Cientistas rebatem argumentos sobre custos de publicação e dificuldades de infraestrutura; entre pontos para tornar a ciência mais aberta estão mudanças na política de avaliação e estímulo ao compartilhamento de dados
Brasil
Imagine percorrer milhares de quilômetros a nado, desde a Patagônia argentina, até o litoral norte de São Paulo. Parece ser impossível pensar que algum ser vivo seja capaz de tamanha façanha, mas quando se trata do pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus), essa proeza não é impossível.
Todos os anos, eles migram da patagônia argentina até a região sudeste do Brasil em busca de alimento. Alguns indivíduos se perdem do grupo e por isso aparecem nas praias da região que compreende o litoral norte (Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba).
Durante a sua jornada migratória, os pinguins-de-magalhães enfrentam diversos desafios e, por esse motivo, vários indivíduos acabam chegando à região debilitados ou mesmo sem vida. Do total de pinguins atendidos pelo Instituto Argonauta por meio do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), aproximadamente 20% chegaram vivos. É o que explica a bióloga Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do PMP-BS no trecho 10 do Instituto Argonauta. “Nos últimos anos, eles têm chegado muito debilitados, com muitos parasitas e acabam morrendo rapidamente, na maioria das vezes antes mesmo do atendimento veterinário”, comentou.
De acordo com os dados da instituição, até o momento, dentro do PMP-BS, o ano que contabilizou o maior número de ocorrências (vivos e mortos) envolvendo pinguins-de-magalhães foi o de 2020 (618). No entanto, cabe ressaltar que os dados da temporada de 2023 correspondem às ocorrências registradas até o dia 20 deste mês (107). A temporada dos pinguins na região iniciou em junho, mas o pico esperado ocorre entre os meses de julho e agosto e vai até outubro. No ano passado, foram contabilizadas 166 ocorrências, enquanto que em 2021 foram 103.
Segundo o oceanógrafo e presidente do Instituto Argonauta Hugo Gallo Neto, os pinguins-de-magalhães permanecem na água durante a época não reprodutiva. “Vemos pinguins na região há muitos anos e a ocorrência desses animais na região é normal; o problema é quando não estão bem e procuram sair da água para descansar e se aquecer. Como são encontrados muitas vezes fracos, debilitados e necessitando de cuidados, aqui na região eles são resgatados e encaminhados para o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Ubatuba, para que, depois de reabilitados, sejam devolvidos à natureza”, ressalta.
Os pinguins-de-magalhães são aves marinhas com o corpo adaptado para viverem na água, mas não voam e têm suas asas modificadas em nadadeiras. Alimentam-se principalmente de peixes, cefalópodes (como polvos e lulas) e pequenos crustáceos, como krill. São predadores habilidosos na água e usam suas nadadeiras e bicos para capturar suas presas. Ao contrário do que muitos imaginam, essa espécie de pinguim não é polar e, por isso, não está adaptada a baixas temperaturas.
De acordo com a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas (em inglês, IUCN Red List ou Red Data List), o pinguim-de-magalhães está classificado no grupo “segura ou pouco preocupante”, (em inglês, least concern), que é a categoria de risco mais baixo. Espécies abundantes e amplamente distribuídas são incluídas nesta categoria. No entanto, a espécie sofre com os impactos da interação antrópica, a exemplo de outros animais marinhos, causados pela pesca, efeitos das mudanças climáticas e alterações no ambiente marinho.
O Instituto Argonauta reabilita pinguins desde o ano de 2012 em continuidade ao trabalho de reabilitação realizado pelo Aquário de Ubatuba desde 1996, que resgatou diversos pinguins-de-magalhães nos anos em que estiveram presentes na costa da região.
Gripe aviária
Importante ressaltar que os animais atendidos não apresentam sintomas de gripe aviária; no entanto, os procedimentos de cuidado devem ser rigorosamente seguidos para que os animais não sejam contaminados.
Além de não se aproximar do animal ao encontrar uma ave morta ou viva debilitada, a orientação para garantir segurança em relação a gripe aviária é, em caso de aves marinhas, ligar para o Instituto Argonauta (0800-642-3341 ou 12 99785-3615) e, em caso de aves terrestres, ligar para a Vigilância Sanitária de cada município.
É possível fazer uma observação distante, fotografando e filmando o comportamento do animal (para auxiliar as instituições no acionamento), mas não se aproximando em hipótese alguma. Também, se possível, tentar isolar a área e impedir o acesso de pessoas e animais enquanto aguarda a equipe técnica.
O que fazer ao encontrar um pinguim ⠀⠀
Se o animal estiver nadando, não se aproxime. Se ele estiver tentando sair da água, dê espaço, ele pode estar cansado. Agora, se o pinguim estiver na areia, é necessário chamar a equipe de atendimento. Isole a área para manter o animal afastado de curiosos, cachorros e urubus e não o coloque em contato com o gelo ou dentro do isopor.
Relax para não o estressar. Nunca tente alimentá-lo. Se possível, fotografe sem flash. Toda informação é importante para auxiliar na preservação destes animais.
Sobre o Instituto Argonauta | O @institutoargonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba (@aquariodeubatuba.oficial) e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O Instituto tem como objetivo a conservação do Meio Ambiente, em especial dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, dentre outras atividades.
Sobre o PMP-BS
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Argonauta monitora o Trecho 10, compreendido entre São Sebastião e Ubatuba. Para mais informações sobre o PMP-BS, consulte www.comunicabaciadesantos.com.br.
Seja um Argonauta
Venha conhecer o Museu da Vida Marinha @museudavidamarinha, na Avenida Governador Abreu Sodré, 1067 – Perequê-Açu, Ubatuba/SP, aberto diariamente.
Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800-642-3341 (horário comercial) ou diretamente para o Instituto Argonauta: (12) 3833-4863 – 3833-5789/(12) 3834-1382 (Aquário de Ubatuba)/(12) 3833-5753/(12) 99705-6506 e (12) 99785-3615 – WhatsApp.
Também é possível baixar gratuitamente o aplicativo Argonauta, disponível para os sistemas operacionais iOS (APP Store) e Android (Play Store). No aplicativo, o internauta pode informar ocorrências de animais marinhos debilitados ou mortos em sua região, bem como informar ainda problemas ambientais nas praias para que a equipe do Argonauta encaminhe a denúncia para os órgãos competentes.
Conheça mais sobre esse trabalho em www.institutoargonauta.org, www.facebook.com/InstitutoArgonauta e Instagram @institutoargonauta.
(Fonte: Instituto Argonauta)
A Guarda Civil de Indaiatuba, município da Região Metropolitana de Campinas, em conjunto com a Polícia Militar e o Conseg (Conselho Comunitário de Segurança), implantou na noite de segunda-feira (24) mais uma célula do Programa Vizinhança Solidária. A reunião aconteceu com os moradores do bairro Vila Furlan. Atualmente, são mais de 100 células do programa no município, que visam promover a integração entre os vizinhos, criando um vínculo de cooperação e contato direto com as forças policiais.
Cada célula possui um grupo de WhatsApp, onde os moradores informam atitudes suspeitas para alertar os demais. Desde 2021, o Centro de Operações e Inteligência da Guarda Civil passou a fazer parte dos grupos de emergências do programa; dessa forma, sempre que alguém no grupo avisa algo suspeito, o COI imediatamente informa a viatura mais próxima do local da ocorrência para averiguar o chamado.
A medida tem como objetivo auxiliar no tempo de atendimento das viaturas da Guarda Civil na averiguação de atividades suspeitas e, com isso, os resultados têm sido muito positivos, com grande diminuição da criminalidade onde as células são implantadas.
(Fonte: Secretaria Municipal de Relações Institucionais e Comunicação)
Em 10 de julho, a Justiça determinou a retirada das redes sociais de um vídeo com conteúdo discriminatório contra a população LGBTQIA+, que incitava a violência física contra esse grupo, proferido por um pastor nacionalmente conhecido durante um culto transmitido pela internet. A Justiça entendeu, em sua decisão, que o que se via na pregação divulgada nas redes sociais ultrapassava em muito a liberdade religiosa e de expressão. Em poemas de seu livro recém-lançado “O poeta toma a pólis” (Editora Patuá), o poeta e escritor Teofilo Tostes Daniel aborda o uso da religião como escudo para quem dissemina discursos de ódio.
No poema que encerra a primeira parte do livro, intitulado “Se eu acreditasse num deus”, o autor fala da incapacidade de crer num Deus “que é menos capaz/de acolher o múltiplo e o diverso/do que a própria humanidade”, afirmando por fim que se fosse tocado pela graça de crer, sua divindade seria “mais amor/do que o amor condicional/dos deuses/em que jamais fui capaz de crer”.
Mais adiante no livro, o tema dos usos da crença é abordado em poemas como “Inverdades não digo”, no qual Teofilo versifica “O contrário do sagrado/não é o profano,/mas a ignomínia/ cometida em nome da faca amolada/que é a fé/cega”. E volta com força no último poema do livro. Espelhado na estrutura da oração do “Pai nosso”, o poeta faz uma oração à incerteza, pedindo aos deuses e às deusas de todas as crenças que “santifiquem minhas dúvidas,/e multipliquem em meus olhos/perguntas e questionamentos”.
Em contraponto ao discurso dogmático que cria condenações, “O poeta toma a pólis” exalta a necessidade da exaltação do amor em todas as formas, aliando-se à tão atacada comunidade LGBTQIA+. Esse tema está presente já no poema de abertura do livro, intitulado “É urgente espalhar amor”, que chama a atenção para o fato de que “são tempos miseráveis/aqueles em que o amor/é motivo de escândalo e perplexidade,/e o ódio,/aplaudido de pé,/se alastra como uma praga/na boca e nas mãos de tantos/e na morte e no massacre/de quem ousa ser,/mesmo que involuntariamente,/o Outro.”
Num momento histórico repleto de desafios e urgências, após uma pandemia planetária de consequências catastróficas – em especial no nosso país – e com a humanidade tentando adiar o fim do mundo, por que a poesia ainda importa?
É a partir dessa pergunta central que nasce “O poeta toma a pólis”, obra em que a poesia ocupa um lugar de resistência e testemunho, além de servir de matéria essencial para sonhar um mundo onde a diversidade humana é celebrada.
Sobre o autor | Teofilo Tostes Daniel, nascido em 1979, é autor de “O poeta toma a pólis” (Patuá, 2023), “Trítonos – intervalos do delírio” (Patuá, 2015) e “Poemas para serem encenados” (Casa do Novo Autor, 2008). Tem ainda contos, poemas e artigos publicados em coletâneas, revistas literárias e culturais. É formado em Produção Editorial pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e vive em São Paulo desde 2006, onde trabalha como analista de comunicação social do Ministério Público Federal. Faz ensaios abertos com palavras em http://teofilotostes.wordpress.com/.
Serviço:
Livro O poeta toma a pólis
Autor: Teofilo Tostes (@teofilotostes)
Editora: Patuá
Páginas: 136
Preço: R$45,00
Adquira o livro em: https://www.editorapatua.com.br/o-poeta-toma-a-polis-poemas-de-teofilo-tostes-daniel/p.
(Fonte: Aspas & Vírgulas)
A 30ª edição do Passo de Arte Grand Prix, competição internacional de dança que reuniu mais de três mil bailarinos em Indaiatuba (SP) definiu seus vencedores, que receberam premiações em dinheiro e bolsas de estudos em renomadas escolas de outros países. O evento foi realizado entre os dias 7 e 16 de julho, no Ciaei (Centro Integrado de Apoio à Educação de Indaiatuba) e contou com competidores de vários estados do Brasil e países da América Latina.
PREMIAÇÃO
Dividida em duas fases, a mostra competitiva ofereceu bolsas de estudos nacionais e internacionais, ao todo foram 16, sendo as internacionais na Pittsburgh Ballet Theather School, que fica na Pensilvania (EUA), foram conquistadas pelos bailarinos Ilana Barcelos (Studio Gouveia Coach, do Rio de Janeiro), Amabile Ghidotti (Lapidari Companhia de Dança, de São Paulo), Beatriz Hamdan (Studio Arte Dança, de Minas Gerais) e Arthur Henrique da Silva Bueno (Dora Ballet, do Rio Grande do Sul).
Receberam bolsas de estudo no The Art of Classical Balllet, em Pampano Beach, Flórida (EUA), os bailarinos Larissa Câmara (Grupo Independente, de São Paulo), Luana Ribeiro (Instituto Marco de Dança, de São Paulo) e Pedro Henrique (Fabricio Callabari Ballet Studio, de Santa Catarina). A bolsa de estudos da United Ballet Theatre & Academy, também na Flórida, foi conquistada por Luiza Falcão (Grupo Cultural de Dança, do Rio de Janeiro).
A School Princess Grace, de Mônaco (UK), proporcionou um curso de um ano para Ilana Barcelos (Studio Gouveia Coach, do Rio de Janeiro) e bolsa de estudos de duas semanas para Beatriz Hamdan (Studio Arte Dança), Amabile Ghidotti (Lapidari Companhia de Dança) e Sofia Costa (Ballet Vórtice, de Minas Gerais).
Por fim, Cibele Fioravante e Camila Rotta (ambas bailarinas da CIA de Circuitos de Dança Clássica Jolles Salles, de São Paulo) passarão um ano estudando na Companhia Opera House, no Cairo, Egito. Já Valentina Lird (Academia Patricia Fiandro, do Paraguai) e Amabile Ghidotti (Lapidari Companhia de Dança) foram selecionadas para receber bolsas de estudos de um ano no BBA, em Munique, Alemanha.
Além disso, os 12 melhores trabalhos – que ganharam o título de Grand Prix – foram contemplados com prêmios em dinheiro totalizando R$30 mil. Confira a relação completa dos vencedores:
Fase A Grand Prix – de 7 a 12/7
(Gêneros: sapateado, jazz, estilo livre, danças urbanas e contemporâneo)
Melhor bailarino | Prêmio Toshie Kobayashi/Só Dança: Elias Gimenes (EME Cia da dança, do Paraguai) e Daniel Dantas (Balé Jovem de São Vicente) e receberam R$ 1,5 mil cada.
Melhor bailarina | Prêmio Toshie Kobayashi/Só Dança: Fernanda Garles (Millennium Dance Company, de São Paulo), no valor de R$3 mil.
Melhor grupo (Pré/Juvenil): Premiere Núcleo de Dança de Jundiaí (SP), com prêmio de R$2 mil.
Melhor grupo (Adulto/Avançado): Com Passo CIA de Dança de São José dos Campos (SP), receberam R$4 mil.
Melhor coreógrafo: Edson Pitchula, prêmio de R$1 mil.
Revelação: Giuliana Santacruz (Escola Compasses, do Paraguai), recebeu R$1 mil.
Fase B Grand Prix – de 13 a 16/7
(gêneros: ballet clássico, ballet de repertório e danças populares)
Melhor bailarino | Prêmio Toshie Kobayashi/Só Dança: Wendell Telles (Ballet Marcia Lago, de São Paulo), no valor de R$3 mil.
Melhor bailarina | Prêmio Toshie Kobayashi/Só Dança: Luiza Falcão (Grupo Cultural de Dança, do Rio de Janeiro), recebeu R$3 mil.
Melhor grupo (Pré/Juvenil): Amigas de Coppelia (Instituto Marco de Dança), no valor de R$2 mil.
Melhor grupo (Adulto/Avançado): Grupo Especial da E.M. de Bailados (SP), premiado em R$4 mil.
Melhor coreógrafo: Cintia Nogueira (Laboratório da Dança Fernanda Araújo, de São Paulo), recebeu R$1 mil.
Revelação: Ilana Lana Barcellos (Studio Gouveia Coach), com prêmio de R$1 mil.
Sobre o Instituto Passo de Arte
Fundado em 1985 pelos publicitários William Romão Costa e Juliano Rubens de Carvalho como Star’s Dance, empresa pioneira no Estado de São Paulo a atuar na área de produção e fomento da dança, tornou-se uma das maiores incentivadoras de festivais e veículos de informações do setor. O know-how adquirido ao longo das últimas décadas, aliado à mudança da direção, que passou a contar com a experiência da ex-bailarina Marisa Pivetta, resultou em, entre outras iniciativas, no projeto Passo de Arte, que produz competições de dança pelo Brasil, como representante oficial do concurso Tanzolymp, em Berlim na Alemanha, garantindo oportunidades para bailarinos brasileiros que atuam em quase todas as companhias de dança do mundo, sendo que muitos deles ocupam cargo de primeiro bailarino e primeiro solista.
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(Fonte: Armazém da Notícia)
Com 126 anos de criação, completados na última quinta-feira (20), a Academia Brasileira de Letras (ABL) promoveu uma grande cerimônia para celebrar a data com mais de 200 pessoas, incluindo Acadêmicos, autoridades e convidados. A solenidade ocorreu no Salão Nobre do Petit Trianon, sede da ABL, no Rio de Janeiro, na noite da sexta-feira (21).
O presidente da ABL, Merval Pereira, ressaltou a importância da Academia durante esses 126 anos de existência. “Completar 126 anos num país que esquece rapidamente o passado, como o Brasil, é muito importante. Sinal de que a ABL tem fincada sua história na vida e na cultura do país”, disse Merval.
Antonio Carlos Secchin, secretário-geral da Academia, lembrou o papel da ABL para a cultura e a literatura brasileira. “Em 126 anos, a Academia Brasileira de Letras nunca foi vinculada a ideologias políticas. É um espaço aberto, simultaneamente, à preservação e à mudança”, enfatizou Secchin.
Antes do início da premiação, os participantes puderam conhecer a exposição “126 anos da Academia Brasileira de Letras”. Trata-se de uma rara e emocionante reunião de obras literárias icônicas de Luís de Camões, que foram resgatadas cuidadosamente dos acervos mais antigos da ABL. Em parceria com seu Arquivo, a Academia trouxe à luz manuscritos que há muito estavam escondidos nas prateleiras do tempo.
A Santafé Ideias Comunicação e Estratégia e a Agência in.Pacto, que fazem a comunicação digital da ABL, foram as responsáveis pela produção do vídeo para celebrar a data. Além disso, a Acadêmica Lygia Fagundes Telles, falecida em 2022, foi homenageada pelos Correios com um selo comemorativo, lançado durante a cerimônia.
A noite também foi de premiações. A escritora Marina Colasanti, vencedora do Prêmio Machado de Assis 2023 pelo conjunto de sua obra literária, foi uma das agraciadas. Patrocinado pela Light, no valor de R$100 mil, o prêmio literário é o mais antigo e mais importante do país. Marina fez um discurso profundo sobre a sua vida, a sua vinda para o Brasil e o seu amor pela literatura, pela cultura e pelos livros que falam de amor. “Lembro de quando escrevi ‘E por falar em amor’. Eu queria detonar a mesmice com que se fala de amor. Quando consegui, disparei para o escritório de Afonso: consegui, consegui! Consegui pôr uma linguagem coloquial, citando poema e com títulos como estes: ‘Onde anda o amor nas relações sem amor’ ou ‘Cupido não trabalha nos Correios’ e ‘É um sentimento que não vende em produto’. E todos continuam valendo, apesar de ter sido em 1987. Todos os meus livros continuam valendo, como sabem os acadêmicos que me atribuíram o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto da obra”, comentou Marina.
A Acadêmica Rosiska Darcy ressaltou que a coragem é um tema na vida e na obra de Marina Colasanti. “Marina é uma pessoa luminosa, dotada de fulgurantes talentos, de instrumentos e olhares múltiplos, a quem a Academia Brasileira de Letras atribuiu o seu maior reconhecimento: o Prêmio Machado de Assis. E foi, para mim, uma imensa alegria poder entregá-lo”, disse Rosiska.
O publicitário Nizan Guanaes recebeu das mãos da atriz e Acadêmica Fernanda Montenegro a Medalha Machado de Assis, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à Academia. Ele destacou a importância da honraria para a sua trajetória. “Esse prêmio é muito maior do que normalmente estou acostumado. Ele é uma surpresa. Ele é fora do meu universo. É um momento muito emocionante e estou muito feliz”, disse Guanaes.
O Prêmio Francisco Alves, concedido quinquenalmente a trabalhos sobre o ensino fundamental no Brasil, foi entregue à secretária de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Roberta Barreto. “É uma emoção muito grande. É o reconhecimento por uma trajetória na educação, onde a gente constrói, desde o chão da sala de aula, o desejo para que todos os alunos tenham o prazer e o gosto pela literatura, que possam navegar e conhecer todo o mundo por meio da literatura. Isso é, para mim, hoje, o reconhecimento da professora que deu aula no pré-escolar, que alfabetizou por muitos anos e fez com que muitos jovens conhecessem a história do Brasil e do mundo ao integrar cultura, literatura e saber, o melhor para que a gente possa ser cidadão do país”, declarou a secretária.
Maria Carmen de Oliveira, funcionária da ABL há 57 anos, foi a escolhida para receber a Medalha João Ribeiro pelos serviços prestados à cultura, em nome de todos os funcionários da Academia. A cerimônia de aniversário da ABL foi encerrada com a apresentação dos harpistas belgas Heleen Vandeputte e Jacques Vandevelde, que fizeram uma belíssima apresentação.
Rodrigo Saccone, CEO da Santafé, comemorou a parceria com a ABL. “Fazer parte da história desta instituição tão importante para a cultura brasileira é motivo de muita satisfação para nós. Estamos trabalhando para reforçar o papel da ABL, chegando a um público cada vez maior”, enfatizou Saccone.
Klécio Santos, CEO da Agência in.Pacto, destacou a importância da ABL para a cultura e a literatura brasileiras. “São 126 anos de contribuição para a construção e a preservação da identidade cultural brasileira. Temos orgulho em contribuir, reverberando os efeitos deste trabalho por meio das plataformas digitais”, destacou Klécio Santos.
A história da Academia Brasileira de Letras começou no dia 15 de dezembro de 1896, quando foi realizada, na redação da Revista Brasileira, a primeira sessão preparatória para a fundação da ABL. A reunião foi resultado dos jantares organizados pela Revista, fundamentais para a criação da Academia. No dia 20 de julho de 1897, a ABL foi oficialmente fundada. A instituição se estabeleceu e se mantém até hoje como a principal referência cultural no Brasil.
Redes sociais | Pelas redes sociais da Academia, incluindo o canal no YouTube, foram transmitidas as informações em tempo real. Na ocasião, foi anunciado que a ABL também está no TikTok. A parceria com a plataforma visa levar o conteúdo gerado pela ABL a um público cada vez mais amplo. O objetivo é divulgar as novidades da Academia, bem como seu papel na preservação da língua portuguesa e da literatura brasileira.
Perfis da ABL:
TikTok | Facebook | Instagram | LinkedIn | YouTube.
(Fonte: Academia Brasileira de Letras)