Cientistas rebatem argumentos sobre custos de publicação e dificuldades de infraestrutura; entre pontos para tornar a ciência mais aberta estão mudanças na política de avaliação e estímulo ao compartilhamento de dados
Brasil
Após a chegada da abelha do mel no Brasil, várias espécies de plantas e polinizadores sofreram, indiretamente, uma redução na capacidade de se adaptar a mudanças do clima e da agricultura. É o que apontam pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em estudo publicado na quarta (19) na revista “Nature”.
Desenvolvido em parceria com colaboradores dos Estados Unidos, Espanha e Suíça, o estudo mostra que quanto mais efeitos indiretos uma espécie recebe de outras enquanto evolui dentro de uma rede de interação, mais difícil é para ela se adaptar. Dessa forma, mesmo em uma interação em que deveria se beneficiar, uma espécie pode ser influenciada negativamente por outra, ainda que não interaja com ela diretamente.
De acordo com Mathias Pires, pesquisador envolvido no estudo, um diferencial do trabalho está em olhar para o efeito evolutivo das abelhas. Em geral, explica ele, as pesquisas priorizam os efeitos demográficos – se a população de abelhas nativas aumentou ou diminuiu, por exemplo. “Esse trabalho focou justamente na evolução. Mostramos que a consequência da invasão das abelhas europeias é que possivelmente tenha ficado mais difícil para as abelhas nativas evoluírem em resposta a mudanças no ambiente: clima, agricultura, por exemplo”, afirma.
A pesquisa se destaca ao relacionar os efeitos indiretos entre espécies com a capacidade de sobrevivência e reprodução média de indivíduos de uma espécie. “Nós sabíamos que a estrutura de redes poderia influenciar a dinâmica ecológica e a evolução das características, mas existia esse último passo fundamental: descobrir como a rede influencia a aptidão média das espécies. É a aptidão que vai determinar, por exemplo, se uma população cresce ou diminui e como os indivíduos vão ser selecionados dentro de uma população”, explica Paulo Guimarães Jr., um dos autores da pesquisa. Para tentar preencher esta lacuna, foram utilizados modelos matemáticos já estabelecidos no estudo de evolução de espécies e realizadas simulações com base em dados empíricos coletados por cientistas de todo o mundo, disponíveis em bancos de informação.
Como resposta, os autores mostraram que são os efeitos indiretos que estão governando a variação na aptidão. “A aptidão média da espécie não depende somente de com quem ela interage, mas também responde a outras espécies na rede que não interagem diretamente com ela, criando um conflito de pressões seletivas”, explica Guimarães.
Além disso, os pesquisadores também puderam identificar quais posições nessas redes de interação são favorecidas e quais sofrem mais influências negativas. De acordo com os resultados da pesquisa, as espécies que ficam na periferia da rede – ou seja, que têm poucas interações – são prejudicadas pelos efeitos indiretos que se propagam por essa estrutura. Já as espécies que estão no centro – ou seja, que têm muitas interações – no geral se beneficiam.
Outro aspecto importante levantado pelo trabalho é o fato de que é possível prever algumas condições de evolução de espécies. “Podemos usar os padrões de interação das espécies nessas redes para prever qual é o resultado da coevolução nas características e fazer a tradução disso de volta para a aptidão das espécies”, explica Leandro Cosmo, autor principal do estudo. Assim, é possível conhecer mais sobre como os ecossistemas se organizam na natureza e também sobre como a ação humana pode interferir nos processos naturais, dos quais inclusive somos dependentes, como a própria polinização.
(Fonte: Agência Bori)
Com a ocupação hoteleira quase atingindo os 100% e atendendo à crescente demanda turística no Paraná, o restaurante Trinitas, localizado no NH Curitiba The Five, lançou três novos pratos em homenagem à Europa e às diversas etnias imigrantes. As criações do chef Silvonei Souza são inspiradas na gastronomia dos países do leste e centro europeus e estarão disponíveis até o final da estação, em setembro.
Dentre os destaques do cardápio festivo, destaca-se o goulash de cordeiro com risoto de milho verde, uma reinvenção da tradicional sopa húngara feita com páprica, legumes e carne, agora acompanhada de um risoto ítalo-brasileiro. Outra novidade é o pot au feu de mariscos, prato de origem francesa que consiste em um guisado de carne temperada com ervas aromáticas e legumes. Nesta versão, o hotel substitui a carne bovina pelos frutos do mar.
Para encerrar a refeição, a sobremesa é uma combinação entre Itália e Bélgica: torta cremosa de macaron negro com praliné de chocolate. “Curitiba é o berço da imigração e decidimos homenagear a diversidade étnica com esses novos pratos, que trazem um pouco do mundo para aqueles que desejam aproveitar a capital mais fria do país”, destaca o diretor do NH Curitiba The Five, Antonio Albuquerque.
O cardápio está disponível para jantar de 19h até 22h30, todos os dias e com preços a partir de R$125,00. Reservas podem ser feitas pelo telefone (41) 3434-9400 ou pelo e-mail nhcuritibathefive@nh-hotels.com.
Sobre NH Hotels | NH Hotels é a marca de luxo do NH Hotel Group, destacada por seus hotéis modernos e singulares em localizações perfeitas na Europa e na América Latina, que se conectam facilmente com as cidades e bairros. Cada NH Hotel é cuidadosamente projetado para oferecer uma experiência confiável que sempre atenderá às expectativas dos hóspedes. Seu estilo descontraído, urbano e fresco faz deles um marco para se hospedar, trabalhar e interagir agradavelmente fora de casa.
Serviço:
NH Curitiba The Five Hotel
Rua Nunes Machado, 68 – Batel | Curitiba – PR
E-mail: nhcuritibathefive@nh-hotels.com
Telefone: (41) 3434-9400
Site: www.nh-hoteles.pt/hotel/nh-curitiba-the-five
Instagram: @nhhotelsbrasil.
(Fonte: Central Press)
Ao longo de sua vida, Ema Klabin reuniu uma biblioteca com mais de 3.500 volumes. Como bibliófila, adquiriu, a partir do final da década de 1940, mais de 300 livros raros, entre manuscritos, incunábulos (livros produzidos até 1500), edições aldinas, relatos de viajantes, primeiras edições, edições de luxo e livros ilustrados por artistas. De 15 de julho a 15 de outubro de 2023, a Casa Museu Ema Klabin, no Jardim Europa, em São Paulo, promove a exposição “A palavra impressa, 1492 – 1671: Livros raros da Biblioteca Ema Klabin”, que pela primeira vez apresenta parte dos livros raros da coleção.
“Apresentaremos 20 volumes que correspondem aos dois primeiros séculos de produção do livro impresso, incluindo manuscritos, livros de horas, incunábulos e edições aldinas, assim como as valiosas primeiras edições de Platão (1513), Dante (1502) e Tucídides (1502), além do grande Atlas de Blaeu (1648-1655), entre outros, ressaltando o impacto que essas obras tiveram na nossa forma de compreender o mundo e as consequências – positivas ou negativas – que o livro impresso teve na história”, informa o curador Paulo de Freitas Costa.
Livros de horas | Os livros de horas eram os livros mais comuns na Idade Média. Tinham este nome porque traziam as orações que deviam ser realizadas em determinadas horas do dia. O público poderá ver dois livros de horas criados entre 1490 e 1509, sendo um manuscrito em latim e o outro já um livro impresso em francês, ambos em pergaminho.
Primeiras edições | A exposição traz ainda dois incunábulos sobre a história de Florença, por Leonardo Aretino e Poggio Bracciolini (1492), e as comédias do autor romano Terêncio (1499), com duas primeiras edições em grego impressas em Veneza por Aldo Manúcio, um dos primeiros mestres do design tipográfico: a “História da Guerra do Peloponeso”, de Tucídides (1502), e as obras completas de Platão em grego (1513).
Relatos de navegantes
Também serão apresentados dois volumes do grande Atlas de Blaeu de 1655, destacando as diferenças na forma de registrar países da Europa em relação às regiões da América, África e Ásia, junto com cinco relatos de navegadores e viajantes, incluindo as obras de André Thevet (1561), Ulrich Schmidel (1599), Linschoten (1619), Pierre Moreau (1651) e Montanus (1671). “Esses primeiros registros do Novo Mundo têm muito a revelar em sua iconografia e na descrição distorcida dos povos originários, que ainda influenciam nosso pensamento”, explica o curador Paulo Costa.
A exposição contará, ainda, com uma projeção de vídeo contendo imagens variadas de cada livro e trechos selecionados. Uma programação de palestras e atividades educativas também procurará expandir as reflexões que podem ser desenvolvidas a partir da exposição.
CinEma no Cine Segall | Em parceria com o Museu Lasar Segall, a casa museu promoverá a primeira edição da mostra CinEma. Sob o título “De Gutenberg a Zuckerberg”, a mostra trará, nos meses de agosto e setembro, filmes e documentários que abordam o poder das mais diversas mídias ao longo da história, começando com “O Nome da rosa” (Jean-Jacques Annaud, 1986).
Serviço:
Exposição A palavra impressa, 1492 – 1671: Livros raros da Biblioteca Ema Klabin
15 de julho a 15 de outubro de 2023
Visitação livre
Quarta a domingo, das 11h às 17h, com permanência até às 18h
Visitas mediadas
Quarta, quinta e sexta às 11h, 14h, 15h e 16h; sábado e domingo às 14h
Entrada franca*
Casa Museu Ema Klabin
Rua Portugal, 43 – Jardim Europa, São Paulo, SP, Brasil
Acesse as redes sociais:
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Facebook: https://www.facebook.com/fundacaoemaklabin
Linkedin: https://www.linkedin.com/company/emaklabin/?originalSubdomain=br
YouTube: https://www.youtube.com/c/CasaMuseuEmaKlabin
Site: https://emaklabin.org.br
Vídeo institucional: https://www.youtube.com/watch?v=ssdKzor32fQ
Vídeo de realidade virtual: https://www.youtube.com/watch?v=kwXmssppqUU
*Como em todos os seus eventos gratuitos, a Casa Museu Ema Klabin convida quem aprecia e pode contribuir para a manutenção das atividades e apoiar com uma doação.
(Fonte: Mídia Brazil Comunicação Integrada)
A culinária paraense é referência mundial em gastronomia, com diversos pratos típicos que são considerados exóticos, e traz consigo diferentes influências, como a portuguesa e a africana. Mas, das culinárias típicas brasileiras, é a que mais utiliza das tradições indígenas, dos ingredientes até o preparo. “A culinária paraense mantém a sua tradição de utilizar muitos ingredientes locais misturados com a influência cultural e também imposição cultural desde o período da colonização, no século 21. Assim, os sabores passaram a ser conhecidos e explorados por europeus nos caminhos que levavam os exploradores às drogas do sertão, que corriam a extensão do rio Amazonas em busca de novos temperos e frutos, que seriam de grande valor na Europa, chegando a substituir especiarias advindas das índias”, aponta Pedro Rennó, professor de História da Plataforma Ferretto.
Dentre os principais ingredientes, está a mandioca, constantemente utilizada nos pratos que mais representam a cultura paraense, sendo cultivada há séculos pelos povos indígenas. Ainda nos dias atuais segue sendo protagonista em pratos típicos, como o Pato no Tucupi. Para essa receita, é utilizado o caldo extraído da mandioca brava, que tem sua coloração amarelada e o gosto ácido; o Tucupi precisa ser cozido de forma lenta para estar adequado ao consumo, pois cru, é venenoso.
O Tucupi, quase sempre é utilizado em receitas que também acompanham o Jambu, uma folha típica do Pará que é famosa pela sensação anestésica que proporciona e também o formigamento dos lábios ao consumi-la; quase sempre usada em pratos salgados e bebidas alcoólicas, é uma das grandes protagonistas na culinária paraense.
Mais um prato que reflete muito da cultura paraense é o Tacacá; feito de tucupi, jambu, camarão e goma de tapioca, é um dos sabores mais populares do estado e pode ser encontrado com facilidade. O Tacacá é um prato tradicional passado por gerações, as tacacazeiras – cozinheiras que têm o tacacá como especialidade – são consideradas Patrimônio Cultural Imaterial de Belém. “Junto a essas, outros ingredientes foram compondo a mesa paraense ao longo dos séculos, como o açaí – fruta típica brasileira – que no Pará tem grande destaque, sendo usada em diversos pratos e não apenas os que conhecemos nas outras regiões. O paraense costuma consumir de forma salgada, normalmente acompanhando pratos com peixes”, finaliza Rennó.
Sobre a Plataforma Professor Ferretto | A plataforma é uma das maiores do país no segmento e tem o objetivo de oferecer um ensino de qualidade acessível aos jovens. Atualmente, conta com mais de 50 mil estudantes em todo o país, que se preparam para as provas do Enem e dos vestibulares mais importantes com aulas online. Por meio da plataforma, os candidatos podem fazer o seu próprio cronograma sem sair de casa para estudar. Nesse espaço virtual, têm acesso a diversos materiais e um total de 12 professores das principais disciplinas, todos altamente qualificados e que uniram forças para ensinar, orientar e dar acesso aos conteúdos.
(Fonte: Make Buzz Comunicação)
O MASP — Museu de Arte de São Paulo “Assis Chateaubriand” apresenta, até 6 de agosto de 2023, a mostra “Paul Gauguin: o outro e eu”, que ocupa o espaço expositivo no 1º andar do museu. Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, Fernando Oliva, curador, MASP e Laura Cosendey, curadora assistente, MASP, a exposição reúne 40 obras, entre pinturas e gravuras, e discute de maneira crítica a relação do artista pós-impressionista com a ideia de alteridade e da exotização do “outro”. O projeto, que inclui ainda o lançamento de um catálogo com ensaios inéditos e 151 imagens, enfrenta questões que por muito tempo foram deixadas de lado nas exposições sobre Paul Gauguin (Paris, França, 1848–Ilhas Marquesas, Polinésia Francesa, 1903), especialmente o modo problemático como sua obra reforçou um imaginário sobre o “outro”, além das tensões entre sua biografia e a imagem que criou de si. A mostra tem patrocínio master do Bradesco e patrocínio da Vivo e Mattos Filho.
Gauguin realizou no Taiti suas pinturas mais conhecidas, representando tanto as paisagens do lugar, como seu povo e seus costumes. “Sua produção desse período suscita temas como as contestadas noções de primitivismo, um imaginário sobre o ‘exótico’ e os ‘trópicos’ e apropriação cultural; além de questões relacionadas à sexualidade, androginia e erotização do corpo feminino. Apesar de muitas vezes terem sido tomadas por reproduções fiéis da Polinésia Francesa, essas obras carregam em si as fantasias que um homem branco e europeu tinha de uma região considerada paradisíaca, intocada pela ‘civilização’ europeia”, analisam os curadores Fernando Oliva e Laura Cosendey.
“Paul Gauguin: o outro e eu” é a primeira exposição no Brasil a abordar de maneira crítica os conteúdos centrais da obra do artista, com foco em dois temas emblemáticos que emergem no conjunto apresentado no MASP: os autorretratos e os trabalhos produzidos durante sua permanência no Taiti (Polinésia Francesa), que se tornaram alguns dos mais conhecidos de sua trajetória. Dentre os 40 trabalhos da exposição, dois deles pertencem ao acervo do MASP: “Autorretrato” (perto do Gólgota) e “Pobre pescador”, ambos de 1896. Os demais são empréstimos de 19 instituições internacionais de renome, como Museu d’Orsay (Paris, França), Metropolitan Museum of Art (Nova York, EUA), Getty Museum (Los Angeles, EUA), Museum of Fine Arts (Budapeste, Hungria), National Gallery e Tate (ambas em Londres, Reino Unido).
Em “Autorretrato” (perto do Gólgota), adquirido pelo MASP em 1951, o artista sintetiza e faz transcender o próprio tema do “outro e eu” ao retratar-se com características semelhantes à figura de Jesus, com cabelos longos e túnica, e localizado próximo ao calvário, como enunciado no título da obra. Soma-se a esses elementos o seu “perfil inca”, sempre demarcado em seus autorretratos, acentuando os traços retos de seu nariz – identidade reivindicada por ele, que não se identificava como um típico artista parisiense.
O impacto causado por sua obra pictórica, que inaugurou um novo pensamento sobre pintura e apropriação de imagens, também repercute em suas escolhas de vida, que ainda hoje são motivo de debate, sendo determinantes para a visão criada sobre sua figura. A “genialidade incompreendida”, que o artista alegava, o não pertencimento a uma “civilidade” europeia, a entrega de sua pintura à visualidade de universos longínquos e pouco desbravados eram frequentemente performados pelo próprio artista.
“Como resultado de amplas pesquisas iconográficas, conhecemos inúmeras referências da cultura visual usadas por Gauguin – seu ‘museu imaginário’ – complementando aquelas que foram encontradas entre pertences do artista em seu ateliê após sua morte. A mesma reprodução de imagens também acontece no corpo de seu trabalho: pinturas com personagens individuais ou pequenos grupos são replicadas em outras obras, até chegarem a composições maiores como em ‘Faa Iheihe’ (1898). O artista recombina suas figuras com variações sutis. Passa a não apenas citar a obra de outros artistas, mas a sua própria, numa espécie de diálogo consigo mesmo”, pontuam os curadores.
Influências egípcias e japonesas também surgem na combinação de imagens de referências artísticas e fotográficas de Gauguin, o que é evidenciado em “Pobre pescador” (1896). A personagem central foi retirada de uma representação do faraó Seti I em um dos relevos do Templo de Abidos, sendo representada de perfil e com um gestual geometrizado. No que concerne à vista ao fundo, o artista foi influenciado pelas composições das gravuras ukiyo-e japonesas, “empilhando” as camadas da paisagem no sentido vertical da composição, além de trazer um tratamento característico da mesma visualidade para elementos naturais, como as montanhas e o quebrar da espuma das ondas do mar. Há outro elemento que adiciona mais uma camada às citações: “Pobre pescador” também era o título de uma pintura de 1881 feita por Puvis de Chavanne (1824–1898), uma referência na pintura europeia, da geração anterior à de Gauguin.
Nascido em Paris, Gauguin dedicou-se, sobretudo, à pintura, sendo considerado uma figura emblemática na história da arte por destacar-se das convenções pictóricas do século 19. Viveu parte de sua infância no Peru e foi somente aos 35 anos que passou a se dedicar exclusivamente ao trabalho artístico. Passou algumas temporadas em regiões da França, como Bretanha e Arles, onde conviveu com o artista holandês Vincent van Gogh durante os intensos meses em que dividiram um ateliê.
Frustrado com a cena artística da metrópole parisiense e passando por dificuldades financeiras, o artista nutria o desejo de partir em busca de outra experiência de mundo, na qual pudesse aliar sua pintura a um imaginário para além dos padrões da cultura europeia. Foi assim que Gauguin viajou ao Taiti, na Polinésia Francesa, em 1891 e, após um intervalo de dois anos em Paris, retornou ao Pacífico para lá permanecer até a sua morte, em 1903, nas Ilhas Marquesas.
“Paul Gauguin: o outro e eu” faz parte de uma série de mostras que, desde 2016, com “Histórias da Infância”, procura analisar, a partir de perspectivas críticas, artistas europeus canônicos pertencentes ao acervo do MASP, problematizando essas obras da tradição à luz de questões contemporâneas. Essas mostras individuais são colocadas em diálogo com o ciclo anual de exposições do museu, como já aconteceu com “Toulouse-Lautrec em vermelho” (ano de “Histórias da sexualidade”, 2017) e “Degas” (ano de “Histórias da dança”, 2020). “Paul Gauguin: o outro e eu” integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias indígenas. Este ano, a programação também inclui mostras de Carmézia Emiliano, MAHKU, Sheroanawe Hakihiiwe e Melissa Cody, além do comodato MASP Landmann de cerâmicas e metais pré-colombianos e a grande coletiva “Histórias indígenas”.
“O próprio estatuto tanto do autorretrato como de Gauguin enquanto artista moderno, carregado de críticas e polêmicas, ultrapassa a condição de sua mera permanência na pinacoteca do segundo andar do museu, onde atravessou placidamente as sete últimas décadas, para reencontrar, neste início de século 21, um contexto artístico e museológico em plena desconstrução, onde há muitos “outros” a serem contemplados, e onde Gauguin e seus modos de enxergar a si e ao outro podem ser reinseridos de novas e inesperadas maneiras, com a diferença que, de agora em diante, ele não será mais o único protagonista”, concluem Oliva e Cosendey.
Catálogo | Na ocasião da mostra, foram publicados dois catálogos, em inglês e português, compostos por imagens e nove ensaios comissionados de autores fundamentais para o estudo e revisão crítica da obra de Gauguin na atualidade – fruto de um extenso seminário internacional inteiramente dedicado ao artista organizado pelos curadores da mostra e promovido pelo MASP em março de 2022. A publicação é organizada por Adriano Pedrosa, Fernando Oliva e Laura Cosendey, e inclui textos de Abigail Solomon-Godeau, Caroline Vercoe, Heather Waldroup, Irina Stotland, Linda Goddard, Ngahuia Te Awekotuku, Norma Broude, Stephen Eisenman e Tamar Garb, além de Oliva e Cosendey. Com design de Luciana Facchini, a publicação tem edição em capa dura e reúne 151 imagens.
Serviço:
Paul Gauguin: o outro e eu
Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP; Fernando Oliva, curador, MASP;
Laura Cosendey, curadora assistente, MASP
1º andar
28/4 — 6/8/2023
MASP — Museu de Arte de São Paulo “Assis Chateaubriand”
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista – São Paulo, SP
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terça grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas
Agendamento on-line obrigatório pelo link MASP ingressos
Ingressos: R$60 (entrada); R$30 (meia-entrada)
(Fonte: Museu de Arte de São Paulo “Assis Chateaubriand”)