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“Tom na Fazenda” faz temporada no Teatro FAAP

São Paulo, por Kleber Patricio

Armando Babaioff e Gustavo Rodrigues. Fotos: Victor Pollak.

A passagem da peça “Tom na Fazenda” em São Paulo, que tem à frente o ator e produtor Armando Babaioff com direção de Rodrigo Portella, repetiu o sucesso recente de sua temporada de um mês em Paris, em março deste ano, quando teve todos os ingressos esgotados e fila de espera no Théâtre Paris-Villette, com grande repercussão entre a imprensa da cidade e o público – foi o melhor público e bilheteria da casa dos últimos 20 anos.

Em São Paulo, foram mais de sete mil ingressos vendidos, com entradas esgotadas muito antes do fim da temporada. Por conta da procura e de pedidos do público, a produção fechou mais dois meses de apresentações no Teatro FAAP, de 9 de agosto até 28 de setembro, exclusivamente às quartas e quintas, e que irá acontecer concomitante com a turnê, já agendada no segundo semestre, pelo Norte e Nordeste nos finais de semana entre os meses de agosto e novembro.

A peça, baseada na obra “Tom à la Ferme”, do autor canadense Michel Marc Bouchard, aborda a inabilidade do indivíduo para lidar com o preconceito, a impotência, a violência e o fracasso. Trata de assuntos caros ao Brasil: apesar de a homofobia não ser o tema principal, é por causa dela que o destino dos personagens se dá; é uma peça sobre mentiras e relações de dominação. A produção brasileira, considerada pelo autor canadense a versão definitiva de seu texto, atravessou, bravamente resistindo, os piores anos da história do Brasil: sofreu censura, pois teve uma temporada cancelada sem muitas explicações.

Na trama, o publicitário Tom (Armando Babaioff) vai à fazenda da família para o funeral de seu companheiro. Ao chegar, descobre que a sogra (Soraya Ravenle) nunca tinha ouvido falar dele e tampouco sabia que o filho era gay. Nesse ambiente rural e austero, Tom é envolvido numa trama de mentiras criada pelo truculento irmão (Gustavo Rodrigues) do falecido, estabelecendo com aquela família relações de complicada dependência. A fazenda, aos poucos, vira cenário de um jogo perigoso, em que quanto mais os personagens se aproximam, maior a sombra de suas contradições.

Idealizada pelo ator e produtor Armando Babaioff, que também assina a tradução, a encenação é dirigida por Rodrigo Portella. “Tom na Fazenda” traz no elenco Soraya Ravenle, Gustavo Rodrigues e Camila Nhary, além do próprio Babaioff.

A montagem de “Tom na Fazenda no Brasil” transformou a carreira do ator Babaioff. Além de a peça conquistar inúmeros prêmios em diversas categorias, incluindo melhor espetáculo, para o ator também tem sido uma grande surpresa: ele ganhou, além da amizade com o autor canadense, o direito de montar qualquer peça de Bouchard e, depois do sucesso no Festival d’Avignon, foi convidado para criar, junto do parceiro Rodrigo Portella, um novo trabalho em coprodução com teatros internacionais para 2025.

Projeção internacional

A projeção internacional começou no verão de 2022, quando “Tom na Fazenda” participou do Festival d’Avignon, na França, para o público e programadores de teatros. Ao lado de cerca de 1700 espetáculos de diversos lugares do mundo, foi um dos destaques do evento. Além de Paris, estão programadas para a temporada 2023/2024 mais de 45 apresentações em 27 cidades, da França, Bélgica, Suíça, Marrocos e Portugal. Até 2026, há uma agenda de apresentações internacionais.

“Depois da pandemia, diante das inúmeras incertezas no cenário cultural brasileiro, num primeiro movimento de uma retomada das atividades resolvi apostar mais uma vez na peça. Arquei com os custos para levar o trabalho para o Festival d’Avignon, acreditando na internacionalização do projeto. A ideia era ter dois ou três contratos com produtores internacionais para cobrir os gastos. Mais uma surpresa: as 21 apresentações da peça na cidade francesa tiveram ingressos esgotados. E a peça independente tem agora, pela primeira vez, uma vida internacional”, conta Babaioff.

Tom na Fazenda – A peça estreou em março de 2017 e, no Brasil, conquistou vários prêmios: da APCA, Shell, Cesgranrio, APTR, Questão de Crítica e Associação de Críticos de Teatro de Québec. Desde então, foram mais de 280 apresentações em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Montreal (interrompida pela pandemia), Avignon e Paris, com um público de mais de 45 mil pessoas.

Quando Babaioff pediu os direitos para realizar a peça no Brasil, o autor canadense pediu para assistir à estreia. Em 2017, ele veio ao Rio de Janeiro para acompanhar o trabalho. Ficou surpreso. Foi de Bouchard a ideia de convencer o programador do Festival TransAmériques (FTA), em Montreal, no Canadá – um dos festivais de teatro contemporâneo mais importantes da América do Norte – a levar a peça para lá. Era a única representante brasileira e as três apresentações tiveram a casa lotada. “No final, fomos surpreendidos com 12 minutos de aplausos”, conta Babaioff. “Ali nós percebemos a força da peça. A nossa encenação é muito violenta, as pessoas em Montreal ficaram chocadas com isso. Há um momento em que meu personagem fica pendurado de cabeça para baixo; é muito forte. Após essa breve passagem pelo FTA, fomos surpreendidos ao receber o prêmio de melhor espetáculo concedido pela Associação Québécoise de Críticos de Teatro e estávamos concorrendo com o encenador Ivo Van Hove (diretor de origem belga, hoje à frente do Toneelgroep Amsterdam)”, completa.

Armando Babaioff – idealizador, tradutor e ator | Ator, produtor e tradutor. Tem 42 anos e 27 anos de carreira. No teatro, atuou em “A Primeira Noite de um Homem”, de Mike Nichols, “Senhorita Júlia”, de August Strindberg, “Na Solidão dos Campos de Algodão”, de Bernard-Marie Koltès (indicado ao Prêmio de Melhor Ator pela APTR) e “A Gota d’Água”, de Chico Buarque. No cinema, esteve presente nos premiados “Homem-Livre’, de Álvaro Furloni, e “Sangue Azul’, de Lírio Ferreira; seu último trabalho em televisão foi o personagem Diogo Cabral, em “Bomsucesso”, na Rede Globo. Sua tradução de “Tom na Fazenda”, do franco-canadense Michel Marc Bouchard, foi publicada pela editora Cobogó.

Rodrigo Portella – diretor | Artista da cena, nascido em Três Rios, interior do Estado do Rio de Janeiro, é diretor teatral, iluminador e dramaturgo. Ganhou os mais importantes prêmios de teatro brasileiro da última década com as peças “As Crianças”, de Lucy Kirkwood, em 2020, e “Tom na Fazenda”, de Michel Marc Bouchard, em 2018. Este último ganhou o Prêmio de Melhor Espetáculo Estrangeiro em Montreal e os prêmios de melhor espetáculo teatral de 2019 pela APCA (Associação de Críticos de Arte de São Paulo) (SP – 2019) e APTR (Associação de Produtores de Teatro do Rio de Janeiro) APTR (RJ 2018).

Michel Marc Bouchard (autor) | Uma das vozes mais importantes do teatro de Quebec, Michel Marc Bouchard nasceu em Quebec, Canadá, e teve sua primeira peça de teatro produzida profissionalmente em 1983, “La Contre-nature de Chrysippe Tanguay, Écologist”. Desde então, escreveu mais de 25 peças, traduzidas para diversos idiomas e apresentadas em diferentes países. Sua obra mais conhecida é “Les Feluettes”, foi roteirizada e dirigida por John Greyson em filme homônimo. Sucesso no teatro, “As Musas Orfelinas” e “Tom na Fazenda” também foram adaptadas para o cinema pelos diretores Robert Favreau e Xavier Dolan, respectivamente. Ao longo de sua carreira, Bouchard recebeu importantes prêmios de artes cênicas no Canadá: Prix Journal de Montreal, Prix du Cercle des Critiques de L’outaouais, Moore Award Dora Mavor for Outstanding New Play, Floyd S. Chalmers Award Canadian Play, Jessie Richardson Theatre Awards. Atualmente é membro da Academia de Letras de Quebec.

FICHA TÉCNICA

Texto: Michel Marc Bouchard

Tradução: Armando Babaioff

Direção: Rodrigo Portella

Elenco: Armando Babaioff, Soraya Ravenle, Gustavo Rodrigues e Camila Nhary

Cenografia: Aurora dos Campos

Iluminação: Tomás Ribas

Figurino: Bruno Perlatto

Direção Musical: Marcello H.

Coreografia: Toni Rodrigues

Design Gráfico + Mídias Sociais: Victor Novaes

Direção de Produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela

Assessoria de Imprensa SP: Canal Aberto – Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes

Produção Executiva SP: Cláudia Barbot e Júlia Tavares

Idealização: Armando Babaioff (quadrovivo).

Serviço:

Tom na Fazenda

De 9 de agosto a 28 de setembro

Horários: quartas e quintas, 20h

Local: Teatro FAAP (Rua Alagoas, 903, Higienópolis, São Paulo/SP)

Duração: 120 min

R$120,00 e R$60,00 (meia)

Sistema de vendas: bilheteria, telefone (11 3662-7233 / 11 3662-7234) e site http://www.faap.br/teatro.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)

MASP apresenta Sala de Vídeo: Brook Andrew

São Paulo, por Kleber Patricio

O MASP – Museu de Arte de São Paulo “Assis Chateaubriand” apresenta, de 25 de agosto a 8 de outubro de 2023, no 2º subsolo do museu, “Sala de vídeo: Brook Andrew”, que exibe o vídeo “Smash it” (2018). Com curadoria de Leandro Muniz, assistente curatorial, MASP, o filme, apresentado pela primeira vez no Brasil, reúne, em uma edição abrupta, elementos de uma série de outros trabalhos do artista, criando narrativas fragmentárias que questionam apagamentos sociais e estruturas jurídicas e culturais relacionadas ao processo de colonização do território australiano.

Brook Andrew (Sydney, Austrália, 1970) é um artista, curador e professor que tem como prática a investigação das formas de representação e preservação da memória dos povos aborígenes, em especial os Wiradjuri e Ngunawal, dos quais é descendente. Em sua pesquisa, trabalha com materiais de arquivos que incluem fotografias dos séculos 19 e 20, filmes, desenhos animados, entrevistas e notícias. Seus trabalhos, intervenções em museus, pesquisas, palestras e projetos curatoriais, impulsionados pelo desejo de fomentar formas indígenas de conhecimento, provocam as limitações impostas pelas estruturas de poder e pela amnésia histórica.

Para o curador Leandro Muniz, além de o artista discutir as opressões históricas e relações de poder desenvolvidas no processo de colonização do território australiano, “Andrew interessa-se pelos fluxos culturais estabelecidos nesse período. Sua obra é marcada por um raciocínio de colagem, contrapondo documentos e cores ácidas, grafismos dos povos originários e pinturas murais, palavras na língua Wiradjuri e neons”.

O filme é dividido em duas partes: a primeira exibe entrevistas com pesquisadores, ativistas e políticos que manifestam diferentes pontos de vista sobre os direitos indígenas às terras australianas, bem como os conflitos culturais vivenciados por eles atualmente. A esses depoimentos são contrapostos materiais de arquivo – como fotografias, documentos e relatos –, que ora apresentam narrativas recalcadas sobre os aborígenes, ora questionam os modos estereotipados como foram registrados e representados por pessoas externas a essas comunidades.

Já na segunda parte, Andrew se apropria do filme “Jedda” (1955), no qual, pela primeira vez na história, atores aborígenes representam seus próprios grupos sociais. Andrew já havia utilizado esse filme em outro trabalho; contudo, esse não possuía trilha sonora ou diálogos, apenas legendas que deslocavam o discurso original para uma narrativa de sublevação dos grupos oprimidos. Dessa vez, a trilha sonora é composta de música eletrônica e trechos das falas originais. “‘Smash it’ é marcado por janelas que se abrem ao longo da narrativa, cores ácidas e marcadores próprios do mundo digital reiterando as múltiplas temporalidades que convivem e se chocam na obra, refletindo as diversas identidades que comunidades indígenas assumem no presente”, pontua o curador.

Sobre Brook Andrew

Brook Andrew é um artista, curador e professor nascido em Sydney, Austrália, em 1970. Sua prática é ancorada em sua perspectiva como um australiano Wiradjuri e Ngunawal (indígena) e como pessoa celta. Já expôs em instituições como Royal Albert Memorial Museum (Exeter), Gropius Blau (Berlin), Musée du quai Branly (Paris), Musée d’ethnographie de Genève (Geneva) e National Gallery of Victoria (Melbourne), entre outras. Foi curador da 22ª Bienal de Sydney, consultor internacional para o Pavilhão Sámi da 59ª Bienal de Veneza e artista participante da 15ª Sharjah Biennial. Como pesquisador, Andrew é professor na Universidade de Melbourne, pesquisador associado no Pitt Rivers Museum e no laboratório de pesquisa Wmimjeka Djeembana, Universidade de Monash. É DPhil pela Ruskin School of Art, Universidade de Oxford, e suas palestras, conferências e talks podem ser acessados em instituições como Palais de Tokyo, Stelijk Museum e Museum Summit. Somando à sua prática artística e acadêmica, Andrew estabeleceu o braço editorial Garru Editions.

Serviço:

Sala de Vídeo: Brook Andrew

Curadoria de Leandro Muniz, assistente curatorial, MASP

2º subsolo

Visitação: 25/8 – 8/10/2023

MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand

Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista – São Paulo, SP

Telefone: (11) 3149-5959

Horários: terça grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas. Entrada gratuita em todas as primeiras quintas-feiras do mês – um oferecimento B3.

Agendamento on-line obrigatório pelo link de ingressos

Ingressos: R$60 (entrada); R$30 (meia-entrada)

Site | Facebook | Instagram.

(Fonte: Museu da Arte de São Paulo “Assis Chateaubriand”)

Feijão Letrado encerra temporada em Indaiatuba levando livros a crianças

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Projeto já distribuiu 5,6 mil livros e também realiza oficinas de brinquedos recicláveis e “contação” de histórias. Fotos: Charbel Chaves.

Após distribuir mais de 5,6 mil livros para crianças em diversas cidades do Estado de São Paulo, o Projeto Feijão Letrado encerrou sua temporada 2023 em Indaiatuba beneficiando duas entidades. O projeto começou com distribuição de livros infantis em cestas básicas entregues a famílias carentes durante a pandemia e se transformou em um programa itinerante. Ele já percorreu a Capital, a Grande São Paulo, a região de Campinas e outras cidades do Interior.

Os livros foram entregues em Indaiatuba dia 12 de agosto para crianças do PAASI (Rua José Maria de Almeida, s/n – João Pioli) do CRAS Campo Bonito. Além dos livros, foi realizada uma oficina de brinquedos recicláveis e “contação” de histórias para as crianças.

Criado pelos produtores culturais Reginaldo Menegazzo e Genivaldo Amorim, que atuam na região de Campinas, o projeto conta com patrocínio da Spartan, que financia a distribuição dos livros e apresentações. “É um prazer poder participar deste projeto muito importante para a cultura e as nossas crianças”, disse David James Drake, diretor presidente da Spartan do Brasil.

A ideia surgiu com a finalidade de incentivar a leitura durante o período de isolamento social, pois as crianças estavam afastadas na época do ambiente escolar. Depois disso, os produtores decidiram continuar estimulando a leitura e pensaram em uma ação com maior impacto, voltada desta vez para beneficiar instituições beneficentes, escolas e centros culturais que trabalham com crianças.

A iniciativa foi aprovada para receber benefício via lei de incentivo ProAC ICMS, do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, que possibilita a viabilidade de projetos culturais pelo estado de São Paulo.

Estante/arte

O principal objetivo do projeto é criar pontos de convergência, que direcionem e estimulem a atenção das crianças para os livros. O diferencial é a estante/arte criada pelo artista plástico Filiage. A ideia de colocar os exemplares em uma obra de arte foi pensada como uma forma das crianças vivenciarem uma experiência ímpar de acesso às obras.

Com isso e com as atividades previstas a serem realizadas durante as doações e junto às crianças das instituições, o projeto espera garantir maior engajamento do público infantil em relação à leitura e recuperar parte dos contatos com a cultura e literatura perdidos durante o período de isolamento social das famílias.

(Fonte: Marcelo Andriotti)

Galeria Nara Roesler São Paulo apresenta “Sérgio Sister – Pintura entre Frestas e Cavidades”

São Paulo, por Kleber Patricio

Sérgio Sister, “Vermelhos com ligação e lateral cinzas”, 2023, tinta a óleo sobre tela 35 x 57 cm. Fotos: Flavio Freire.

A Galeria Nara Roesler São Paulo apresenta “Pintura entre Frestas e Cavidades”, individual de Sérgio Sister que reúne três séries de trabalhos desenvolvidas pelo artista ao longo das últimas décadas, incluindo pinturas Pontaletes, Ripas e Caixas. A mostra é acompanhada de texto de Felipe Scovino.

Sister iniciou sua carreira na década de 1960, período em que o país vivia grandes turbulências políticas com a ascensão da Ditadura Militar, com um trabalho marcado por uma linguagem fortemente influenciada pela Arte Pop e a Nova Figuração. Engajado no movimento estudantil, foi preso e torturado, tendo inclusive criado um importante corpo de trabalhos na prisão. Libertado, retomou sua carreira artística apenas no início da década de 1980, momento em que a pintura ressurgia com muita força no cenário brasileiro e mundial. Desde então, sua pesquisa tem se voltado para elementos constitutivos da pintura, como a cor e a superfície, e sua relação com o espaço.

Sérgio Sister, “Petróleo e prata com ligação magenta”, 2022, tinta a óleo sobre tela, 183 x 190 cm.

Na presente exposição, as pinturas sobre tela consistem em dípticos e polítpticos de distintas cores agrupados entre si por meio de uma chapa de metal. Entre eles, existem pequenos intervalos que são preenchidos por faixas de cor. Nas palavras do crítico Felipe Scovino: “são peças que requerem a construção modular, mas têm autonomia”. Ao mesmo tempo em que Sister reafirma o monocromo de cada tela, bem como sua planaridade, causa uma espécie de “quebra” por meio desses intervalos, abraçando a tridimensionalidade.

Outro importante corpo de trabalhos que integra a mostra são as Caixas, em que o artista utiliza como suporte estruturas por ele fabricadas que fazem alusão a caixas de madeira empregadas no transporte e armazenamento de frutas e legumes em feiras livres e supermercados. Sister recobre as faixas de madeira que constituem essas estruturas com diferentes cores. Assim, por meio da tridimensionalidade do objeto, é possível perceber a interação entre as tonalidades, levando também a pintura para um campo expandido, no qual a mesma deixa de existir exclusivamente no plano e passa a se dar também sobre objetos encontrados. Complementando a investigação entre cor e tridimensionalidade, estão também trabalhos da série Ripas, na qual Sister dialoga com alguns importantes nomes da história da arte brasileira, como Willys de Castro.

Também integram a exposição três pinturas realizadas sobre papel kozo. Tal suporte, feito com fibra de papel de arroz, é utilizado pelo artista desde o final da década de 1980 e, ao mesmo tempo em que chama a atenção por sua delicadeza, se destaca também por sua grande maleabilidade e resistência. Os trabalhos da mostra possuem um caráter mais orgânico que os anteriores da mesma série, apresentando mais liberdade e menos rigor geométrico.

Sobre Sérgio Sister

Sérgio Sister (n. 1948, São Paulo, Brasil) iniciou sua produção no final da década de 1960, período em que atuou como jornalista e se aproximou da militância política de resistência ao regime militar brasileiro (1964–1985). Como parte da geração 80, ele revisita uma antiga temática pictórica: a interação entre superfície e tridimensionalidade, na tentativa de liberar a pintura no espaço. O que marcou sua produção da época foi a superposição de camadas cromáticas resultando em campos de cor autônomos que coexistem harmoniosamente. Hoje, seu trabalho combina pintura e escultura. Ele utiliza suportes derivados de estruturas encontradas e de sistemas designados a servir a nossas necessidades cotidianas, como observado nas séries Ripas, produzida desde o final dos anos 1990, e Caixas, desde 1996, cujos nomes referem-se aos produtos manufaturados dos quais derivam.

Sérgio Sister, “Terras, cobre e ouro”, 2022, tinta óleo sobre tela, 24 x 72,5 cm.

Sérgio Sister reside e trabalha em São Paulo, Brasil. Entre suas exposições individuais recentes, destacam-se “Then and Now”, na Nara Roesler (2019), em Nova York, Estados Unidos; “Sérgio Sister: o sorriso da cor e outros engenhos”, no Instituto Ling (2019), em Porto Alegre, Brasil; “Sérgio Sister”, na Kupfer Gallery (2017), em Londres, Reino Unido; ‘Sérgio Sister: Malen Mit Raum, Schatten und Luft”, na Galerie Lange + Pult (2016), em Zurique, Suíça; “Expanded Fields”, no Nymphe Projekte (2016), em Berlim, Alemanha, e “Sérgio Sister”, Pinacoteca do Estado de São Paulo (2013). Participou das 9ª e 25ª edições da Bienal de São Paulo, Brasil (1967, 2002). Exposições coletivas recentes incluem “Co/respondences”, Galeria Nara Roesler NY (2023); “A linha como direção”, na Pina Estação (2019), em São Paulo, Brasil; “The Pencil is a Key: Art by Incarcerated Artists”, no The Drawing Center (2019), em Nova York, Estados Unidos; “Géométries Américaines, du Mexique à la Terre de Feu”, na Fondation Cartier pour l’Art Contemporain (2018), em Paris, França; “AI-5 50 anos – Ainda não terminou de acabar”, no Instituto Tomie Ohtake (ITO) (2018), em São Paulo, Brasil; e “MAC USP no século XXI – A era dos artistas”, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP) (2017), em São Paulo, Brasil (2017). Suas obras fazem parte de importantes coleções, tais como Centre Georges Pompidou, Paris, França; François Pinault Collection, Veneza, Itália; Fundación/Colección Jumex, Cidade do México, México; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio), Rio de Janeiro, Brasil; MAR; MASP; MAC-USP e Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil, entre outras.

Serviço:

Sérgio Sister – Pintura entre Frestas e Cavidades

De 19 de agosto a 7 de outubro de 2023

Galeria Nara Roesler | São Paulo

Av. Europa, 655 – Jardim Europa – São Paulo – SP

T 55 (11) 2039-5454

info@nararoesler.art

Seg a sex | 10h–19h; sáb | 11h–15h.

(Fonte: Pool de Comunicação)

Cervejaria Louvada inaugura nova fábrica em Indaiatuba

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Nascida em Mato Grosso, cervejaria abre a sua terceira indústria, sendo a primeira no estado de São Paulo e terá happy hour aberto ao público no dia 18 deste mês. Foto: divulgação.

Uma das cervejarias mais premiadas do Brasil, a Louvada está expandindo e abrindo sua primeira indústria em São Paulo no município de Indaiatuba. Esta será a terceira fábrica no país, complementando o projeto de expansão da marca, que, em apenas sete anos de existência, já é consagrada como uma das cervejas mais lembradas do país.

Fundada em Cuiabá no ano de 2015, a Louvada possui outras duas indústrias em operação, sendo uma justamente na capital mato-grossense e outra em Porto Velho-RO, onde produz os mais de 20 rótulos autorais que já conquistaram diversos prêmios nacionais e internacionais, com destaque para a Hop Lager, que foi duas vezes considerada a melhor cerveja da sua categoria no Brasil.

A nova fábrica em Indaiatuba é um marco importante para a Louvada e representa um investimento significativo em tecnologia e infraestrutura para atender à crescente demanda por suas cervejas no sudeste brasileiro. “A fábrica foi projetada com equipamentos modernos e de última geração, permitindo que nossas receitas sejam produzidas com a mesma qualidade e excelência, que são atributos fundamentais para a Louvada”, afirma Gregório Ballarotti, sócio e diretor da Louvada.

A Louvada tem como princípio utilizar apenas ingredientes selecionados e de origem certificada em suas receitas, buscando sempre criar bebidas com personalidade e caráter únicos. Seus mestres cervejeiros combinam tradição e inovação para produzir cervejas que surpreendem o paladar dos consumidores, com aromas marcantes, sabores complexos e texturas equilibradas.

Atualmente as duas indústrias já produzem 350 mil litros de cerveja por mês. Com a nova fábrica em operação, a previsão é chegar a 400 mil litros. “Esse crescimento é natural quando existe um bom produto. Nós já atendemos o estado de São Paulo por meio do nosso e-commerce. A partir de agora, teremos uma distribuição melhor e mais rápida para esta região, com uma produção local para atender melhor o consumidor direto e, também, bares e restaurantes”, aponta Ballarotti.

Além do e-commerce, a Louvada também possui os chamados “taproom”, um balcão com diversas torneiras de chopes produzidos pela marca, em Goiânia (GO), Campo Grande (MS) e Manaus (AM). “Somos apaixonados pela cultura cervejeira e respeitamos todo o processo de produção. Nosso compromisso vai além de entregar produtos de excelência – nos dedicamos a criar experiências únicas para os nossos clientes, amigos e parceiros”, finaliza o sócio diretor Gregório Ballarotti.

Happy hour | O primeiro happy hour da Cervejaria Louvada em Indaiatuba acontece no dia 18 de agosto, das 17h à meia noite. A marca realiza tradicionalmente em suas unidades esse tipo de evento aberto ao público, onde todos podem saborear as diversas cervejas que produz.

A nova fábrica está localizada na Rua Topázio, 60, Recreio Campestre Joia, em Indaiatuba, São Paulo. Conheça mais a Cervejaria Louvada: https://louvada.com.br/.

(Fonte: Dialum Assessoria de Imprensa)