Cientistas rebatem argumentos sobre custos de publicação e dificuldades de infraestrutura; entre pontos para tornar a ciência mais aberta estão mudanças na política de avaliação e estímulo ao compartilhamento de dados
Brasil
A mostra Vidas Imprevistas, da artista visual Marina Godoy, abre no dia 30 de novembro de 2024 (sábado), das 11h às 17h, na Galeria Gare, na Vila Mariana, em São Paulo. Com curadoria e texto crítico de Agnaldo Farias, a exposição revela uma série de objetos aparentemente banais, encontrados em barracas das feirinhas de antiguidades, nos brechós e ressignificados e reconfigurados pela artista.
A artista remonta a vida e a memória (pessoal e coletiva) por meio de objetos coletados e reorganizados – numa operação artística um tanto surrealista, como os instrumentos de cirurgia do seu pai ou luvas que viram bolsas, altar remontado com tecidos nobres e uma gaiola que aprisiona uma espécie de lenço/vestido.
“Deter-se sobre os trabalhos de Marina Godoy, produzidos a partir de objetos renascidos do monturo do esquecimento, significa reencontrar a toalha bordada trazida de Portugal, um colar de pérolas falsas, leques e pedaços de saias cujas tramas finíssimas dotava-as de brilhos suaves, as rendas minuciosamente elaboradas, antigas heranças do ramo feminino da família, o variado conjunto de objetos que eram cuidadosamente acondicionados dentro de gavetas, como joias”, afirma o curador Agnaldo Farias em seu texto crítico.
Sobre a artista
Marina Godoy nasceu, vive e mora em São Paulo/SP. Graduou-se em Comunicação Visual pelo Mackenzie e fez pós-graduação em Arteterapia no Sedes Sapienza. Seu trabalho com artes plásticas é bem amplo: faz trabalhos com arte têxtil, colagens e desenhos em papel, objetos e também pinturas em óleo e acrílico. Já participou de diversos cursos por muitos anos e teve aulas com Carlos Fajardo, Cássio Michalani, Sérgio Fingerman, Agnaldo Farias e Marcelo Salles.
Fez diversas exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior, algumas delas são: Museu da FAAP (2022), Casa Jasmin (2021), Biblioteca do Memorial da América Latina (2019), Galeria Barco / Bordados (2021), Museu A Casa (2018), Casa da Cultura PA (2016), Galeria Frei Confaloni GO (2001), Galeria Rosa Barbosa (2000), Estação Julio Prestes (1996), Paço Imperial RJ (1995), Museu de Arte Contemporânea: MAC (1994/1999 individual), Centro Cultural Maria Antonia (1992), Pinacoteca (1992), Museu de Arte Moderna: MAM (1992), Museu da Imagem e do Som: MIS (1991/1993), Universidade de São Paulo: FAU (1991), Paço das Artes (1990/1991/1995), Galeria Montessanti (1988) e Galeria Unidade 2 (1984) e nas solos na Casa das Rosas (2012) e na FAAP (1999).
Sobre o espaço
A Gare Cultural se propõe a ocupar o espaço do Polo de Arte e Cultura da Vila Mariana em São Paulo, incorporando em seu escopo a Gare – Escola de Artes Criativas e Design para todas as idades.
Em seu nome – Gare, que significa ‘estação’ – carrega essa alma de ser mesmo uma estação, de ser lugar de passagem e orientação sobre caminhos e opções, de abrir possibilidades, de promover encontros e propor trilhos para se seguir em frente, sempre tendo a linguagem das Artes como instrumento.
Tem o compromisso de ao tocar cada vida ter o cuidado e responsabilidade sobre o que afeta e sempre atenta para como essas trocas são feitas, sempre observando o crescimento de lado a lado.
Serviço:
Mostra Vidas Imprevistas de Marina Godoy
Curadoria e texto crítico: Agnaldo Farias
Visitação: 2 de dezembro de 2024 a 18 de janeiro de 2025 | segunda a quinta-feira, 13h às 20h; sexta-feira, 13h à 19h e, sábado, 9h às 13h
Gratuito e livre
local: Galeria Gare – Rua Cubatão, 959 – Vila Mariana – São Paulo – SP
Tel: (11) 97467-7176
e-mail: contato@garecultural.com.br
Site: https://www.garecultural.com.br/
Redes sociais:
Marina Godoy @marinagodoy_arte
Agnaldo Faria @agnaldo_farias
Galeria Gare @galeriagare.
(Com Erico Marmiroli/Marmiroli Comunicação)
Faleceu neste domingo, 1º de dezembro de 2024, aos 93 anos, o Prof. Dr. Rogério Cezar de Cerqueira Leite, presidente de honra e presidente do Conselho de Administração do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e uma das personalidades centrais para a consolidação e avanço da ciência, tecnologia e inovação no Brasil.
No início da década de 80, o Prof. Cerqueira Leite teve papel decisivo para viabilizar o projeto e a construção da primeira fonte de luz síncrotron do Hemisfério Sul, que veio a se tornar o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e o início da criação do CNPEM. Ao defender e influenciar o projeto e a construção da primeira fonte de luz síncrotron do Hemisfério Sul, o Prof. Cerqueira Leite já vislumbrava mais do que o estabelecimento de um grande equipamento de pesquisa no País.
Nomeado para presidir o Conselho de Administração no início desta empreitada, seus direcionamentos miraram o fortalecimento da capacitação científica no Brasil, a qualificação de pessoas e a busca por soluções criativas, economicamente viáveis, inovadoras e eficazes, em parceria com a indústria e núcleos de pesquisa nacionais. Prof. Rogério liderou estratégias e decisões que resolveram desafios técnico-científicos e de gestão, até então inéditos no Brasil, intrínsecos a projetos audaciosos.
Prof. Cerqueira Leite acreditava que era possível projetar e construir equipamentos científicos competitivos no Brasil, apesar do ceticismo de parte da comunidade acadêmica e das crises econômicas e políticas. Sirius – o novo acelerador de elétrons brasileiro e maior projeto da ciência nacional – de diferentes formas, materializa suas convicções.
Para além da física e engenharia de aceleradores, Prof. Rogério endossou a criação de outros Laboratórios Nacionais no CNPEM, apoiando avanços nas áreas de biociências, nanotecnologia e biorrenováveis. Idealizou a Ilum – Escola de Ciência do CNPEM, um curso de bacharel em Ciência e Tecnologia, que adota um modelo educacional inovador e interdisciplinar.
O falecimento de Prof. Rogério Cezar de Cerqueira Leite é sentido com grande pesar por todos os colaboradores do CNPEM e, certamente, por grandes entusiastas da ciência, tecnologia e inovação do Brasil. Em entrevista concedida ao Museu da Pessoa, publicada em 2022, Prof. Rogério atestou: “[…] velhos gostam de falar do passado, porque não têm futuro, mas eu sempre olho o futuro, apesar de ter tido uma vida satisfatória etc. e tal, eu trabalho para o futuro.”
“Com respeito e reverência ao legado de Cerqueira Leite, o CNPEM reafirma seu compromisso com a vanguarda do desenvolvimento científico e tecnológico e espera que todos seus colaboradores sigam engajados com a construção de um futuro melhor, inspirados pela audácia tão característica do Prof. Rogério”, comentou com pesar o Diretor-Geral do CNPEM, Antonio José Roque da Silva.
Importante destacar que o legado de Cerqueira Leite vai muito além da história do CNPEM. Sua formação acadêmica, o apreço pelas mais diversas formas de artes e seus posicionamentos públicos sobre temas estratégicos para o País, promoveram importantes debates, conquistas e influenciaram diferentes esferas da academia e da sociedade – como pode ser conferido no resumo de sua biografia profissional posta abaixo.
Carreira
Graduado em Engenharia Eletrônica e Computação pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em 1958, doutorado em Física de Sólidos pela Universidade de Paris (Sorbonne) em 1962, Cerqueira Leite trabalhou como pesquisador nos Laboratórios Bell nos EUA entre 1962 e 1970.
Prof. Rogério lecionou no ITA, na Universidade de Paris e na Unicamp. Nos anos 70, dirigiu o Instituto de Física e o Instituto de Artes da Unicamp, universidade que o nomeou Professor Emérito. Foi agraciado com a Comenda da Ordem Nacional do Mérito da França e com a Cátedra da Universidade de Montreal, Canadá.
Prof. Cerqueira Leite foi pesquisador emérito do CNPq. Recipiente da Ordem Nacional do Mérito Científico na Classe de Grã-Cruz. Publicou 80 trabalhos em revistas especializadas, foi editor da Solid State Communications, editada em Oxford (Inglaterra), de 1974 a 1988, e referee de cerca de 20 revistas internacionais. Obteve cerca de 3.000 citações em revistas científicas de impacto.
Foi Presidente e criador da CODETEC, da CIATEC e de outras empresas que atuam em setores intensivos em tecnologia. Foi vice-presidente executivo da Companhia Paulista de Força e Luz (1982 a 1986). Criou ou contribuiu para a criação de várias empresas e organizações de centro tecnológico, como a PST Eletrônica S.A., a ASGA e a Softex 2.000 Campinas.
Foi membro do Conselho Editorial da Folha de São Paulo desde 1978 e escreveu, além de textos técnicos, vários livros sobre assuntos polêmicos tais como a atuação das multinacionais, o programa nuclear, o nacionalismo, o ensino superior, transferência de tecnologia. Publicou também livros sobre Física dos Sólidos, sobre música, sobre riquezas naturais (Quartzo, Nióbio, Etanol, etc.) e Energia. É membro da Comissão de Energia da União Internacional de Física Pura e Aplicada.
Foi membro do grupo de trabalho de Energia da União Internacional de Física Pura e Aplicada-IUPAP, do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) e de vários Conselhos de entidades científicas, como SBPC, Fapesp e Fundação Padre Anchieta. Atuou como consultor de organizações privadas e várias agências estatais, como a Finep.
Recebeu o TWAS Regional Prize for Building Scientific Institutions. Foi nomeado Personalidade do ano na categoria Inovação, Ciência e Tecnologia pelo UNA Brasil. Recebeu do MCTI a Homenagem pelas inúmeras e relevantes contribuições na construção e consolidação de políticas e instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Grande apreciador das artes, constituiu e manteve um acervo com milhares de itens artísticos, coleções de arte da China, Japão, Índia, África, Síria, Oceania, América Pré-colombiana, dentre outras. A seu ver, a formação humanística deveria ser intrínseca à formação científica, promovendo, assim, ideias mais progressistas e humanistas.
Mais sobre a história de Prof. Rogério:
Museu da Pessoa
Um pé no passado, outro no futuro
Centro de Memória Fapesp
Entrevista com Prof. Rogério Cezar de Cerqueira Leite
Link.
(Com Marcelo Andriotti/Corcovado Comunicação Estratégica)
Além de transportar humanos e objetos, navios também podem levar de carona espécies de animais marinhos. Um estudo publicado na sexta (29) na revista ‘Ocean and Coastal Research’ identificou, em nível de espécie, 25 animais sésseis – que vivem fixos em substratos – em boias de navegação no litoral do Paraná. Dessas espécies, 13 são consideradas introduzidas – ou seja, não são nativas da costa brasileira, mas mantêm populações que sobrevivem e se reproduzem no local. Quase todas podem ser ainda consideradas invasoras – com dispersão e reprodução frequente na região. A pesquisa foi conduzida por cientistas da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Em 2011, os pesquisadores obtiveram autorização para coletar amostras de boias do porto de Paranaguá, no Paraná, quando seria feita a substituição dos itens de sinalização da região portuária. Foram coletadas 73 amostras em 23 boias. “É muito difícil conseguir esse tipo de material, porque é proibido mexer nessas boias, elas são importantes para a segurança do tráfego portuário e da navegação”, explica o biólogo Rafael Metri, pesquisador da Unespar e primeiro autor do artigo. As boias às quais Metri e seus colegas tiveram acesso estavam posicionadas na região portuária paranaense havia mais de dez anos.
Os cientistas conseguiram identificar, ao todo, 88 táxons (grupos de animais) nas amostras, sendo 44 sésseis (organismos que vivem presos a um substrato) e 44 vágeis (organismos que se movem livremente). Foi possível determinar 25 espécies no primeiro conjunto. Além das 13 introduzidas, esse grupo conta com 11 espécies que têm larga distribuição e origem desconhecida, enquanto apenas uma é nativa. Já o segundo conjunto é composto por 23 espécies, sendo 12 de origem desconhecida e 11 nativas.
A maioria dos animais introduzidos mapeados no estudo são do grupo bivalve, caracterizado por conchas, que inclui ostras e mexilhões. O mexilhão marrom Perna perna, já comum na costa brasileira há alguns séculos, foi a espécie mais constante, aparecendo em 80% das boias estudadas. O artigo também destaca a presença de outro bivalve invasor, Isognomon bicolor, registrado pela primeira vez no Brasil nos anos 2000, em 40% das boias.
Segundo Metri, as espécies introduzidas promovem a homogeneização da biota, diminuindo a ocorrência de espécies nativas. “A colonização de espécies invasoras é a segunda principal causa da perda de biodiversidade no mundo, perdendo apenas para a destruição de habitats naturais”, alerta o biólogo.
Além dos impactos ambientais, Metri aponta consequências econômicas do desequilíbrio causado pelas espécies invasoras na região portuária. “Os pescadores estão bastante preocupados com algumas espécies invasoras que podem atrapalhar a atividade porque afetam as espécies pescadas por eles”, comenta o biólogo. A bioincrustação por espécies invasoras também pode danificar a infraestrutura costeira, o que gera custos de manutenção e reparo.
Para evitar problemas, os autores recomendam aos gestores portuários que façam a limpeza periódica das boias de navegação e a utilização de tintas anti-incrustantes não tóxicas, que impedem a fixação de organismos. Eles também destacam a importância do monitoramento ambiental. “A detecção precoce de novas espécies introduzidas é crucial para a implementação de estratégias para minimizar o problema”, diz Metri. O biólogo e seus colegas têm trabalhado em projetos de mapeamento das espécies introduzidas por toda a região da baía de Paranaguá, o que pode ajudar na prevenção de desequilíbrios ecológicos.
(Fonte: Agências Bori)
Em poucos dias chega a data de maior solidariedade do ano: o Dia de Doar. Celebrado neste ano em 3 de dezembro, a data faz parte do calendário brasileiro desde 2013 e é um momento de promover a generosidade. Para comemorar a 11ª edição, alguns monumentos como o Cristo Redentor (RJ) e a estátua do Padre Cícero (CE) serão iluminados e também será lançado no GloboPlay o documentário DOAR, que apresenta histórias de pessoas comuns que tiveram suas vidas transformadas por meio da cultura de doação.
Em 2023, a data mobilizou mais de 7 milhões de reais e a ação alcançou 39 milhões de pessoas. Em comparação aos anos anteriores, foi registrado um aumento nos números de impacto, e a expectativa é que, neste ano, mais pessoas sejam alcançadas e façam suas doações. O valor arrecadado no último ano, por exemplo, foi 22% maior em relação à edição anterior. De acordo com o Programa de Dados da Associação Brasileira dos Captadores de Recursos (ABCR), foram identificados mais de 1,7 milhão de reais doados de forma on-line. O crescimento é observado também nas redes sociais e a hashtag #diadedoar acumula mais de 81 mil menções. Na imprensa, a ação também passou a ter relevância e chegou a mais de 1 mil matérias relacionadas ao tema.
Além disso, a quantidade de campanhas comunitárias também cresceu e passou de 30, em 2021, para 72 em 2022 e 92 na última edição. Recentemente, o Dia de Doar lançou a 4ª edição do edital de Apoio à Filantropia Comunitária, que disponibilizou R$50 mil para apoiar as campanhas e coalizões (buscam apoiar uma causa específica no âmbito regional ou nacional) e selecionou 50 para receberem o incentivo financeiro de R$1.000 para utilizar na conscientização de populações locais. “O edital é uma forma de apoiar as campanhas e coalizões que buscam promover a ideia de uma sociedade mais participativa por meio da doação. Ano passado tivemos 92 campanhas participando do Dia de Doar, mas a expectativa é que neste ano o número aumente e cada vez mais tenhamos a união entre organizações sem fins lucrativos para demonstrar a força de sua atuação social”, afirma Carolina Farias, líder do Dia de Doar. Confira algumas ações que acontecem em todas as regiões do país:
#DOAMANAUS
Até o momento, campanhas comunitárias estão confirmadas em todas as regiões do país. Uma delas, acontece pela segunda vez em Manaus (AM) e reúne duas organizações em uma panfletagem e divulgação das instituições em shoppings da cidade. “Para mim, doar é dedicar algo ao outro, seja tempo, recursos ou até mesmo o amor. É a segunda vez que participamos e todo o valor recebido no Dia de Doar e com a campanha será revertido para duas organizações que atuam na causa da criança e do adolescente”, conta Cleslley Rodrigues, diretor executivo do Núcleo de Assistência à Criança e a Família em Situação de Risco (NACER).
#DOAILHÉUS
Uma das organizações selecionadas no edital é a ONG Planeta dos Bichos, de Ilhéus (BA), que atua pela causa animal, resgatando, cuidando e buscando tutores para os animais. Neste ano, vão participar pela segunda vez do Dia de Doar e estão programadas ações em parceria com outras instituições, mas também uma exclusiva. “Se inscrevemos no edital porque queremos implantar a cultura de doação vinculada a uma data. Ano passado, participamos pela primeira vez e apesar de ações tímidas, ficamos com aquele gostinho de ‘quero mais’. Acreditamos que podemos fazer o movimento crescer e envolver outras instituições”, comenta Claudia Ribeiro, voluntária da ONG Planeta dos Bichos.
DE MÃOS DADAS – FLORESCER AÇÃO SOCIAL #DOADENISE
A campanha comunitária De Mãos Dadas – Mutirão Colorido, realizada em Denise (MT), surgiu para mobilizar a comunidade e parceiros na revitalização da unidade de atendimento da filial, ao mesmo tempo em que promove a conscientização sobre a importância do Dia de Doar. Direcionada a 198 crianças, adolescentes, jovens e adultos, a iniciativa busca engajar diferentes públicos na pintura colaborativa das instalações, um almoço comunitário e um bate-papo especial com o ex-jogador da Seleção Brasileira e empresário Edmilson, fundador da Fundação Edmilson, além da Diretoria da Florescer, com o objetivo de sensibilizar empresários locais sobre o impacto da doação no desenvolvimento da comunidade.
Para Claudinéia Pinheiro Voltolini, diretora e presidente da instituição, “doar é amor, é propósito, é sensibilidade, é entender que podemos dar muito mais do que imaginamos e não falamos somente de recurso financeiro, falamos de afeto, de cuidado, de atenção, de ouvir sem nenhum interesse de troca. E mais do que nunca sentimos que o mundo precisa disso”.
#DOAITAJAI
No Sul, mais um ano acontece o Doa Itajaí, em Santa Catarina. Nesta edição, vão ocorrer diversas palestras de interesse das OSCs e apresentações musicais. Uma das palestras será direcionada para empresários e contadores com o tema: destinação do imposto de renda para projetos sociais.
Para Wilson Reginatto Jr, mobilizador de recursos da Associação Amor Para Down, “doar e se importar com o outro é cultivar a generosidade e a sensibilidade”. A campanha foi uma das selecionadas no edital e Wilson afirma que a inscrição foi feita visando o engajamento e esforço dos anos anteriores, que tende a ser maior neste ano.
CONEXÃO #DOAMG
Em 29 de novembro acontece em Belo Horizonte (MG) a 3ª edição da Conexão #DoaMG. A campanha vai acontecer na Fundação Dom Cabral (FDC) e é realizada pela Federação Mineira de Fundações e Associações de Direito Privado (FUNDAMIG) e pela empresa Bliiv. No mesmo dia, ocorrerá a premiação do Prêmio Notáveis, criado neste ano e que reconhecerá grandes nomes do impacto social.
O lema da campanha deste ano é ‘Conectar para Transformar’ e a proposta é criar um ambiente de colaboração, troca de ideias e fortalecimento do setor. “Para mim, doar é praticar o amor da maneira mais pura e verdadeira. É agir pelo coletivo, ter consciência do lugar de privilégio, das carências humanas, e fazer algo para mudar a realidade e para transformar o mundo em que vivemos em um lugar melhor. Amor é verbo, mas requer ação”, afirma Julia Caldas de Almeida, superintendente executiva da FUNDAMIG e líder da campanha do dia de doar em Minas Gerais.
Monumentos iluminados
Em comemoração ao Dia de Doar, o Instituto Phi promove a articulação de iluminação em alguns monumentos e pontos turísticos espalhados pelo Brasil.
No Rio de Janeiro, dois cartões postais com importância mundial e histórica ficarão na cor laranja, o Cristo Redentor e o Estádio Jornalista Mário Filho, mundialmente conhecido como Maracanã, esse graças ao apoio do Instituto MOL.
Outros monumentos que se uniram de laranja pela causa são a estátua do Grande Buda de Ibiraçu, no Espírito Santo, a Arena POA, no Rio Grande do Sul e diversos pontos culturais em São Paulo, em parceria com a ACAM Portinari.
No Ceará, a estátua do Padre Cícero, com apoio da Rede Salesiana Brasil ficará iluminada na cor verde durante o dia.
Podcast Minha História de Doação
Em setembro, o Dia de Doar realizou o lançamento do podcast itinerante Minha História de Doação, que traz histórias de pessoas e organizações de todas as regiões do Brasil e de uma cidade no Uruguai. Contados em primeira mão, os episódios têm duração média de 30 a 40 minutos e cinco já foram lançados e estão disponíveis no Spotify.
O primeiro, Combate à violência doméstica a partir de uma feira do bem, foi gravado em Duque de Caxias (RJ) com Patrícia Sudré, idealizadora do coletivo Feira do Artesão. O episódio Os desafios de manter animais saudáveis e felizes em Ilhéus (BA) foi o segundo e trouxe Ceiça e a Claudia Ribeiro, da ONG Planeta dos Bichos, de Ilhéus (BA). Titulado de A união do povo preto para se tornarem visíveis e fortes em Salvador (BA), o terceiro episódio é contado pelo ativista Dhay Borges, que narra a história do coletivo e a sua.
As gravações ocorreram entre os meses de julho e setembro de 2024 e os episódios foram conduzidos por Carolina Farias, líder do Dia de Doar. Dentre os entrevistados, estão gestores de OSCs, gerentes e coordenadores de marketing e de captação de recursos, doadores e voluntários (pessoa física). O projeto é realizado pela ABCR e o Giving Tuesday, com promoção do Movimento por uma cultura de doação e contou com apoio da Rede Comuá, por meio do Programa Saberes, patrocínio da Doare e parceria com o Observatório do Terceiro Setor.
Edição anterior teve aumento no impacto
Além do crescimento monetário e de visibilidade, em 2023, o Dia de Doar tornou-se parte do calendário do Terceiro Setor e da sociedade civil, principalmente pelo aumento no número de cidades em que o Projeto de Lei foi aprovado, que foi de 26 em 2022 (ano da aprovação), para 51 em 2023. A data também passou a ser reconhecida por organizações sem fins lucrativos, artistas, influenciadores e municípios, que se engajaram na causa. Na ocasião, vários monumentos importantes pelo Brasil foram iluminados na cor laranja e grandes empresas incorporaram a data em seus planejamentos e realizaram ações para serem convertidas em doações.
Sobre o Dia de Doar
O Dia de Doar faz parte de um movimento mundial chamado #GivingTuesday (terça-feira de doação). A iniciativa aconteceu pela primeira vez nos Estados Unidos, em 2012, e é realizada sempre na terça-feira após o Dia de Ação de Graças (Thanksgiving), uma resposta solidária à Black Friday e à Cyber Monday. No Brasil, a primeira edição foi em 2013 e, no ano seguinte, o país entrou oficialmente no movimento global. Liderado pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), o Dia de Doar faz parte do Movimento Por uma Cultura de Doação e, em 2023, contou com apoio do Movimento Bem Maior.
O Dia de Doar é uma iniciativa que visa estimular a doação de pessoas físicas, empresas e organizações, e tem um papel fundamental ao mostrar que todos podem participar, fortalecendo o hábito de doar como parte do cotidiano das pessoas. Já as organizações sem fins lucrativos podem realizar ações para receber doações, virtuais ou presenciais. No site do Dia de Doar (www.diadedoar.org.br) estão disponíveis mais informações, dicas, materiais e manuais para quem quiser realizar sua própria ação de doação.
(Com Jessica Amaral/DePropósito Comunicação de Causas)
Uma viagem a Lisboa só é completa com as tradicionais visitas aos seus castelos e palácios mais encantados, que abrigam boa parte da herança cultural e histórica, conferindo um clima mágico e charmoso à região. Construídas ao longo dos séculos para proteger o reino e servir de residência para a realeza e a nobreza, essas luxuosas estruturas são verdadeiras joias arquitetônicas que impressionam não só pela sofisticação e elegância, mas também pelo resgate da memória afetiva que, ainda nos dias de hoje, permeia essa atmosfera de contos de fadas.
Geralmente situados em centros históricos e emoldurados por paisagens naturais, esses imponentes edifícios são a garantia de uma experiência única e marcante para todos aqueles que passeiam pelas proximidades de Lisboa. Além de contar com atividades turísticas, algumas dessas fortalezas sediam, ainda nos dias de hoje, importantes eventos e cerimônias oficiais, como é o caso do Palácio Nacional da Ajuda, uma construção neoclássica da primeira metade do século XIX que foi residência oficial da família real em 1861, na era de D. Luís I, até 1910, quando do fim da monarquia.
Conservando a autenticidade de seus interiores, esse imponente casarão mantém fielmente a disposição e a decoração das suas salas, abrigando importantes coleções dos séculos XVIII e XIX de ourivesaria, joias, tecidos, mobiliários, vidros e cerâmicas, além de pinturas, gravuras, esculturas e fotografias. Situado no Largo da Ajuda, é possível circular no piso térreo, onde se situam muitos dos aposentos privados, e no andar nobre, cenário das recepções de gala.
Entre os bairros de Alfama e Mouraria, eis o icônico Castelo de São Jorge, construído em meados do século XI e que preserva 11 torres e elementos arquitetônicos característicos de época islâmica. Vale subir alguns lances de escadas, encostadas às muralhas, em direção às ameias e às torres para se esbaldar numa das mais majestosas vistas sobre a cidade e o rio Tejo.
Já seu Núcleo Museológico conta com objetos, moedas e vestígios impressionantes que testemunham o cotidiano das diferentes populações que lá se estabeleceram por mais de 25 séculos, anteriormente à reconquista cristã, bem como as vivências dos 500 anos de ocupação islâmica.
A menos de 40 minutos de Lisboa, encontra-se ao Castelo de Palmela, um dos monumentos mais impressionantes e bem localizados da região. Ocupado, conquistado, perdido e recuperado, é uma testemunha fiel das batalhas travadas ao longo da primeira dinastia, entre 1143 e 1383, para o definitivo estabelecimento do território nacional. Erguido numa zona estratégica única, entre os rios Tejo e Sado, provavelmente em 310 a.C., a fortificação é marcada por sucessivas ocupações atribuídas tanto aos romanos com suas primitivas torres circulares, quanto aos árabes e suas torres quadradas.
Do alto dos seus 238 metros, há uma vista impressionante da serra da Arrábida e do estuário do Sado, a partir do Pátio do Pessegueiro, bem como das Igrejas de Santa Maria do Castelo e Santiago – esta última revestida por azulejos do século XVII.
Impossível abordar todo o romantismo envolvido nas torres, mobiliários, tetos, obras de arte e nos jardins de palácios e castelos, sem remeter a Sintra. A eterna capital do romantismo abriga várias dessas atrações abertas ao público. A começar pelo Palácio de Monserrate que, situado no meio de um parque botânico, honra o estilo romântico de forma singular. Considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, o espaço merece horas de passeio e contemplação. A decoração exótica e vegetalista do edifício complementa, com perfeição, a exuberância dos seus jardins que, divididos por áreas geográficas, inspiram com suas estufas, pontes, estátuas, cascatas e fontes.
Assim como Monserrate, o Palácio Nacional da Pena, juntamente com seu parque, idealizados por D. Fernando II, tornaram-se o expoente máximo do Romantismo do século XIX em Portugal, com referências arquitetônicas de influência manuelina e mourisca. O parque abriga jardins exuberantes, com mais de 500 espécies arbóreas vindas de diferentes partes do globo, sendo possível avistar o palácio de qualquer um dos seus pontos.
O Palácio Nacional de Queluz e seus jardins históricos também constituem um dos exemplos mais notáveis da ligação harmoniosa entre paisagem e arquitetura palaciana. Ambos ilustram os ambientes e vivências da família real e da corte portuguesa na segunda metade do século XVIII e início do XIX, ao mesmo tempo que apresentam a evolução do gosto no período marcado pelo barroco, rococó e o neoclassicismo, seguindo para momentos de grande relevância, como a transição do Antigo Regime para o Liberalismo.
Situado no centro histórico da vila, o Palácio Nacional de Sintra é um monumento único pelo seu valor histórico, arquitetônico e artístico, já que, de todos os palácios erguidos na Idade Média, apenas ele está praticamente intacto, mantendo a essência da sua configuração e silhueta desde meados do século XVI. As principais obras de adaptação, ampliação e aperfeiçoamento foram promovidas pelos reis D. Dinis, D. João I e D. Manuel I, entre o final do século XIII e meados do século XVI, sendo preservadas até hoje.
Já no topo da serra, numa área extremamente irregular, fica o famoso Castelo dos Mouros, um dos mais emblemáticos da história nacional. Classificado como Patrimônio Mundial por seu conjunto arquitetônico e pela paisagem circundante, foi edificado pelos muçulmanos no século VIII ou IX, tendo suas muralhas sido conquistadas por D. Afonso Henriques, quando fundou Portugal, em 1147. Ao visitá-lo, a dica é seguir o caminho vertiginoso para descobrir, além de uma capela românica que perdura desde a época da Reconquista Cristã, toda a região lisboeta numa vista de tirar o fôlego.
A 20 km dali, destaca-se outro Patrimônio da Unesco, o Palácio Nacional de Mafra, construído no século XVIII a mando de D. João V. Com 40 mil m2 e muitas salas disponíveis para visitação, o local foi sede de um convento franciscano, tendo abrigado 300 frades.
O Paço Real ocupa o andar nobre e duas torres, sendo o lado norte destinado ao rei e o sul à rainha, ligados por uma distância de 232 metros — o maior corredor palaciano da Europa. O edifício conta, ainda, com basílica, convento, tapada e uma cumprida biblioteca, considerada uma das mais belas do mundo, com mais de 30 mil volumes. Dois imensos carrilhões compostos por 98 sinos somados a outros seis órgãos históricos da basílica fazem do espaço um patrimônio único.
Outro destaque do palácio é a recepção aos visitantes, nas manhãs de quintas-feiras, de um simpático grupo de voluntários totalmente caracterizados de reis, rainhas, frades, entre outras figuras importantes que por ali viviam.
Vale lembrar ainda que a, dentre as inúmeras opções de castelos e palácios visitáveis, a maioria está inclusa no Lisboa Card — cartão de benefícios que concede descontos ou gratuidade em dezenas de atrações, passeios, lojas e transportes —, podendo ser facilmente adquirido pelo site (https://shop.visitlisboa.com/pt/products/lisboa-card).
Sobre a Associação Turismo de Lisboa (ATL)
Fundada em 1998, a ATL é uma organização sem fins lucrativos constituída através de uma aliança entre entidades públicas e privadas que operam no setor do turismo. Atualmente conta com cerca de 900 associados, tendo como principal objetivo melhorar e incrementar a promoção de Lisboa como destino turístico e, consequentemente, aprimorar a qualidade e competitividade. Informações:
https://www.instagram.com/visit_lisboa/
https://www.facebook.com/visitlisboa
https://twitter.com/TurismodeLisboa.
(Com Livia Aragão/Mestieri RP)