Cientistas rebatem argumentos sobre custos de publicação e dificuldades de infraestrutura; entre pontos para tornar a ciência mais aberta estão mudanças na política de avaliação e estímulo ao compartilhamento de dados
Brasil
Na tarde desta segunda-feira (3) o prefeito de Indaiatuba, Nilson Gaspar (MDB), realizou a entrega do Selo de Responsabilidade Social Empresa Amiga da Mulher para a primeira empresa a cumprir quatro requisitos previstos na Lei Nº 7.692/2021, de autoria do vereador Alexandre Peres. A Nova Justo Assessoria Empresarial, representada pelos proprietários Sérgio Baptista Ferreira e Edison José Fernandes, recebeu o reconhecimento por se enquadrar nos itens II, IV, V e VII.
A empresa entrou com o pedido na Administração Municipal para o reconhecimento por manter o ambiente de trabalho com observância à saúde, integridade física e emocional a fim de oferecer dignidade à mulher, promover ações de divulgação de garantia do pleno direito à licença maternidade e à amamentação; apoiar as mulheres que forem vítimas de qualquer tipo de assédio, violência psicológica e/ou física ou violação de direitos e incentivar a valorização das mulheres no mercado de trabalho, promovendo a igualdade de gênero.
Sobre o Selo | É concedido às empresas, entidades governamentais, entidades sociais e outras instituições que contribuem com ações e projetos de promoção e defesa dos direitos da mulher no município. Para pedir o selo, a empresa deve se encaixar nos requisitos da Lei Nº 7.692/2021 e realizar o pedido no setor de Protocolo da Prefeitura.
(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)
O Café Terraço do Sesc Avenida Paulista, um dos espaços mais apreciados do prédio pela vista privilegiada da cidade e pelo cardápio único, recebe, nos dias 5 e 19 de julho, a união musical entre o rap e músicas tradicionais do povo Guarani Mbya, com as apresentações do rapper Owerá MC e DJ Pará, às 21h. Os shows são gratuitos, com distribuição de ingressos uma hora antes das performances, na Central de Relacionamento (2° andar) e fazem parte do projeto Nas Alturas, que leva apresentações musicais para o último andar do Sesc, de onde é possível aproveitar a vista panorâmica de São Paulo, enquanto se conhece novos artistas e ritmos.
As músicas tradicionais incorporadas ao rap de Owerá são canções sagradas, ouvidas por toda a aldeia, desde as crianças até os mais velhos, todas as noites, nos rituais realizados na casa de reza Opy. Esses cânticos são parte do modo de vida Nhandereko e falam sobre a natureza, os rios e as florestas para a resistência e fortalecimento desse povo.
Owerá é indígena do Povo Guarani Mbya, nascido na aldeia Krukutu, da Terra Indígena Tenondé Porã, na zona sul de São Paulo. É escritor, cantor de rap e das músicas tradicionais do seu povo Guarani. No começo de 2015, começou a cantar o rap, divulgando nas redes sociais, com o nome de Kunumi MC. No começo de 2021, adotou o nome artístico Owerá. Já tem dois álbuns de rap lançados, “Meu sangue é vermelho” (2017) e “Todo dia é dia do índio” (2018), além de ter feito parcerias com outros artistas musicais, como Criolo e DJ Alok.
Pará Retê (DJ Pará), também é indígena do Povo Guarani Mbya, porém nascida na aldeia de Partay Mirin, no Estado do Rio de Janeiro. Viveu a sua infância na aldeia Rio Silveira, no município de Bertioga, litoral de São Sebastião (SP). Em 2015, se casou com Owerá, e atualmente moram na aldeia Krukutu, com um filho de 5 anos. Pará também canta músicas tradicionais Guarani, é artesã e faz várias participações especiais de rap ao lado de Owerá. Hoje o casal se dedica a pesquisa e difusão dos cânticos sagrados do povo Guarani Mbya.
Serviço:
Show | Rapper Owerá MC e DJ Pará
Quando: 5 e 19 de julho de 2023, quarta, às 21h
Onde: Café Terraço – 17° andar
Classificação etária: 18 anos
Duração: 60 minutos
Capacidade: 120 lugares
Ingressos: Distribuição no dia da apresentação, 1 hora antes, na Central de Relacionamento (2° andar). Gratuito
SESC Avenida Paulista
Avenida Paulista, 119, São Paulo, SP
Fone: (11) 3170-0800
Transporte Público: Estação Brigadeiro do Metrô – 350m
Horário de funcionamento da unidade: terça a sexta, das 10h às 21h30; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30
Horário de funcionamento da bilheteria: terça a sexta, das 10h às 21h30; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30
Portal Sesc SP | Facebook | Instagram | YouTube | TikTok.
(Fonte: Sesc SP)
O Rio de Janeiro vai vivenciar a retomada de grandes shows e espetáculos, com projeção internacional, que levam arte e cultura ao público, gratuitamente, e fomentam a economia da cidade. Depois dos Rolling Stones, Lenny Kravitz e Stevie Wonder, as areias de Copacabana receberão o DJ e produtor musical brasileiro mais tocado no mundo, Alok, em um show especial e inédito, no dia 26 de agosto, com muita música, visuais inéditos e uma iluminação inédita de luzes e lasers jamais vistas no Brasil. Sem sombra de dúvidas, será a maior apresentação de sua trajetória profissional.
O espetáculo, realizado pela SRCOM, celebra o aniversário de 32 anos do artista e o centenário do hotel Copacabana Palace, considerado patrimônio histórico e cultural do Rio e um dos maiores ícones do país. “A vida profissional sempre tem grandes acontecimentos que se tornam divisores de águas em nossas vidas. Este show certamente representará mais um na minha carreira. Comemorar o meu aniversário junto ao centenário do Copa numa das praias mais famosas do mundo me enche de orgulho e alegria! Eu e a equipe estamos 100% focados para que seja um show memorável e entre para a história da cidade”, afirma Alok.
Totalmente gratuito, o espetáculo será inovador, tecnológico e vai inaugurar um palco inédito em formato de pirâmide, com visão 360º, coberto com LEDs de altíssima definição, que leva a assinatura de Abel Gomes, cenógrafo e VP de Criação da SRCOM, organizadora do evento. “Pensei em um palco que pudesse emanar energia para a cidade. Historicamente, o formato geométrico das pirâmides é visto como um portal que se conecta com seu vértice e com a energia cósmica do universo e distribui esta força a todos a sua volta, criando uma Egrégora, um alinhamento energético coletivo que propaga pensamentos e sentimentos para o mundo”, conta Abel.
Realizado pela SRCOM, em parceria com o Copacabana Palace, A Belmond Hotel, o evento conta com o patrocínio da GWM Brasil, marca apresentadora do espetáculo. Outros patrocinadores serão anunciados em breve. “Espetáculos como esse entram na história porque os tornamos memoráveis e conectamos emoções e sonhos. Ao longo dos 35 anos de trajetória da SRCOM, realizamos grandes eventos, como o Réveillon de Copacabana, o maior do mundo, sempre pensando em tocar o coração das pessoas. Agora não será diferente”, ressalta Nelson Adão, Diretor de Negócios e Projetos na SRCOM, organizadora do evento.
Head de Marketing da GWM Brasil, Luis Fernando Guidorzi destaca o engajamento e parceria com o consagrado artista brasileiro. “Sempre buscamos parceiros que criassem uma relação real entre as partes. Tivemos essa conexão com o Alok desde o início, pela modernidade e tecnologia que traz em suas músicas e também pelo seu lado sustentável que, assim como nós, quer deixar um legado para a sociedade. O Show do Século será um momento especial para o Alok, do qual a GWM não poderia ficar de fora, principalmente agora que também está conectado conosco no lançamento oficial do Haval H6, no Museu do Amanhã, que acontecerá durante o nascer do sol. Afinal, o amanhã está chegando. Hello, Tomorrow”, destaca Guidorzi.
Segundo o gerente geral do Copacabana Palace, Ulisses Marreiros, o grandioso evento é uma forma de honrar o passado e inspirar o futuro da cidade como um dos maiores palcos de eventos do Brasil para o mundo. “Em 2023 o Copa completa 100 anos e não poderíamos estar mais felizes em coroar essa celebração com a realização do Show do Século. O hotel é um ícone do Rio de Janeiro e do Brasil e, para nós, é uma honra poder retribuir à cidade, cariocas e turistas com um show histórico. Esse evento representa a comemoração do passado lendário do Copa e também marca o início de um novo capítulo que estamos escrevendo”, comemora Ulisses.
Entre outras novidades, um encontro inédito da música eletrônica de Alok com o samba carioca. Membros das 12 escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro subirão ao palco para uma apresentação inédita, junto com o DJ, preparada especialmente para o evento.
Sobre Alok | Alok é o artista brasileiro mais ouvido no mundo e o DJ sul-americano melhor posicionado na história do ranking da conceituada revista DJ Mag. Dentre as dez músicas brasileiras mais consumidas globalmente, quatro são de Alok. Atualmente, com 28 milhões de seguidores no Instagram e 5 bilhões de streams no Spotify, ele é o único brasileiro a fazer parte da “Billboard Dance 100” e uma das 500 pessoas mais influentes da América Latina. Com aproximadamente 320 shows anuais nos cinco continentes, Alok é residente fixo em Ibiza, onde passa o verão europeu tocando em uma das principais casas noturnas de música eletrônica. Há dois anos, criou o Instituto Alok, que gerencia projetos filantrópicos de alto impacto no Brasil, Índia e na África. Até o momento, já foram doados mais de 10 milhões de dólares para projetos sociais e ambientais em todo o mundo. Como filantropo, Alok fez parte da revolucionária série Global Citizen Live, com apresentações mundiais ao lado de nomes como Billie Eilish, BTS e Elton John, transmitida ao vivo da Floresta Amazônica ao lado dos povos indígenas Yawanawá, Huni Kuin e Guarani – representados pelos artistas Mapu Huni Kuin, Yawanawá & Owerá, Kunimi MC – em combate a pobreza e as mudanças climáticas. Em 2022, participou de outra grande apresentação mundial junto a artistas indígenas brasileiros na sede das Nações Unidas, em NYC, durante a abertura da Climate Week.
Sobre o Copacabana Palace, A Belmond Hotel | O Copacabana Palace, A Belmond Hotel celebrará seu centenário em grande estilo no mês de agosto de 2023. Este lendário e luxuoso hotel, localizado de frente para a deslumbrante praia de Copacabana, é um verdadeiro ícone da hospitalidade de luxo e um dos destinos mais desejados por viajantes em busca de uma experiência exclusiva e inesquecível na Cidade Maravilhosa. Ao longo de seus 100 anos de história, o hotel tem sido palco de importantes acontecimentos históricos e culturais, recebendo visitas ilustres de reis, rainhas, presidentes e ícones do passado e do presente. Sua trajetória foi reconhecida em 1989, quando o Copa foi declarado Patrimônio Histórico Nacional e adquirido pelo grupo Belmond. Desde então, passou por várias reformas e revitalizações, preservando seu charme clássico e acrescentando toques contemporâneos.
Sobre a SRCOM | Uma das principais agências de brand experience do país, realiza trabalhos inesquecíveis em grandes eventos como a cerimônia de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Recentemente, a empresa organizou sucessos de ativações de marcas como TV Globo, Globoplay, Multishow, Nubank e Hypera Marcas nos principais eventos do país e do mundo, como o Rock in Rio, Copa do Mundo FIFA 2022 no Catar, a CCXP 2022, Expo Dubai 2021 e a Fórmula 1, em São Paulo, além de ter realizado a 15ª edição à frente do Réveillon de Copacabana, no Rio de Janeiro.
(Fonte: MNiemeyer Comunicação)
O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, de 30 de junho a 13 de agosto de 2023, no 2º subsolo do museu, Sala de vídeo: Sky Hopinka, que exibe os vídeos “Kicking the clouds” e “Mnemonics of Shape and Reason” (ambos de 2021). Com curadoria de María Inés Rodríguez, curadora-adjunta de arte moderna e contemporânea, MASP, as obras refletem, por meio da paisagem, da música e da linguagem, as tradições e práticas ancestrais que sobreviveram a sistemas de opressão, adquirindo novas formas que expressam a complexidade das comunidades ameríndias nos Estados Unidos de hoje.
Sky Hopinka (Nação Ho-Chunk, Wisconsin/Pechanga Band dos Índios Luiseño, 1984) é um artista visual que, por meio de seu trabalho de vídeo, foto e texto, expressa a sua opinião sobre a paisagem e a terra indígena utilizando de meios de comunicação pessoais, documentais e não ficcionais. Hopinka define seu trabalho como uma reflexão etnopoética, referindo-se a um conceito proposto pelo escritor e tradutor estadunidense Eliot Weinberger, em “The Camera People” (1992), que descreve o que acontece quando comunidades observadas, estudadas e filmadas por etnógrafos tradicionais, principalmente ocidentais brancos, decidem pegar as câmeras e filmar o que consideram necessário e relevante sobre si mesmas.
Em seus vídeos, o cineasta conta histórias que remetem à sua identidade e aos modos de vida indígenas, mergulhando profundamente em questões de sua origem por meio de narrativas autobiográficas que se comunicam diretamente com o público nativo, sem a obrigatoriedade de explicar o significado aos espectadores não nativos. “Por meio de seu trabalho, o artista explora diferentes maneiras de questionar a complexidade da identidade indígena contemporânea. Se sua prática artística é inspirada pela comunidade à qual pertence; seu trabalho é uma maneira clara de resistir ao olhar etnográfico que busca situar, definir e determinar o que é autêntico e o que não é”, pontua a curadora-adjunta María Inés Rodríguez.
Em “Kicking the clouds” (2021), Hopinka reflete sobre seus descendentes e ancestrais, guiado por uma gravação de áudio de 50 anos atrás de sua avó aprendendo a língua pechanga com a sua mãe. O vídeo apresenta imagens de integrantes da sua família, a casa em que moram atualmente e objetos pessoais, além de uma entrevista com a mãe do artista que narra suas lembranças relacionadas ao áudio, à vida e a outros temas familiares. A montagem do vídeo é acompanhada por um poema que aparece como legenda na parte inferior da tela.
O vídeo “Mnemonics of Shape and Reason” (2021) percorre a memória de um lugar visitado pelo artista. Ele sobrepõe e remonta paisagens rochosas do deserto com uma trilha composta por textos e músicas, criando um relato rítmico das implicações espirituais da colonização. As suas reflexões apresentam ideias de maleabilidade espiritual ligadas à terra, céu, mar, mito, lugar e personalidade. A narrativa conduz o espectador através de paisagens variadas dessa história sem começo, meio ou fim explícitos, permitindo ao público adentrar no trabalho em qualquer ponto em sua linha do tempo e vivenciar, com ele, uma experiência significativa.
Sobre Sky Hopinka
Sky Hopinka é um artista visual nascido em 1984, membro da Nação Ho-Chunk de Wisconsin e descendente da Pechanga Band dos Índios Luiseño. Seu trabalho foi apresentado em vários festivais, incluindo Sundance, Toronto International Film Festival, Ann Arbor, Courtisane Festival, Punto de Vista e New York Film Festival. Sua obra fez parte do 2017 Whitney Biennial, FRONT Triennial 2018 e Prospect.5, em 2021. Foi curador convidado da Whitney Biennial 2019 e participou do Cosmopolis #2 no Centre Pompidou. Realizou uma exposição individual no Centro de Estudos Culturais, Bard College, em Nova York, em 2020, e, em 2022, na LUMA, em Arles, França. Recebeu o Infinity Award in Art do International Center e do Alpert Award para Filme/Vídeo, e bolsas de estudo, incluindo The Radcliffe Institute for Advanced Study, na Harvard University; Sundance Art of Nonfiction; Art Matters; The Guggenheim Foundation; e O Projeto Forja. No outono de 2022, Hopinka recebeu uma bolsa MacArthur por seu trabalho como artista visual e cineasta.
Serviço:
Sala de Vídeo: Sky Hopinka
Curadoria de María Inés Rodríguez, curadora-adjunta de arte moderna e contemporânea, MASP
2º subsolo
Visitação: 30/6 – 13/8/2023
MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista – São Paulo, SP
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terça grátis com patrocínio Bradesco, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas. Entrada gratuita em todas as primeiras quintas-feiras do mês – um oferecimento B3.
Agendamento on-line obrigatório por este link
Ingressos: R$60 (entrada); R$30 (meia-entrada)
Site oficial | Facebook | Instagram.
(Fonte: MASP)
O descaso, a solidão e o apagamento são os territórios percorridos pela exposição “Olhares Cruzados”, que traz obras de três artistas integrantes do grupo Contraponto, reunidos em torno do ateliê de Sérgio Fingerman, o curador da mostra. Fátima Farkas, Hilário Kleiman e Isabella Cesar e seus diferentes pontos de vista cruzaram seus olhares, que resultaram na exposição que ocupa a Galeria Contraponto, na Vila Madalena, de 23 de junho a 1º de julho.
Fátima Farkas, que tem sua origem profissional ligada ao design, migrando depois para as artes plásticas através da vivência na escola do Parque Laje, traz uma forte ligação com as questões brasileiras étnicas e culturais.
O ar é de graça
Trabalhando sobre o território da violência surda e a infâmia da exclusão, do abandono e do apagamento social e cultural, as 16 obras, expostas agora numa instalação única, são retratos que transitam entre o pictórico aparentemente ingênuo e a desconstrução expressiva da imagem ou seu avesso. Retratam, ao lado de personagens conhecidos na tradição das lutas raciais, outras imagens fortes, veladas e disformes que nos interrogam sobre o destino de tantos que sumiram na história, como os milhares de escravizados abandonados em campo aberto para morrer no limbo do esquecimento no Cemitério dos Pretos Novos na Gamboa no Rio de Janeiro.
Nas palavras de Sérgio Fingerman, curador da mostra, Fátima “através de fina ironia, evoca as singularidades desses personagens e suas lutas, que clamam por um pertencimento humanitário na nossa sociedade”.
Embora tema já recorrente nas preocupações contemporâneas, Fátima diz ter sido “profundamente marcada, tanto pelos personagens que superaram sua herança traumática quanto pela emoção avassaladora em pisar o solo conspurcado do genocídio e da diáspora africana no Valongo e no Instituto dos Pretos Novos, no Rio”.
A artista Isabella Cesar explora os aspectos das imagens que sofrem com o desgaste do tempo. A série que apresenta em Olhares Cruzados foi produzida durante a pandemia, quando, confinada em casa, foi tocada pelo silêncio do abandono provocado pela imagem deteriorada da piscina de um imóvel vizinho. Isabella passou meses fotografando diariamente a aparência da piscina e esse aspecto abandonado, esquecido e despreocupado do real provocou reflexões silenciosas e perturbadoras na artista, que passou a articular um diálogo artístico com a realidade da piscina em busca de extrair um encantamento da degradação. “Vieram chuvas intensas naqueles meses e a água da chuva proporcionou imagens sutis, leves, até doces, na então deterioração. Foi aquarelando sobre as imagens que explorei o território do encantamento, extraindo uma realidade nova e lírica do desgaste do tempo”, explica Isabella.
“Isabella Cesar pinta sobre imagens fotográficas, estruturas, composições quase abstratas de detalhes arquitetônicos de piscinas. O tema aqui é pretexto para criar um espaço onírico, quase musical. A ordem geométrica cede lugar para inesperadas interferências de entendimentos e divagações”, diz Fingermann.
Atento ao movimento artístico nacional, Hilário Kleiman – que foi aluno de Dalton de Lucca, Setsuko Katayama, Manoel Fernandes e Paulo Pasta – revela em suas obras a preocupação com o que nos resta da percepção de humanidade e provoca o observador a olhar seus trabalhos oníricos, sempre havendo uma estranheza presente que torna a obra melancólica e induz o observador a refletir sobre o que está realmente vendo. “Hilário Kleiman cria pequenas cenas que parecem detalhes fotográficos, muito sintéticos, com uma economia de narrativas, pelas de mistério, solidão, melancolia”, descreve Fingermann. Suas telas trazem pedaços de casas, salas, ruas, sem a presença humana.
Olhares Cruzados
Exposição de Fátima Farkas, Isabella César e Hilário Kleiman
Período: De 23/6 a 1º/7, de segunda à sábado, das 14h às 20h
Espaço Contraponto
Rua Medeiros de Albuquerque, 55, Vila Madalena, São Paulo, SP.
(Fonte: Vicente Negrão Assessoria)