Cientistas rebatem argumentos sobre custos de publicação e dificuldades de infraestrutura; entre pontos para tornar a ciência mais aberta estão mudanças na política de avaliação e estímulo ao compartilhamento de dados
Brasil
Há mais de 20 anos em cartaz, o tradicional Madero Tango já se tornou uma atração turística indispensável em Buenos Aires, já vista por mais de 2,5 milhões de pessoas. Impossível visitar a capital portenha sem passar uma noite embalada pelo ritmo argentino, que traz no repertório clássicos mundialmente conhecidos – como “No llores por Mi Argentina”, “El Dia Que me Quieras” e “Mi Buenos Aires Querida”, além de mais de 22 canções do folclore argentino e de autores consagrados, como Astor Piazzolla e Carlos Gardel. Agora, pela primeira vez, o Madero Tango bailará em turnê internacional trazendo para o Brasil o espetáculo “Tango Bonito”, com todo o seu esplendor e romantismo. Serão apresentações únicas, durante todo o mês de setembro, passando por São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
“Esta é uma oportunidade empolgante para os amantes do tango no Brasil desfrutarem da magia e da paixão do Madero Tango. Nós nos destacamos como o principal show de tango em Buenos Aires. Com encenação de alta qualidade, música ao vivo e dançarinos talentosos, proporcionamos uma experiência única que cativa o público local e internacional. Agora, trazer essa proposta artística para o Brasil permitirá que mais pessoas ainda apreciem e desfrutem da beleza do tango sem precisar ir à Argentina”, diz Nicolas Cobos, diretor artístico da companhia.
No palco, cerca de 20 dançarinos apresentam uma dramatização de diferentes momentos cotidianos da vida em Buenos Aires, nos anos dourados do tango. Acompanhados ao vivo por piano, bandoneon, contrabaixo e dois violinos, eles percorrerem situações em bordéis e cortiços, propondo ao espectador, a partir da cenografia, da atuação, da dança e do canto, fazer parte dessa história tão marcante e popular que envolve o tango e o folclore argentinos.
Com idade média de 30 anos, os dançarinos argentinos conseguem passar no palco toda a paixão desse ritmo que empolga e pulsa na alma. “O tango apresenta vários desafios quando se trata de dançar. A conexão com o parceiro, a manutenção de um abraço adequado e de uma boa postura, o domínio da técnica dos pés e das pernas, a interpretação correta da música e a improvisação são alguns dos aspectos mais difíceis”, ensina Paola Jean Jean, que também assina a direção artística do espetáculo.
Agora é só comprar o ingresso, assistir ao espetáculo e se preparar para dar os primeiros passos nesse universo romântico.
Serviço:
Teatro Liberdade – Rua São Joaquim, 129 – Liberdade – São Paulo (SP)
Data: 1, 2 e 3 de setembro — sex, às 21h, sáb, às 20h e dom, às 18h
Ingressos: R$440 (plateia baixa), R$275 (plateia alta), R$275 (balcão A), R$165 (balcão B)
Duração: 75 min.
Classificação: Livre
Curitiba
Teatro Fernanda Montenegro – Rua Cel. Dulcídio 517 (Shopping Novo Batel)
Data: 8, 9 e 10 de setembro – sex, às 21h, sáb, às 20h e dom, às 18h
Ingressos: R$440 (plateia baixa), R$275 (plateia alta), R$165 (balcão A)
Duração: 75 min.
Classificação: Livre
Porto Alegre
Theatro São Pedro – Praça Mal. Deodoro, 2/n – Centro Histórico
Data: 15, 16 e 17 de setembro – sex, às 21h, sáb, às 20h e dom, às 18h
Ingressos: R$440 (plateia), R$275 (camarotes centrais), R$275 (camarotes laterais), R$165 (galerias)
Duração: 75 min.
Classificação: Livre
Rio de Janeiro
Teatro Bangu Shopping – Rua da Fonseca 240 – Espaço 174, Bangu
Data: 27, 28, 29 e 30 de setembro e 1º de outubro – qua, qui e sex, às 21h, sáb, às 20h, e dom, às 18h.
Ingressos: R$440 (plateia baixa), R$275 (plateia alta), R$165 (balcão)
Duração: 75 min.
Classificação: Livre.
(Fonte: Dobbs|Scarpa Assessoria de Comunicação)
Com um olhar sobre o racismo e relações sociais, a peça “O Incidente”, escrita pelo americano Christopher Demos-Brown, está em cartaz no Teatro Vivo. A tradução e direção são de Tadeu Aguiar. No elenco, estão Flavia Santana, Leonardo Franco, Daniel Villas e Marcelo Dog. Será uma curta temporada, com apresentações sextas e sábados, às 20h e aos domingos, às 18h.
A peça acontece em uma delegacia e a trama aborda a história de um casal em busca desesperada por notícias do filho, um oficial de serviço e um tenente calejado pela vida. Em cena, a tensão crescente de não ter notícias do filho, jovem e negro, identificado em uma ação policial. A peça é um retrato da devastação das relações raciais em todos os níveis – maternal, conjugal, social – com um final que faz com que o público, simplesmente, não consiga respirar.
Serviço:
“O Incidente”
Teatro Vivo: Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 – Morumbi – São Paulo (SP)
Apresentações: sextas e sábados, às 20h e aos domingos, às 18h. Classificação indicativa: 12 anos Ingressos: R$120 inteira.
Clientes Vivo Valoriza têm 50% de desconto na compra de até dois ingressos. Para isso, basta fazer o resgate do voucher acessando o app Vivo > Vivo Valoriza > Cultura e depois apresentar o voucher na bilheteria do teatro. Quem preferir fazer a compra online pode acessar o site da Sympla, na opção “Vivo Valoriza”, e apresentar o voucher na entrada do teatro.
*Demais meias entradas: crianças de 0 a 12 anos, estudantes, idosos, pessoas com deficiência, funcionários e professores das redes estaduais e municipais de ensino de São Paulo e CadÚnico. Consulte as regras no site da Sympla.
(Fonte: Agência FR)
A Luste Atelier Editorial & Multimídia apresenta ao circuito moda e cultura sua nova publicação “Ouro Azul”, um trabalho conjunto de Paulo Martinez e Bob Wolfenson com 78 fotografias que documentam o Brasil e os brasileiros narrando suas histórias de vida.
Paulo Martinez, com sua extensa e vigorosa trajetória como editor de moda, é um profissional que sabe contar histórias por sua sensibilidade, conhecimento, elegância e embasamento no segmento onde é referência: a moda. Para a narrativa desses personagens, identificados por meio da leitura de seus códigos de vestuário – que ele conhece profundamente – une-se ao retratista Bob Wolfenson, que nos faz sentir, em seus registros, que o local e a pessoa retratadas estão em seu momento mais puro. Para Paulo Martinez, a possibilidade de registrar os encontros com esses personagens reais ao lado de Bob Wolfenson, um companheiro de jornadas, reafirma sua resistência a estrangeirismos na moda e carinho pela personalidade brasileira tão bela, plural, diversa e múltipla.
O fio condutor comum entre as fotos é a onipresença do jeans – o Ouro Azul – delineando a narrativa dos dois autores que se interessam por pessoas, por gente. Um material tão corriqueiro e versátil, sem preconceito, que permite sua utilização em qualquer idade, gênero, corpo; em uma pluralidade de locais e regiões em múltiplas e incontáveis versões – das autorias às de linha.
“Sair pela estrada e ir encontrando essas pessoas, suas casas, ruas, praças, rios e praias e todos seus objetos carregados de memórias pelas salas, varandas, cozinhas vão revelando o que cada um tem de particular, íntimo e como suas roupas, chapéus, calçados, cabelos contam junto com a cultura local o que o Brasil tem de mais intenso e verdadeiro”, explica Flávia Pommianoksy sobre a parceria Paulo/ Bob. Juntos, selecionam personagens e cenas no Pará, da mesma forma que o fazem em Santa Catarina, Ceará, Bahia ou São Paulo.
A compilação dessas histórias destaca a ampla diversidade e riqueza cultural que deve ser preservada para as próximas gerações. Este livro representa um importante esforço de preservação dos nossos legados históricos, sociais e ambientais, sendo um verdadeiro ato de resistência.
Os autores:
Paulo Martinez (São Paulo, SP) – @paulomartinez.stylist
Vive e trabalha em São Paulo. Atuando no mercado de varejo, desenvolveu coleções, cocriou campanhas para marcas de moda e beleza e editou desfiles para as principais semanas de moda brasileira: SPFW, Fashion Rio e Minas Trend. Além de revistas e campanhas, é um dos criadores do projeto ESTE, uma publicação independente com apenas 300 exemplares numerados à mão pelo próprio editor de moda. Ativo e atuante no segmento por mais de três décadas, Paulo Martinez é consultor, editor de moda, autor do livro “Moda é F#%@” e apaixonado pela moda, principalmente a brasileira.
Bob Wolfenson (São Paulo, SP) – @bobwolfenson
Vive e trabalha em São Paulo. Iniciou na fotografia aos 16 anos. Durante os 50 anos de carreira, tornou-se um dos mais conhecidos fotógrafos de retratos e moda do país. Transita livremente em muitas disciplinas da fotografia. Fez exposições em instituições reconhecidas como Museu de Arte de São Paulo (MASP), Centro Cultural Maria Antônia, Museu de Arte Brasileira (MAB-FAAP), Museu de Arte Moderna de Salvador (MAM-BA ), Museu de Fotografia de Fortaleza (MFF-CE) – que possui acervo permanente de seus retratos –, bem como na Galeria Millan, que o representou por 17 anos. Possui obras em importantes acervos públicos e particulares, como Museu de Arte Contemporânea Arte de São Paulo (MAC), Museu de Fotografia da Cidade de Curitiba, Galeria Nacional de Arte Zacheta (Varsóvia), Museu de Fotografia de Fortaleza, Museu de Arte de São Paulo (MASP) e Itaú Cultural. Entre seus muitos livros, destacam-se “Antifachada”, “Apreensões”, “Belvedere” e “Desnorte”.
LIVRO
Título: Ouro Azul
Autores: Paulo Martinez e Bob Wolfenson
Editora: Luste Editores
Patrocínio: Renner
Ano: 2023
ISBN: 9786589044109
Número de Páginas: 120
Dimensões: 25 x 34 cm.
Preço: R$98,00.
(Fonte: Balady Comunicação)
Dirigida por Rodrigo França e Mery Delmond, a peça “Para meu Amigo Branco”, vencedora do Edital Sesc RJ Pulsar 2022, estreou na quarta (27), na Arena do Sesc Copacabana, no Rio de Janeiro, e contou com a presença de Manoel Soares e convidados especiais. A obra traz reflexões importantes sobre a construção do racismo estrutural na sociedade brasileira. A trama trata de um episódio de racismo entre crianças da escola. A menina Zuri, de 8 anos, é chamada pelo coleguinha de “negra fedorenta da cor de cocô”. Ao solicitar explicações à escola, o pai da menina, Monsueto, descobre que o racismo sofrido por sua filha estava sendo tratado como “coisa de criança” – bullying.
Manoel destaca que a peça é pensada para todos, tendo como objetivo desconstruir o racismo estrutural no país: “Quem tiver a oportunidade de ir ao Teatro do Sesc Copacabana assistir ‘Para Meu Amigo Branco’ vai ver que lutar por um ambiente menos racista é mais simples do que parece. A peça mostra como os argumentos do racismo são frágeis e fáceis de quebrar”, completa Manoel.
A ideia da peça é discutir o racismo a partir do afeto, uma perspectiva adotada por Manoel na obra que inspira a peça, mas também, adicionar novas camadas a reflexão a partir da visão de Rodrigo e Mery, os diretores. A idealização e produção do espetáculo são do diretor, produtor teatral e jornalista João Bernardo Caldeira, para quem Manoel contou, numa entrevista, o caso de racismo que viveu com um de seus filhos na escola. “Quando o João me procurou para transformar em uma peça de teatro, eu fiquei surpreso, até receoso, porque achei que não teríamos um grupo de pessoas com a coragem de levar esse questionamento para os palcos”, conta Manoel. “A sua insistência e a chegada do Rodrigo me mostraram que essa história não era mais minha, mas das pessoas, uma construção que vem de longe, como diz Conceição Evaristo”.
A peça tem sessões de quinta a domingo, às 20h, até 20 de agosto.
Serviço:
“Para meu amigo branco”
Gênero: drama
Temporada: de 27 de julho a 20 de agosto de 2023
Dias e horários: de quinta a domingo, às 20h
Local: Arena do Sesc Copacabana
Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana, Rio de Janeiro – RJ
Ingressos: R$7,50 (associado do Sesc), R$15 (meia-entrada), R$30 (inteira)
Informações: (21) 2547-0156
Lotação: 242 lugares
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 70 min
Bilheteria – horário de funcionamento: terça a domingo, das 14h às 20h.
(Fonte: Evva Comunicação)
Áreas da Amazônia com grandes períodos de inundações ao longo do ano, como as planícies de inundação do Alto Rio Negro, da região dos rios Purus e Madeira e do rio Amazonas, podem se transformar em savanas ao longo deste século por causa do aumento na instabilidade do seu lençol freático. É o que constata estudo publicado na segunda (7) na revista “PNAS”, feito por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em parceria com universidades do exterior; entre elas, a Rutgers University, dos Estados Unidos.
A pesquisa revela que a variação de profundidade das águas subterrâneas influencia se floresta ou savana será predominante em áreas da América do Sul com provável ocorrência desses tipos de vegetação. A vegetação de savana, por exemplo, é favorecida por um lençol freático mais instável, caracterizado pela alternância entre grandes períodos de secas e encharcamento ao longo do ano.
No estudo, os pesquisadores partiram de dados sobre chuva, topografia, tipo de solo e relevo para construir um modelo matemático que representa a profundidade mensal do lençol freático em áreas tropicais da América do Sul, como a Amazônia e o Pantanal brasileiro. Dados de 2004 a 2018 permitiram englobar períodos de grande variabilidade climática. Essas informações foram cruzadas com observações de satélite sobre a vegetação predominante em cada área.
A literatura já reconhece os regimes de chuva como determinantes para a separação entre Cerrado e Amazônia, lembra Caio Mattos, autor da tese que deu origem ao artigo e atualmente pesquisador da Universidade de Princeton e do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), nos Estados Unidos. O novo estudo, por sua vez, aponta a contribuição da água armazenada pelo solo para a coexistência de savanas e florestas. “A partir de estudos locais, a gente sabia que o lençol freático afetava a distribuição da vegetação, mas isto nunca tinha sido verificado na escala de toda a América do Sul”, explica o cientista.
O lençol freático estável envolve maior previsibilidade. Ele mantém-se profundo ou raso e é regulado mais diretamente pelo relevo. “Já os lençóis instáveis são mais influenciados pela chuva e têm ampla variação de profundidade, podendo estar próximos à superfície na estação chuvosa descendo até dez metros na estação seca”, ressalta Mattos. “Encontramos muito raramente espécies de árvores que conseguem tolerar tanto o encharcamento como a seca, pois as estratégias para contornar ambos são quase incompatíveis e exigem muito gasto energético”, aponta o pesquisador. Já as gramíneas da savana conseguem armazenar seus nutrientes nas raízes até uma situação mais favorável para criar novas folhas, demandando menos energia para sobreviver.
O modelo formulado pelos pesquisadores mostra que planícies alagadas por grandes rios no interior da Amazônia podem ser expostas a um duplo estresse para o qual não estão preparadas, em projeções de aumento da estação seca e diminuição das chuvas na região entre os anos de 2090 e 2100. Mattos frisa que esses solos têm muita matéria orgânica e guardam grandes quantidades de carbono, ali mantidas enquanto há um alagamento permanente. “Uma vez em contato com o oxigênio da atmosfera, esse carbono pode reforçar os efeitos das mudanças climáticas”.
O pesquisador avalia que novos estudos devem ser feitos considerando cada tipo de floresta e levando em conta as características do lençol freático junto com a chuva. “Nenhum modelo hoje leva em conta a perda da porção oeste da Amazônia. Temos que prestar atenção e estudar mais os efeitos de um colapso da floresta nesta região que achávamos estar protegida – e talvez não esteja”, observa Mattos.
(Fonte: Agência Bori)