como um todo, Pablo Maritano, diretor cênico, explica o mote da produção. “Foi, como disse Ernst Bloch, é com o Fliegende Holländer que ‘Wagner se descobriu a si mesmo’. A jornada do holandês marca o início da jornada wagneriana na criação operística”, pontua.
Essa nova fase do compositor é expressa em certas inovações: utiliza o recurso do leitmotiv, temas musicais fragmentados que transportam a narrativa dramática com a sua carga identitária. Às vezes são personagens, às vezes são ideias, às vezes são objetos. Por outro lado, temos o mar, que embora não tenha motivo musical, permeia toda a obra: é o enquadramento de toda a obra, com a sua hostilidade ameaçadora. “É também a apresentação do tema do marginalizado; tanto no Holandês, cujo nome sequer sabemos, quanto Senta, são duas pessoas completamente incompreendidas”, explica Pablo. Pessoas que vão viver suas dificuldades até encontrarem a redenção em uma causa extremamente nobre: o amor.
Para Desirée Bastos, figurinista e cenógrafa, a produção terá um tom que contrasta a dureza e realismo do mundo comum com o tom “sobrenatural” do holandês. “A ideia da realidade fantástica se inicia com a chegada do holandês. Ele é o elemento que vai trazer essa magia para o espaço. A ideia de trabalhar com figurino mais realista é que quando testemunham a chegada desse holandês acontece um contraste e, no palco, todo o universo das projeções e que vão ter inspiração no universo das graphic novels”, explica.
Dessa forma, a concepção da nova montagem optou por se ancorar em um tempo que pudesse ser entre o período em que a obra foi composta e nossos anos atuais, tendo como enfoque referências mais do século XX. Em contraste com a natureza fantástica da história, os figurinos têm formas mais secas, utilizando muitas sobreposições de peças que vão dar muito a ideia do inverno, remetendo ao lugar escandinavo de onde vem a lenda.
Segundo Andrea Saturnino, diretora do Theatro Municipal de São Paulo, o encerramento da temporada representa a conclusão grandiosa de mais um ano de exitosa temporada lírica. “Foi um ano marcado pela diversidade, tivemos uma ópera brasileira inédita, quatro das oito produções de óperas foram dirigidas por mulheres, incluindo as óperas ‘Fora da Caixa’ e ainda fizemos uma versão histórica de ‘O Guarani’ com concepção do Ailton Krenak”, relembra.
Foi na temporada de 1957 que o público de São Paulo viu pela primeira vez “O Navio Fantasma”. Esta última estreou no Theatro Municipal de São Paulo em 17 de agosto de 1957, com a Companhia de Ópera Alemã, Orquestra Sinfônica Municipal e Coros Municipais sob a regência do maestro Alexander Krannhals. De lá para cá tivemos outras duas montagens, em 1977 e 1984.
“Optamos por encerrar com um clássico adorado. Wagner é um músico que faz parte do Theatro Municipal de São Paulo desde sua arquitetura: aqueles sobem as escadarias para a Sala de Espetáculos podem ver dois painéis representando cenas da mitologia nórdica que fazem alusão às óperas do compositor alemão”, finaliza a diretora. Entre novas obras e montagens de trabalhos essenciais, o Municipal continua seu objetivo de trazer a música operística para um dos principais palcos do Brasil, uma oportunidade única de rever ou até mesmo conhecer um clássico em sua melhor forma.
Para mais informações sobre os espetáculos, confira a programação completa abaixo, ou acesse o site oficial do Theatro.
Serviço:
Ópera Der Fliegende Holländer – O Navio Fantasma, de Richard Wagner
17/11, 20h (sexta-feira)
18/11, 17h (sábado)
19/11, 17h (domingo)
21/11, 20h (terça-feira)
22/113, 20h (quarta-feira)
24/11, 20h (sexta-feira)
25/11, 17h (sábado)
Duração total aproximada 140 minutos (sem intervalo)
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos – pode conter histórias com agressão física, insinuação de consumo de drogas e insinuação leve de sexo.
Ingresso de R$12,00 a R$158,00 (inteira).
Theatro Municipal de São Paulo
Praça Ramos de Azevedo, s/nº – Sé – São Paulo, SP
Capacidade Sala de Espetáculos: 1503 pessoas.
(Fonte: Assessoria de Imprensa do Theatro Municipal de São Paulo)
Andrea Bocelli está prestes a retornar ao Brasil – e o momento é muito significativo. O tenor mais amado do mundo está completando 30 anos de carreira e a Dançar Marketing trará ao Brasil, em maio de 2024, sua nova turnê, que promete emocionar a todos relembrando grandes sucessos das três décadas dedicadas a entregar o melhor da música clássica por todo o planeta. Com concertos confirmados em Belo Horizonte no dia 17 de maio no Mineirão e no dia 26 de maio no Allianz Parque, em São Paulo, Bocelli confirma um concerto extra em São Paulo, no sábado, dia 25 de maio, também no Allianz Parque. O tenor estará acompanhado de orquestra e coral, além de artistas convidados.
Ao longo de seus 30 anos de carreira, Bocelli quebrou todos os recordes da indústria e já foi assistido por milhões de pessoas ao redor do mundo. Seus inúmeros reconhecimentos incluem uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, homenageado em 2010. Ao longo de sua carreira, o tenor ganhou três Classical Brit Awards, o Global Awards (concedido pelas rádios britânicas) na categoria melhor artista clássico, recebeu seis indicações ao Grammy e outras seis ao Grammy Latino.
O tenor já realizou 5 turnês no Brasil e acumula momentos inesquecíveis nos quatro cantos do planeta, como suas apresentações em Santuários Marianos produzidos pela Dançar Marketing em julho deste ano no Santuário de Nossa Senhora de Lourdes na França, nos 100 anos das Aparições de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal em 2018, e nas comemorações do Jubileu de 300 anos do Encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida do Norte, em 2016.
Os ingressos dos concertos estão à venda no Eventim a partir de R$250,00 e podem ser parcelados em até 10 vezes. É possível realizar a compra da Entrada Social, acessível a todo o público e que tem parte de sua renda revertida para Médicos Sem Fronteiras (MSF), uma das organizações humanitárias de maior atuação global.
Serviço:
Belo Horizonte
Data: sexta, 17 de maio
Local: Estádio do Mineirão – Governador Magalhães Pinto (Avenida Antônio Abrahão Caram, 1.001 – São José – Belo Horizonte/MG)
Belo Horizonte – Bilheteria Oficial (sem taxa de conveniência):
Shopping 5ª Avenida (Rua Alagoas, 1314 – Belo Horizonte)
Horário de funcionamento: segunda a sexta das 10h00às 19h00.; sábado, das 10h00 às 15h00. Não funciona em feriados e emendas de feriados.
Parcelamento em até 10 vezes nos cartões Visa, MasterCard, American Express e Elo.
São Paulo
Data: sábado e domingo, 25 e 26 de maio
Allianz Parque (Avenida Francisco Matarazzo, 1705 – Água Branca – São Paulo/SP)
São Paulo – Bilheteria Oficial (sem taxa de conveniência):
Allianz Parque – Bilheteria A
Rua Palestra Itália, 200 – Água Branca – São Paulo/SP
Horário de funcionamento: Terça a sábado das 10h00 às 17h00. Não funciona em feriados, dias de jogos ou eventos de outras empresas.
Parcelamento em até 10 vezes nos cartões Visa, MasterCard, American Express e Elo.
Entrada social: parte da renda revertida para Médicos Sem Fronteiras.
Classificação etária: 16 anos (menores podem acessar acompanhados por responsável legal).
Importante: para compras online, comprovante de meia-entrada será solicitado para acessar o evento. Para compras nas bilheterias oficiais, comprovante de meia-entrada será solicitado no momento da compra e para acessar o evento.
Adquira seus ingressos na plataforma oficial. Dançar Marketing e Eventim não se responsabilizam por ingressos adquiridos em plataformas não oficiais (p. ex. ViaGogo, StubHub, TicketSwab, entre outras).
Realização: Dançar Marketing.
Sobre Andrea Bocelli
Um dos grandes ícones mundiais da música, o tenor toscano Andrea Bocelli já vendeu mais de 90 milhões de discos. O grande reconhecimento de Bocelli teve início em 1994, quando venceu o Festival de Música de Sanremo, na Itália. Sua carreira teve início com o repertório clássico, apresentando obras-primas da ópera no palco conduzidos por Lorin Maazel, Seiji Ozawa e Zubin Mehta.
Bocelli já se apresentou para quatro presidentes dos Estados Unidos da América, três Papas, para a família real britânica, primeiros-ministros e também nas cerimônias dos Jogos Olímpicos, na Expo Universal de Xangai em 2010, na Expo Universal de Milão em 2015 (junto com a Orquestra do Teatro alla Scala) e na inauguração da Expo Dubai em 2021.
Bocelli protagonizou um momento histórico no início da pandemia. Em 12 de abril de 2020, domingo de Páscoa, ele se apresentou em frente ao Duomo de Milão totalmente deserto. Transmitido via streaming, o “Music for Hope” foi concebido como um momento de oração e esperança e é considerado uma das maiores apresentações musicais ao vivo de todos os tempos, com mais de 2,8 milhões de espectadores simultâneos. O vídeo no YouTube recebeu mais de 28 milhões de visualizações nas primeiras 24 horas.
Em dezembro do mesmo ano, o mundo aplaudiu o concerto “Believe in Christmas”, transmitido ao vivo do Teatro Regio de Parma. Foi neste evento que Virginia Bocelli, com então oito anos, fez sua estreia, em dueto com o pai, em uma versão comovente de “Hallelujah”, de Leonard Cohen.
Em maio de 2021 um novo desafio: o cantor percorreu mais de 350 quilômetros a cavalo em peregrinação desde a Basílica de São Pedro, em Roma (onde recebeu a bênção do Papa Francisco) até sua cidade natal, Lajatico, na Toscana. “The Journey – Andrea Bocelli” está sendo produzido como um documentário de TV com foco na jornada cultural e espiritual do artista.
No final de 2022, Bocelli lançou o álbum “A Family Christmas”, de canções religiosas e natalinas ao lado de seus dois filhos, Matteo e Virginia, além de três novas produções de ópera – Lucia di Lammermoor, La Forza del destino e Otello.
(Fonte: FleishmanHillard)
A construção da barragem da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, alterou o habitat de espécies de peixes nunca descritas pela ciência. Uma nova espécie de peixe cascudo foi descoberta na região por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Universidade Federal do Pará (UFPA). Ela está descrita em artigo publicado na segunda (30) na revista “Neotropical Ichthyology”.
O peixe tem tons de verde-oliva escuro a preto e é coberto por manchas amarelas redondas, atingindo até 17 centímetros de comprimento. Ele foi batizado de Scobinancistrus raonii em homenagem ao líder indígena Raoni Metuktire, cacique dos caiapós, povo que vive ao longo dos afluentes do rio Xingu, nos estados do Pará e Mato Grosso. Ele é um dos ativistas indígenas mais conhecidos no mundo por sua luta pela preservação da floresta amazônica, se colocando contra, em 2010, à construção da usina.
Os resultados foram obtidos após a análise de 38 exemplares desta espécie não descrita de Scobinancistrus, coletados em expedições da equipe de pesquisa ao rio Xingu. Esses peixes são conhecidos de comunidades locais e do comércio aquarista desde a década de 80 e ganharam o apelido de tubarão por causa do formato roliço do seu corpo. Para que se pudesse confirmar a existência de uma nova espécie, foram analisados as tonalidades e o formato das manchas, a forma do corpo, os dentes, a boca e outras estruturas que identificam os animais.
Segundo Lúcia Rapp Py-Daniel, uma das autoras do estudo, a descrição da espécie serve para confirmar a novidade. “A gente já conhece esse bicho há muito tempo. Ele já era vendido no comércio de pesca ornamental e era um bichinho muito diferente, mas na época não sabíamos em qual gênero ele se encaixava. Foi uma surpresa ver que não conseguimos encaixá-lo em nada que conhecíamos e que se tratava de uma nova espécie”, afirma a pesquisadora do INPA.
O estudo detalha que a nova espécie de Scobinancistrus habita principalmente a área alterada pela construção da barragem de Belo Monte, em Altamira, indo desde a Volta Grande do Xingu até a confluência com o rio Iriri. A descoberta ajuda a confirmar que existem novas espécies de animais habitando a região afetada pela hidrelétrica e que, por isso, é importante garantir a qualidade da água para protegê-las.
Para Py-Daniel, o trabalho também serve para suscitar o debate em torno do controle hidrológico da região, pois algumas espécies demandam água em abundância para a sobrevivência. “A área da Volta do Grande do Xingu é extensa e tem espécies que só ocorrem lá, então qualquer alteração do ambiente natural é gravíssima”, conclui.
Os pesquisadores seguem monitorando as espécies de peixes cascudos da região. Eles esperam que a documentação contribua para que os órgãos competentes estabeleçam estratégias de conservação, “já que os peixes são muito comercializados e exportados por causa da aparência colorida e atrativa e agora também sofrem a ameaça de alteração no seu ambiente natural”, finaliza a pesquisadora.
(Fonte: Agência Bori – pesquisa indexada no Scielo)