Cientistas rebatem argumentos sobre custos de publicação e dificuldades de infraestrutura; entre pontos para tornar a ciência mais aberta estão mudanças na política de avaliação e estímulo ao compartilhamento de dados
Brasil
O hábito de leitura é uma experiência engrandecedora para qualquer ser humano. Para as crianças, é por meio dos livros que existe a possibilidade de visitar lugares desconhecidos e dar asas à imaginação, além de ajudar no aprendizado e no desenvolvimento. De acordo com o recente levantamento feito pelo IPL (Instituto Pró-Livro), o público infantil é o que mais lê no Brasil. O relatório mostrou que crianças de 5 aos 10 anos de idade consomem livros com frequência. Essas crianças representam 23% de toda a população e costumam ler diariamente ou quase todos os dias por vontade própria.
Para Carmen Pareras, diretora da Catapulta Editores no Brasil, os livros são peças fundamentais para que as crianças se desenvolvam bem e tenham bons hábitos no futuro. “Muitas pessoas não sabem, mas os livros, quando inseridos desde cedo na vida das crianças, ajudam a aprender a identificar coisas, socializar, criar o senso crítico e ampliar sua compreensão”, explica.
Um estudo realizado pela Universidade de Ohio mostra que crianças que são incentivadas a ler entram na escola tendo ouvido aproximadamente 1,4 milhão de palavras a mais do que as que não cultivam esse hábito. “A leitura é um hábito que estimula a criatividade das crianças e exercita paciência e compreensão ao acompanhar a história do livro. Também é essencial para o desenvolvimento e alfabetização dos pequenos, especialmente quando a leitura é feita em voz alta pela criança”, comenta Natália Reis Morandi, psicóloga na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Decifrar, compreender, generalizar, sintetizar ou até mesmo propor hipóteses são funções superiores da mente usadas durante a leitura. Talvez por isso, pesquisas científicas realizadas nos Estados Unidos – Universidade de Stanford – e na França – Unidade de Neuroimagiologia Cognitiva do Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm/Comissão de Energia Atômica e de Energias) – comprovam que a leitura faz bem ao cérebro.
Dentre os diversos benefícios que a prática oferece às crianças, também é por meio dela que as crianças desenvolvem a concentração, estimulam a memória, trabalham o raciocínio e compreensão, estimulam a linguagem oral e ampliam a capacidade criativa.
Os benefícios se estendem também para o fortalecimento de vínculos afetivos e habilidades socioemocionais, uma vez que, por meio da leitura, as crianças começam a entender seus sentimentos e a tentar lidar com eles. “Ler com os pequenos é uma forma de estreitar o laço afetivo e também entender o universo e as emoções da criança, mostrando para as crianças as maneiras saudáveis de lidar com os sentimentos”, finaliza Morandi.
Sobre a Catapulta | A marca Catapulta Editores possui mais de 18 anos de experiência no mundo literário e oferece para o mercado nacional uma proposta inovadora de livros paradidáticos que visa contribuir no aprendizado e entretenimento infantil. O papel da Catapulta é desenvolver obras que agregam as crianças desde a primeira infância até a fase adulta com livros didáticos. Saiba mais em: https://catapultaeditores.com.br/.
(Fonte: Agência Contatto)
Um dos grandes nomes da literatura marginal da década de 1970, para a poeta carioca Ana Cristina Cesar (1952–1983), vida e literatura eram inseparáveis. “Ana Marginal – Um navio ancorado no espaço”, projeto idealizado pela artista Nataly Cavalcantti, usa justamente essa mistura de vida e obra como inspiração para o espetáculo. O trabalho estreou no Espaço Elevador no dia 9 de setembro, às 20h, e segue em temporada até o dia 30 de outubro, com sessões aos sábados e segundas às 20h e, aos domingos, às 19h. Os ingressos custam R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada). O projeto foi realizado graças à 16ª Edição do Prêmio Zé Renato de Teatro para a cidade de São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura.
A dramaturgia assinada por Michelle Ferreira traz para a cena três personas para representar a escritora: Ana – a poeta, Cristina – a bailarina, e Cesar – a acadêmica, representadas pelas atrizes Nataly Cavalcantti, Carol Gierwiastowski e Bruna Brignol, respectivamente.
Trabalho feito em parceria entre atrizes e dramaturga, ao lado do diretor Nelson Baskerville e da diretora assistente Anna Zêpa, mergulharam na sua obra para desvendar o corpo-poema de Ana Cristina Cesar, misturando arte e vida pessoal.
A característica forte de seus textos, a um só tempo viscerais e coloquiais – marca comum também entre outros poetas marginais dos anos 1970 –, cria uma aproximação confidencial com seus leitores. Inclusive, no livro “Antigos e Soltos — Poemas e Prosas da Pasta Rosa”, uma compilação de textos inéditos feita por Armando Freitas Filho, ela faz uma sugestão radical: “despoetizar a escrita feminina. Suprimir o mito do sexto sentido, da doce e inefável poesia feminina. A falsa grávida com gazes — Estrutura histérica!, grita a fada madrinha. Assinado embaixo: Nós do outro sexo, do sexto sexo”.
“Como Ana Cristina Cesar pregava a quebra dos padrões eruditos e escrevia de uma maneira mais espontânea e contestadora, entendemos que o teatro performativo era a melhor maneira de homenagear essa mulher tão potente. Sempre achei que o Baskerville seria o diretor que conseguiria transpor para a cena o universo que eu imaginava pro espetáculo. E eu não me enganei”, comenta Nataly.
Para dar conta da atmosfera caótica presente na obra da poeta, a equipe optou por usar muitas projeções, tanto de frases de Ana Cristina quanto de cenas complementares à ação. As atrizes também interagem a todo momento com um andaime e haverá até uma escultura de luz feita pelo próprio diretor. Além desses elementos, o cenário ganha uma verticalidade importante, não só pela estrutura de dois andares do Espaço Elevador como pela presença de uma escada.
Para o encenador, entender a essência da autora é um desafio. “A cada dia chegam novos materiais que são incorporados ao espetáculo. Ela não está em apenas um poema ou um livro. Para desvendá-la, é preciso se debruçar sobre suas fotografias, cartas, cartões postais, entrevistas. Talvez hoje sua angústia fosse muito mais dispersa, porque os tempos mudaram muito, mas gostaríamos de devolver para ela essa sexualidade que lhe foi negada”, defende Baskerville.
A complexidade desse processo de pesquisa também está presente na peça. Além de performático, “Ana Marginal – Um navio ancorado no espaço” configura-se como um metateatro, já que as atrizes discutem, em cena, temas como: por que sempre que se fala em artistas mulheres, o primeiro assunto é a sua vida pessoal, a histeria feminina, ao invés da importância das suas obras? “Nosso objetivo é fazer os espectadores também saírem em busca de Ana Cristina Cesar. Infelizmente, ela morreu precocemente e não deu tempo de ela ser venerada como a grande autora brasileira que é”, reflete o diretor.
CESAR – Não se preocupe, é confuso mesmo.
ANA – Não, não é confuso, é simples. Nós estamos criando algo que não existe.
CESAR – Sim, até porque se estivéssemos criando algo que já existe, não
estaríamos criando nada, estaríamos reproduzindo.
ANA – A Célia disse que você é muito criativa. Enfim, é isso.
CRISTINA – Olha, eu não estou entendendo muito bem.
CESAR – É confuso mesmo.
ANA – Não, é simples. É muito simples. É um espetáculo sobre Ana Cristina
César.
CESAR – Sabe quem é?
ANA – Claro que ela sabe quem é.
CÉSAR – Ela pode não saber.
ANA – Você sabe quem é?
CRISTINA – Ela foi homenageada na Flip uns anos atrás. (Trecho de “Ana Marginal – Um navio ancorado no espaço”)
Atividades paralelas
Para mergulhar ainda mais no universo da escritora, a equipe também conversou com a ensaísta, editora e crítica literária Heloísa Teixeira, grande amiga da homenageada. O encontro rendeu um desdobramento para o projeto: a especialista fará uma palestra aberta e online sobre a Ana Cristina Cesar e a mulher na poesia hoje.
Outra atividade relacionada ao espetáculo é o curso “Literatura Negra de Autoria feminina: construindo lugares de luta”, ministrado pela poeta Lívia Natália. Entre os temas abordados nas aulas estão feminismo negro e decolonialidade do saber, combatendo a violência epistêmica supremacista branca, e afetividade e solidão da mulher negra.
O público também pode participar da oficina “Preparação do Poema” ministrada pela artista, poeta e arte educadora Josiane Cavalcanti. Os encontros envolvem a fruição e a discussão de textos, bem como exercícios criativos com leitura e comentários.
Essas atividades estão programadas para setembro e outubro. As informações sobre inscrições e vagas serão divulgadas com antecedência nas redes sociais da peça.
ANA – “para que então ‘ter’ um corpo se é ‘preciso’ mantê-lo num estojo como um
violino muito raro.” Katherine Mansfield.(Trecho de “Ana Marginal – Um navio ancorado no espaço”)
FICHA TÉCNICA
Idealização e produção artística: Nataly Cavalcantti
Dramaturga: Michelle Ferreira
Direção: Nelson Baskerville
Diretora Assistente: Anna Zêpa
Atrizes: Bruna Brignol, Carol Gierwiastowski e Nataly Cavalcantti
Concepção Cenográfica: Bruna Brignol e Nelson Baskerville
Figurino: Marichilene Artisevskis
Assistente de figurino: Carolina Oliveira
Iluminação: Lui Seixas
Trilha Sonora: Nelson Baskerville
Criação e montagem dos vídeos: João Paulo Melo
Consultoria em Vídeo: André Grynwask
Vídeo Heloísa Teixeira: Anna Zêpa
Direção de Movimento: Débora Veneziani
Preparação Vocal: Alessandra Lyra (Cor & Voz)
Cenotecnia: Casa Malagueta
Operação de Som: Gabriel Müller
Operação de Luz e Vídeo: João Paulo Melo
Operação de Letreiro: Iza Marie Miceli
Contrarregra: Victoria Aben-Athar
Arte gráfica: Bruna Brignol
Fotos de divulgação: Bruna Castanheira
Registro em fotos e vídeos: João Paulo Melo e Marcos Floriano
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques
Assistente de Produção: Gabriel Müller
Diretora de Produção: Iza Marie Miceli
Projeto contemplado pela 16ª Edição do Prêmio Zé Renato de Teatro para a cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura.
Serviço:
Ana Marginal – Um navio ancorado no espaço
Data: até 30 de outubro de 2023
Horário: sábados e segundas, às 20h, e, aos domingos, às 19h
Local: Espaço Elevador | 75 minutos | Classificação indicativa: 12 anos
Endereço: R. Treze de Maio, 222 – Bela Vista, São Paulo – SP
Ingresso: R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada).
(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)
A Fundação Bienal de São Paulo anuncia a abertura da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível, com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, com projeto arquitetônico e expográfico desenvolvido pelo escritório de arquitetura Vão. Com 121 participantes, a 35ª edição reafirma sua tradição de colocar a cidade de São Paulo no centro das atenções da arte contemporânea pelos próximos três meses. Sobre o projeto curatorial, você pode encontrar mais informações aqui.
Desde 6 de setembro, aproximadamente 1.100 obras dos 121 participantes estão em exibição no Pavilhão do Parque Ibirapuera. Após uma extensa pesquisa sobre as urgências dos nossos tempos, os curadores afirmam: “Nosso objetivo foi criar uma edição sem categorias ou estruturas limitadoras. Essa visão nasceu em nossa equipe curatorial, onde abraçamos um sistema descentralizado, afastando-nos das normas tradicionais. Escolhemos conscientemente não ter um curador-chefe, buscando dissolver estruturas hierárquicas. Nossa lista abrange um amplo espectro de formas artísticas e vozes de vários territórios ao redor do mundo. Então, a pergunta que permanece é: como as impossibilidades de nossa vida cotidiana refletem na produção artística? As coreografias do impossível nos ajudam a perceber que diariamente encontramos estratégias que desafiam o impossível, e são essas estratégias e ferramentas para tornar o impossível possível que encontraremos nas obras dos artistas”. A lista completa de participantes está disponível aqui.
A respeito desta primeira Bienal de São Paulo pós-Covid, José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, complementa: “É com convicção que afirmo que uma Bienal com características tão marcantes e desafiadoras nos dá a oportunidade de alcançar outros patamares de percepção do mundo. Encontramo-nos em um momento verdadeiramente singular. O mundo atual clama por soluções para questões urgentes, e a capacidade da arte em nos estimular a encontrar algumas dessas respostas é notável, como demonstra a 35ª Bienal de São Paulo”.
Um novo trajeto | Além do fechamento do vão central do segundo andar, a 35ª Bienal apresenta uma novidade: uma proposta inovadora de percurso. Os visitantes poderão seguir diretamente do primeiro andar – chamado de andar verde – para o terceiro andar – ou andar azul –, utilizando as icônicas rampas internas do Pavilhão projetado por Oscar Niemeyer, e finalizar o trajeto no segundo andar (roxo), utilizando os acessos externos. A intenção dos arquitetos responsáveis, do grupo Vão, é criar uma nova dinâmica para o espaço, explorando e desafiando a obra modernista. “Desde o princípio, nossa intenção foi conceber um projeto que se situasse entre o desejo de não reproduzir a coreografia espacial anterior e a necessidade de não impor uma coreografia totalmente nova, desvinculada das lógicas internas. Nossa abordagem consistiu em dialogar com a estrutura existente e as possibilidades disponíveis. Isso implicou não apenas a atenção na reutilização de materiais remanescentes de exposições passadas, mas também a criação de espaços com base nos elementos construtivos que moldam o próprio Pavilhão”.
Programação pública
Como parte da experiência enriquecedora proporcionada pela 35ª Bienal, foi meticulosamente elaborada uma programação pública que abrange uma variedade de elementos, incluindo apresentações musicais, ativações de obras, performances, encontros com artistas e mesas de discussão.
A primeira semana da mostra, de 5 a 11 de setembro, foi marcada por eventos como a mesa de abertura com os curadores, Gladys Tzul Tzul e Leda Maria Martins, bem como performances de Aline Motta, Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda., Ana Pi, Benvenuto Chavajay, Guadalupe Maravilla, Luiz de Abreu, Rubiane Maia e Will Rawls. Além disso, serão realizadas ativações na obra de Ibrahim Mahama, envolvendo tanto os artistas da exposição quanto os curadores. A obra “Sauna Lésbica” também terá sua ativação, acompanhada por palestras, conversas e uma festa. Outras atividades incluem um workshop com Tejal Shah, ativações nas obras de Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed, ativação da obra de Denise Ferreira da Silva, com presença de Sadiya Hartmann, uma palestra sobre Wilfredo Lam ministrada por Jacques Lenhard, e um concerto com Niño de Elche. Mais informações e inscrições podem ser feitas aqui.
Veja abaixo o que será preparado para o público ao longo dos três meses de exposição:
Performances e ativações de obras | As participações de Aline Motta, Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda., Ana Pi, Benvenuto Chavajay, Davi Pontes e Wallace Ferreira, Denilson Baniwa, Guadalupe Maravilla, Inaicyra Falcão, Luiz de Abreu, Marilyn Boror Bor, Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed, Niño de Elche, Ricardo Aleixo, Rubiane Maia, Sauna Lésbica, The Living and the Dead Ensemble, Ventura Profana e Will Rawls envolvem a realização de performances e ativações ao longo de todo o período expositivo. Acompanhe a programação em 35.bienal.org.br/agenda.
Mesas e oficinas | Para esta Bienal, a programação de conversas e oficinas é bastante intensa e importante. Não deixe de conferir as atividades que envolvem convidados especiais no auditório do Pavilhão e nos espaços das obras de Cozinha Ocupação 9 de Julho – MTSC, Denise Ferreira da Silva, Denilson Baniwa, Ibrahim Mahama, Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed, e na Sauna lésbica.
Programa de ativações da equipe de educação | Os encontros contam com diversas atividades, como conversas com convidados, coreografando novos movimentos da publicação educativa, além de ativações de obras da exposição e visitas temáticas. Acompanhe a progamação em 35.bienal.org.br/educação.
A programação pública da 35ª Bienal é apoiada pela Open Society Foundations.
Histórias da Bienal
A Bienal reafirma seu compromisso de estender sua programação para além do Pavilhão. Em uma colaboração conjunta entre a Fundação Bienal de São Paulo e o canal Arte1, com apresentação da Bloomberg, o programa Histórias da Bienal está pronto para apresentar uma série de relatos inéditos ao público em geral. Com seis episódios de meia hora cada, o programa aborda temas que vão desde a criação da Bienal, a relação entre arte e política, a participação de povos originários nas exposições até o papel dos curadores na arte contemporânea e a presente edição. A série estreou dia 3 de setembro no Arte1, com lançamentos semanais, e também pode ser vista, a partir dessa data, no Arte1 Play, no YouTube da Fundação Bienal e no espaço de estudos da 35ª Bienal, no terceiro pavimento. Além disso, o material será continuamente utilizado pela equipe de educação da Fundação Bienal em ações de difusão.
José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal, expressa o significado dessa iniciativa: “O meio audiovisual continua sendo uma das maneiras mais eficazes de se conectar com o público e, aqui na Bienal, temos muito a compartilhar. Somos um dos eventos culturais mais reconhecidos globalmente e detentores do título de segunda Bienal mais antiga do mundo. Possuímos um estoque abundante de histórias a serem compartilhadas, as quais, sem dúvida, despertarão a curiosidade e o orgulho do público em relação à trajetória singular da Bienal e sua significância e esperamos que, também, sirvam como um convite a visitar a 35ª edição da mostra.”
Publicações
O catálogo da 35ª Bienal possui 352 páginas e abrange textos e imagens das obras dos 121 participantes desta edição, incluindo contribuições exclusivas dos artistas, bem como ensaios escritos por autores convidados e pelos curadores. O guia da 35ª Bienal, composto por 288 páginas, também reúne textos e imagens das obras dos participantes, e está disponível para compra na Livraria da Travessa e na Loja da Bienal, localizadas no térreo. Adicionalmente, o folder-mapa, fornecido gratuitamente no balcão de informações do térreo, contém o mapa da exposição juntamente com informações úteis aos visitantes.
Este ano, a Bienal introduz uma novidade igualmente gratuita: a distribuição mensalmente atualizada da agenda de programação pública, publicação criada dada a importância dos eventos que acompanham esta edição.
Compõem o rol de publicações lançadas o segundo movimento da publicação educativa da 35ª Bienal, que será lançado no dia 14 de setembro às 19h em conversa aberta com a artista Rosana Paulino. Intitulado “meu modo de pensar é um pensar coletivo/antes de estar em mim, já esteve nelas”, o segundo movimento conta com contribuições de Rosana Paulino, Sueli Carneiro, Geni Núñez e Kênia França, bem como de artistas participantes desta edição.
Visitas mediadas | Em uma experiência de visita mediada, um profissional da Bienal atua como um guia que não apenas explora as obras em exposição, mas também cria um diálogo enriquecedor com os visitantes, estabelecendo uma genuína troca de conhecimentos e percepções. As visitas mediadas desdobram-se em uma variedade de abordagens: podem ser agendadas previamente para grupos, realizadas de maneira espontânea nos horários designados ou até mesmo iniciadas pelos próprios visitantes, que têm a oportunidade de se dirigirem aos mediadores nos espaços dedicados à intermediação. Saiba mais sobre o programa de mediação aqui.
A Bienal em áudio: audioguia inclusivo da 35ª Bienal | Com vozes de Dandara Queiroz, Isa Silva, Luanda Vieira, Renan Quinalha e Stephanie Ribeiro, o audioguia inclusivo da 35ª Bienal passa por vinte obras que compõem a mostra. Ao seguir o percurso proposto – desde a obra “Parliament of Ghosts” [Parlamento de fantasmas], de Ibrahim Mahama, na entrada da exposição, até “Outres”, de Daniel Lie, no andar roxo –, o visitante será guiado por todo o Pavilhão. Cada uma das faixas apresenta histórias relacionadas às obras e comenta os processos dos participantes. Como é um audioguia inclusivo, ele também está disponível em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os conteúdos podem ser acessados pelo site 35.bienal.org.br/audioguia ou pelos QR Codes disponibilizados nas legendas das obras selecionadas.
Acessibilidade e inclusão | Além das visitas mediadas e do audioguia da 35ª Bienal, há outras iniciativas de inclusão, todas planejadas com o apoio da consultoria especializada em acessibilidade Mais Diferenças.
Textos em braile e em fonte ampliada | A Fundação Bienal preparou um percurso acessível para pessoas cegas e com baixa visão, que pode ser complementado por textos curatoriais e textos sobre as obras impressos em braile e em versão com fonte ampliada e contraste. Basta procurar os espaços de educação – mediação para ter acesso ao material.
Maquetes táteis | No espaço de educação – mediação do andar verde, o visitante encontra maquetes táteis do Parque Ibirapuera e do Pavilhão Ciccillo Matarazzo para auxiliar na compreensão das dimensões do edifício.
Cartaz e plantas táteis | Em cada andar, o visitante encontra uma planta tátil do espaço e versões táteis do cartaz da mostra, desenhado pela artista Nontsikelelo Mutiti.
Acessibilidade física | A Bienal conta com elevadores, rampas de acesso, banheiros adaptados e sistema de sonorização de emergência. Além disso, cadeiras de rodas são disponibilizadas para uso durante as visitas – basta pedir a um orientador de público na entrada do Pavilhão.
Guia digital | Para facilitar a experiência de visitação da mostra, a Fundação Bienal firmou uma parceria com a Bloomberg Connects, um aplicativo gratuito com guias para mais de duzentos museus e espaços culturais por todo o mundo. Basta baixar o aplicativo para ampliar sua visita com informações e detalhes sobre esta Bienal, como textos, fotos e vídeos sobre os participantes e suas obras, assistir a vídeos sobre arte contemporânea, descobrir a localização dos participantes na mostra e acompanhar a programação pública.
Vozes Bienal | Com um grupo de 32 embaixadores virtuais conhecidos como Vozes, a Bienal ecoa seus valores no mundo digital e reflete sobre os assuntos trazidos à tona pelas obras e pelos participantes da mostra. Acesse nossos destaques no Instagram e conheça as Vozes: Ana Carolina Ralston, Ana Hikari, Astrid Fontenelle, Bárbara Alves, Dandara Queiroz, Djamila Ribeiro, Facundo Guerra, Fernanda Simon, Gilson Rodrigues, Isa Silva, Janaron Uhãy Pataxó, Johanna Stein, Kananda Eller, Kevin David, Laís Franklin Vieira, Luanda Vieira, Luísa Matsushita, Luiza Adas, Mari Stockler, Maria Carolina Casati, Maria Prata, Mel Duarte, Paulo Borges, Rachel Maia, Regina Casé, Renan Quinalha, Rita Carreira, Sabrina Fidalgo, Stefano Carta, Stephanie Ribeiro, Thai de Melo, Vivi Villanova.
Campanha publicitária | Com o slogan “Bienal de São Paulo: o ponto de encontro de todos os pontos de vista”, a campanha publicitária da 35ª Bienal de São Paulo, elaborada pela agência DOJO e produzida pela Iconoclast, estará presente em todos os principais meios de comunicação e na cidade. Com o objetivo de destacar o Pavilhão como um espaço de encontros diversos, a campanha utilizará a linguagem em primeira pessoa das redes sociais (o POV) para ilustrar como a mostra acolhe uma ampla variedade de interações com a arte.
Sobre a Fundação Bienal de São Paulo | Fundada em 1962, a Fundação Bienal de São Paulo é uma instituição privada sem fins lucrativos e vinculações político-partidárias ou religiosas cujas ações têm como objetivo democratizar o acesso à cultura e estimular o interesse pela criação artística. A Fundação realiza a cada dois anos a Bienal de São Paulo, a maior exposição do hemisfério Sul, e suas mostras itinerantes por diversas cidades do Brasil e do exterior. A instituição é também guardiã de dois patrimônios artísticos e culturais da América Latina: um arquivo histórico de arte moderna e contemporânea que é referência na América Latina (Arquivo Histórico Wanda Svevo), e o Pavilhão Ciccillo Matarazzo, sede da Fundação, projetado por Oscar Niemeyer e tombado pelo Patrimônio Histórico. Também é responsabilidade da Fundação Bienal de São Paulo a tarefa de idealizar e produzir as representações brasileiras nas Bienais de Veneza de arte e arquitetura, prerrogativa que lhe foi conferida há décadas pelo Governo Federal em reconhecimento à excelência de suas contribuições à cultura do Brasil.
35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível
Curadoria: Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel
6 setembro – 10 dezembro 2023 ter, qua, sex, dom: 10h – 19h (última entrada: 18h30); qui, sáb: 10h – 21h (última entrada: 20h30)
Pavilhão Ciccillo Matarazzo Parque Ibirapuera · Portão 3
Entrada gratuita.
(Fonte: Index Conectada)
O Museu de Arte Urbana de Belém começou a ganhar forma no último dia 5 de setembro, quando 21 artistas visuais iniciaram o trabalho de grafitagem nos muros, fachadas e paredes de prédios localizados no Complexo do Ver-o-Rio. A iniciativa é uma ação voltada para a valorização e fortalecimento do movimento conhecido como street art (arte urbana), mas também integra uma série de eventos que vêm aquecendo o turismo na região amazônica em ritmo de prévia do que será a COP 30 – a capital paraense foi escolhida a sede do maior evento sobre mudanças climáticas em 2025.
Serão cerca de 15 dias de grafitagem no MAUB, que promete ser um dos maiores museus a céu aberto do país. Os artistas que terão sua arte gravada nos espaços foram selecionados via edital publicado no site. O chamamento também incluiu, dentre as atividades a serem realizadas pelos contemplados, 14 oficinas de arte urbana para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, visitas guiadas gratuitas e um festival de música. A inauguração do complexo de obras está prevista para 24 deste mês com um grande festival de música e gastronomia.
O projeto foi aprovado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura e patrocinado pelo Instituto Cultural Vale e pelo Nubank, e conta com o olhar do renomado fotógrafo e curador de arte William Baglione. “Além da altíssima qualidade dos artistas, conseguimos fazer um line-up inclusivo: são 12 nortistas, amazônidas, três nordestinos, quatro sudestinos, um sulista e um centro-oestino. As mulheres também são maioria: 12 mulheres e nove homens”, diz Baglione. “Foi muito interessante fazer a curadoria a partir de um edital público, porque apesar de termos convidado vários deles a se inscreverem, outros foram ótimas surpresas”.
Foram levados em consideração, além da qualidade artística, a experiência, estilo e perfil de cada artista. Baglione ressalta que o maior painel medirá impressionantes 22 metros de altura por 56 de largura, demandando um artista experiente, cujo estilo seja compatível com o tamanho da obra.
Gibson Massoud, da Sonique Produções, responsável e idealizador do projeto, conta que agora seus esforços estão no festival do dia 24 de setembro: “Ao mesmo tempo em que uma parte da equipe está focada em dar todo o apoio aos artistas, outra está fazendo a curadoria do festival, que vai inaugurar o MAUB no dia 24 com muita música e gastronomia. Além, é claro, de um período de visitas guiadas pelas obras e oficinas para jovens em situação de vulnerabilidade social”.
Confira os artistas selecionados no site.
(Fonte: 2Pró Comunicação)
No dia 1º de setembro, a Companhia de Teatro Heliópolis estreou o espetáculo “Quando o Discurso Autoriza a Barbárie” no Sesc Belenzinho. Com encenação de Miguel Rocha, a montagem coloca em cena fragmentos de períodos históricos do Brasil que elucidam as barbáries praticadas pelo Estado, “justificadas” e naturalizadas pelo discurso político nas mais diferentes esferas públicas e que continuam sendo direcionadas aos mesmos corpos.
O espetáculo é resultado de pesquisa da Companhia de Teatro Heliópolis sobre como o Estado brasileiro, há mais de cinco séculos, desde o início da colonização portuguesa até o atual cenário político-social, vem autorizando a barbárie e seus atravessamentos justificando privilégios, hierarquias e opressões. A Companhia compreende que investigar as origens da violência social implica compreender como a história se repete: primeiro, como tragédia; depois, como farsa, conforme Karl Marx já assinalara.
“Quando o discurso autoriza a barbárie” desvela, em cena, muito desse conjunto de visualidades e enunciados que sustenta a violência estatal e institucional no Brasil contemporâneo. Ao radicalizar a pesquisa ético-estética desenvolvida nos últimos anos, a Companhia de Teatro Heliópolis aposta numa encenação híbrida apoiada no desdobramento de imagens-síntese, em que os corpos das atrizes e dos atores em diálogo com o próprio espaço cênico e suas materialidades compõem o eixo dramatúrgico principal. E assim põe em xeque a organização lógica de eventos que compõem a história oficial do Brasil.
O desafio de construir uma dramaturgia sem o texto propriamente dito traz uma abordagem nova para essa reflexão. Enquanto criadores, os integrantes da companhia aprofundam na linguagem do corpo, constroem partituras com ações corporais e jogo relacional que potencializa a simbologia da violência, considerando que apenas a palavra pode já não ser elemento suficiente para expor o discurso de forma contundente.
A construção poética das cenas, em narrativa não linear, surpreendem pela concretude, pela força e sutileza ao conjugar ações físicas, atitudes, gestos e sequências corográficas, onde a iluminação (Guilherme Bonfanti) em perfeita harmonia com a música e o canto (trilha sonora original criada por Peri Pane) tem papel fundamental. A encenação lança mão também de artifícios como vídeos e áudios gravados para compor a dramaturgia. “A investigação do espetáculo constata que a barbárie e a violência sempre foram patrocinadas pelo Estado, desde a exploração e dizimação dos indígenas, do uso mão escrava, da exploração das riquezas naturais a qualquer custo e da repressão na ditadura militar. Para discutirmos essas e outras questões sociais, culturais e políticas contemporâneas, precisamos voltar o olhar para o passado, para a origem, pois elas sempre estiveram presentes”, comenta o encenador Miguel Rocha.
A Companhia de Teatro Heliópolis | Com 13 trabalhos no repertório, a Companhia de Teatro Heliópolis é um grupo atuante reconhecido nacionalmente que realiza trabalho ininterrupto e consistente desde o ano 2000 em Heliópolis, uma das maiores favelas da capital paulistana. Em 2022, o espetáculo “CÁRCERE ou Porque as Mulheres Viram Búfalos” foi agraciado com os prêmios: APCA – categoria Dramaturgia, indicado também em Direção; Prêmio SHELL de Teatro – categorias Dramaturgia e Música, indicado também em Direção; VI Prêmio Leda Maria Martins – categoria Ancestralidade e ainda indicado pela Folha de S. Paulo como um dos Melhores Espetáculos de 2022. O grupo, como artistas e também moradores da região, tem estabelecido diálogo vivo e dinâmico com o local onde atua.
FICHA TÉCNICA – Concepção e encenação: Miguel Rocha. Provocação dramatúrgica: Alexandre Mate. Provocação cênica e texto para programa: Maria Fernanda Vomero. Elenco: Álex Mendes, Anderson Sales, Dalma Régia, Davi Guimarães, Fernanda Faran, Isabelle Rocha e Walmir Bess. Direção de movimento e estudo da Ideokinesis: Érika Moura. Direção musical: Peri Pane. Trilha sonora: Peri Pane e Otávio Ortega. Músicos (ao vivo): Alisson Amador e Jennifer Cardoso. Iluminação: Guilherme Bonfanti. Assistência de iluminação: Giorgia Tolaini. Cenografia: Eliseu Weidi. Figurino: Samara Costa. Assistência de figurino: Paula Knop. Preparação vocal: Bel Borges e Edileuza Ribeiro. Dança: Sayô Pereira e Flávia Scheye. Organização de roteiro e edição de vídeo: Gabriel Fausztino. Animação: Teidy Nakao. Sonoplastia e operação de som: Lucas Bressanin. Operação de luz: Nicholas Matheus. Operação de vídeo: Allysson do Nascimento. Canções originais: “Invento” (Eunice Arruda e Peri Pane), “Canto da Partida” (Lucina e Peri Pane), “Liquidação Total” (Peri Pane), “Sobre os Ossos” (Marion Hesser e Peri Pane), “Coro” (Edileuza Ribeiro). Participações: Catarina Nimbopy’rua, Edileuza Ribeiro e Tata Orokzala. Estúdio / gravação de trilha: Estúdio 100 Grilos, por Otávio Ortega. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Assessoria Jurídica: Martha Macrus de Sá. Fotografia: Rick Barneschi. Direção de produção: Dalma Régia. Idealização e produção: Companhia de Teatro Heliópolis. Realização: Sesc São Paulo.
Serviço:
Espetáculo “Quando o Discurso Autoriza a Barbárie” com a Companhia de Teatro Heliópolis
Temporada: 1º de setembro a 1º de outubro de 2023
Horários: sexta e sábado, às 20h, e domingo e feriado, às 17h
Local: Sala I (120 lugares) – com acessibilidade.
Ingressos: R$30,00 (inteira), R$15,00 (meia-entrada) e R$10,00 (credencial Sesc)
Duração: 90 minutos. Classificação: 16 anos. Gênero: Experimental.
Instagram: ciadeteatroheliopolis | Facebook: companhiadeteatroheliopolis
Sesc Belenzinho
Rua Padre Adelino, 1000. Belenzinho – São Paulo / SP
Telefone: (11) 2076-9700 | Belenzinho.
Estacionamento: de terça a sábado, das 9h às 21h; domingos e feriados, das 9h às 18h.
Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$5,50 a primeira hora e R$2,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$12,00 a primeira hora e R$3,00 por hora adicional.
Transporte Público: Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m).
(Fonte: Verbena Assessoria)