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Depois de 30 anos, autor de Calvin e Haroldo volta a escrever e desenhar em obra especial com edição limitada

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação.

‘Os mistérios’, livro que acaba de ser lançado aqui no Brasil pela Conrad Editora, é a mais nova obra de Bill Watterson, autor e criador das famosas tiras de Calvin e Haroldo, sucesso entre os anos 80 e 90. Depois de quase 30 anos, o reconhecido autor de HQ embarca em um trabalho totalmente diferente e desenvolvido em parceria com o caricaturista John Kascht.

Em uma edição limitada mundialmente, o livro traz detalhes especiais, o que inclui capa dura com tecido e ilustrações incríveis feitas por ambos artistas. Disponível em apenas 6 mil exemplares no Brasil e com a tradução de Cassius Medauar, o leitor vai ficar fascinado pelo enredo da HQ. ‘Os Mistérios’ é uma fábula para adultos que conta a história  de um antigo reino que sofre calamidades inexplicáveis. Com o objetivo de acabar com o tormento, o rei envia seus cavaleiros em busca da causa dos misteriosos acontecimentos. Anos depois, um único e abatido cavaleiro retoma. É aqui que começa essa aventura que une suspense e fantasia. O livro especial já está disponível na Amazon.

Quem fez essa HQ

Bill Watterson é o criador das histórias de Calvin e Haroldo, um garoto de seis anos e seu melhor amigo, um tigre de pelúcia chamado Haroldo, e desenhou as tiras da dupla diariamente de 1985 a 1995. Seu trabalho está em exposição na Biblioteca e Museu Billy Ireland Carte 7 da Universidade do Estado de Ohio. John Kascht já caricaturou milhares de rostos famosos pare revistas, jornais e letreiros da Broadway. Seu trabalho está na coleção da National Portrait Gallery.

Sobre a Conrad Editora

A Conrad é uma editora do Grupo IBEP que tem como missão disponibilizar para a sociedade brasileira a diversidade de ideias, a discussão de novas tendências e a pluralidade cultural, provocando reflexões importantes para a formação do jovem. A editora foi fundada em 1993 de forma inovadora, sendo pioneira por abrir espaço para quadrinhos nas livrarias.

Em 2009, a Conrad foi adquirida pelo Grupo IBEP e passou por muitas reformulações até chegar em 2020, quando entrou em uma nova fase trazendo de volta o conceito de inovação do passado e adaptando a editora para os desafios que o mercado enfrenta nos tempos atuais.

E a última novidade da Conrad é o início de um grande projeto digital lançando HQs de autores nacionais e internacionais em e-books completos ou em capítulos digitais periodicamente.

(Com Alexandre Poletto/Exclame Comunicação)

OMA Galeria lança 7ª edição do Clube de Colecionadores

São Paulo, por Kleber Patricio

‘Por dentro da pele #1’, obra de Marina Ayra para o Clube. Acrílica sobre tela de algodão e monotipia a óleo de gravura em organza de seda, 40 x 20 cm.

A OMA Galeria anuncia o lançamento da 7ª edição de seu Clube de Colecionadores, iniciado em 2015 com o objetivo de impulsionar a produção de artistas jovens e emergentes e democratizar o acesso à arte contemporânea. A edição de 2025 apresenta obras inéditas de seis artistas, oferecendo aos colecionadores a oportunidade de adquirir trabalhos de novos talentos para iniciar ou expandir sua coleção.

Os participantes dessa edição são os artistas Amira Rodrigues, Carla Duncan, José Maria Ferreira, Marina Ayra, Natalia Guarçoni e Paulo Du’Sanctus. Segundo a OMA, os nomes foram selecionados por sua qualidade artística e potencial de desenvolvimento de carreira. “O Clube é uma das iniciativas mais importantes da galeria, pois nos permite oferecer aos colecionadores obras de arte com grande potencial de valorização e contribuir para a carreira de artistas nos quais acreditamos. Apesar de estarem em fase inicial ou intermediária de carreira, esses artistas já estão dando passos importantes com presença em salões de arte, exposições e até acervos institucionais”, diz o galerista Thomaz Pacheco.

Edições anteriores do Clube de Colecionadores contaram com a participação de nomes como Verena Smit, Daniel Melim, Giovani Caramello, Elen Braga e Andrey Rossi, que hoje têm trajetórias sólidas nas artes. Rossi, que participou da primeira edição do Clube em 2015, hoje tem obras em coleções de instituições relevantes, como o MAR (RJ), o MAM-RJ e o MAC-RS. Braga, participante da mesma edição, realizou performances em espaços como Instituto Tomie Ohtake, SESCs Vila Mariana e Ipiranga e instituições no exterior, onde vive atualmente. Melim, que participou no mesmo ano, realizou exposições na Fundação Iberê Camargo e no Paço das Artes (SP) e ocupou com murais o Museu Afro (SP) e o Museu da Língua Portuguesa (SP). Melim foi ainda o criador do icônico Mural da Luz, que permaneceu visível por uma década a partir da Pinacoteca do Estado de São Paulo até ser apagado no final de 2023.

‘Travessia’, 2024, obra de Amira Rodrigues. Encáustica quente sobre madeira, 28 cm x 20 cm.

A associação ao Clube é anual, com entrega de uma obra de arte a cada dois meses. As obras são entregues em eventos intimistas exclusivos para associados, permitindo a aproximação direta entre colecionadores e artistas. Os encontros ainda oferecem aos participantes a oportunidade de conhecer de perto o processo artístico e o conceito por trás de cada obra. O valor do clube é de R$350 mensais, com a opção de fazer um pagamento anual único. Para fazer parte do Clube de Colecionadores, entre em contato com a OMA diretamente por este link.

Sobre os artistas:

Amira Rodrigues | Suas obras exploram a representação de espaços arquitetônicos extraídos de seu cotidiano. Pesquisa imagens a partir da teoria dos incorporais estoicos e pela ideia de “tempo como medida do movimento”, de Aristóteles. A ausência de movimento nesses espaços, faz com que a percepção do tempo também desapareça, criando uma atemporalidade, um lugar sem lugar, neutro, sem orientação física. Amira é uma artista jovem, recém-formada pela Faculdade Belas Artes de São Paulo, que mostra engajamento em sua pesquisa criando trabalhos sofisticados. No momento, está realizando sua primeira coletiva na Galeria Fasam.

Carla Duncan | Carla Duncan (1992, Belém – PA) trabalha com pintura para explorar memórias pessoais do cotidiano amazônico e a dialética entre restrição e possibilidade da experiência urbana. Na série criada para o Clube, investiga a tradição e espiritualidade enraizadas na cultura paraense e nas práticas populares brasileiras, explorando o significado e a importância do ritual dos banhos de cheiro como prática de purificação e atração de boas energias. Em 2024, ganhou dois prêmios aquisitivos em salões e a teve uma pintura incorporada ao acervo do Museu de Arte do Espírito Santo. Carla é representada pela OMA Galeria.​

José Maria Ferreira (Zemah) | Em seu trabalho, José Maria Ferreira, Zemah, faz um mergulho na fragilidade antagonismos e dualidades da vida humana em todas as suas sutilezas e realidades ocultas. Explora questões inerentes ao ser humano, como a vida, o prazer, a dor, as ilusões, as dores, alegrias e tristezas no grande palco da vida. Reflete sobre padrões de beleza, o sonho da juventude eterna, a dor da morte e do envelhecer. O artista já participou de diversas exposições individuais e coletivas. Junto com Paulo du’Sanctus, administra o ateliê Casarão, um espaço novo e proeminente no Ipiranga, em São Paulo, que abriga ateliês, cursos e um espaço expositivo experimental.​

Marina Ayra | Sua pesquisa se desenvolve principalmente por meio das linguagens do desenho, pintura, gravura e colagem. As camadas e transparências, tanto no sentido formal quanto metafórico, são o cerne de sua pesquisa. A construção de seus trabalhos toma como referência objetos do cotidiano, a observação das camadas externas e profundidades na natureza. Marina fez residência artística na Cité Internationale des Arts em Paris e em sua trajetória realizou diversas exposições individuais e coletivas e tem participado dos principais salões de arte do país. Além disso, possui um trabalho no acervo do Museu de Arte Brasileira – MAB FAAP. Hoje é representada pela Casa Galeria. ​

Natália Guarçoni | Natália é uma exploradora das sutilezas do cotidiano, em busca da poesia oculta que permeia o mundo ao nosso redor. Profundamente influenciada pela geometria e minimalismo, seus trabalhos são marcados pelos contrastes entre os elementos, dos cheios e vazios, da luz e sombra. A artista realiza um verdadeiro trabalho de escavação, desvendando a poesia intrínseca das coisas. Em sua trajetória, já participou de diversas exposições individuais e coletivas, além de participar da residência artística da Zait.​

Paulo Du’Sanctus | O artista trabalha principalmente com a pintura sobre diferentes suportes. A sua pesquisa e produção se concentra em temas relacionados a racialidade, uma homenagem as suas origens. Formado em jornalismo, tem a pesquisa, apuração e os dados como base para o desenvolvimento de suas séries que nascem da indignação com as questões histórico-socais-culturais. Suas obras contam e recontam a História e registram o presente em forma de arte. Já participou de diversas exposições individuais e coletivas, seu trabalho integra importantes acervos institucionais como o do Museu do Ipiranga. Junto com Zemah, administra o ateliê Casarão.

Sobre a OMA Galeria
Ao longo de uma década, a OMA Galeria tem trilhado um caminho singular nos diversos espaços e circuitos da arte contemporânea, concentrando-se na representação de artistas jovens e emergentes. Originária de São Bernardo do Campo, desde o início esteve profundamente envolvida com o território, promovendo ações em diálogo direto com a comunidade local. Em 2022, a galeria passou a operar no bairro dos Jardins, em São Paulo. Reconhecendo o papel transformador da arte e do artista, a OMA expandiu sua atuação por meio da OMA Cultural e da OMA Educação, buscando alcançar um público mais amplo e atingir todos os setores da sociedade através de projetos como o Laboratório de Artes Visuais e o Edital de Curadoria.

Serviço:

7ª edição do Clube de Colecionadores da OMA Galeria
Contato: pedro@omagaleria.com | +55 (11) 96608-9884

Redes Sociais: Site | Instagram.

(Com Patricia Gil/Assessoria de imprensa OMA)

Com acervo histórico do CPT_SESC, Sesc Memórias lança nova coleção ‘Policarpo Quaresma’

São Paulo, por Kleber Patricio

Figurinos de ‘Policarpo Quaresma’. Fotos: Bob Sousa.

Desde o último dia 5 de dezembro, o espetáculo teatral ‘Policarpo Quaresma’ passa a integrar as Coleções e Acervos Históricos do CPT_SESC, projeto realizado pelo Sesc Memórias na plataforma Sesc Digital.

Fotos dos figurinos, feitas por Bob Sousa após trabalho de higienização e reparos dos itens realizado pelo Sesc Memórias, fazem parte deste conjunto. Além disso, o conteúdo da 24ª Coleção contempla fotos de cena, programa do espetáculo, vídeos e textos.

Inspirado no livro ‘Triste Fim de Policarpo Quaresma’, de Lima Barreto (1881–1922), o espetáculo estreou em 26 de março de 2010 no Teatro Anchieta, do Sesc Consolação. Ele encerra a Trilogia Carioca do CPT (Centro de Pesquisa Teatral) e Grupo Macunaíma. Foi antecedido por ‘A Falecida Vapt-Vupt’, versão para a peça de Nelson Rodrigues, e ‘Lamartine Babo’, musical em homenagem ao compositor, ambos de 2009. As três peças têm como cenário o Rio de Janeiro e seus personagens acompanham as transformações sociais e políticas do momento.

O texto traz a história do herói ufanista Policarpo Quaresma, funcionário público do final do império e nacionalista convicto obcecado pelas brasilidades. O Major Quaresma é a caricatura de um patriota ingênuo. Através dele, o romancista põe ante nós o lado cândido e sincero que o patriotismo pode ter, bem como o seu lado meio alienado. É uma caricatura quixotesca: para ser muito bom e muito puro é preciso ser muito maluco, numa sociedade de corruptos de um país sem projeto. Em ‘Triste Fim de Policarpo Quaresma’, Lima Barreto põe em confronto duas noções que o desagradavam: a de Pátria (patriotismo) e a de Ditadura. Lee Taylor, ator que também foi professor no CPT, encarna Policarpo Quaresma nesta adaptação dirigida por Antunes Filho.

Os figurinos são assinados por Rosângela Ribeiro e podem ser vistos em detalhes na nova coleção da plataforma Sesc.digital, com exposição virtual a partir dos registros feitos pelo fotógrafo Bob Sousa.

Serviço:

Policarpo Quaresma

Disponível na plataforma Sesc Digital

Acervo digital composto de fotos dos figurinos feitas pelo fotógrafo Bob Sousa a partir do trabalho de higienização e reparos do acervo realizado pelo Sesc Memórias, peças gráficas, fotos de cena e entrevistas com o elenco da peça.

Sobre as Coleções e Acervos Históricos CPT_SESC

As Coleções e Acervos Históricos CPT_SESC trazem ao público seleções dos figurinos e outros itens de peças encenadas pelo CPT. Um minucioso trabalho de pesquisa possibilitou a recomposição e reparos de mais de 420 trajes cênicos compostos e 350 acessórios, em um total aproximado de 2000 itens de 30 espetáculos.  Em seguida, os figurinos foram registrados pelo fotógrafo Bob Sousa, e essas fotos são hoje o fio condutor do projeto, que se encerra agora com Policarpo Quaresma.

Estão disponíveis também as coleções das montagens Nova Velha Estória, Eu Estava em Minha Casa e Esperava que a Chuva Chegasse, Lamartine Babo, A Falecida Vapt-Vupt, Senhora dos Afogados, Macunaíma, A Hora e Vez de Augusto Matraga, Antígona, Foi Carmen, Fragmentos Troianos, Gilgamesh, Medeia, Medeia 2, Nossa Cidade, Toda Nudez Será Castigada, Trono de Sangue, A Pedra do Reino, Vereda da Salvação, Xica da Silva, Blanche e Drácula e outros vampiros, Romeu e Julieta Marguerite, mon amour – Recital, Duras e O Canto de Gregório. Também está disponível uma Coleção dedicada aos cartazes produzidos para a divulgação das montagens do grupo.

Sobre o Sesc Memórias

O Sesc Memórias atua, desde 2006, na coleta, higienização, organização, guarda e disponibilização da documentação produzida pela instituição com o propósito de preservar e difundir suas memórias. Integram seu acervo os registros produzidos desde a criação do Sesc, em 1946. São diversos gêneros, suportes e formatos de documentos que assinalam a ação finalística da instituição e seus processos de trabalho, como materiais de divulgação, fotografias, produtos institucionais e relatórios, entre outros. Seu acervo contribui para a reflexão acerca do trabalho desenvolvido pela instituição, bem como para a promoção de pesquisas e de produção de conhecimentos, na medida em que é acessível ao público interno e externo, reforçando a memória como um valor a ser cultivado. Saiba mais no site sescsp.org.br/sescmemorias e no perfil instagram.com/sescmemorias

CPT_SESC

O Centro de Pesquisa Teatral foi criado em 1982 como laboratório permanente de criações teatrais, formação de atrizes, atores, dramaturgas e dramaturgos. Ao longo de quatro décadas, ganhou reconhecimento da crítica e de seus pares no Brasil e em outras partes do mundo como referência no fazer teatral. Foi coordenado por Antunes Filho por 37 anos, período no qual formou mais de mil profissionais das artes cênicas e apresentou 46 espetáculos. Em 2020, passado um ano da morte do diretor, o CPT expandiu suas ações em busca do constante desenvolvimento que o teatro contemporâneo exige, mantendo o diálogo com o seu legado.  A programação apresenta ciclos de debates, mostras digitais, cursos, podcasts, oficinas, entre outras atividades, com artistas e técnicos de diversas formações e instâncias da produção teatral, a fim de buscar a realização de um trabalho interdisciplinar a que sempre se propôs o CPT_SESC. Consulte a programação em sescsp.org.br/cpt e nas redes sociais: Instagram | Facebook | YouTube

Informações sobre as Coleções Digitais, Pesquisa e Memória do Sesc: sescmemorias@sescsp.org.br.

(Com Alex Anastácio/Assessoria de Imprensa CPT_SESC | Sesc Consolação)     

Desmatamento irregular destrói uma das maiores reservas ambientais de Santa Catarina

Santa Catarina, por Kleber Patricio

Fotos: Drone Parolin.

Fica nos municípios de Itaiópolis e Santa Terezinha, no Estado de Santa Catarina, uma das maiores reservas ambientais do Brasil, a Fazenda Parolin, com aproximadamente 133.000.000 metros quadrados. Segundo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA), mais de 1.860 hectares, equivalente a 14% da área total, estão sendo desmatados de maneira clandestina e criminosa. Atualmente também 188 famílias vivem no local de forma irregular.

Parte da área da Fazenda Parolin, cerca de 1,3 mil hectares, foi desapropriada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 1987, resultando no assentamento de 49 famílias dentro do projeto 25 de Maio. O imóvel restante é alvo de 91 ações de usucapião e 37 ações de reintegração em tramitação na comarca de Rio do Campo – SC, em uma situação controversa que envolve inúmeras implicações sociais, ambientais e jurídicas.

“A Fazenda Parolin nasceu entre os anos de 1945 e 1955, quando Antônio Parolin adquiriu duas propriedades no interior de Santa Catarina com o objetivo de montar uma serralheria. A fazenda chegou a ter mais de 200 funcionários e, após a queda no mercado da madeira, em 1980, as atividades no local se encerraram. Com isso, vieram as invasões e a extração ilegal de madeira que continua até hoje”, explica Pietro Cecatto, advogado da fazenda. Já no último mês de setembro, foi firmado um contrato entre a Greenfield Empreendimentos Ltda. e a A. Parolin com a finalidade de se instituir uma S.A., firmar acordos com os posseiros para regularização da terra, consolidar parte da área em uma reserva ambiental e levar projetos sociais sustentáveis para a região, tendo a gestão da empresa Greenfield.

Na região, a cobertura florestal é denominada Floresta Ombrófila Mista, em área de ocorrência da Floresta Tropical do Alto Vale do Itajaí, com predominância de canela-preta, canela-sassafrás, araucária e peroba, dentre outras, todas espécies raras e ameaçadas pela exploração madeireira irregular. Ainda: grande parte da área da Fazenda Parolin faz divisa com o entorno noroeste da Unidade de Conservação Federal Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Serra da Abelha, criada pela Resolução Conama nº 5/1990, de acordo com a Lei nº 9.985/2000 (que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza). A Fazenda Parolin também estava inserida em estudos para a criação do Refúgio de Vida Silvestre Rio da Prata.

“Atualmente, a Fazenda Parolin tem o equivalente a quase 70 parques Ibirapuera e até hoje invasores desmatam ilegalmente, exploram irregularmente o solo e erguem construções destruindo a natureza e o bioma do local”, destaca Cecatto. A comunidade local testemunha silenciosamente a atuação de verdadeiras quadrilhas que exploram as matas nativas durante o dia e transportam as madeiras na noite para as serrarias da região. Nos últimos 30 anos, 12 municípios de Santa Catarina estão entre os 100 que mais desmataram no país, informou a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Santa Terezinha, local da fazenda, está entre a recordista. A Lei da Mata Atlântica permite o desmate do bioma em casos excepcionais e os ocupantes construíram uma verdadeira cidade no local, com luz elétrica e toda a infraestrutura. “Sem policiamento e fiscalização da região e, muito menos, módulos policiais, a atuação dos invasores é facilitada. As denúncias são feitas, mas horas depois, quando as forças policiais chegam, só sobra devastação”, lamenta. 

Destruição e multa

Sem conseguir controlar os invasores e com dezenas de ações na justiça para tentar acabar com a devastação da área, os responsáveis pela Fazenda Parolin clamam por uma atuação forte e responsável do poder público na região. Em 2022, a Fazenda Parolin foi condenada a proceder com a recuperação total do dano ambiental, pagar indenização em dinheiro pelos danos criminosos causados pelos invasores ao patrimônio ecológico, em face do passivo ambiental representado pelos anos que a natureza levará para se regenerar; e ainda, patrocinar, em jornal de divulgação regional, a publicação da sentença condenatória.

“Contestamos a sentença alegando ilegitimidade passiva. Não temos controle sobre a invasão, muitos dos posseiros já foram autuados e os órgãos governamentais são omissos e não colaboram com a fiscalização da área nem com a autuação dos criminosos que atuam no local”, destaca Cecatto. A sentença foi anulada pelo TRF4, que determinou uma nova instrução no processo para que fosse provada a responsabilidade da empresa pelo desmatamento. O Ibama não compareceu à audiência de conciliação, e a Justiça enviou ofícios ao Incra, à Fatma e ao Estado de Santa Catarina para que se manifestassem sobre a situação narrada pela empresa ré.

A Fatma, atualmente IMA (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina), representada pelo gerente regional de Rio do Sul, alegou que não possui efetivo suficiente para efetuar operações no local. O Estado de Santa Catarina afirmou não tem maiores esclarecimentos a prestar sobre a situação e o Incra solicitou dilação de prazo. “A exploração da floresta nativa deveria ter sido requerida ao órgão ambiental competente, que então avaliaria, à luz da legislação ambiental, o cabimento da autorização para corte, que se submeteria a condicionantes e, ao que tudo indica, intransponíveis”, explica Cecatto.

Futuro

Para os responsáveis pela Greenfield, é fundamental que o poder público deixe de se omitir e passe a olhar com mais responsabilidade para a região. “Estamos tratando de uma das maiores reservas ambientais de Santa Catarina, em um momento em que o planeta clama pela proteção do meio ambiente. Nos comprometemos a ceder áreas para que o poder público possa instalar módulos policiais na região e facilitar operações e atendimentos de denúncias”, completa o advogado.

É reforçado ainda a existência de diversos projetos para a implementação de programas com foco no empreendedorismo sustentável no local, tal como ecoturismo, exploração de água mineral e apicultura, vocações latentes da região, que resultaria no desenvolvimento das cidades ao redor, novas fontes de renda para os moradores, desenvolvimento sociocultural, receita tributária para os municípios e pacificação das comunidades.

(Com Maria Emilia Silveira/P + G Comunicação)

Fraternidade sem Fronteiras faz campanha de Natal pelas crianças órfãs da República Democrática do Congo

República Democrática do Congo, por Kleber Patricio

Fotos: Fraternidade sem Fronteiras – Projeto Órfãos do Congo.

A Organização humanitária Fraternidade sem Fronteiras (FSF) realiza a campanha Natal sem fronteiras para arrecadação de doações para presentear as crianças e adolescentes acolhidos no Projeto Órfãos do Congo, na República Democrática do Congo, na África Central. O valor arrecadado será para comprar roupas, calçados e brinquedos que serão entregues na véspera de Natal.

“A realidade das crianças é bem difícil. Muitas delas, quando são resgatadas, chegam sem roupa. Outras estão com uma camiseta, mas sem cuequinha, sem calcinha… todos chegam só com a roupa do corpo, descalças. Ninguém nunca chegou até nós com uma mala ou uma sacolinha de pertences. Todas as roupas e calçados que elas têm foram comprados pelo projeto”, relata Amanda Morais, que há um ano e sete meses é voluntária no Projeto Órfãos do Congo, que explica um outro detalhe sobre as condições climáticas do país africano.

“Nessa região onde o projeto está localizado chove praticamente nove meses e chove muito. Todas as peças das crianças são lavadas na mão por 15 cuidadoras e elas demoram a secar porque o clima é úmido e fresco. Então o mais imediato é aumentarmos o número de peças. Elas não se importam com modelos; o importante é a utilidade e o carinho que vem junto com a doação”, explica Amanda.

Atualmente, são 370 crianças e adolescentes entre seis meses e 16 anos acolhidos no projeto. Todas são órfãs e estavam em situações de vulnerabilidade em áreas de conflitos armados no país. Depois de resgatadas passam a viver no projeto, onde recebem refeições, moradia, segurança, educação e atendimento médico.

As doações para a campanha Natal sem fronteiras podem ser feitas por Pix de qualquer valor a partir de R$1. A chave é o e-mail natal@fraternidadesemfronteiras.org.br.

“Essa campanha nos enche de esperança de poder oferecer muito amor às nossas crianças com presentes simples, mas de muito significado para elas. Além das roupas e calçados, os brinquedos que elas nunca tiveram na vida. No projeto elas brincam com tampinhas, com pedaços de plástico quebrado, com galhos, terra, bolas feitas de diferentes materiais que vão juntando e formando a bola”, finaliza a voluntária.

“Toda arrecadação será para aquisição de pertences necessários e brinquedos, se possível. Queremos oferecer a elas um dia e uma vida mais feliz”, completa a gerente de Comunicação, Marketing e Relacionamento da Fraternidade sem Fronteiras, Marcele Camy.

Sobre o Projeto Órfãos do Congo | Desde novembro de 2021, a Fraternidade sem Fronteiras tem o objetivo de acolher crianças órfãs em situação de extrema vulnerabilidade pelas ruas da República Democrática do Congo. Em outubro de 2022, a FSF inaugurou o primeiro Centro de Acolhimento com sede própria e oferece alimentação, moradia, educação, assistência médica e segurança para crianças órfãs, mães e gestantes. O local tem quartos e cozinha amplos e área externa para atividades recreativas e educacionais para os acolhidos. Além disso, abasteceu com água potável cerca de duas mil residências em Bukavu beneficiando mais de 15 mil pessoas. Todo o trabalho é mantido pelo apadrinhamento, no valor a partir de R$25. Saiba mais em www.fraternidadesemfronteiras.org.br/projetos/orfaos-do-congo.

(Com Kaique Mercês/XCOM Agência de Comunicação)