Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

Inscreva seu e-mail e participe de nossa Newsletter para receber todas as novidades

Simões de Assis apresenta exposição inédita de Ione Saldanha e Etel Adnan em casa modernista de São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Obra de Ione Saldanha em exposição na Simões de Assis. Fotos: divulgação.

Ione Saldanha (Alegrete, 1919–Rio de Janeiro, 2001) e Etel Adnan (Beirute, 1925–Paris, 2021) foram duas artistas de trajetórias e nacionalidades diferentes que, apesar de nunca terem se encontrado em vida, constroem um diálogo formal em suas obras, dado que ambas se embrenharam pelo campo construtivo e abstrato da investigação visual. Essa aproximação entre suas pesquisas será apresentada na exposição inédita que a Simões de Assis apresenta, a partir de 30 de maio, na Casa Gerassi, no Alto de Pinheiros, em São Paulo.

Com curadoria de Luiz Camillo Osório, a seleção de pinturas que compõe a mostra “Ione Saldanha & Etel Adnan” coloca em evidência o interesse das artistas pela cor, pelo desenvolvimento de uma abstração intuitiva, de uma atenção ao ambiente e à busca de composições singulares. Além disso, a mostra é, ainda, um convite a uma imersão no modernismo, dado seu espaço de apresentação: a Casa Gerassi, projetada em 1991 pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha e que será o endereço temporário da Simões de Assis pelos próximos meses.

Ione Saldanha.

“Nesta exposição, que ensaia um primeiro diálogo entre estas duas artistas, temos ainda a articulação de suas obras com a arquitetura brutalista e oxigenada de Paulo Mendes da Rocha. Volumes abertos integram a forma construída com o entorno natural, diálogo este muito caro a estas duas artistas que cresceram e viveram perto do mar, das montanhas e da luz natural. Quiçá seja a procura pelas variadas formas de deixar a luz penetrar no espaço, seja pictórico, seja arquitetônico, o que reúne esta casa e estas obras”, comenta Luiz Camillo Osório.

A galeria está desenvolvendo um trabalho contínuo para estabelecer novos diálogos e elaborar perspectivas alternativas sobre a história da arte brasileira e latino-americana, enquanto sincronicamente também percorre produções internacionais. O programa da Simões de Assis está voltado à apresentação de artistas consagrados no Brasil, bem como recuperar as produções a partir de diálogos transgeracionais, trans históricos e transnacionais, que permitem enriquecer e subverter as narrativas hegemônicas da história da arte adicionando camadas de novas perspectivas. E é nesse campo de conhecimento que surge a exposição “Ione Saldanha & Etel Adnan”.

O encontro entre Adnan e Saldanha

Segundo Osório afirma no texto que acompanha a exposição, tanto Etel Adnan quanto Ione Saldanha trabalharam à margem dos movimentos de vanguarda sem deixarem jamais de experimentar com as linguagens visuais. “No caso de Adnan, o trabalho com a poesia e com a escrita caminhou paralelamente à produção pictórica. Seus Leporellos desdobram e integram escrita e pintura, concebendo em páginas sanfonadas articuladas no espaço uma caligrafia cromática singular. Ione foi densificando a matéria cromática sobre a tela até saltar para o espaço nas ripas, bobinas e bambus. Ambas viveram até o limite em uma zona de transição entre uma sensibilidade moderna que fazia da pintura um exercício de depuração da forma visual e uma urgência contemporânea que afirmava o trânsito entre linguagens, suportes e materialidades poéticas”, diz o curador.

Etel Adnan, “Grenades”, 2020, Simões de Assis.

Poeta, ensaísta e pintora nascida no Líbano, Adnan era filha de mãe grega e de pai otomano, um oficial de alta patente nascido em Damasco. Foi educada em escolas francesas no Líbano e falava tanto grego como árabe com seus pais. Sua obra literária teve forte influência do poeta Arthur Rimbaud e sua poesia incorporou imagens surrealistas e metáforas com experimentação formal baseadas na linguagem. Devido aos seus sentimentos em relação à guerra de independência argelina, Etel Adnan começou a resistir às implicações políticas da escrita em francês e mudou o foco da sua expressão criativa para as artes visuais, especificamente para a pintura.

Adnan chegou à pintura a partir da escrita, da poesia, após ter estudado filosofia. Ela costumava dizer que a escrita vinha em linhas sucessivas, enquanto a pintura vinha de uma só vez, como um raio.  Ensinando estética na Califórnia, Etel foi incentivada a pintar pela colega professora Ann O’Hanlon e seus primeiros experimentos começaram com pastel, esfregando os palitos perpendicularmente no papel e criando áreas geométricas de cor que informaram seu estilo de pintura durante toda a sua carreira.

Durante sua estadia na Califórnia, Adnan começou a concentrar-se na paisagem à sua volta, em particular no Monte Tamalpais, que era visível das janelas de sua residência. Em consonância, a relação de Cézanne com o Monte Sainte-Victorie, a montanha tornou-se uma referência imutável que ela pintou incessantemente, tentando capturar os seus estados de espírito e dinâmica em diferentes momentos do dia sob diferentes estações do ano. O céu e o horizonte são representados como massas quadradas ou triangulares, formas piramidais em cores espessas e não diluídas. Formas circulares flutuantes feitas em amarelo, laranja ou verde e faixas de cor pura sugerem sol, mar ou areia e recordam as sombras e a luz da sua infância em Beirute ou as paisagens da Califórnia.

Saldanha, por outro lado, começou a pintar enquanto frequentava o ateliê do artista Pedro Luiz Correia Araújo, antes de se mudar para Paris e, então, frequentar a Académie Julian – onde muitos artistas acadêmicos e modernos do Brasil se formaram. Seus primeiros trabalhos já revelavam seu interesse pela geometria, pois as composições eram muitas vezes marcadas por uma representação estilizada de cenas e arquitetura comuns.

Etel Adnan, Sem título, 2020, Simões de Assis.

Ione desenvolveu um trabalho intuitivo, onde explorava diversos suportes como tela, papel, ripas de madeira, bambus, bobinas e, por fim, tocos de madeira empilhados. Com quase seis décadas de produção, sua obra foi marcada por rigor e coerência, com cada série de trabalho desdobrando-se rumo à próxima – partindo das pinturas figurativas iniciais dos anos 1940 aos trabalhos abstratos dos anos 1950, chegando às pinturas em suportes tridimensionais a partir do final dos anos 1960.

Como notaram diversos críticos, a verticalidade foi constante em sua produção e ela promoveu uma síntese abstrata de elementos arquitetônicos e urbanísticos populares.  Na década de 1950, Saldanha pintou principalmente paisagens urbanas, mas no lugar da temporalidade veloz e do constante ruído das grandes cidades modernas, a artista optou por retratar as fachadas silenciosas das históricas Ouro Preto e Salvador, criando a imagem de um passado pré-moderno. Na década de 1960, em uma ousadia experimental, a artista deu um salto rumo à abstração. A paisagem urbana foi sendo desconstruída antes do “derretimento” das cidades na tela, em um movimento de dissipação dos elementos geométricos sobre a superfície planar.

Segundo o curador, existe na obra de Saldanha um deslocamento do sentido hegemônico em que a geometria assume seu sentido mais puro, uma medida da terra – logo, uma medida da vida. Por fim, sua obra estendeu-se para o espaço. Saldanha instaurou uma pintura em campo ampliado que, ao saltar para fora da tela, ganhou espaço real e autonomia. Nas palavras da artista, “eu quis sair da parede, do limite da parede. E quis sair fora, quase que como uma espécie de liberdade maior”. Na série Bambus, exibida na mostra, produziu esculturas antropomórficas que evocam a cultura brasileira popular e que aprofundam sua pesquisa cromática. Em outra série importante, Ripas, a artista desenvolveu um laboratório fragmentado e colorido em que tiras de madeira com tamanhos variados ficavam encostadas na parede, uma relação que jogava com a arquitetura do espaço.

Sobre as artistas

Ione Saldanha (Alegrete, 1919–Rio de Janeiro, 2001), pintora e escultora nascida no Rio Grande do Sul, iniciou seus estudos no ateliê de Pedro Araújo, no Rio de Janeiro, em 1948. Viajou para a Europa em 1951, estudando a técnica de afresco em Paris (na Academie Julian) e em Florença. A artista teve sua carreira amplamente reconhecida, recebendo em 1969 o prêmio de viagem ao exterior no 7º Resumo de Arte do Jornal do Brasil. Participou de mais de dez edições da Bienal Internacional de São Paulo, além de outras exposições coletivas como o “Panorama de Arte Atual Brasileira” no MAM São Paulo (1969, 1970 e 1975); “10ª Quadriennale di Roma” (1977); “2ª Bienal de Arte Coltejer”, Medellín (1970); “8º Salão Nacional de Artes Plásticas”, MAM Rio (1985); “Brasil/60 anos de arte moderna”, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1982); “Forma/Suporte”, MAC Niterói (2003) e “Genealogias do contemporâneo”, MAM Rio (2010). Entre exposições individuais destacam-se “Bobinas”, MAM Rio (1971); “Ione Saldanha”, Instituto de Arquitetos do Brasil, Rio de Janeiro (1981); “Ione Saldanha”, Paço Imperial, Rio de Janeiro (1996); “Ione Saldanha: o tempo e a cor”, MAM Rio/MON/Fundação Iberê Camargo (2012) e “Ione Saldanha: a cidade inventada”, MASP (2021). Possui trabalhos em coleções importantes como MASP, MAC-USP e MAM São Paulo.

Etel Adnan (Beirute, 1925–Paris, 2021) foi uma poeta, ensaísta e pintora nascida no Líbano. Estudou filosofia na Sorbonne, na Universidade da Califórnia em Berkeley e na Universidade de Harvard. De 1958 a 1972, ensinou filosofia no Colégio Dominicano de San Rafael, na Califórnia. Adnan realizou exposições individuais em instituições ao redor do mundo, incluindo o Museu Solomon R. Guggenheim, Nova Iorque (2022); o Pera Art Museum, Istambul (2021); Aspen Art Museum, Colorado (2020); MUDAM, Luxemburgo (2019); San Francisco Museum of Modern Art (2018); Zentrum Paul Klee, Berna (2018) e Institut du Monde Arabe, Paris (2016). Seu trabalho foi apresentado em diversas exposições internacionais coletivas, como a Bienal Sharjah, EAU (2015); Bienal Whitney, Nova Iorque (2014) e Documenta 13, Kassel (2013).

Sobre a Casa Gerassi

Ione Saldanha.

Projetada em 1988–90 pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha para o engenheiro Antônio Gerassi e sua família, a Casa Gerassi está situada na região oeste de São Paulo, no Alto de Pinheiros, em uma área construída de 420 m² e em um terreno de 700 m². É uma casa inteira suspensa com peças pré-fabricadas de concreto armado – que não são usualmente utilizadas em habitações residenciais, mas sim, em shoppings e estádios, por exemplo.

Durante a construção da casa, vizinhos fizeram um movimento para recordar a construtora de que se tratava de um bairro residencial, devidamente pela confusão dos materiais utilizados e pela estrutura pré-fabricada, pois entenderam que não poderia ser uma casa familiar.

Sua estrutura é toda vertical, com nível térreo livre e uma grande área de lazer, resultando em uma casa em formato retangular com aproximadamente 15 por 14 metros, sendo que em cada viga há um pilar. Os ambientes são iluminados, ventilados e se contrapõem ao bairro ao redor que apresenta todas as casas fechadas com altos muros de segurança. Assim, a Casa Gerassi é visualmente aberta, mas também muito segura, haja vista que de todos os ambientes se pode ver ao redor.

No centro da casa há uma claraboia quadrada e seu respectivo ralo embaixo, um gradil horizontal que fica no meio da sala de estar, contornada por ladrilhos que compõem o piso. Um aspecto curioso é que não existem corredores – os três dormitórios (suítes) dão diretamente ao salão principal. Outro aspecto intrigante do projeto é a escada, que é o centro de todo um espaço suspendido da recepção da casa e do jardim. Ainda nos dias atuais, a Casa Gerassi impressiona pelo projeto inovador, impactante visualmente e que contribui para a arquitetura da cidade de São Paulo.

Sobre a Simões de Assis

Em 1984, Waldir Simões de Assis Filho, fundou a Simões de Assis em Curitiba (Paraná, Brasil), com o desejo de movimentar e descentralizar a produção e a circulação da arte. Desde a sua abertura, a Simões de Assis dirige o seu olhar para a arte moderna e contemporânea, especialmente para a produção latino-americana. Ao longo de décadas de trabalho, a galeria se especializou na preservação e difusão do espólio de importantes artistas, como Carmelo Arden Quin, Cícero Dias, Miguel Bakun e Niobe Xandó, contando com a parceria de famílias e fundações responsáveis.

A arte é também aquilo que se produz a partir de tantos encontros e do contato estreito com pesquisadores e curadores. A Simões de Assis conseguiu a articulação necessária para difundir e representar seus artistas no Brasil e no exterior.

Ao lado da Simões de Assis, em 2011, inaugura a SIM Galeria, dedicada à arte contemporânea, fundada pela segunda geração da família, Guilherme e Laura Simões de Assis. Com o intuito de criar um programa que contemplasse a produção atual, a SIM se dedica a expor artistas que iniciaram suas práticas a partir da década de 80.

Em 2018, as galerias inauguraram um espaço em São Paulo, com o objetivo de somar forças para afirmar o trabalho de produção artística e intelectual, estimulando trocas e debates, além do fomento de carreira de seus artistas.

Depois de quase 10 anos em profundo diálogo, a SIM e a Simões de Assis abrem uma conversa uníssona para ser ainda mais potente, e em 2020, unem seus programas. Em 2022, a Simões de Assis inaugurou um terceiro espaço expositivo, desta vez em Balneário Camboriú, ampliando o alcance do mercado de arte no Brasil.

Entendendo que a arte é o contato entre aquilo que foi, é e será, sendo capaz de atravessar todos os tempos, a Simões de Assis, agora dirigida pelas duas gerações da família, propõe a revisão constante da produção artística do passado a partir de reflexões contemporâneas, promovendo a interação entre artistas de diferentes gerações.

A arte é um grande processo de reinvenção, acumulação e espelhamento e a Simões de Assis de 1984, hoje segue afirmando o seu comprometimento em ajudar a preservar a memória e assim, escrever novas possibilidades futuras.

Serviço:

“Ione Saldanha & Etel Adnan”

Curadoria: Luiz Camillo Osório

Período expositivo: 30 de maio a 23 de julho de 2023

Local: Casa Gerassi | Rua Dr. Carlos Norberto de Souza Aranha, 409,  Alto de Pinheiros – São Paulo (SP)

Visitação mediante agendamento prévio: terça a sexta | das 10h às 19h , sábado | das 10h às 18h

https://www.simoesdeassis.com/.

(Fonte: Marrese Assessoria)

Artur Lescher abre exposição individual no Instituto Artium com obras inéditas

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Flavio Freire.

No ultimo dia 31 de maio o Instituto Artium de Cultura abriu a exposição individual de Artur Lescher (São Paulo, Brasil, 1962), um dos artistas de maior destaque no cenário da arte contemporânea brasileira. Composta por cinco obras de grandes formatos, a mostra traz duas obras ainda inéditas ao público concebidas especialmente para a exposição. A exposição fica aberta até o dia 23 de julho e a entrada é franca.

Conhecido por suas impecáveis esculturas pendulares, este recorte da produção do artista foi concebido em diálogo com a arquitetura do Palacete Stahl – construído em 1920 para abrigar o consulado da Coroa Sueca, mais tarde utilizado pelo Império do Japão e agora sede do Instituto Artium, uma entidade cultural sem fins lucrativos.

Nesta mostra, Lescher busca colocar em diálogo a função original do edifício com a sua função contemporânea, que é a de espaço cultural, voltado para projetos de artes visuais. Para isso, apresenta trabalhos que dialogam diretamente com o entorno em que estão inseridos. Com esta relação entre os trabalhos e o espaço construído há mais de cem anos, o artista nos questiona: o que pode aparecer desse atrito e confronto de ideias e ficções extemporâneas?

Os destaques da montagem são as obras pendulares no salão principal, onde será criada uma grande instalação de obras inéditas que conversam com trabalhos anteriores. Completando a ocupação do Palacete, a obra “Elipse Piracaia” (2016), uma escultura de 3,50 metros, será instalada na área externa do Instituto Artium.

Há mais de trinta anos o paulistano Artur Lescher apresenta um sólido trabalho, resultado de uma pesquisa em torno da articulação entre matéria, forma e pensamento. São trabalhos que excedem o caráter de escultura e cruzam as linguagens da instalação e do objeto, a fim de modificar a compreensão destas e do espaço no qual se inserem. Ao mesmo tempo em que sua prática está atrelada a processos industriais, sua produção não tem como único fim a forma.

Fortemente ligada aos processos industriais e alcançando extremo refinamento e rigor na mecânica das formas, a produção de Lescher vai além de uma investigação puramente formal. Autointitulado um construtor, ele é reconhecido pelo emprego de materiais como madeira e metais, tais como ferro, alumínio e cobre, que são trabalhados utilizando métodos semi-industriais desenvolvidos a partir de uma gramática de formas para analisar as conexões entre a matéria, a obra e o espaço que ela habita.

Sobre o Instituto Artium

O Instituto Artium ocupa um palacete centenário na Rua Piauí, no bairro Higienópolis, tombado pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) e reconhecido como patrimônio histórico. Construído para ser a residência do primeiro cônsul da Suécia em São Paulo, em 1921, o casarão passou por duas das grandes famílias paulistas de barões do café e foi propriedade do Império do Japão por 67 anos (de 1940 a 2007). A residência foi fechada durante a Segunda Guerra Mundial e, em 1970, como testemunho da história do Brasil de então, o cônsul-geral do Japão foi sequestrado quando chegava ao local.

Degradado desde 1980, o espaço foi assumido pelo Instituto Artium em 2019, passou por um minucioso trabalho de restauro, revitalizando jardins e recuperando elementos ornamentais e decorativos da arquitetura da época de sua construção. A entidade cultural sem fins lucrativos cumpre atualmente um plano de atividades que reúne projetos nas áreas da preservação de patrimônio imaterial, preservação de patrimônio material, artes visuais e artes cênicas.

Ficha técnica Instituto Artium

Presidente: Carlos A. Cavalcanti

Diretor Geral: Vinícius Munhoz

Diretoras de Artes Visuais: Graziela Martine e Patrícia Amorim de Souza

Coordenação de Projetos: Victor Delboni

Instituto Artium

Endereço: Rua Piauí, 874 – Higienópolis, São Paulo – SP

Período expositivo: 31 de maio a 23 de julho de 2023

Horário de funcionamento: quarta a sexta de 12h às 18h; sábados e domingos, das 10h às 18h; segundas e terças, fechado.

Entrada gratuita.

(Fonte: Agência Prioriza)

Maestro de Indaiatuba é selecionado para laboratório da Filarmônica de MG

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Felipe Oliveira, maestro da Orquestra Jovem Indaiatuba. Foto: Felipe Gomes.

O maestro da Orquestra Jovem de Indaiatuba Felipe Oliveira, 33 anos, acaba de conquistar uma vaga na 14ª edição do Laboratório de Regência da Filarmônica de Minas Gerais.  Ele, que foi selecionado em sua primeira inscrição, participará de ensaios e aulas técnicas teóricas e práticas ministradas pelo diretor artístico e regente titular da orquestra, maestro Fabio Mechetti. A Filarmônica de Minas Gerais é a única orquestra brasileira a ser indicada ao Grammy Latino.

História

Nascido em Indaiatuba, Felipe Gustavo de Oliveira soma duas décadas de dedicação à música. O amor à primeira vista aconteceu aos 10 anos, quando conheceu o violino por meio do Projeto Guri, um programa de iniciação musical do Governo do Estado de São Paulo em conjunto com a Santa Marcelina Cultura. “Meu irmão mais velho começou a estudar trompete no Projeto Guri e eu quis também – fui aprender violão. Só que não deu certo; eu não conseguia me concentrar por ter déficit de atenção. Depois de um tempo, um amigo apareceu tocando violino e eu me apaixonei pelo instrumento, fui estudar. Hoje em dia estudo e respiro música o tempo todo”, conta o maestro.

Nessa época, começou a frequentar uma igreja local e se encantou com a banda do louvor. “É como se eu já tivesse conexão com a música mesmo antes de tocar. Ela me atraía. A mesma paixão pela música que eu tive naquele dia vendo-os tocar, eu tenho até hoje”, explica.

A escolha pela música clássica foi circunstancial. “O violino me abriu portas e meu interesse estava na música, não no estilo ou instrumento. No Guri se ensina música clássica em formato de orquestra; então, segui por este caminho e desenvolvi um amor por ela, comecei a entender que poderia ser um profissional, fazer parte de uma orquestra. Meu professor Fabrizzio Ribeiro era inspirador; sua vida era dar aulas, fazer música tanto em eventos quanto em orquestras. Ele fazia a gente ter vontade de crescer, de ser profissional”, relembra Oliveira.

Em 2005, aos 14 anos, Felipe entrou para a Orquestra Jovem de Indaiatuba e aos 17 anos já tocava profissionalmente em eventos da cidade. Ele estudou música sacra, regência coral e, em seu primeiro ano de faculdade, montou e regeu uma orquestra na igreja, além do coral de vozes. “Foi minha primeira vez na regência; meti as caras e deu certo, foi uma apresentação maravilhosa. Eu não me vejo fazendo outra coisa que não seja regendo e fazendo música. Quero trabalhar até o último dia da minha vida e morrer fazendo música”, pontua o maestro.

Formação

Oliveira estudou violino no Conservatório de Tatuí, uma das maiores e mais renomadas escolas de música da América Latina. Por três anos estudou na capital paulista com professor particular e, em 2012, entrou na Faculdade Cantareira, em São Paulo. No mesmo ano, classificou-se em 3º lugar para ingressar na Orquestra de Câmara da USP (OCAM).

Mais tarde, atuou como spalla, primeiro violinista de uma orquestra e patamar mais elevado depois do maestro, pela mesma orquestra. Depois de formado, ainda fez aulas com grandes mestres internacionais em Berlim e Amsterdam. “Em 2019, fui convidado pela Sinfônica de Indaiatuba para ser regente da orquestra em um festival e, depois dessa apresentação, o maestro Paulo de Paula, diretor artístico da Sinfônica de Indaiatuba, me convidou para ser maestro da Orquestra Jovem de Indaiatuba, a primeira oportunidade de ser regente de uma orquestra. Sou muito grato a ele por isso”, conta Felipe, que no mesmo mês foi convidado também para ser regente da orquestra Filarmônica de Patos de Minas.

Ele decidiu focar seus estudos na regência, fazendo aulas com o maestro Cláudio Cruz e, depois da pandemia, os concertos começaram. Desde 2020, Felipe é maestro da Filarmônica de Patos de Minas e da Orquestra Jovem de Indaiatuba. Em 2023 foi convidado pelo maestro Paulo de Paula para assumir o cargo de maestro assistente da Sinfônica de Indaiatuba.

Filarmônica

Esta foi a primeira vez que Oliveira se inscreveu no conceituado laboratório e foi selecionado por meio de um vídeo regendo a Filarmônica de Patos de Minas executando a 7ª Sinfonía de Beethoven. Entre os 19 selecionados para o laboratório, 15 tornam-se regentes ouvintes (que assistem aos ensaios) e apenas quatro são regentes ativos. Oliveira foi um deles e será o primeiro indaiatubano a reger a Filarmônica de Minas, sob supervisão do maestro Fábio Mechetti, durante um concerto que será realizado na quarta-feira, 7 de junho, com transmissão ao vivo pelo canal do Youtube da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. “Estou animado por viver essa experiência com o Fábio, que é um gigante da regência no Brasil, com uma carreira de sucesso; dificilmente alguém consegue chegar ao nível de experiência que ele tem na música erudita e aprender com ele é um presente”, destaca o maestro.

(Fonte: Armazém da Notícia)

Oficina e palestra marcam 7ª Semana Nacional de Arquivos em Indaiatuba

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: Fabio Alexandre.

A Secretaria de Cultura de Indaiatuba participa, por meio do Departamento de Preservação e Memória e do Arquivo Público Municipal “Nilson Cardoso de Carvalho”, da 7ª Semana Nacional de Arquivos, lançada pelo Arquivo Nacional e pela Fundação Casa de Rui Barbosa, que em 2023 traz o tema “Arquivos: Territórios de Vida”.

A Semana Nacional de Arquivos tem tradicionalmente como referência o 9 de junho, Dia Internacional dos Arquivos, assim proclamado na Assembleia Geral do Conselho Internacional de Arquivos (International Council on Archives – ICA) em 2007. O marco fundamenta-se na data de criação do próprio ICA pela Unesco, em 1948. Por isso, o evento se desenvolve entre os dias 2 a 9 de junho em diversas instituições arquivísticas, centros de memória e documentação e demais entidades que abrigam serviços de arquivos do Brasil, que promoverão eventos de cunho acadêmico ou artístico-cultural durante a semana. A programação completa pode ser conferida em www.gov.br/arquivonacional/pt-br/sites_eventos/SNA/sna-2023/programacao-sao-paulo.

O intuito desta ação é abrir os arquivos para a sociedade e divulgar o trabalho de salvaguarda do patrimônio documental desenvolvido no país. Este ano, Indaiatuba celebra a data com ações educativas do projeto “O Arquivo vai à Escola” e a oficina “Um Documento: uma História”, que será realizada em parceria com a Escola Estadual Professora Helena de Campos Camargo, que em fevereiro de 2023 comemorou 60 anos. O Arquivo Público Municipal “Nilson Cardoso de Carvalho” está localizado na Casa da Memória “José Luiz Sigrist”, que fica na Rua das Primaveras, 450, no Jardim Pompeia.

Tema | Em 2023, o Conselho Internacional de Arquivos completará 75 anos de existência, sendo este o tema da Semana Internacional de Arquivos. À luz dessa inspiração, a edição brasileira adota o tema “Arquivos: Territórios de Vidas” no intuito de fortalecer perspectivas e demandas sobre o fazer arquivístico que têm ganhado relevo em nosso país.

PROGRAMAÇÃO

5 de junho – Oficina “Um Documento: Uma História”

Local: E.E. Profª. Helena de Campos Camargo

Endereço: Rua Tuiuti, s/nº, Cidade Nova I

Horário: 12h50 às 18h20 (4 turmas do 6º ano)

Esta oficina tem o intuito trabalhar um pouco do conceito de documento histórico e o acervo do Arquivo Público Municipal “Nilson Cardoso de Carvalho”, que possui documentos relacionados à memória e à história de Indaiatuba, como fotografias e correspondências, entre outros. Desta maneira, os próprios alunos poderão contar um pouquinho da sua história e sua relação com o município.

6 de junho – Palestra: A História da Educação em Indaiatuba e os 60 anos da E.E. Profa. Helena de Campos Camargo

Local: Plenário da Câmara Municipal de Indaiatuba

Endereço: Rua Humaitá, 1167, Centro

Horário: 14 horas

Público-alvo: alunos do 6º ano da escola estadual e demais interessados

A palestra pretende trabalhar um pouco da história da Educação em Indaiatuba e os 60 anos da E.E. Profª. Helena de Campos Camargo a partir de imagens que se encontram no acervo do Arquivo Público Municipal “Nilson Cardoso de Carvalho”.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Secretaria de Cultura abre inscrições para oficina de curta duração de comédia stand-up

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Oficina com Pedro Otaviano terá duração de três meses e apresentação no encerramento. Foto: divulgação.

Com inscrições abertas até 13 de junho, “Laboratório da Comédia” é o título da oficina de curta duração de comédia stand-up que a Secretaria de Cultura de Indaiatuba oferece para maiores de 16 anos, ministrada pelo comediante Pedro Otaviano. As aulas acontecerão às terças e quintas, das 19h às 21h, no Centro Cultural Wanderley Peres.

Para participar, basta preencher o formulário disponível no portal Cultura Online, no site da Prefeitura de Indaiatuba. No ato da inscrição, é preciso apresentar os originais dos documentos pessoais (CPF e RG) e comprovante de endereço recente. No caso de menores de idade, o RG do responsável também deverá ser anexado no formulário. No total, serão oferecidas 20 vagas.

As inscrições seguem até às 15h do dia 13 de junho. A oficina terá duração de três meses e em seu encerramento, previsto para 31 de agosto, os participantes participarão de uma performance no Centro Cultural Hermenegildo Pinto (Piano).

Otaviano Comedy

Pedro Henrique Pinheiro Otaviano é nascido na cidade de Piquet Carneiro, no interior do Ceará, em 1993. Foi trabalhando no circo que descobriu seu amor pela comédia. Em 2011 mudou-se para São Paulo em busca de trabalho, mas não deixou para trás o sonho de se tornar comediante, gravando vídeos para o YouTube.

Mesmo sem conseguir um local para se apresentar, continuou a escrever roteiros e apresenta-los a amigos e conhecidos. Em 2020, ganhou sua primeira oportunidade e no ano seguinte, passou a realizar shows por Indaiatuba e região.

Oficina ‘Laboratório de Comédia’, com Pedro Otaviano

Inscrições: até 13 de junho

Aulas: a partir de 13 de junho, às terças e quintas, das 19h às 21h

Duração: 3 meses

Total de vagas: 20

Local: Centro Cultural Wanderley Peres

Endereço: Praça Dom Pedro II, s/nº, Centro

Classificação: a partir de 16 anos.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)